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domingo, 9 de novembro de 2014

O MAIOR PRESENTE DE DEUS

09.11.2014
Do portal ENCONTRE A PAZ

A pequena Maria, com oito anos de idade, esperava com grande expectativa pela chegada do Natal. Ela tinha pensado muito a respeito de um presente com que poderia proporcionar uma alegria especial para seus pais neste ano. Será que seu pouco dinheiro seria suficiente para comprar alguma coisa bem bonita?

Certo dia ela descobriu um belo e colorido vaso na vitrine de uma loja e comprou-o imediatamente. Chegando em casa, começou a pensar no papel com que iria embrulhar seu presente e na fita para amarrá-lo. Um presente tão especial precisava de uma embalagem apropriada.

Mas, que tristeza! Ela já tinha gasto todo o seu dinheiro! Então ela embrulhou o vaso em folhas de jornal e escreveu um bilhete em letras bem grandes: "Para papai e mamãe. O papel é simples. Mas o presente é bom!" Maria desceu a escada na ponta dos pés e depositou seu humilde presente ao lado dos belos pacotes que já se encontravam na sala...

O maior presente que a humanidade já recebeu, o presente que trouxe alegria perene para tantos, que modificou o destino de milhões de pessoas, foi envolto em fraldas. Os panos grosseiros, de pouco valor, encobriam o maior de todos os Reis, o Filho de Deus, o Salvador do mundo.

Essa humildade presente no nascimento de Jesus caracterizou toda a Sua vida e revelou Seu caráter. Durante anos Jesus viveu longe do público, trabalhando na oficina de seu pai em Nazaré. E então vieram os anos de ministério público, quando Ele falava palavras de sabedoria e minorava os sofrimentos de uma humanidade caída. Ele não tinha lar nem riquezas para usufruir juntamente com Seu pequeno grupo de discípulos. Muitas vezes chegou a ser acusado por se relacionar com os excluídos da sociedade.

Ele vivenciou o clímax de Sua vida no monte do Calvário. Algumas horas antes de morrer de maneira cruel na cruz, encontrava-se diante de Pilatos com Suas vestes rasgadas e manchadas de sangue. E foi nesse estado que Ele respondeu ao centurião romano dizendo que era rei e que havia nascido para testemunhar da verdade. Nesta terra Ele jamais usou vestes reais, jamais uma coroa brilhou em Sua cabeça. Ao invés disso, coroaram-nO com escárnio, simbolizado pela coroa de espinhos. Após Sua morte, o corpo de Jesus foi amorosamente envolvido em lençóis de linho por José de Arimatéia, pois a partir desse momento Ele não usaria mais as vestes deste mundo. Ao terceiro dia Jesus ressuscitou com um novo corpo, maravilhoso e triunfante.

Em breve o mundo verá outra vez "este mesmo Jesus". Então Ele não estará envolto em fraldas nem usando as roupas que os pobres costumam usar, nem terá uma coroa de espinhos em Sua cabeça. Em Sua segunda vinda, Jesus aparecerá em toda a Sua majestade, coroado de glória e honra, como o poderoso Soberano do mundo. Todos os olhos O verão, todos os joelhos se dobrarão diante dEle e todas as línguas confessarão "que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2.10-11).

Muitos se escandalizaram em virtude de Sua aparência exterior. Seus olhos só conseguiram ver Sua figura humana, Sua humildade. Jamais viram Sua beleza interior, Sua graça, Sua verdade e Sua divindade. Eles nunca pensaram que Jesus tornou-se pobre por amor a eles mesmos. Mas foi o que aconteceu, "pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos" (2 Co 8.9).

Nesta época de Natal, aceite a Jesus como seu Salvador! Foi para isso que Ele veio: "é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.11). (S.G. -http://www.apaz.com.br)
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Fonte:http://www.apaz.com.br/mensagens/papel_de_presente.html

Muçulmanos relatam sonhos com Jesus e se convertem ao cristianismo após a experiência

09.11.2014
Do portal GNOTÍCIAS
Por Dan Martins

Muçulmanos relatam sonhos com Jesus e se convertem ao cristianismo após a experiência
A cada dia tem crescido o número de relatos de muçulmanos que se convertem ao cristianismo após encontrar Jesus em sonhos ou em visões, segundo o pastor Frank Costenbader, editor do site Isa Dreams (Sonhos de Isa, em tradução livre).
– O número de sonhos com Isa têm crescido tremendamente desde 2000, e depois de 2005 o ritmo parece ter diminuído. Mas houve uma explosão de testemunhos na internet nos últimos dois anos sobre as pessoas que encontram Jesus em sonhos e, depois disso, se tornam seguidores de Jesus – afirmou Costenbader, ressaltando que Isa é um nome árabe que se encontra no Alcorão, e corresponde a Jesus.
Um dos sonhos destacados pelo pastor é o de Emina Emlonic, uma adolescente muçulmana da Bósnia, que teve uma experiência de conversão após um sonho.
– Eu estava no deserto sozinha, perdida. Não havia nada em vista, apenas areia. Eu sentia a areia nos meus pés descalços. Então eu vi algo extraordinário: no meio dessa aridez, uma imensa cruz de madeira emergiu da terra, se levantando e derramando a areia de volta à terra – relatou Emina Emlonic, ao contar o sonho que levou à sua conversão.
– Me senti uma espectadora do meu próprio sonho, e a visão da cruz não me deu medo, nem alegria. Mas eu era uma curiosa e me aproximei, quase flutuando, em direção a ele, o mais magnífico. Era algo que eu nunca tinha visto ou imaginado. Como cheguei mais perto da cruz, de repente vi um homem andando na minha direção: tinha ombros largos, andava em passos largos, com uma pele escura, cabelos longos, e vestindo uma túnica branca. E eu, de repente, deixei de ser uma testemunha do meu sonho. Eu estava nele, caminhando na direção do homem que também estava andando na minha direção. Eu o reconheci imediatamente. Ele era Jesus. Sem saber por que, eu caí de joelhos. Ele, em pé, tocou meu rosto com a mão direita – completou.
Um homem saudita relatou seu sonho que o levou à conversão no site Answering-Islam, afirmando que teve um sonho horrível, no qual estava sendo levado para o inferno. Ele conta que esses sonhos começaram a se repetir todas as noites, até que Jesus apareceu em um dos sonhos.
– Ele apareceu e disse: “Filho, eu sou o caminho, a verdade e a vida. Entregue sua vida para mim, e siga-me. Gostaria de salvá-lo do inferno que você já viu” – relatou o homem.
– Isso veio como uma surpresa para mim, pois eu não sabia que este era Jesus. Ele é mencionado no Alcorão e no livro Surata Maria. Ele é indicado como um dos nossos profetas, mas não como um salvador que poderia nos salvar do inferno. Então eu comecei procurar por algum cristão que me desse explicações sobre este Jesus que eu vi – completou.
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Fonte:http://noticias.gospelmais.com.br/muculmanos-sonhos-jesus-convertem-72507.html

Sertanejo de 40 anos que não conhecia Jesus é evangelizado e se converte; Assista

09.11.2014
Do portal GNOTÍCIAS, 07.11.14
Por Tiago Chagas

Sertanejo de 40 anos que não conhecia Jesus é evangelizado e se converte; Assista
João, 39 anos, morador do sítio Quipauá, em Jardim do Seridó (RN), nunca tinha ouvido falar de Jesus. Na última segunda-feira, 03 de novembro, um grupo de missionários foi à sua casa e o apresentou ao Filho de Deus.

A história do sertanejo João pode ser conhecida no vídeo emocionante publicado nas redes sociais pelos missionários do Conexão IDE, um ministério “pessoal e familiar que atua na área da música (louvor e adoração), realiza evangelismo e ação social no sertão nordestino, envia missionários, recruta voluntários e concede seminários, pregações e treinamentos”.

O pastor Jader Medeiros, líder do Conexão IDE, narrou a experiência vivida na última segunda-feira: “Estivemos evangelizando no ‘Sítio Quipauá’, localizado a cerca de 20 Km da cidade de Jardim do Seridó no Sertão do Rio Grande do Norte. Junto conosco estiveram voluntários de Natal, Rio de Janeiro e Brasília. Ocorreram três conversões. Uma das mais marcantes foi a do senhor João. Que juntamente com sua esposa, após uma longa e gostosa exposição do evangelho, entregou-se em lágrimas ao Salvador Jesus Cristo! Ore por ele e sua família. Faça parte de histórias como essa”, afirmou Medeiros.

O blogueiro Antognoni Misael, do Púlpito Cristão, comentou o testemunho do Conexão IDE sobre a conversão de João, e destacou que o evangelismo é um dever de todos os cristãos: “Missões não é um chamado que deve ser medido por distâncias e quilometragens. Não é um salto Brasil-África. Não é um chamamento reduzido a um pequeno grupo dos eleitos do Senhor. Missões é simples, e se faz quando passamos a andar como Cristo andou e a fazer o que Ele nos outorgou [...] O chamamento, como um todo, é geral e igual. Eu e você devemos nunca se esquecer de que também devemos ser um missionário”, sintetizou Misael.

Clique no link e assista: http://www.youtube.com/watch?v=SF8k651yA8k
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Fonte:http://noticias.gospelmais.com.br/sertanejo-nao-conhecia-jesus-converte-72471.html

EVANGELISMO: Pacto de Lausanne

09.11.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE


Introdução 

Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos profundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos fracassos e desafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e a nossa resolução, e tornar público o nosso pacto. 

1. O Propósito de Deus 

Afirmamos a nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino, edificar o corpo de Cristo, e também para a glória do seu nome. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão, em razão de nos termos conformado ao mundo ou nos termos isolado demasiadamente. Contudo, regozijamo-nos com o fato de que, mesmo transportado em vasos de barro, o evangelho continua sendo um tesouro precioso. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente. 

2. A Autoridade e o Poder da Bíblia 

Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus. 

3. A Unicidade e a Universalidade de Cristo 

Afirmamos que há um só Salvador e um só evangelho, embora exista uma ampla variedade de maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar, pois os homens, por sua injustiça, suprimem a verdade. Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias. Jesus Cristo, sendo ele próprio o único Deus-homem, que se ofereceu a si mesmo como único resgate pelos pecadores, é o único mediador entre Deus e os homens. Não existe nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Todos os homens estão perecendo por causa do pecado, mas Deus ama todos os homens, desejando que nenhum pereça, mas que todos se arrependam. Entretanto, os que rejeitam Cristo repudiam o gozo da salvação e condenam-se à separação eterna de Deus. Proclamar Jesus como “o Salvador do mundo” não é afirmar que todos os homens, automaticamente, ou ao final de tudo, serão salvos; e muito menos que todas as religiões ofereçam salvação em Cristo. Trata-se antes de proclamar o amor de Deus por um mundo de pecadores e convidar todos os homens a se entregarem a ele como Salvador e Senhor no sincero compromisso pessoal de arrependimento e fé. Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome. Anelamos pelo dia em que todo joelho se dobrará diante dele e toda língua o confessará como Senhor. 

4. A Natureza da Evangelização 

Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e creem. A nossa presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá com aquele tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo e negarem-se a si mesmos, tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo. 

5. A Responsabilidade Social Cristã 

Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta. 

6. A Igreja e a Evangelização 

Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrifical. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrifical da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas. 

7. Cooperação na Evangelização 

Afirmamos que é propósito de Deus haver na igreja uma unidade visível de pensamento quanto à verdade. A evangelização também nos convoca à unidade, porque o ser um só corpo reforça o nosso testemunho, assim como a nossa desunião enfraquece o nosso evangelho de reconciliação. Reconhecemos, entretanto, que a unidade organizacional pode tomar muitas formas e não ativa necessariamente a evangelização. Contudo, nós, que partilhamos a mesma fé bíblica, devemos estar intimamente unidos na comunhão uns com os outros, nas obras e no testemunho. Confessamos que o nosso testemunho, algumas vezes, tem sido manchado por pecaminoso individualismo e desnecessária duplicação de esforço. Empenhamo-nos por encontrar uma unidade mais profunda na verdade, na adoração, na santidade e na missão. Instamos para que se apresse o desenvolvimento de uma cooperação regional e funcional para maior amplitude da missão da igreja, para o planejamento estratégico, para o encorajamento mútuo e para o compartilhamento de recursos e de experiências. 

8. Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização 

Regozijamo-nos com o alvorecer de uma nova era missionária. O papel dominante das missões ocidentais está desaparecendo rapidamente. Deus está levantando das igrejas mais jovens um grande e novo recurso para a evangelização mundial, demonstrando assim que a responsabilidade de evangelizar pertence a todo o corpo de Cristo. Todas as igrejas, portando, devem perguntar a Deus, e a si próprias, o que deveriam estar fazendo tanto para alcançar suas próprias áreas como para enviar missionários a outras partes do mundo. Deve ser permanente o processo de reavaliação da nossa responsabilidade e atuação missionária. Assim, haverá um crescente esforço conjugado pelas igrejas, o que revelará com maior clareza o caráter universal da igreja de Cristo. Também agradecemos a Deus pela existência de instituições que laboram na tradução da Bíblia, na educação teológica, no uso dos meios de comunicação de massa, na literatura cristã, na evangelização, em missões, no avivamento de igrejas e em outros campos especializados. Elas também devem empenhar-se em constante autoexame que as levem a uma avaliação correta de sua efetividade como parte da missão da igreja. 

9. Urgência da Tarefa Evangelística 

Mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da humanidade, ainda estão por serem evangelizadas. Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja. Existe agora, entretanto, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes ao Senhor Jesus Cristo. Estamos convencidos de que esta é a ocasião para que as igrejas e as instituições paraeclesiásticas orem com seriedade pela salvação dos não-alcançados e se lancem em novos esforços para realizarem a evangelização mundial. A redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado algumas vezes talvez seja necessária para facilitar o crescimento da igreja nacional em autonomia, e para liberar recursos para áreas ainda não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais livre de missionários entre os seis continentes num espírito de abnegação e prontidão em servir. O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles. 

10. Evangelização e Cultura 

O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus. 

11. Educação e Liderança 

Confessamos que às vezes temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização da edificação dos crentes. Também reconhecemos que algumas de nossas missões têm sido muito remissas em treinar e incentivar líderes nacionais a assumirem suas justas responsabilidades. Contudo, apoiamos integralmente os princípios que regem a formação de uma igreja de fato nacional, e ardentemente desejamos que toda a igreja tenha líderes nacionais que manifestem um estilo cristão de liderança não em termos de domínio, mas de serviço. Reconhecemos que há uma grande necessidade de desenvolver a educação teológica, especialmente para líderes eclesiásticos. Em toda nação e em toda cultura deve haver um eficiente programa de treinamento para pastores e leigos em doutrina, em discipulado, em evangelização, em edificação e em serviço. Este treinamento não deve depender de uma metodologia estereotipada, mas deve se desenvolver a partir de iniciativas locais criativas, de acordo com os padrões bíblicos. 

12. Conflito Espiritual 

Cremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e potestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial. Sabemos da necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater esta batalha com as armas espirituais da verdade e da oração. Pois percebemos a atividade no nosso inimigo, não somente nas falsas ideologias fora da igreja, mas também dentro dela em falsos evangelhos que torcem as Escrituras e colocam o homem no lugar de Deus. Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes à aceitação do mundanismo em nossos atos e ações, ou seja, ao perigo de capitularmos ao secularismo. Por exemplo, embora tendo à nossa disposição pesquisas bem preparadas, valiosas, sobre o crescimento da igreja, tanto no sentido numérico como espiritual, às vezes não as temos utilizado. Por outro lado, por vezes tem acontecido que, na ânsia de conseguir resultados para o evangelho, temos comprometido a nossa mensagem, temos manipulado os nossos ouvintes com técnicas de pressão, e temos estado excessivamente preocupados com as estatísticas, e até mesmo utilizando-as de forma desonesta. Tudo isto é mundano. A igreja deve estar no mundo; o mundo não deve estar na igreja. 

13. Liberdade e Perseguição 

É dever de toda nação, dever que foi estabelecido por Deus, assegurar condições de paz, de justiça e de liberdade em que a igreja possa obedecer a Deus, servir a Cristo Senhor e pregar o evangelho sem quaisquer interferências. Portanto, oramos pelos líderes das nações e com eles instamos para que garantam a liberdade de pensamento e de consciência, e a liberdade de praticar e propagar a religião, de acordo com a vontade de Deus, e com o que vem expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Também expressamos nossa profunda preocupação com todos os que têm sido injustamente encarcerados, especialmente com nossos irmãos que estão sofrendo por causa do seu testemunho do Senhor Jesus. Prometemos orar e trabalhar pela libertação deles. Ao mesmo tempo, recusamo-nos a ser intimidados por sua situação. Com a ajuda de Deus, nós também procuraremos nos opor a toda injustiça e permanecer fiéis ao evangelho, seja a que custo for. Nós não nos esquecemos de que Jesus nos preveniu de que a perseguição é inevitável. 

14. O Poder do Espírito Santo 

Cremos no poder do Espírito Santo. O pai enviou o seu Espírito para dar testemunho do seu Filho. Sem o testemunho dele o nosso seria em vão. Convicção de pecado, fé em Cristo, novo nascimento cristão, é tudo obra dele. De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e debela o Espírito. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto, instamos com todos os cristãos para que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus, a fim de que o seu fruto todo apareça em todo o seu povo, e que todos os seus dons enriqueçam o corpo de Cristo. Só então a igreja inteira se tornará um instrumento adequado em Suas mãos, para que toda a terra ouça a Sua voz. 

15. O Retorno de Cristo 

Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente, em poder e glória, para consumar a salvação e o juízo. Esta promessa de sua vinda é um estímulo ainda maior à evangelização, pois lembramo-nos de que ele disse que o evangelho deve ser primeiramente pregado a todas as nações. Acreditamos que o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno será preenchido com a missão do povo de Deus, que não pode parar esta obra antes do fim. Também nos lembramos da sua advertência de que falsos cristos e falsos profetas apareceriam como precursores do Anticristo. Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho da vaidade humana a idéia de que o homem possa algum dia construir uma utopia na terra. A nossa confiança cristã é a de que Deus aperfeiçoará o seu reino, e aguardamos ansiosamente esse dia, e o novo céu e a nova terra em que a justiça habitará e Deus reinará para sempre. Enquanto isso, rededicamo-nos ao serviço de Cristo e dos homens em alegre submissão à sua autoridade sobre a totalidade de nossas vidas. 

Conclusão 

Portanto, à luz desta nossa fé e resolução, firmamos um pacto solene com Deus, bem como uns com os outros, de orar, planejar e trabalhar juntos pela evangelização de todo o mundo. Instamos com outros para que se juntem a nós. Que Deus nos ajude por sua graça e para a sua glória a sermos fiéis a este Pacto! Amém. Aleluia! 

Lausanne, Suíça, 1974. 

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/pagina/pacto-de-lausanne

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A Reforma Protestante em quatro doutrinas

03.11.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 31.10.14
Aos 31 de outubro de 1517, Matinho Lutero afixou as 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg, dando início ao movimento que viria a ser conhecido como Reforma Protestante, donde se originaram, direta ou indiretamente, as chamadas igrejas evangélicas. O interesse pela Reforma não é o de um antiquário, mas sim o de verificar a identidade, o significado e a relevância da mesma para nossos dias, com o propósito de receber inspiração da fé ali vivenciada. O que Karl Marx teria percebido para declarar algo como “Lutero venceu a servidão pela devoção, porque ele substituiu a última pela convicção. Ele quebrou a fé na autoridade, por que restaurou a autoridade da fé”?

As teses de Lutero representam um marco para a recuperação da sã doutrina. Elas registram o início da teologia que produziu a reforma na igreja. Embora ainda fizessem referência a resíduos do romanismo tais como: o purgatório, o papado, os santos e Maria como mãe de Deus, sem contestá-los a princípio, percebemos, já nesse momento, as formulações embrionárias das doutrinas que vão caracterizar a identidade protestante.

De fato, Lutero não elaborou novas doutrinas, mas, numa volta à Bíblia como fonte de conhecimento teológico e espiritual, elucidou a mensagem consignada nas Escrituras que se encontrava soterrada sob os escombros da tradição medieval. Podemos resumir a mensagem da Reforma a alguns postulados:

1. A autoridade das Escrituras – Sutilmente, durante o período medieval, as tradições tornaram-se o fator fundamental para determinar os conteúdos da fé e da moral. Um monte de entulho asfixiou a mensagem bíblica. A Reforma resgatou e restabeleceu a Escritura como fonte suprema e final quanto ao conhecimento de Deus e da sua vontade, para o indivíduo e para a igreja.

2. Justificação pela graça mediante a fé – Contestando a compreensão romanista de salvação por mérito pelas obras, que tinha como símbolo distintivo a venda de indulgências (compra do perdão) a Reforma resgatou o ensino bíblico de que a salvação (perdão, aceitação diante de Deus e santificação) é concedida gratuitamente por Deus àqueles que confiam em Jesus como seu salvador. A salvação não pode ser comprada, mas procede da misericórdia de Deus para com o pecador que se volta para a cruz de Jesus.

3. A centralidade de Cristo – A igreja romana enalteceu o papa como cabeça da igreja e representante terreno da esfera celestial. Também Maria e os santos eram mediadores e intercessores junto a Deus. A reforma acentua que Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. Só ele tem poder para efetivamente perdoar pecados. A sua obra na cruz é suficiente e exclusiva para a nossa salvação. É Ele que intercede junto a Deus, como advogado, por aqueles que Nele confiam.

4. Sacerdócio de todos os crentes – Contrastando com o ensino de que somente a hierarquia da igreja (o clero) constitui o sacerdócio autorizado para representar a Deus diante dos homens e vice-versa, a Reforma ensina o sacerdócio universal, isto é, que todos podem comparecer diante de Deus, estudar a sua palavra e ser agentes a seu serviço. A Reforma, conquanto reconheça vocações eclesiais específicas, afirma que todo o povo de Deus é igreja, uma igreja onde todos são chamados a servir a Deus.

Com essas e outras afirmações, os reformadores conseguiram minimizar o distanciamento da igreja medieval do modelo observado no Novo Testamento. Conquanto a obra da reforma não tenha sido completa – e os descendentes espirituais da reforma compreendam que a igreja reformada está constantemente se avaliando à luz do padrão bíblico – a Reforma continua sendo um marco para uma genuína identidade evangélica, em meio ao conturbado contexto religioso contemporâneo.

Essas doutrinas provocaram uma enorme transformação social porque, na verdade, foram a plataforma para a libertação pessoal diante de Deus.


• Christian Gillis é pastor na Igreja Batista da Redenção, membro do Conselho Gestor da Aliança Evangélica e coordenador em Minas Gerais da Fraternidade Teológica Latino-Americana/ Setor Brasil. Twitter: @prgillis
Leia também
Solus Christus
Sola Gratia
Sola Fide
Sola Scriptura
Campanha Reformadores
Somente a Fé (devocionário de Martinho Lutero)

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-reforma-protestante-em-quatro-doutrinas

sábado, 1 de novembro de 2014

O esforço para viver sem pecar

01.11.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 30.11.14
DEVOCIONAL DIÁRIA

quinta-feira

Façam o possível para estar em paz com Deus, sem mancha e sem culpa diante dele. (2Pe 3.14)

Esse “façam o possível” de Pedro é mais brando do que o “sejam santos” do Senhor (Lv 20.7). Em vez de “façam o possível”, outras versões preferem traduzir “esforcem-se” ou “empenhem-se”.

Há um significativo contraste na carta de Pedro: no capítulo 3, ele pede aos crentes que “esforcem-se para viver sem pecar” (2Pe 3.14, CV) e no capítulo anterior ele diz que os tais falsos mestres “nunca param de pecar” (2Pe 2.14, NVI).

Outra face do contraste é que os falsos mestres são “nódoas e manchas” (2Pe 2.13, NVI) e os crentes devem se manter “sem mancha e sem culpa diante de Deus” (2Pe 3.14).

O “façam o possível” de Pedro é muito humano. Como é também humana a palavra de João na página seguinte: “Escrevo estas coisas para vos ajudar a fugir do pecado, mas se alguém pecar, lembre-se que o nosso advogado diante de Deus é Jesus Cristo” (1Jo 2.1, CIN).


O “purifica-se a si mesmo” de João (1Jo 3.3) deve estar conectado com o “esforcem-se para viver sem pecar” de Pedro (2Pe 3.14, CV). É muito melhor não se sujar, mas se isso acontecer, é muito melhor purificar-se do que continuar sujo ou desistir de vez de ser santo como Deus é santo.

Fazer o possível ou empenhar-se para estar diante de Deus sem mancha nem culpa requer muita humildade para se sentir vulnerável, muita oração para obedecer à intervenção de Deus e muito domínio próprio para negar-se a si mesmo vez após vez. O convite ao pecado (tentação) é insistente. Charles H. Spurgeon declarou há mais de 120 anos: “Estou convencido de que não há nenhuma pessoa que entrará no céu sem ter sofrido tentação”.

>> Deus é rico em perdoar e pronto para me dar uma oportunidade atrás da outra!

>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.


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Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2014/10/30/autor/elben-cesar/o-esforco-para-viver-sem-pecar/

Sola Scriptura

01.11.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 30.10.14

Repórter – O doutor poderia resumir em poucas palavras o conteúdo
básico da revolução religiosa que está acontecendo na Europa desde 1517?

Lutero – Preciso apenas de uma ou duas linhas para resumir tudo: “sola scriptura”, “sola gratia” e “sola fide”. Essas expressões latinas são os nossos três “somentes”: só as Escrituras, só a graça e só a fé.

Repórter – Foi o doutor quem inventou esses três “somentes”?

Lutero – Eu não inventei. Eles já existiam. Mas estavam lamentavelmente cobertos de poeira grossa e teias de aranha, arremessados à sujeira e pisoteados. Pela graça de Deus, redescobrimos o valor das Escrituras, o valor da graça e o valor da fé, tiramos a poeira, lustramos essas riquezas e as trouxemos à luz do dia. Agora que está tudo limpo e brilhando de novo, cada um pode ver como é o evangelho de Jesus.

Repórter – O que o doutor quer dizer com o “sola scriptura”?

Lutero – Quero dizer que somente a Escritura — e não a Escritura somada à tradição da Igreja — são a fonte de revelação cristã. A Bíblia deve ser a primeira e a última palavra para qualquer declaração de fé.

Repórter – Então o doutor se coloca em oposição à rica tradição da Igreja.

Lutero – Não é bem assim. Eu coloco a Escritura acima da tradição, e não o contrário.

Repórter – Nunca em pé de igualdade?

Lutero – Também não. Pois a Escritura não pode ser equiparada à tradição. São Paulo diz que “toda Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16). Não se pode dizer o mesmo com respeito à tradição.

Repórter – Em que lugar o doutor coloca os pronunciamentos papais?

Lutero – Sempre abaixo da autoridade da Bíblia. Esta deve governar como Palavra de Deus na Igreja e não pode ser embaraçada pelo magistério papal nem rivalizada por supostas revelações adicionais.1

Repórter – Mas há coisas que a Escritura não explica.

Lutero – Na “Exposição de Romanos”, de João Calvino, o reformador francês radicado em Genebra, 26 anos mais novo do que eu, afirma acertadamente que não devemos “procurar saber nada mais senão o que a Escritura nos ensina”. Ele diz também que “onde o Senhor fecha seus próprios lábios, devemos impedir que nossa mente avance sequer um passo a mais”.

Repórter – Já que o doutor mencionou o nome de Calvino, pergunto se vocês estão de acordo quanto ao “sola scriptura”.

Lutero – Apesar de nossas divergências de ênfase e de estilo, eu, Calvino e Ulrico Zwínglio, o reformador suíço, nascido um ano depois de mim, estamos de pleno acordo quanto à centralidade da Palavra de Deus e quanto à certeza de que a Escritura é a fonte para se pensar em Deus.2

Repórter – A Escritura está ao alcance do povo?

Lutero – De 1457, dezessete anos depois da invenção da impressão com tipos móveis, a 1517, ano das “Noventa e Cinco Teses”, foram publicadas mais de 400 edições da Bíblia. Não estou incluindo nessa estatística o Novo Testamento de Erasmo e a Bíblia em alemão por mim traduzida.

Repórter – O preço de cada exemplar da Escritura deve ser proibitivo.

Lutero – No passado, as Bíblias em latim custavam 360 florins. As mais elaboradas, chegavam a custar 500 tálares. Mas o Novo Testamento que traduzi logo após a Dieta de Worms, é vendido a um florim e meio!

Repórter – Qual a relação entre o “sola scriptura” e o “sola gratia”?

Lutero – O primeiro “somente” nos leva ao segundo “somente”. Isto é, na leitura da Escritura redescobrimos que a vida eterna é o dom gratuito de Deus, como São Paulo ensina na Epístola aos Romanos (6.23). A Escritura, e nada mais, é o instrumento pelo qual o Espírito nos conduz à graça. A Igreja há muito tempo deixou o “sola gratia” no esquecimento e começou a tornar a salvação mais difícil, distante, incerta, meritória e burocrática.

Repórter – Mais lucrativa também?

Lutero – Não posso negar esse fato, frente ao problema do comércio das indulgências, quando o perdão de pecados e a remissão da culpa são vendidos de cidade em cidade muito mais em benefício do Estado papal do que das almas.

Repórter – O que o doutor quer dizer com o “sola gratia”?

Lutero – Entendo e prego que o pecador é justificado somente pelo amor, pela misericórdia e pela graça de Deus, e nada mais. O “sola gratia” tanto me abaixa até o pó como me ergue até às estrelas. Primeiro me humilha, depois me honra; humilha-me quando me informa e me convence de que não tenho nada para oferecer em troca da salvação; honra-me quando me informa e me convence de que em Cristo fui salvo (isto é justificação), estou sendo salvo (isto é santificação) e serei salvo (isto é glorificação). A graça de Deus me livra da culpa, do poder e da presença do pecado.

Repórter – Mas isso é formidável!

Lutero – De fato. Todavia, como reza o “sola scriptura”, “olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Co 2.9). Deus ainda tem muito mais para nos oferecer e mostrar.


-- Trecho retirado do livro Conversas com Lutero, p. 222-224, de Elben M. Lenz César.


Notas:

1. STANLEY, J. Grenz et al. “Dicionário de teologia”; mais de 300 conceitos teológicos definidos de forma clara e concisa. São Paulo: Vida, 2000. p. 125.

2. EDITORA MACKENZIE. “O pensamento de João Calvino”. São Paulo: Mackenzie, 2000. p.16.



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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/sola-scriptura