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terça-feira, 12 de abril de 2016

Como viver com Integridade em um Mundo de Corrupção?

12.04.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 07,04.16
Por Hermisten Maia*

Como-viver-com-integridade-mundo-de-corrupcao

“A prática do suborno confere ao homem a sensação de ser senhor da história. Na pressuposição de que todo homem tem seu preço, posso reger o meu destino. Deste modo, meus recursos se constituem em meu Deus, por meio do qual manipulo quaisquer situações adversas. O meu poder de persuasão, sedução, barganha e compra é a minha lei. A soberania de Deus é banida, o seu trono e cetro me pertencem. Desta forma, pensa poder dizer: “As minhas mãos dirigem meu destino”. Fútil e perigosa ilusão. Deus continua no controle. Vê todas as coisas, e não se agrada dessa prática.”

– Hermisten Maia

Somos tentados a buscar uma teologia que se enquadre às nossas próprias expectativas. Por isso, o que um povo crê diz muito acerca de seus valores éticos. Corações justificadas buscarão conhecer ao Deus da justiça, enquanto corações corruptos buscarão adorar a um deus corrupto. No seu lançamento, “Vivendo com Integridade: Um estudo do Salmo 15, o Rev. Hermisten Maia destaca:

O fato é que os princípios éticos de um povo nunca estarão em um nível superior ao da sua religião. A religião como produto cultural expressará sempre os limites subjetivos do real e, consequentemente, os anseios de um povo. Neste caso, a descrição de Feuerbach (1804-1872) é correta: “A religião é uma revelação solene das preciosidades ocultas do homem, a confissão dos seus mais íntimos pensamentos, a manifestação pública dos seus segredos de amor”.

As bem conhecidas críticas de Xenófanes (c. 570-c.460 a.C.), Heráclito (c. 540-480 a.C.) e Empédocles (c. 495-455 a.C.) à religiosidade grega são ilustrativas. Cito aqui apenas Xenófanes:

Homero e Hesíodo atribuíram aos deuses tudo o que para os homens é opróbrio e vergonha: roubo, adultério e fraudes recíprocas. Como contavam dos deuses muitíssimas ações contrárias às leis: roubo, adultério, e fraudes recíprocas. Mas os mortais imaginam que os deuses são engendrados, têm vestimentas, voz e forma semelhantes a eles. Tivessem os bois, os cavalos e os leões mãos, e pudessem, com elas, pintar e produzir obras como os homens, os cavalos pintariam figuras de deuses semelhantes a cavalos, e os bois semelhantes a bois, cada (espécie animal) reproduzindo a sua própria forma. Os etíopes dizem que os seus deuses são negros e de nariz chato, os trácios dizem que têm olhos azuis e cabelos vermelhos.

A fé cristã, no entanto, parte de um Deus transcendente, pessoal e que se revela. O Deus que fala e age, sendo o seu agir uma forma do seu falar. Este Deus é santo. Por meio de sua Palavra, ele exige de seu povo santidade. A justiça é uma das expressões da santidade. Por isso, Deus instruiu aos juízes a fim de que não fossem passionais e interesseiros na formulação de seus juízos, o que os impediriam de enxergar com clareza a causa proposta.

O suborno corrompe o que o homem tem de mais íntimo, sendo a sede de sua razão, emoção e vontade do seu coração: “Verdadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno (mattanah – dádiva, presente) corrompe o coração” (Ec 7.7).

Hermisten Maia. É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, integrando a Equipe de Pastores da IPB de São Bernardo do Campo, SP. Bacharel em Teologia, Licenciatura Plena em Filosofia e Pedagogia. É Mestre e Doutor em Ciências da Religião pela UMESP. Autor de vários livros publicados pelas principais editoras evangélicas do Brasil. Membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e Academia Paulista Evangélica de Letras. Coordenador do Departamento de Teologia Sistemática e professor de Teologia Sistemática, Teologia do Culto e Teologia Contemporânea no Seminário Presbiteriano (JMC); Diretor da Escola Superior de Teologia, Professor e Pesquisador do Programa e Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). É Casado e tem dois filhos.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/04/como-viver-com-integridade-em-um-mundo-de-corrupcao/?inf-Fiel

Doutrina é importante (a vida eterna depende dela!)

12.04.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 18.03.16
Por Kevin DeYoung

doutrina-e-importante-vida

O Cristianismo é muito mais do que acreditar na doutrina certa.
Mas não é menos que isso.
Você pode ter a doutrina certa e não ser um cristão. Você pode saber várias noções verdadeiras a respeito de Jesus e não ser salvo. O diabo não é ignorante quanto a quem Jesus realmente é. Nos Evangelhos, os demônios são os primeiros seres a reconhecer a verdadeira identidade de Cristo. Você pode saber coisas verdadeiras e não ser um cristão.
Mas você não pode ser um cristão sem saber coisas verdadeiras.
Algumas doutrinas são absolutamente essenciais. Você pode saber algumas verdades e ainda assim estar perdido, mas existem algumas verdades sem as quais você não será encontrado. O que acreditamos a respeito de Jesus é uma dessas verdades.
“Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna” (1Jo 2.24-25).
Se estiver interessado em permanecer em Jesus e no Pai, você se importará com a verdade que está permanecendo em você. Não conheceremos a Deus a menos que conheçamos a verdade – o que é outra forma de dizer: você não chega ao Céu sem teologia. A promessa de 1 João é que, se a verdade permanecer em você, você permanece em Deus e receberá o que lhe foi prometido: a vida eterna.
Então, se você se importa com a eternidade – se você se importa com seus amigos, filhos e pais que não conhecem a Jesus – você se importará em falar de Cristo para eles e em suplicar-lhes para que recebam a Cristo. Porque se eles não conhecem o Filho, também não conhecem o Pai – não importa o quão “espirituais” e gentis sejam, nem quantas coisas positivas digam sobre Deus.
Não enviemos pessoas ao mundo com uma noção meramente vaga de que Jesus salva sem ensiná-las os pormenores a respeito do Jesus que realmente salva. Jesus é um Salvador para todo o tipo de pessoas, mas nem todo tipo de Jesus salva.
Você conhece Jesus Cristo? Você conhece esse homem, esse Deus-Homem, esse Filho, esse Salvador, esse Rei, esse Cristo? Você buscará conhecer esse Jesus – aquele que encontramos na Palavra, aquele que habita em você através do Espírito Santo, aquele a quem você recebeu quando se tornou um cristão – e nunca mudar de opinião a respeito dele? Não é exagero dizer que o céu está em jogo. Sua felicidade eterna depende disso.

Kevin DeYoung é o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (Michigan). Obteve sua graduação pelo Hope College e seu mestrado em teologia pelo Gordon-Conwell Teological Seminary. É preletor em conferências teológicas e mantém um blog na página do ministério ­ The Gospel Coalition.

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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/03/doutrina-e-importante-vida-eterna-depende-dela/

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Jejum não é (apenas) deixar de comer

06.04.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE
ESTUDOS BÍBLICOS
Por Paul Freston

Jejum não é (apenas) deixar de comer

SÉRIE REVISTA ULTIMATO
Artigo: Jejum não é (apenas) deixar de comer”, Paul Freston

Texto básico: Lucas 4. 1-13
Textos de apoio
– Deuteronômio 8. 1-5
– 1 Reis 19. 1-18
– Salmo 139
– Marcos 14. 32-38
– 1Coríntios 10. 12,13
– 1 Pedro 5. 6-11

Introdução

Jesus estava prestes a iniciar seu ministério público. No final do capítulo 3 de seu evangelho, Lucas nos fornece duas informações fundamentais sobre a identidade de Jesus. A voz divina e a presença do Espírito no seu batismo, confirmam sua divindade; e a genealogia lucana, começando com José e terminando em Adão, reitera sua verdadeira humanidade. Jesus é plenamente Deus e plenamente homem.
E como homem, ele precisava passar por uma espécie de “treinamento final de sobrevivência” – passar 40 dias sozinho, em silêncio e jejum, sendo tentado pelo Diabo! Precisamos notar também que este treinamento não representava a “coroação” de uma etapa bem realizada, com um teste final; mas, ao contrário, se tratava de um “teste inicial”, uma oportunidade para que Jesus definisse firmemente por onde seus pés trilhariam. Antes de começar a falar e a fazer o que era preciso, era necessário que ele se comprometesse convictamente com um estilo de vida e de ministério que estivessem de acordo com o caráter de seu Pai.
Embora os detalhes destas tentações digam respeito à situação específica de Jesus, o Cristo, sem dúvida alguma temos muito a aprender aqui. Se o próprio Cristo precisou enfrentar e resistir a tais tentações, quanto mais nós, que pretendemos seguir seus passos, devemos ficar atentos e cuidadosos quanto à estes desafios. Conseguimos discernir, em nossa caminhada, o lugar do “deserto” e da “tentação” como espaços de amadurecimento e conformação de nossa vida e ministério com o caráter de Deus?                            

Para entender o que a Bíblia fala

  1. Segundo Lucas, logo após ser batizado (3.21-22), Jesus voltou do Jordão “cheio do Espírito Santo” (4.1) e foi conduzido por este mesmo Espírito ao deserto, onde “foi tentado pelo diabo” (4.2). Pensando em nosso contexto eclesiástico hoje em dia, normalmente não esperamos que a ênfase muitas vezes dada às experiências com o Espírito Santo caminhe junto, ou pior ainda, nos conduza, a uma experiência de “deserto” e “tentação”. Você concorda com esta afirmativa? Porque essas experiência nos parecem tão irreconciliáveis?
  2. O texto dá a entender que as tentações de Jesus não foram instantâneas, pois ocorreram ao longo de 40 dias (v.2) e, aparentemente, em momentos de grande fragilidade (fome, cansaço, fraqueza, confusão mental). O grande risco da tentação é justamente sua sutileza, a possibilidade de se “misturar” com nossa vivência cotidiana. Refletindo sobre as respostas de Jesus (vv. 4, 8 e 12), o que você consegue perceber sobre a preparação de Jesus para um momento como este? Que critério ele utilizou para “desmascarar” as tentações que apareciam “embutidas” em suas necessidades?
  3. Podemos olhar para cada tentação, separadamente, tentando perceber o risco ou perigo sutil que cada sugestão do diabo representava para a identidade e a missão de Jesus. No primeiro caso, Jesus estava como fome, uma necessidade legítima. E ele tinha poder, dado por Deus. Por que não transformar uma pedrinha redonda num pãozinho de batata? Isso poderia afetar de alguma forma o estilo de vida e o estilo de missão de Jesus? Como?
  4. Nas três tentações, aceitar a sugestão do diabo significaria um desvio, um atalho, do caminho da cruz. Mas, nesta segunda tentação (vv. 9-12), parece que a proposta de atalho é ainda mais escancarada, pois a armadilha parece mais “detectável”. Se é assim, por que ela representava uma tentação REAL para Jesus? Receber, “de lambuja”, autoridade sobre todos os reinos do mundo não facilitaria seu trabalho de impor um reino de justiça e paz?
  5. Na última investida do diabo, por enquanto é claro (v.13), Jesus está no alto do templo e a sugestão tentadora surge com força, inclusive com “justificativa bíblica”! A segurança prometida ao Messias, Filho de Deus, não funcionaria? As pessoas não ficariam impressionadas ao ver Jesus pousar no chão segurado por anjos, o que ampliaria exponencialmente sua fama e “turbinaria” seu ministério? Por que então não se jogar?

Hora de Avançar

Jesus não só passa quarenta dias longe das pessoas, em silêncio; ele também jejua (Lc 4.2). […] Em geral, vivemos numa rotina impensada de satisfação dos nossos apetites. O jejum quebra essa rotina, interrompe o ciclo automático, e coloca uma espécie de muro à nossa frente pela interdição do impulso de comer. […] Desligamos as antenas ocupadas com os cuidados diários e tentamos sintonizá-las na voz de Deus. (Paul Freston)

Para pensar

Jesus Cristo, que viveu aproximadamente apenas 33 anos aqui na Terra, ainda passou 40 dias destes poucos anos sozinho e no deserto! Na nossa matemática isso parece um desperdício de tempo. Mas não na matemática de Deus. Esse tempo de solidão, silêncio e oração foi fundamental para o restante do ministério de Jesus. Para Deus, menos é mais!
Paul Freston, no seu excelente “Nem Monge, Nem Executivo” (Ed. Ultimato), nos ensina que as tentações de Jesus “têm a ver com a maneira como ele vai desenvolver seu ministério público. [As tentações] sugerem caminhos alternativos que, no fundo, reproduzem a tentação de Adão: a de trocar uma relação de dependência filial por um projeto autônomo” (p.46).
Sobre a expressão “Se és o Filho de Deus”, repetida em dois momentos (vv. 3, 9b), Freston assevera que é “importante entendermos que o diabo procura tentar Jesus no nível da sua obediência ao Pai, não no nível da sua consciência de ser o filho. Não está dizendo: ‘Será que você é filho de Deus mesmo? Duvido!’. Está dizendo: ‘Já que você é filho de Deus e tem todo esse poder, o que você vai fazer como filho de Deus?’”.

O que disseram

Na solidão, podemos, pouco a pouco, desvendar a nossa ilusão e descobrir, no centro de nosso próprio “eu”, que não somos o que podemos conquistar, mas aquilo que nos é dado… É nessa solidão que descobrimos que ser é mais importante do que ter, e que o nosso valor pessoal não está no resultado de nossos esforços. Na solidão descobrimos que nossa vida não é uma propriedade a ser preservada, mas uma dádiva a ser compartilhada. (Henri Nouwen)

Para responder

  1. Segundo o monge beneditino Anselm Grun, o deserto é um lugar onde “topamos com nossos limites, descobrimos que não podemos nos autoajudar, que precisamos da ajuda de Deus”. Ele não se refere, claro, a um lugar específico, mas a uma experiência que costuma produzir em nós uma sensação de privação, impotência e abandono. Você tem enxergado as experiências difíceis de sua vida como “desertos frutíferos”, como uma oportunidade para aprofundar sua dependência e amizade com Deus? O que pode melhorar a partir de hoje?
  2. Jesus jejuou por quarenta dias, provavelmente bebendo somente água. Como podemos ler no artigo da revista, o princípio do jejum pode (e deve) se estender a outras áreas, além da questão de comida e bebida. O autor cristão Richard Foster, citado no artigo, sugere seis áreas onde podemos praticar outros tipos de “jejum”: jejum de pessoas, jejum da mídia, jejum do telefone, jejum de conversas, jejum de anúncios comerciais e jejum do consumo. Encarando frente a frente esta lista, em que área (ou áreas) você necessita urgentemente de um “jejum”? Além destas seis sugestões, existe alguma outra em que você está pecaminosamente se “empanturrando”?

Eu e Deus

Vi todas as emboscadas do inimigo estendidas sobre a Terra, e disse gemendo: “Quem, pois, passa além dessas armadilhas?” E ouvi uma voz responder: “A humildade”. (Antão, o “pai dos monges”, século IV)
>> Autor do estudo: Reinaldo Percinoto Júnior
>> Este estudo bíblico foi desenvolvido a partir do artigo Jejum não é (apenas) deixar de comer, do sociólogo e colunista da revista Ultimato, Paul Freston, publicado na edição 359.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/jejum-nao-e-apenas-deixar-de-comer/

quarta-feira, 9 de março de 2016

Por que nossos planos falham?

09.03.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por Martinho Lutero

quarta-feira


O Senhor desfaz os planos das nações e frustra os propósitos dos povos.— Salmos 33.10
Nós devemos fazer o que Deus quer e parar de pensar e nos preocupar sobre o que Deus não nos disse para fazer. Nada é mais seguro para nós e mais agradável a Deus do que confiarmos em sua Palavra, não em nossas próprias ideias. Nela nós encontraremos orientação suficiente sobre o que devemos fazer. Deus requer que tenhamos fé e amor e que suportemos sofrimento. Esses três deveriam ser suficientes para nos manter aprazivelmente ocupados. Nós deveríamos lidar com o restante à medida dos acontecimentos e deixar que Deus se preocupe sobre como tudo terminará. Se não desejamos ouvir o que Deus diz em sua Palavra, ele nos pune simplesmente permitindo que nos atormentemos sem uma boa razão.
Quando homens e príncipes sábios ignoram sua Palavra, Deus não permite que quaisquer de seus projetos aconteçam, sejam eles bons ou maus. Esse Salmo diz que: “O Senhor desfaz os planos das nações”. Deus sempre frustrará os planos daqueles que trabalham muito usando suas próprias sabedorias. Entretanto, nem mesmo isso nos convence a sujeitar os nossos planos à vontade de Deus. Por causa disso, nossos planos e ideias somente nos afligem e atormentam, apesar de não serem maus em si mesmos. Como Jesus disse: “Basta a cada dia o seu próprio mal” (Mt 6.34). Deus não envia o mal para nos destruir. Pelo contrário, ele o envia para nos persuadir a desistir de nossas ideias e planos tolos. Ele deseja nos mostrar que a nossa sabedoria é inútil, pois não é ela que faz as coisas acontecerem, mas somente a vontade de Deus. Assim, devemos aprender a orar: “Seja feita a tua vontade”.
>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/03/09/autor/martinho-lutero/por-que-nossos-planos-falham/

A Parabola da Casa Edificada

09.03.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE, 28.02.16

"Todo aquele que vem a mim e ouve as minhas palavras e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante.É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída”. (Lucas 6:48).

O alicerce é a base mais importante de qualquer construção. É aquilo que fundamenta, sustenta e dá apoio. “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as observa, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.

Desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela não caiu; pois estava edificada sobre a rocha. 

Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as observa, será comparado a um homem néscio, que edificou a sua casa sobre a areia.

Desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu: e foi grande a sua ruína”. (Mateus7:24-27). Assim, é o caminhar para a vida cristã, quanto mais sólida for alicerçada a palavra de Deus, firmada como rocha em nossos corações, mais força teremos para enfrentar os desafios do mundo com mais segurança. Certamente, um bom alicerce é a base segura de sustentação para as pequenas e grandes colunas.

Em seu Evangelho, Cristo nos fala desse alicerce como elemento essencial de edificação do espírito, ao direcionar e focar a mensagem para os que O buscam em Conhecimento e em Verdade; ao oferecer ensinamentos de fé e domínio próprio como pilares universais dos valores humanos para uma vida emocionalmente equilibrada. Para Cristo, o domínio de si e o conhecimento de Deus elevam a alma do cristão a fim de que se organize mental e espiritualmente na vida social e familiar com respeito e sabedoria. A palavra de Deus se dirige a "Filho meu". O único modo de se tornar filho de Deus é pela fé em Cristo Jesus. 

“Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus”. (Gálatas 3:26). “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”. (João 1:12). É necessário tomar cuidado para não se deixar enganar por algum falso "Jesus" (II Coríntios 11:4), só o Jesus apresentado pela Bíblia é o verdadeiro, porque a palavra de Deus é a verdade “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. (João 17:17). Quem não crê em Jesus Cristo jamais entenderá o temor do SENHOR e jamais achará o conhecimento de Deus. 
(Provérbios2:5-6)

5-Então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.

6-Porque o Senhor dá a sabedoria: da sua boca vem o conhecimento e o entendimento.
(Lucas 14:33) “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”.

O primeiro passo para tornar-se discípulo de Jesus é a disposição de tomar a sua cruz e segui-lo. Negue-se a si mesmo, lute com as armas da luz, não se canse de fazer o bem!

... ore assim: Pai, seja feita a TUA VONTADE não a minha! É na ausência de tudo que a luz de Deus se faz presente para iluminar a nossa vida e nos guiar. O esvaziar de si mesmo nos leva a intimidade e a comunhão com Ele, nos faz reconhecer o quanto somos frágeis e falhos e o quanto carecemos dos seus cuidados. Essa certeza torna os nossos pés seguros e a nossa fé inabalável diante das aprovações. É diante da graça misericordiosa de Deus que Ele nos prepara para as grandes lutas e vitórias. E nos envia os Teus anjos como refúgio e fortaleza. 

O refúgio para o caminho secreto da autodescoberta, segundo Jesus Cristo, exige renúncia de si mesmo; desapropriação de si. Para Ele, os princípios de fé em Deus esvaziam a natureza conflituosa do Homem de suas penitências e culpas, conduzindo-o ao caminho do conhecimento sustentável das relações do homem com a natureza sábia e consoladora. 

Cristo é o cordeiro, luz do mundo, é aquele que vem para perdoar, transformar, libertar, curar e quebrar as algemas da escravidão, é dELE o espírito da bondade, da descoberta de si e do amor ao próximo. Essa busca pela redenção de si mesmo requer aperfeiçoamento e cuidados com a mente, o espírito e o corpo. A minha salvação e a minha honra de Deus dependem; ele é a minha rocha firme, o meu refúgio. “Só Ele é a minha rocha e a minha salvação; e o meu refúgio; não serei jamais balado. “De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; estão em Deus a minha rocha e o meu refúgio” é a minha fortaleza; não serei abalado. Em Deus está o meu forte rochedo e o meu refúgio. (Salmo 62.6-7-8) 

A águia, ao contrário do Homem, busca instintivamente a base para o seu ninho, os lugares mais altos, de preferência a rocha. Na rocha estamos firmes, seguros, acolhidos e amparados dos ventos fortes e das tempestades. “Os que esperam no Senhor, adquirirão sempre novas forças, tomarão asas como de águia, correrão e não fatigarão, andarão e não desfalecerão. ” (Isaías40: 31) É Deus quem nos dá armadura de força e nos aperfeiçoa. Cristo molda o nosso caráter no ventre da sua Rocha, lá crescemos e aprendemos a confiar nEle. “Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! (Sl 70).

Dentro da sociedade contemporânea midiática quem mais perde a identidade pessoal nesse confronto é o cristão. Todos os atrativos estão centrados no poder do consumo para persuadi-lo o tempo todo, temos menos cristãos e mais cristãos consumistas. A cultura consumista passou a promover o pensamento da ganância pelo lucro. A supremacia do ter sobre o ser gerado pela sedução da propaganda tem degradado a relação do Homem com Deus e o meio ambiente sustentável. O conflito entre ele e a sociedade de consumo o tem afastado da busca pela conduta humanitária. 

O secularismo do neuromarketing tem submetido o Homem ao afastamento de Deus e à perda de si mesmo, ao deixar de lado seus valores e méritos em detrimento do desejo momentâneo, egoísta, onde tudo é descartável. 

Além disso, o apóstolo Paulo diz: “Não coloquem sua esperança nas coisas deste mundo porque elas os deixam arrogantes. ” Infelizmente, as coisas materiais nos tornam arrogantes e nos afastam da presença de Deus. Por isso, um dos pontos reveladores das bases para uma vida saudável cristã, segundo Paulo, se concentra no conhecimento da fé e do equilíbrio de si. Esta fé redentora, que abriga a todos com justiça e amor, faz o Homem valorizar mais as relações de afeto dos amigos e familiares. É necessário, pois, que o Homem aprenda e cresça com os ensinamentos da fé cristã. Esse desejo por uma sociedade mais humanizada é o grande aliado para levar o Homem ao conhecimento de Deus e ao equilíbrio de si mesmo.

Portanto, há duas suposições talvez inesperadas, que devemos ter em mente antes de desafiar a perspectiva dos nossos prazeres, saber que Deus é um Deus de alegria; e o desejo humano de encontrar o sentido da vida, só é real e verdadeiro quando reconhecemos Nele a sua soberania como base para a nossa conduta. 

Na abordagem humana, devemos entender que o elemento principal da fé é Deus, é Ele, quem se faz presente no momento de nossas angústias conflituosas e nos chama para sermos discípulos do evangelho do amor. “ ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hebreu 1:11)
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-parabola-da-casa-edificada

A Incredulidade dos Crentes

09.03.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por Pr. Tiago Santos*

a-incredulidade-dos-crentes

É possível o cristão, a pessoa que já abraçou a fé em Jesus, experimentar momentos de incredulidade? Ocrente não é, por definição, alguém que venceu a incredulidade?
Num determinado episódio do ministério de Jesus, um homem trouxe seu filho, tomado por um espírito imundo, e suplicou que lhe expulsasse o demônio. Num certo, ponto, o homem, desesperado, diz a Jesus: Se tu podes, tem compaixão de nós. Jesus replica dizendo: Se tudo podes! Tudo é possível ao que crê. O homem, em lágrimas, ao mesmo tempo em que disse que cria, também disse: ajuda-me em minha falta de fé! (Marcos 9.14-29).
Diante daquele homem estava aquele que movia céus e terra. A fama de Jesus ia literalmente à sua frente. O homem sabia que só Jesus poderia ajuda-lo. Mesmo assim, ele reconhece que não tinha fé o suficiente. “apistia”, é a palavra no grego para falta de fé. Isso é o que acontece com muitos seguidores de Jesus. Creem mas não creem.
A Bíblia nos mostra que é possível que mesmo aquele que conhece Deus; que anda no caminho de Deus; que expressou fé no Senhor, sofra algum episódio de incredulidade.
Os discípulos de Jesus, em mais de uma ocasião, mesmo após testemunharam os feitos mais fantásticos, sofriam falta de fé. No episódio da tempestade, ou na multiplicação dos pães e peixes e mesmo durante e após a crucificação do Senhor, eles foram incrédulos.
A história da igreja também registra a experiência de homens fieis que lutaram contra a fé e a descrença. John Bunyan, autor do livro O Peregrino é um deles.
Bunyan conta em sua autobiografia, “Graça abundante ao principal dos pecadores”(Fiel) que em suas lutas contra sua consciência acusadora e contra as tentações e provas de Satanás, ele desejava ser como um “cachorro, ou um cavalo, por não possuírem uma alma sujeita ao inferno”. Ele sentia grande tristeza por ter sido criado por Deus, crendo que seria condenado por causa de seus pensamentos pecaminosos, pois não cria ser possível alcançar a santidade. Em certa oportunidade, a passagem de Lucas 22.31, que diz “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou” parecia tão vívida para Bunyan que ele a ouvia como que se alguém a gritasse atrás de seus ombros. Ele lutou com a certeza de sua chamada e salvação. Muitas vezes ele sentia-se como Saul, Caim ou Esaú – um errante, que tendo conhecido alguma coisa da Palavra de Deus, a abandonou por um prato de lentilhas. Seus temores pelo inferno causavam desespero e grandes tumultos em sua alma.
Então, é possível ao cristão passar por episódios muito reais e dolorosos de incredulidade e incerteza. Ele pode estar envolvido em atividades eclesiásticas e desenvolver hábitos, rotinas e exterioridade religiosa, mas, ainda assim, estar com sua espiritualidade comprometida. É possível o cristão manter-se firme em seus compromissos eclesiásticos e, ainda assim, não desfrutar da plenitude e alegria da salvação e da fé; é possível que ele valorize a igreja, mas que o ritual e a forma façam mais sentido do que o conteúdo.
Sinais que podem indicar essas situações são desânimo, falta de fé, ceticismo, falta de alegria nas coisas da fé, indiferença, esfriamento, ingratidão, amargura, tristeza – muitas vezes isso pode ser resultado de pecado, de consciência cauterizada ou pode ter a ver com a personalidade, trajetória do indivíduo, momento que esteja vivendo, problemas, etc. O ponto é que, em algum momento da vida cristã, estamos sujeitos a sermos tomados por incredulidade.
A Bíblia oferece exemplos de homens fieis e de fé que enfrentaram abatimento e falta de fé. Veja a história de Elias.
Elias foi profeta em Israel. Ele viveu durante os dias do Rei Acabe, Rei do norte de Israel, que reinou por 21 anos em Israel, entre os anos 871 a 853 a.C., quando já fazia cerca de 200 anos que o reino de Israel fora divido.
O exercício do chamado profético de Elias se deu em um tempo particularmente conturbado. A fé no Deus de Israel havia desaparecido do reino do norte. Todos os reis que precederam Acabe foram ímpios, idólatras, assassinos, homens violentos, embrutecidos e que prevaricaram contra Deus e levaram o povo a pecar.
O cenário religiosos dos dias de Elias era caótico.
O culto a Deus, prescrito tão cuidadosamente por Moisés no livro da Lei, havia sido de todo corrompido: os sacrifícios, os utensílios, os sacerdotes, as ofertas, tudo isso estava terrivelmente comprometido – o que da lei não fora esquecido, foi distorcido e imiscuído com rituais e crenças religiosas dos povos pagãos, vizinhos de Israel. O ambiente religioso era sufocantemente sincrético.
Então aparece Elias. Profeta de Deus.
Deus se manifesta e pronuncia sua palavra através de Elias.
1 Reis 17 nos introduz a esse homem de Deus.
Ele era corajoso, destemido, confiante.
Ele vivia diante da face de Deus.
Disse ao rei Acabe: “Tão certo como vive o Senhor, perante cuja face eu estou, não choverá sobre Israel”.
Deus estava punindo a apostasia do rei e do povo com juízo.
Enquanto Elias creu na Palavra de Deus, ele suportou as situações mais adversas com confiança e coragem.
Ele desafiou o rei com a Palavra de juízo vinda da parte de Deus.
Deus o sustentou.
Os corvos levavam o alimento de Elias para ele.
Ele hospedou-se fora do país, na região de Tiro, na cidade de Sarepta, em Sidom, na casa de uma viúva.
Mais manifestações do poder de Deus se viram, quando o azeite e a farinha da casa da viúva não findavam, e os alimentava – por meses e meses; quando pelo poder de Deus, Elias orou para que Deus ressuscitasse o filho da viúva, que morreu e ele o ressuscitou; quando Deus mandou que ele voltasse a Acabe e se apresentasse a ele.
Acabe odiava Elias. Ele o chamava de “perturbador de Israel”.
Elias desafia Acabe e os profetas de sua esposa, Jezabel, que eram sacerdotes da divindade Baal. Todo o povo deveria ser convocado para assistir o desafio.
No monte Carmelo, ele propõe um desafio: os profetas ofertariam um holocausto ao seu deus e, como prova de que esse deus existia, ele deveria enviar o fogo do céu. Eles aceitaram mas não puderam fazer nada. Se mutilaram, gritaram, fizeram seus ritos. Nada.
Elias, então, montou o altar, que havia sido derrubado, preparou a oferta para holocausto e a encharcou de água. Três vezes, a ponto de ter feito uma poça d’água em volta da oferta; e então ele orou e disse:
Ó SENHOR, Deus de Abraao, Isaque e de Israel, fique hoje sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas. Responde-me SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu SENHOR, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles.
Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, a lenha, e as pedras e a terra, e ainda lambeu a agua que estava no rego. O que, vendo todo povo, caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus. (1Reis 18-36-39)
Elias persegue e mata todos os profetas de Baal.
Triunfo.
Ele ora para que chova.
Chove.
Vitória.
Então, Jezabel, irada, manda um recado a Elias: amanhã eu te destruirei!
Pronto. Elias enche-se de medo (o que é justificável. Qualquer de nós que tivesse um ditador louco e enfurecido contra nós, prometendo-nos que nos matará em 24 horas, ficaríamos assustados). Ele sai de onde estava em fuga, para “salvar sua vida”. Andou errante, assentou-se debaixo de uma árvore… E pediu a morte! Disse a Deus: “Basta, toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor que meus pais”.
Que contraste!
Depois de tudo que ele havia passado. Depois de tudo que ele havia feito. Depois das grandes e poderosas manifestações de poder da parte de Deus por meio de Elias, depois de sua fidelidade e firmeza, sua coragem e retidão: ele ainda era perseguido e agora tinha uma ameaça de morte diante de sua face. A mulher mais poderosa da nação estava enfurecida de ódio contra ele e prometeu que ele morreria. Elias temeu.
Ele não quis mais continuar.
O homem mais corajoso de Israel, cai em desânimo, medo, terror e tristeza.
Não dava mais para ele. Ele queria a morte para si.
Isso é algo terrível.
A morte é inimiga da humanidade. É uma maldição sobre o ser humano.
Um israelita, que servia ao Deus vivo – o Deus acerca de quem ele dizia “Tão certo como vive o SENHOR”, pede para si a morte.
Ele não queria mais lutar.
Não queria mais fugir.
Não queria mais enfrentar o mal – que parecia prevalecer.
Ele não aguentou a pressão.
Ele não confiava mais. Não cria mais.
Quis a morte.
O que podemos aprender deste episódio da vida de Elias?
Por muito tempo, mesmo diante de adversidades mais severas do que essa última – vá lá, Jezabel era poderosa e cruel, é verdade, mas depois do que aconteceu no Carmelo? Ali sim a situação era tensa. Se Deus não ouvisse a oração de Elias, se ele não estivesse tão certo de que Deus vindicaria seu próprio nome naquele episódio, sua vida e reputação estariam perdidos para sempre. Perto do Carmelo, a fúria de Jezabel era peixe pequeno. Mas, mesmo assim, ele sucumbiu.
A ansiedade o dominou. O desânimo o dominou. O abatimento o dominou. O medo o dominou. A tristeza o dominou. Ele já não era capaz de expressar a mesma fé que expressara em dias passados.
Todos nós estamos sujeitos a abatimentos. Todos nós estamos sujeitos a incredulidade e ao abatimento que surge como resultado da incredulidade. Não importa quão santo seja o homem de Deus, a incredulidade será uma realidade em sua experiência, em algum nível, de alguma maneira.
Elias chegou nesse ponto depois de tantas vitórias, tanto avanço, tantas manifestações do poder de Deus.
Há certos momentos em que as coisas são tão nebulosas que não fazem mais sentido. Nesses momentos, podemos ser tomados por ansiedade. Podemos nutrir certas expectativas e se elas não acontecem do jeito que imaginamos, então nossas estruturas se abalam e parece que o chão se abre debaixo de nossos pés.
Isto então deve nos fazer perceber que a fé de ontem não serve para hoje.
A confiança e vitórias do passado, ainda que sejam poderosos aliados em nossa caminhada cristã, não haverão de nos sustentar sozinhos. Precisamos de fé renovada. Fé diária. Pão diário. Temos de confiar, com um olho no passado, que Deus estará conosco também no presente e no futuro. Temos de usar o passado como uma evidência de que a mesma promessa que nos sustentou em outros momentos, haverá de nos sustentar agora, no torvelinho que se passa hoje.
Também podemos aprender com Elias que mesmo no momento mais duro, no abatimento mais severo, na dor mais aguda, na aridez de alma, falta de esperança e fé, temos o recurso da oração.
Elias estava chateado e abatido. Ele quer morrer. O que ele faz? Ele conta para Deus. Ele reclama com Deus. Ele apresenta para Deus sua queixa, como o salmista que apresenta diante dele a sua aflição (Sl 88) e Habacuque que leva sua indignação diante de Deus em oração (Hb 1.2-4). Elias ora. Ele pede a morte, é verdade – mas ele o faz ao próprio Deus.
Quando estamos vivendo essas batalhas que parecem não fazer sentido, quando a fé nos falta, quando estamos desapegados de Deus, quando não desfrutamos mais as alegrias das vitórias sobre os baalins, podemos lembrar daqueles dias de outrora, como Davi, que ao orar, no Salmo 51, pede a Deus que restaure nele a alegria perdida, a alegria da salvação. Podemos pedir que Deus venha ao nosso socorro. Mesmo que seja num pedido esdrúxulo, como o de Elias. Esse pedido é também um pedido de socorro. É uma forma de dizer a Deus que as coisas estão erradas, não estão dando certo e que precisamos da ajuda dele.
E sabe de uma coisa? Deus ouve! Deus cuida do abatido de alma e do desanimado. Veja só o que Deus fez a Elias: (1Reis 19.5-8).
No meio do deserto, da incredulidade, da falta de esperança… Deus alimentou Elias.
Deus não o acusou por sua falta de fé; não o acusou de ser um ingrato e incrédulo. Deus deu pão.
Podemos buscar a face de Deus em oração e pedir auxílio, graça, direção e sustento no meio das lutas e mesmo da falta de fé e coragem.
Podemos também apoiar aqueles que sofrem com a incredulidade ou falta de fé.
Há momentos nos quais o que podemos oferecer àquele que luta contra a incredulidade é sustento. Uma boa palavra ou até um bom silêncio companheiro, na forma de um abraço, de um aceno, de um olhar. Não com chavões ou frases de efeito e até mesmo repreensões. Os amigos de Jó foram grandes amigos, enquanto mantiveram-se em silêncio diante do sofrimento de Jó. Fizeram tudo certinho: estiveram junto dele; rasgaram suas roupas; jogaram pó e cinza na cabeça… Mas aí eles acharam que tinham de ensinar teologia para Jó. Que tinham que dar sentido ao sofrimento e ao momento confuso que ele vivia.
Não é assim.
Deus alimentou Elias.
Esse sustento foi também para Elias consolo. Foi isso que o fortaleceu para o deserto que ele ainda teria de enfrentar. Ele viu sua confiança revigorada, restaurada. Ele ouviu a voz de Deus e confiou nela. Ele passou a obedecer a Deus, depois de confortado e fortalecido.
Há muito que a história de Elias pode nos ensinar sobre episódios de incredulidade de crentes. Todos estamos sujeitos a viver episódios assim. Que Deus nos ajude a vermos nele a nossa força e consolo quando passarmos por águas turvas; que ele nos dê graça e sensibilidade para ajudar irmãos e irmãs queridos que passam por momentos assim.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/03/incredulidade-dos-crentes/

Brevíssima história do reavivamento da Rua Azuza

09.03.2016
Do portal GOSPEL PRIME
Por Moisés C. Oliveira

“Se você controla a história, você controla o passado. Aquele que controla o passado controla o futuro.” George Orwell

Brevíssima história do reavivamento da Rua AzuzaNesse artigo, dividido em duas partes, há um esforço em descrever com certa atualidade, e de forma brevíssima – devido a limitação imposta pelo veículo – o evento que teve início em Los Angeles, EUA, que veio a repercutir no Brasil e no mundo, influenciando gerações ao longo dos últimos cem anos. A primeira parte, cobre de forma introdutória o período do surgimento do movimento pentecostal, com menção de três de seus principais nomes que deixaram um legado teológico, enquanto o segundo trata da biografia de William J. Seymour o pastor e líder da igreja que surgiu desse movimento.

A fim de dirimir qualquer confusão em torno de nomenclaturas é preciso estabelecer que a teologia pentecostal norte-americana nomeia por reavivamento, esses movimentos oriundos pela manifestação mais efusiva e marcante do Espírito Santo nas igrejas evangélicas. Sua interpretação é que há um só avivamento, a saber, aquele ocorrido em Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento. Enquanto os eventos posteriores, seriam um re-avivamento daquela primeira visitação provocada pelo Espírito Santo, conforme previsto por Jesus Cristo antes de ascender aos céus. Enquanto, no Brasil, comumente não se diferencia assim, e nomeia-se como avivamento toda a manifestação do Espírito Santo com maior abrangência e duração. A interpretação adotada aqui é a norte-americana.

Em 6 de abril de 1906, na casa de Richard e Ruth Asberry na Rua Bonnie Brae, 244 em Los Angeles – Califórnia – EUA, deu-se um evento que segundo Sidney Ahlstrom, historiador da Universidade de Yale, revelou o líder negro que exerceu influência direta sobre a História religiosa norte-americana, colocando-o a frente de figuras como W. E. B. 

Dubois e Martin Luther King, Jr. Após um mês de intensa oração e jejum, enquanto acontecia uma singela reunião entre poucos frequentadores cristãos, dirigida por William J. Seymour, houve a manifestação espontânea e marcante do Espírito Santo na qual todos os presentes foram impactados. Esse evento rapidamente desencadeou um movimento – conhecido por pentecostalismo – que veio a tomar proporções mundiais e que no Brasil, a igreja Assembleia de Deus é, talvez, seu mais destacado fruto e consequência direta do impacto daquela visitação.

A origem e a história do reavivamento que aconteceu na Rua Azuza é assunto pouco frequentado nas Assembleias de Deus, no Brasil. É de se lamentar, porque ao ignorar fatos importantes dessa natureza, a Igreja, muitas vezes se torna como uma criança que não atinge a maturidade por não superar problemas que surgiram do confronto de ideias e valores sucitados por gerações anteriores e que fazem parte mesmo da sua essência. 

Muitos desses problemas perduram de igual modo, outros já foram superados por gerações anteriores, outros eles deixaram apontada uma direção segura a ser tomada (Jr. 6:16). Se a Igreja contemporânea insistir em omitir tema essencial como esse dos seus debates, a consequência é que o senso histórico esvai-se, gerando um vácuo entre passado e futuro, restando a cada geração permanecer patinando sobre os mesmos problemas, consciente apenas do próprio umbigo, alheia ao propósito para o qual surgiu. O diálogo com o passado e as origens é necessário à medida que dá sentido ao presente e aponta para o futuro.

O reavivamento da Rua Azuza não foi um evento planejado, mas um caso complexo (Jacobsen, p.57), e ainda carece de muito estudo no Brasil. Foi uma surpreendente manifestação do Espírito Santo que provocou todo aquele fervor espiritual que incendiou Los Angeles e posteriormente o mundo. Líderes cristãos de igrejas já estabelecidas por lá, não tardaram em expressar sua desaprovação pela turba de “fanáticos” que acorriam de todos os lugares em busca de seu pentecoste.

Jornalistas e curiosos vinham de todos os lugares para observar ou zombar do que acontecia ali. Aproveitadores e oportunistas também foram atraídos para experimentar do que havia ali. Os cultos estrepitosos e a diversidade dos participantes também provocou toda sorte de interpretações por parte das outras igrejas.

Uma característica interessante do reavivamento da Rua Azuza, foi que por ser algo  espontâneo – não havia sido planejado – não dispunha de uma teologia necessária para dar sustentação racional e senso de direção a tudo aquilo, nem havia sido organizada ainda, pois a experiência vivida por todos e suas implicações eram fortes o suficiente para aquele momento. Esse movimento só foi ter formulada sua teologia de forma tardia – “a posteriori” – após o arrefecimento daquele fervor espiritual dos primeiros anos. Ainda não há consenso de como se conseguiu reunir sob o mesmo teto, cristãos com orientações teológicas tão divergentes que afluíam em torno daquele sentimento de piedade espiritual e poder. Caso é que o que aconteceu ali, surpreendeu a todos, pela novidade que se apresentava, devido a divergência com qualquer definição teológica vigente à época.

Charles Parhan que havia sido professor de William J. Seymour na Escola Bíblica no Texas, foi visitar o aluno a fim de avaliar seu desempenho e de outros a frente da enorme tarefa que se lhes apresentava, logo no início do movimento. Ocorre que o professor quis impor sua teologia – alienada a tudo o que ocorria ali – mas foi rapidamente rechassado por Seymour, que num entendimento espiritual, nutria um temor impetuoso quanto à interferência humana em tudo o que estava acontecendo diante de seus olhos.

Missão da Fé Apostólica, como ficou conhecida a igreja por eles aberta para abrigar a imensa aglomeração de pessoas atraídas pelo fervor espiritual desde a primeira reunião em casa dos Asberry na Rua Bonnie Brae, tinha Seymour como líder e pastor. Porém, vale lembrar que ele não desenvolveu tudo sozinho, antes, foi auxiliado por outros líderes de não menos importância. Merece menção especial  Clara Lum, que manteve circulando mensalmente o informativo interno da Missão e que teve papel fundamental na orientação e divulgação do trabalho ali desenvolvido.

Seymour entendeu desde o início, como parte do seu chamado pastoral, prover meios e oportunidade ali na Missão da Fé Apostólica, de modo que cada um que para ali acorresse, pudesse ter sua experiência pentecostal pessoal, dando sentido e ambasado em orientações teológicas para tal. Com o posterior arrefecimento do fervor espiritual da Azuza e com a Missão já inserida no contexto pentecostal da cidade, Seymour dedicou-se a escrever o livro “As doutrinas e a disciplina da Missão da Fé Apostólica de Los Angeles”, no qual foram compiladas sua teologia e práticas pastorais. Fica evidente, até pelo título do livro, que a teologia que surge dali, de início, era muito mais prescritiva e prática do que propriamente especulativa. Seu lema era: “não saia daqui falando sobre as linguas, fale de Jesus”. Outra façanha sua foi manter negros e brancos trabalhando juntos, harmoniosamente, numa época de intensa segregação racial.

Outro nome de destaque no auge do reavivamento da Azuza, foi o de George F. Taylor, da Carolina do Norte, influenciado por G. B. Cashwell, que chegou a atuar em cultos na Missão. Embora Taylor nunca tenha frequentado a Missão em Los Angeles, tornou-se um fervoroso pentecostal e “atento observador do movimento”, como afirmou Cashwell. Seu livro “O Espírito e a Noiva”, publicado em 1907, demonstra Taylor como um vigoroso e sistemático pensador cristão. Esse livro representou um salto na articulação e um avanço intelectual a respeito da teologia gerada pelo movimento pentecostal da Azuza. Taylor arguia que seu livro nada mais fazia que expor cuidadosamente a Bíblia; cujo reavivamento pentecostal o ajudou criativamente na sua tentativa de trazer velhas verdades bíblicas em novas revelações. E aqui vale o parêntese para que não se confunda A Revelação, enquanto Palavra de Deus, com essas “ideias”, por assim dizer, que suscitaram em Taylor a partir de seu contato com o movimento pentecostal.

David Wesley Myland, foi um pregador pentecostal itinerante, com participação no lançamento de outras denominações pentecostais e autor do livro “O pacto da Chuva Serôdia”, publicado em 1910, com sua interpretação tipológica e profética do Movimento de Reavivamento da Azuza à luz do Velho Testamento. Ao contrário do rigor sistemático de Taylor, Myland se utilizava muito mais de metáforas e símbolos para expor sua teologia. 

Entendia a caminhada de fé muito mais como um progresso constante que iria cessar apenas no encontro do fiel com Deus. Myland se preocupava muito mais em não separar a vida prática da caminhada de fé e tentar articular entre essas dimensões do que entendê-las como coisas distintas.

Esses três nomes aqui mencionados, não esgotam de maneira alguma a reflexão teológica produzida sobre o pentecostalismo na Azuza durante seu período de efervescência. Evidentemente que havia diferença nos pontos de vista e nas abordagens teológicas desenvolvidas por Seymour, Taylor e Myland, porém não eram visões antagônicas, mas tentativas individuais de preencher o vácuo criado por algo que surge com um impacto tremendo no ambiente cristão e que as teologias vigentes ainda não contemplavam, nem constava de seu cabedal de recursos interpretar ou dar sentido.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/brevissima-historia-do-reavivamento-da-rua-azuza/