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terça-feira, 1 de março de 2022

O Big Bang, o Universo Eterno e o Criacionismo — Parte 1

01.03.2022

Do  portal CPADNEWS, 26.02.2020

Por pastor César Moisés*

No último dia 17 de março, a comunidade científica foi “sacudida” por uma descoberta que teria “comprovado” uma vertente, ou “fase”, da teoria do Big Bang, a chamada hipótese inflacionária. O achado consistia de “ondas gravitacionais” que, na expressão de alguns cientistas, são classificadas como “marcas” inequívocas de que o Universo foi mesmo gerado há 13,72 bilhões de anos. Apesar da excitação que esse tipo de descoberta provoca, o físico brasileiro Marcelo Gleiser, em sua coluna na Folha On-Line, afirma que, assim “Como toda nova descoberta científica, esta também precisa passar pelo escrutínio da comunidade e ser confirmada por outros experimentos” (Ecos da Criação). Infelizmente, pouco mais de três meses depois, parece que tudo não passou de alarme falso e houve uma precipitação em divulgar o “achado”.* 

É o que informa o mesmo cientista em sua coluna no dia de hoje (A Sedução da fama). A que se respeitar a naturalidade da euforia inicial, principalmente se se considerar que os primeiros sinais desse tipo foram detectados, involuntariamente, há 50 anos, pelos radioastrônomos, Arno Penzias e Robert Wilson que, segundo Stephen Hawking, eram “dois físicos americanos dos Bell Telephone Laboratories, em Nova Jersey” que “estavam testando um ultra-sensível detetor de microondas (microondas são como ondas de luz, porém, com frequência da ordem de apenas dez bilhões de ondas por segundo). Penzias e Wilson ficaram preocupados quando descobriram que seu detetor estava registrando mais ruído do que deveria. 

O ruído não parecia vir de qualquer  direção particular. Primeiro descobriram dejetos de aves no aparelho e pesquisaram outros possíveis defeitos, mas logo desistiram. Sabiam que qualquer ruído interior da atmosfera seria mais forte se o detetor não estivesse apontado diretamente, do que quando estivesse, porque os raios de luz atravessam muito mais atmosfera quando recebidos próximo do horizonte, do que quando recebidos diretamente do além. O ruído extra era o mesmo em qualquer direção que o detetor apontasse; portanto, deveria vir de fora da atmosfera. Era também o mesmo de dia ou à noite, e durante todo o ano, ainda que a Terra estivesse em rotação sobre seu eixo e percorrendo sua órbita em torno do Sol. Isto demonstrava que a radiação deveria vir de além do sistema solar e, mais ainda, de além da galáxia, ou variaria quando do movimento da Terra apontasse o detetor para diferentes direções” (Uma Breve História do Tempo, pp.69-70).

 

Por causa desse “achado”, Penzias e Wilson, ganharam em 1978, o Prêmio Nobel de Física. A demora se deu pelo fato de que a associação dos sinais detectados com a teoria do Big Bang só “foram interpretados mais tarde como resquícios de uma fase extremamente quente do Universo”, diz o físico brasileiro Mário Novello em sua obra Do Big Bang ao Universo Eterno (p.21). O que poucos sabem é que, como relata o jornalista Francisco Neves, em um dos textos de apoio à obra Poeira das Estrelas, de Marcelo Gleiser, apesar de a descoberta acidental dos dois físicos fornecer sustentação experimental à teoria, “Georg Gamow, Ralph Alpher e Robert Hermann, que em 1948 haviam apresentado o modelo teórico do Big Bang — no qual a existência de uma radiação cósmica de fundo era postulada —, sequer foram mencionados pelos laureados pelo trabalho” (p.155). 

É constrangedor que isso tenha ocorrido no meio acadêmico, pois os dois radioastrônomos não descobriram nada, eles apenas tiveram a “sorte” de constatar — acidentalmente, observe-se —, o que Gamow, Alpher e Hermann postularam três décadas antes. Infelizmente, conhecimento e titulação não significam necessariamente que a pessoa tenha caráter e civilidade. Patifarias à parte, o fato é que o achado de março é mais uma confirmação de um tipo de postulação teórica que teve início há pouco mais de noventa anos. Apesar de toda a hostilidade existente entre religiosos e cientistas, é “quase irônico”, diz Gleiser, “que o primeiro a propor um modelo científico da origem do universo fosse ao mesmo tempo padre e cosmólogo” (Ibid., p.141). 

Foi o que aconteceu em 1930 quando o padre belga, Georges Lemaître, que além de teólogo, era físico, propôs o chamado “Átomo Primordial”. A despeito dessa informação de Marcelo Gleiser, o matemático canadense John Byl, afirma que “Edgar Allan Poe, que se tornou mais famoso por seus contos, foi o primeiro a sugerir que o universo teve origem numa gigantesca explosão” (Deus e Cosmos, p.70). Byl informa que no “pequeno livro Eureka, publicado em 1848, Poe descreve como o universo foi criado por Deus, a partir do nada, como uma partícula primordial explosiva”. A explicação da hipótese de Poe, é que “Inicialmente a matéria explodiu movimentando-se em todas as direções. Na medida em que o universo se expandia, a gravidade gradualmente induziu os átomos a se condensarem, formando assim as estrelas e planetas. Eventualmente, em algum tempo no futuro, a ação da gravidade fará que pare a expansão, e então começará a contração. O cosmos finalmente retornará ao seu estado inicial, um pequeno ponto, tempo na qual ele desaparecerá” (Ibid.).   

Mas o destaque ao nome de Lemaître não se dá por ter sido, ou não, o primeiro a propor uma teoria do início do universo. Segundo o físico Lawrence Krauss, a proposta do padre belga foi fundamental para a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, daí a sua importância. Isso porque, apesar de ainda no início de 1916 o famoso físico ter completado a elaboração de uma nova teoria da gravitação, e não apenas isso, pois era igualmente “uma nova teoria do espaço e do tempo também”, pois, “foi a primeira teoria científica que explicou não apenas como os objetos se movem através do espaço, mas também como o próprio Universo pode se desenvolver”, como Krauss explica, havia “um percalço” na teoria. “Quando Einstein começou a aplicar sua teoria para descrever o Universo como um todo, ficou claro que ela não descrevia o Universo em que vivíamos” (Um universo que veio do nada, p.18). 

Isso porque, como diz Krauss, para a “comunidade científica de 1917, o Universo era estático e contínuo, e consistia em uma única galáxia, a Via Láctea, rodeada por um espaço vasto, infinito, escuro e vazio. Isso descreve o que você veria ao olhar para o céu, a olho nu ou com um pequeno telescópio, e na época havia poucos motivos para suspeitar do contrário” (Ibid., pp.18-19). Em outras palavras, “a teoria da Relatividade Geral de Einstein não pare[cia] consistente com a imagem [estática] que se tinha do Universo”, levando-o a inserir uma modificação em suas equações, o termo cosmológico ou, como diz Gleiser, “pressão negativa” (O fim da Terra e do Céu, p.284), que ele posteriormente classificou como “o maior erro de sua vida”. Krauss afirma que por “ser apenas o acréscimo de uma constante às equações, agora é convencional chamar esse termo de constante cosmológica” (Ibid., p.71). Em termos mais claros, apesar de Einstein ter intuído, mas não apenas isso, pois segundo Krauss, sua teoria também “teve a ver com a observação” (p.19), pelo fato de esta não coadunar com o que se pensava acerca do universo naquele contexto histórico, sua teoria teve de ser ajustada — erradamente —, para que pudesse ser ao menos postulada.

Surpreendentemente, informa-nos Krauss, em “1927, antes de obter o segundo doutorado, Lemaître resolveu as equações de Einstein da teoria da Relatividade Geral e demonstrou que ela prevê um Universo não imutável e que, de fato, sugere que o Universo em que vivemos está em expansão. A ideia parecia tão chocante que o próprio Einstein a contestou com a declaração: ‘Sua matemática está correta, mas sua física é abominável’” (Ibid., pp.21-22). Ignorando tal oposição, “Lemaître seguiu adiante e, em 1930, propôs que o Universo em expansão na verdade teve início como um ponto infinitesimal, que ele chamou de ‘Átomo Primordial’, e que esse início representava, talvez numa alusão ao Gênesis, um ‘Dia sem Ontem’” (Ibid., p.22). Apesar disso, segundo Gleiser, “Lemaître foi o primeiro a admitir que o seu modelo era mais uma visão mítico-científica que uma descrição matemática da origem do universo. Algumas de suas ideias, porém, foram incrivelmente proféticas. 

Por exemplo, ele sugeriu que as desintegrações radiativas do núcleo primordial deveriam deixar ‘fósseis’, formas de radiação espalhadas pelo cosmo. Essa radiação, conhecida como radiação cósmica de fundo, foi encontrada em 1965!” (Poeira das Estrelas, p.143). Justamente os sinais que os radioastrônomos detectaram de forma acidental. Antes ainda de prosseguir, é preciso observar que a proposição de Lemaître coincide com a descoberta do americano Edwin Hubble que, no final da década de 20, “demonstrou que as galáxias se afastam umas das outras a velocidades que aumentam proporcionalmente à sua distância” (Ibid., p.140). Tais exemplos ilustram, concretamente, a tese defendida por Thomas Kuhn a respeito do papel de uma teoria que acaba tornando-se um paradigma, isto é, uma “revolução científica” (A estrutura das revoluções científicas, p.122). Houve muita resistência até que a física einsteiniana substituísse a newtoniana**, pois a “emergência de novas teorias é geralmente precedida por um período de insegurança profissional, pronunciada, pois exige a destruição em larga escala de paradigmas e grandes alterações nos problemas e técnicas da ciência normal” (Ibid., p.95). Na verdade, a insegurança da ciência existente no momento em dar respostas, aponta para um “fracasso das regras existentes” que, por sua vez, “é o prelúdio para uma busca de novas regras” (Ibid.). 

Evidentemente que não há possibilidade, e também necessidade, de neste espaço se recontar “a história do universo, geralmente aceita, de acordo com o que é conhecido como ‘modelo da grande explosão térmica’” (Uma Breve História do Tempo, p.164). Mesmo porque, para isso, teríamos de passar por lances históricos que envolvem nomes como os do físico austríaco Christian Doppler, bem como o de Henrietta Swan Leavitt, Vesto Slipher e Milton Humason que, em 1842, 1908, 1912 e 1929, respectivamente, fizeram descobertas que proporcionaram as condições para que o conhecimento a respeito do referido modelo viesse à tona, ou “confirmaram”, retroativamente, aspectos da futura hipótese (Um universo que veio do nada, pp.18-52). 

Na realidade, todas as observações dessas personagens, contrariavam a ideia que se tinha na época, ou seja, que o universo era “essencialmente constante no tempo” (O universo numa casca de noz, p.71) e, por conseguinte, eterno. Um exemplo emblemático de resistência a essas “inovações” data de 1948 quando, três cientistas, Fred Hoyle, Herman Bondi e Thomas Gold, no lugar de “supor que a expansão cósmica leva a uma origem num momento do passado, sugeriram que o universo sempre foi o mesmo: segundo eles, o cosmo não só é essencialmente o mesmo em todo o espaço, como havia sugerido Einstein com seu princípio cosmológico***, mas também no tempo” (Poeira das Estrelas, p.144). Tal ideia ficou conhecida “como ‘princípio cosmológico perfeito’, segundo o qual o cosmo é e sempre foi essencialmente o mesmo no tempo e no espaço”. 

Gleiser informa que com essa alternativa, em “termos filosóficos, voltamos à noção pré-socrática do ser, imutável e fundamental” (Ibid.). Evidentemente que o trio possuía “argumentos científicos” para apresentar tal proposta. Diante de objeções como a descoberta de que as galáxias estão em recessão, um desses argumentos, “aparentemente uma heresia científica”, diz Gleiser era que “para acomodar a expansão cósmica, basta supor que a energia total do universo não seja conservada” (Ibid.). Contudo, conforme informa o físico brasileiro, “em meados da década de 1960 ficou claro que esse modelo, conhecido como ‘modelo padrão’, está incorreto: não podia explicar de forma simples e convincente a existência da radiação cósmica de fundo” (Ibid., p.145).

Para se ter uma ideia da força do “modelo padrão”, em 1955, nada menos que Stephen Hawking, à época um pré-adolescente de apenas 12 anos cujo apelido no colégio era “Einstein”, revela, em sua autobiografia, que “tinha seis ou sete amigos próximos” com os quais travava “longas conversas e discussões a respeito de tudo, desde modelos controlados por rádio até religião, parapsicologia e física”. Ele diz, porém, que com o seu grupo, “Uma das coisas sobre as quais [falava] era a origem do universo e se foi necessário um Deus para criá-lo e levá-lo adiante. Eu ouvira falar que a luz das galáxias distantes tendia para a extremidade vermelha do espectro e que isso devia indicar que o universo estava se expandindo. (A tendência para o azul teria significado que estava se contraindo.) 

Mas eu tinha certeza, de que deveria haver alguma razão para o desvio para o vermelho. Um universo essencialmente imutável e eterno parecia muito mais natural. Talvez a luz ficasse apenas cansada, e mais vermelha, em seu caminho até nós, especulei” (Minha breve história, p.32). Contudo, Hawking informa que dois anos depois de iniciar seu ph.D., percebeu que estava errado, ou seja, diante das evidências, ficou claro que o “modelo da grande explosão térmica”, proposto no final da década de 1940, era mais exequível por concordar com as observações. Marcelo Gleiser diz que tal “modelo, que o próprio Hoyle zombeteiramente chamou de ‘modelo do Big Bang’, pressupõe exatamente o oposto do modelo padrão: o cosmo teve, sim, uma origem, há bilhões de anos” (Poeira das Estrelas, p.145). O fato é que, conforme informa-nos Hawking, a “grande questão em cosmologia no início da década de 1960 era se o universo tinha um princípio”. 

Muitos cientistas instintivamente se opunham a essa ideia e, como consequência, à teoria do Big Bang, porque sentiam que estabelecer um ponto inicial da criação levaria a ciência a um impasse. Seria necessário apelar para a religião e a mão de Deus para determinar como o universo tinha começado” (Minha breve história, p.69). Como já foi dito, o embate se concentrou em dois modelos, um na teoria do estado estacionário e o outro, na chamada hipótese inflacionária. Uma vez que o primeiro vinha, diante das observações, cada vez mais perdendo a sua força, diz Mário Novello, citando uma fala de um debate informal no apêndice I de sua obra, na qual o debatedor afirma que “o modelo inflacionário apresentou uma proposta simples e que possui consequências passíveis de observação — e, como tal, está dentro do esquema convencional da ciência”. 

O mesmo debatedor reconhece que “a história da física, como qualquer tipo de história, é feita por aqueles que detêm o poder”. Assim, apesar de se atribuir “a Alan Guth a ideia original” do modelo inflacionário, é possível pensar que “vários outros cientistas apresentaram antes dele trabalhos semelhantes, como Alexey Starobinsky, Katsuito Sato e outros” (Do Big Bang ao Universo Eterno, p.114). 

Como a história da cosmologia pende para o nome de Alan Guth na discussão da formação da teoria do Big Bang, vale a pena deter-se um pouco mais em sua proposta. Antes, porém, é importante observar que, a despeito do crescente interesse em torno da proposta do Big Bang (pois a “hipótese de um universo que começou extremamente quente e foi se resfriando à medida em que se expandia está de acordo com todas as evidências observáveis que temos atualmente”), é preciso reconhecer que, a despeito disso, mesmo essa hipótese “deixa inúmeras perguntas sem resposta” (Uma Breve História do Tempo, p.171). “Estranhamente”, as quatro questões “sem respostas” estão apenas na edição antiga da excelente obra de Hawking. 

Na nova edição do livro, escrita com Leonard Mlodinow e lançada em 2005, além de o título ter sido ligeiramente modificado — Uma nova história do tempo —, tais indagações simplesmente não aparecem. O detalhe curioso é que elas ainda não foram respondidas. É preciso, antes de prosseguir, ressaltar duas outras questões: A primeira é que, conforme explica Mário Novello, “o cenário descoberto pelo matemático [e físico] russo Alexander Friedmann, que descreve um Universo dinâmico, em expansão, como um processo evolutivo, permitiu vislumbrar um território novo” (Do Big Bang ao Universo Eterno, p.23). Como já foi dito, a despeito de não haver espaço aqui para se recontar a história do Big Bang, torna-se interessante destacar alguns nomes e aqui parece prudente falar desse russo, Alexander Alexandrovich Friedmann (1888-1925), que teve importância capital na formação dessa cosmologia. 

Enquanto Lemaître desenvolveu a posição de Einstein mostrando que, contrariamente ao que defendia o cientista alemão de origem judaica, o modelo cosmológico apresentado por ele implicava em um universo dinâmico, Friedmann, diz Novello, no final dos anos 20, “submeteu à publicação na revista alemã Zeitschrift fur Physisk uma análise da questão cosmológica distinta daquela contida na solução original proposta pelo fundador da cosmologia moderna” (Ibid., p.35). De acordo com Novello, a “principal novidade consistia em tratar a questão como um processo dinâmico, no qual contrariamente ao modelo de Einstein, exibia-se uma evolução do Universo, uma dependência temporal de suas propriedades mais fundamentais e, em particular, de sua geometria. 

No entanto, o apriorismo de um Universo estático — a famosa hipótese introduzida por Einstein em seu primeiro modelo cosmológico — mostrou-se tão fortemente reacionário que conseguiu evitar, por mais de um ano, a publicação do trabalho de Friedmann” (Ibid.). Prescindindo de muita explicação pode-se citar que, de acordo com a cosmologia de Friedmann, há três possíveis modelos e destinos do Universo: “um universo supercrítico [com] geometria fechada [que] acaba entrando em colapso [‘Big Crunch’]; um universo crítico [com] geometria plana [que] continuará sua expansão indefinidamente; [e] um universo subcrítico [com] geometria aberta [que] também continuará sua expansão indefinidamente” (O fim da Terra e do Céu, p.290). “Fechando” o círculo histórico, basta dizer que Georg Gamow, trabalhou com Friedmann até sua morte em 1925.

A segunda questão é que existem vários modelos de Big Bang ou, como chama Marcelo Gleiser, “universos de escrivaninhas” que “foram descobertos nos anos de 1920 e 1930, baseados em soluções das equações de Einstein com diferentes distribuições de matéria” (Ibid., p.286). Apesar de o próprio Gleiser dizer que Alan Guth, atualmente lotado no “Instituto de Tecnologia de Massachusetts, desenvolveu originalmente a teoria que prevê que a geometria do Universo deve ser plana, conhecida como ‘teoria do universo inflacionário’”, é preciso observar que, segundo o mesmo autor, “Ideias que se aproximavam da solução de Guth já existiam no final dos anos 1970, mas ninguém as havia aplicado dentro do contexto relevante e com a mesma elegância e clareza” (Ibid., p.332). 

Tal é possível pelo fato de que, como explica Mário Novello, a “geometria de Friedmann admite como fonte — via equações da relatividade geral — um fluido perfeito. Essa configuração de distribuição da matéria é caracterizada, [...] pela densidade de energia (representada pela letra E) e pela pressão (representada pela letra P). Entre elas existe em geral uma equação de estado que relaciona as duas quantidades, a saber: P = s E” (Do Big Bang ao Universo Eterno, p.129). “Assim”, finaliza o mesmo autor, “para cada valor possível da constante s, temos um dado tipo de fluido perfeito. Como, na maior parte dos fluidos conhecidos, s assume valores entre 0 e 1, existe uma grande quantidade de configurações materiais. Cada uma dessas configurações corresponde a uma dada geometria possuindo um correspondente big bang. Claro que somente um desses valores teria sido efetivamente realizado na natureza. 

Como não sabemos com precisão qual foi ele, todas as possibilidades devem ser entendidas como geometrias possíveis, isto é, possíveis universos, cada qual gerando seu correspondente big bang” (Ibid.). O ponto a destacar é que o “artigo de Guth apareceu em 1981 e foi rapidamente seguido por variações propostas por Andrei Linde (hoje na Universidade de Stanford) e, independentemente, por Andreas Albrecht (hoje na Universidade da Califórnia, em Davis) e Paul Steinhardt (hoje na Universidade de Princeton)” (O fim da Terra e do Céu, pp.332-33). Assim, desde quando o trabalho pioneiro de Guth veio a público, informa Gleiser, “dezenas de cenários alternativos foram propostos — alguns por este autor — pressupondo receitas diferentes para a sopa primordial de partículas, mas obtendo basicamente os mesmos resultados, após um número maior ou menor de aproximações, mais ou menos elegantes”. 

O que está se afirmando, é que o modelo inflacionário, ou seja, a “inflação em cosmologia é ainda uma ideia em busca de uma teoria”, pois “boa parte do debate atual entre cosmólogos é se um ou outro modelo é melhor ou mais ‘natural’” (Ibid., p.333). Após explicar toda a problemática, Gleiser informa que “qualquer que seja a física pré-inflacionária (supercordas ou outra), ela está codificada no ínflaton**** e suas interações; o modelo do Big Bang é o que vem depois da inflação. Em outras palavras, a inflação reinventou o Big Bang. Não foi à toa que Alan Guth deu o subtítulo ‘The quest for a new theory of cosmic origins’ [A busca por uma nova teoria da origem do cosmo] a seu livro de divulgação científica sobre a cosmologia inflacionária” (Ibid., p.345).

A aceitabilidade da proposta de Guth se deu por sua capacidade de responder a um dois principais problemas do modelo cosmológico do Big Bang. Trata-se do problema do horizonte que, explica Gleiser, é uma das “limitações mais óbvias do modelo do Big Bang”, pois refere-se a, “paradoxalmente, sua incapacidade de explicar uma de suas propriedades mais relevantes, a incrível homogeneidade da temperatura da radiação cósmica de fundo”. Essa é um dos mistérios a ser explicados, pois, como se sabe, “qualquer que seja a direção em que uma antena sensível à radiação de micro-ondas aponte na abóbada celeste, essa antena medirá a mesma temperatura com uma precisão de uma parte em 100 mil. 

Tal homogeneidade da distribuição de fótons torna-se ainda mais impressionante quando tentamos entender como ela é possível” (Ibid., p.333). Prescindindo estritamente de tal explicação pela absoluta falta de espaço, vale ainda dizer que o “que torna misteriosa a questão da homogeneidade da temperatura da radiação cósmica de fundo é que, como vimos, a última vez que os fótons puderam interagir com as partículas de matéria para ajustar as suas temperaturas foi durante o desacoplamento, quando o Universo tinha a tenra idade de 300 mil anos. O problema é que, nessa época, o horizonte causal — a região dentro da qual a temperatura poderia ter sido homogeneizada — correspondia a uma área que hoje ocupa menos de um grau no céu (em torno de duas leias cheias). Nesse caso, como é que os fótons em regiões distantes do Universo ‘sabem’ que devem ter a mesma temperatura?” (Ibid., p.335). 

Gleiser diz que “Guth propôs uma solução brilhante”. Sua proposta, segundo Gleiser, foi a seguinte: “Suponha que durante os primeiros instantes de sua existência, em torno da época em que a Grande Unificação***** supostamente ocorreu (10-36 segundo), o Universo sofreu um dramático aumento de sua taxa de expansão, de modo a inflar uma região minúscula — menor do que o horizonte causal da época — até um tamanho gigantesco, grande o suficiente para incluir todo o Universo observável hoje [...]. 

Após um curtíssimo intervalo de tempo, a taxa de expansão cósmica retorna ao normal e o Universo, agora ‘inflado’, volta a evoluir de acordo com o modelo do Big Bang. (Lembre-se que, no modelo do Big Bang, a gravidade diminui gradualmente a taxa de expansão do Universo.) Devido a esse curto, mas extremamente rápido, período de expansão (para aqueles leitores mais matemáticos, a expansão da geometria durante esse período foi exponencial), a solução de Guth ficou conhecida como ‘universo inflacionário’” (Ibid., pp.335-36). 

A não confirmação do achado do dia 17 de março traz à tona a possibilidade de se discutir outros modelos cosmológicos, entre eles, o que defende Mário Novello, um universo eterno, sem singularidade, ou seja, autogerado, sem início e sem fim. Isso apenas demonstra que o insaciável desejo humano pelo conhecimento das origens de tudo parece não descansar. Mesmo que uma teoria prove ser a descrição da realidade ou ainda que uma das centenas de narrativas sobre a criação pareça ser uma pista do surgimento de tudo, ainda assim não haverá a saciedade de tal busca. Fico a pensar como reagiriam religiosos que se apropriam das teorias para comprovar a Bíblia. 

Penso especificamente na proclamação, em 1951, do Big Bang, pelo papa Pio XII, como evidência do Gênesis. E imagino também a reação de pensadores cristãos como Charles Colson, por exemplo, que no combate ao evolucionismo afirma que a “teoria do big bang dá um sopro quase fatal na filosofia naturalista, pois o seu credo considera a realidade como uma sequência ininterrupta de causa e efeito que pode ser traçada indefinidamente” (E agora como viveremos?, p.85). Antes de tecer explicações acerca do princípio antrópico (registre-se apenas que existem duas versões dele: a forte e a fraca), Colson diz que os “naturalistas simplesmente não têm nenhuma forma de se opor ao desafio colocado pelo big bang sem enroscar-se em contorções lógicas impossíveis. Os fatos claramente indicam que o Universo não é eterno, e não pode originar-se a si mesmo. A implicação é que o Universo começou em um momento definido no tempo, em um lampejo de luz e energia. A ciência começou a soar misteriosa tal como o Gênesis 1: ‘E disse Deus: Haja luz’ (1.3)” (Ibid., p.86). 

O grande e grave problema para quem adota esse tipo de abordagem que, reconheço, tem até uma motivação boa, é que ele acaba refém da comprovação de tal perspectiva, assim como ateus que adotam a mesma visão com outras motivações. Esquecendo de que, como ensinou Lemaître, o “fato de o Big Bang ter acontecido ou não é uma questão científica, não teológica” (Um universo que veio do nada, p.22). Não obstante, no afã de comprovar sua tese, o próprio físico ateu, Lawrence Krauss, cai na armadilha de dizer que o Big Bang é um fato, pois “todas as evidências hoje confirmam de maneira contundente” (Ibid.). Ele, porém, tem o mérito de afirmar que, caso tenha ocorrido, o Big Bang “pode ser interpretado de diferentes maneiras, de acordo com predileções religiosas ou metafísicas” (Ibid.) 

Ele chega a dizer que é possível “ver o Big Bang como o próprio Criador ou, ao contrário, argumentar que a matemática da relatividade explica a evolução do Universo desde o seu início, sem a intervenção de qualquer divindade”.  E completa dizendo que uma “especulação metafísica como essa é independente da validação do Big Bang e irrelevante para a nossa compreensão” (Ibid., pp.22-23). Será? Tudo leva a suspeitar que não, pois como veremos no próximo texto, Stephen Hawking, Mário Novello e o próprio Lawrence Krauss, importam-se com a fundamental questão de como surgiu tudo.

*****

* A vantagem de se escrever lentamente é não ter de produzir um texto e logo depois outro, às pressas, para desfazer o que foi afirmado anteriormente. Iniciei as leituras e pesquisas para produzir esse texto ainda em março, mas justamente hoje, sim, hoje, 22 de junho de 2014, o dia em que já estava pronto para ser postado, soube que tal achado não se confirmou. Quem não é familiarizado com as questões relacionadas à ciência, certamente se deliciou com a extensa reportagem da revista Veja, edição 2366, ano 47, número 13, de 26 de março de 2014, intitulada Mais Big do que Bang (pp.112-118). Certamente muitos professores de física (e apologistas cristãos) que não leem literatura especializada, divulgaram a descoberta, mas desconhecendo a informação de hoje, não desfarão o que disseram anteriormente.  

** Muito embora, conforme citação de Planck, em meu texto Assuntos relevantes em discussões infrutíferas — Parte 4, a física de Einstein apenas modificava ligeiramente a de Newton e tinha como objetivo até mesmo clarear alguns aspectos do universo estático. Em outras palavras, a ideia não era contrariar a física newtoniana.
*** Acredito que no caso de Lemaître tenha ficado claro, entretanto, para que não haja dúvidas, é importante observar que “Einstein parece nunca ter levado a sério o big-bang”, ou seja, a despeito disso, “a teoria de Einstein implica que o tempo tem um começo, embora a ideia nunca lhe tivesse agradado” (O universo nunca casca de noz, pp.22-23).

**** “O campo que causa a expansão inflacionária do Universo” (O fim da Terra e do Céu, p.342). O mesmo autor explica que “Toda partícula na Natureza, seja ela uma partícula de matéria — como o elétron ou um quark —, ou uma partícula de força — como um fóton ou um glúon —, é associada a um campo” (Ibid., p.327).
***** A chamada Teoria de Grande Unificação (ou, abreviadamente, GUT), refere-se à unificação das forças nucleares forte e fraca, isto é, um dos passos na unificação total das quatro forças fundamentais na Natureza (a força gravitacional, a força eletromagnética, a força nuclear forte e a força nuclear fraca [registre-se que esta última ainda não foi “encontrada”]). 

* César Moisés Carvalho é pastor, pedagogo, chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD e professor universitário. É autor de “Marketing para Escola Dominical”, que ganhou o Prêmio Areté da Associação de Editores Cristãs (Asec) de Melhor Obra de Educação Cristã no Brasil em 2006, e do romance juvenil “O mundo de Rebeca”; e co-autor de “Davi: As vitórias e derrotas de um homem de Deus”, todos títulos da CPAD. 

Leia mais: 

O Big Bang, o Universo Eterno e o Criacionismo — Parte 2

O Big Bang, o Universo Eterno e o Criacionismo — Parte 3

O Big Bang, o Universo Eterno e o Criacionismo — Parte 4

O Big Bang, o Universo Eterno e o Criacionismo — Parte 5

*****

Fonte:http://cpadnews.com.br/blog/cesarmoises/fe-e-razao/28/o-big-bang-o-universo-eterno-e-o-criacionismo-%C2%97-parte-1.html

domingo, 14 de junho de 2015

Teorias sobre a Origem – Deixando de lado

14.06.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alan Lohse

Teorias sobre a Origem – Deixando de ladoQueria falar um pouco sobre as teorias de origem, tanto do Universo quanto da vida. Apesar de serem ensinadas como a verdade absoluta, não passam de teorias que nunca foram provadas.

A teoria de origem do Universo, mais conhecida como Big Bang, não poderia ser considerada de origem, pois não explica a origem de tudo em si. Esta teoria foi originalmente criada de acordo com dados astronômicos que revelam que as galáxias estão se afastando de um ponto inicial. O ponto inicial, que seria uma singularidade, ou seja, toda a massa do Universo concentrada num único ponto bem pequeno, se expandiu, mas ninguém sabe de onde essa massa saiu.

A teoria de fato não consegue explicar com clareza como as partículas existentes hoje se formaram. Mas deixando isso de lado, há também o problema da massa total que há no Universo não ser o suficiente para produzir a expansão da forma a confirmar os dados astronômicos atuais. Cerca de 60% da massa do universo é faltante.

Por isso, para a teoria continuar a existir, precisaram criar uma matéria imaginária que ninguém sabe onde foi parar, chamada matéria escura. Tal matéria nunca foi vista, mas insistem que está lá… tenhamos fé. Atribuem fenômenos estranhos como o fato das galáxias estarem se afastando à também sumida energia escura. Outra explicação tirada da cartola de algum cientista.

Mas vamos fingir que tudo isto funciona, e também vamos deixar isto de lado. Logo vem a pergunta. Se no início era uma singularidade, o que havia antes? O universo se contrairia e depois se expandia em um ciclo infinito? Na verdade, o fato das galáxias estarem se afastando cada vez mais rápido parece não confirmar isto.

E hoje sabem que os buracos negros não são tão estáveis e perdem energia emitindo raios-x até se desintegrarem, não veríamos um buraco negro engolir outro até voltarmos a singularidade inicial. Então, se havia uma singularidade até certo dia, por que ela expandiu de repente? Alguns cientistas dizem que na singularidade do Big Bang não faz sentido falar em antes, porque o tempo não existia.

Mas se o tempo não existia, então o estado inicial seria imutável e nunca haveria expansão nem mudança alguma. Porque a “força” que faz tudo mudar é o tempo. Se alguma coisa ou alguém fez com que mudasse, ele não poderia estar na própria singularidade.

Deixando também isto de lado, vamos então nos perguntar “Porque o universo tem esta quantidade de matéria, porque as leis da física são assim?” O nosso universo existe nesta forma e isto é um fato. Mas qual a possibilidade de existir um universo ordenado como o nosso e com esta massa e leis da física? A quantidade de possíveis universos desordenados é infinitamente maior do que a de universos ordenados.

Então a possibilidade de que um universo como o nosso existisse é de 1 para infinito, ou seja, ZERO. Não há possibilidade de um universo ordenado existir por acaso. Seria como se eu jogasse toras de madeira aleatoriamente de cima de uma plataforma e construísse embaixo uma casa com as toras que eu joguei.

Mesmo com toda a impossibilidade de um universo ordenado existirem ao acaso, vamos nos perguntar como surgiu a matéria, de onde ela veio? Existem duas explicações, segundo os físicos. Uma é que as flutuações de energia no espaço vazio criariam matéria. Mas flutuações de energia só podem ocorrer onde há campos, elétrico, magnético, gravitacional etc.

E só podem existir estes campos onde há matéria. Se inicialmente não havia matéria, o que produziu os campos? Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Mas mesmo assim vamos nos esforçar para acreditar nisso.  E se isto é verdade e o universo sempre existiu, segundo estas teorias, estaríamos sempre observando a produção de matéria.

Imagine que a matérias vem sendo produzida desde tempos infinitamente anteriores, hoje estaríamos com uma quantidade infinita de matéria, o que contraria a realidade de que temos uma quantidade limitada de matéria no universo. Há também a outra teoria que diz que o Big Bang foi produzido pela colisão de duas P-Branas. Duas P-Branas seriam as “membranas” que separam grupos de dimensões na teoria de cordas.É razoável dizer que deveriam ocorrer outras colisões como essa desde tempos infinitamente antigos e deveriam ter ocorrido infinitos Big Bangs, também produzindo uma quantidade de massa infinita. Não há como explicar a existência da matéria e nem porque o Universo existe na forma como é hoje com estas teorias.

Vamos pensar agora nas teorias de origem da vida. A teoria que todo mundo conhece e é amplamente aceita é a teoria da evolução das espécies de Darwin. Esta teoria quando foi lançada não explicava como ocorriam as mutações e nem como surgiu a primeira forma de vida. Mas deixando isto de lado, com o tempo outros cientistas foram aumentando a teoria até chegar ao que é hoje. Para explicar como surgiu a primeira célula, os cientistas fizeram um experimento, a experiência de Miller e Urey.

Eles colocaram alguns gases que eles imaginaram existir na Terra naquela época remota em que não havia vida ainda. Metano, CO2, hidrogênio, amônia e água, sem oxigênio, oxigênio faria tudo dar errado, esses são os gases que estariam na atmosfera. Em uma parte a água ficava em ebulição e em outra gerava faíscas elétricas.

O experimento deveria produzir, segundo a teoria, moléculas orgânicas. A experiência foi um fracasso, não foram produzidas as moléculas orgânicas, aí então eles introduziram moléculas orgânicas (colocando um substrato de argila que contém moléculas orgânicas) e deu certo, apareceram alguns aminoácidos. Mas depois de conseguir uns poucos aminoácidos concluíram que a primeira célula se formou assim.

Sabe-se que a proteína mais simples contém cerca de cem aminoácidos, e em algumas a ordem dos aminoácidos muda tudo, mas vamos deixar isso de lado também. A célula precisaria de um DNA que fizesse algum sentido, a capacidade de se autocopiar e uma membrana lipoproteica, fora outras organelas que desempenham papeis essenciais nas células e tudo isto bem próximo, porque se o DNA surgisse aqui e a membrana na China, acho que não daria certo.

De acordo com o livro “A Caixa Preta de Darwin”, para que houvesse uma possibilidade de 50% disso ocorrer precisaríamos de mais tempo do que a idade do universo (segundo a teoria do Big Bang aproximadamente 14 bilhões de anos).

Mas tudo bem, podemos deixar isso de lado também. Vamos ver a figura abaixo.

Esta imagem é como um ícone da teoria da evolução. Mas o que muita gente não sabe é que estes caras na foto não têm nenhum parentesco. Exames de DNA mitocondrial já provaram que os ditos bibi-bisavôs dos homens não eram seus parentes, ou seja, tem origem diferente. O homo sapiens deve ter sido adotado por algum macaco e ninguém contou a ele que ele era adotado.

Mas deixando também isto de lado, vamos ver se houve alguma evolução. A teoria diz que vão ocorrendo pequenas mutações e que com muito tempo novas espécies são produzidas. Mas existem vários mecanismos biológicos que não podem ser produzidos por pequenas mudanças ao acaso.

Os mamíferos são um grande exemplo. Não é possível o mecanismo mamário funcionar sem que tenhamos 3 coisas. A mama que produz leite, o filhote com boca que possa sugar e o reflexo instintivo para mamar. Não há possibilidade das três coisas evoluírem juntas ao acaso por pequenas mudanças aleatórias e depois formarem este mecanismo.

Este é apenas um dos casos em que mecanismos biológicos não podem ser explicados, existem milhares. Uma das coisas que a teoria diz é que quando há grandes mudanças no ambiente novas espécies são produzidas. Desde que o homem apareceu na Terra, nada produziu tantas mudanças quanto ele, mas nunca observamos nenhuma nova espécie.

Mas deixando isso de lado… bom, melhor deixar todas estas teorias de lado. A matéria do Universo não poderia ter se autocriado, a vida não poderia ter surgido ao acaso. A verdade é que o Universo foi criado. A ciência moderna erra ao descartar esta hipótese. Esta explicação, a criacionista, é a melhor explicação para a existência de um universo com ordem e onde existe vida.

Alguém criou isso tudo. Não estou apenas transferindo a pergunta para “se alguém criou, quem criou este Criador?” Afirmar que o universo foi criado, responde a questão, apenas perde-se o controle de determinados pontos da teoria. E da mesma forma que nada se poderia afirmar sobre o universo antes do Big Bang, não se pode afirmar muito sobre o Criador, mas podemos tirar algumas conclusões.

E este Criador não poderia ter feito tudo isto sem uma inteligência incrivelmente superior a tudo o que conhecemos. Sabemos também que onde há inteligência também há consciência e, porque não, sentimentos. E ainda, ninguém se daria a tanto trabalho sem um propósito ou por mera distração.

Da teoria do Big Bang só podemos tirar as conclusões de que no final nada do que fazemos importa, todo o conhecimento, culturas será perdido e toda a vida vai cessar de existir um dia. Porém, ao contrário do Big Bang, o Criador pode se dar a conhecer às suas criaturas, revelando o que Ele quiser a elas. Assim, uma parte do que sabemos vem do que vemos e outra nos é revelada. Mas qual das revelações é a verdadeira?

É verdade que várias religiões criaram seus deuses, mas na maior parte não eram criadores. Por exemplo, os deuses da mitologia grega não eram criadores. Na verdade, muito poucas mitologias possuíam um deus criador. Mas aqui não estamos falando de mitologia, mas de alguém que realmente existe e criou tudo.

Quais são os atributos do Criador? Ele deveria existir antes do próprio Universo, assim descartamos revelações que falem que Deus faz parte do Universo; Precisa ter muita inteligência e meios para criar tudo; Outro atributo importante, o de ser Um. Porque se fossem vários seria de se esperar que houvessem conflitos de escala celestial aqui na Terra.

E a revelação que procuramos é aquela onde um Deus Criador se revela, por isto vamos descartar aquelas que não têm um Deus com os atributos que listei acima. Existem hoje três religiões onde é apresentado um Deus Criador. O Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo. O Judaísmo e o Cristianismo têm a mesma escritura, com a diferença que o segundo possui o Novo Testamento.

Já o Islamismo teve sua origem com elementos do judaísmo e do cristianismo. Mas esta religião começa negando que os profetas e as escrituras do Judaísmo e Cristianismo fossem verdade. Porém esta afirmação não tem bases, a história contada na Bíblia foi escrita anteriormente, como poderia o “profeta” reconstruir toda a história sem nenhum documento antigo, sem nenhum recurso arqueológico tanto tempo depois?

Hoje a arqueologia confirmou várias das informações contidas na Bíblia, ela acerta locais e nomes. O corão não tem sido confirmado pela arqueologia, já foram contados erros em localizações e nomes.O Novo Testamento da Bíblia, ao contrário do que muitos dizem, é um documento histórico confiável, ela atende a todos os critérios utilizados por historiadores com documentos antigos. Existem mais de 26000 fragmentos datados dos séculos 1 e 2.

O corão só possui uma única cópia e bem tardia, ele só foi escrito mais de 100 anos após a morte de Maomé. A Bíblia possui diversas referências às suas passagens em documentos antigos e também alguns de seus relatos são confirmados por historiadores não cristãos.

O corão, 700 anos depois, conta outra estória totalmente diferente para Jesus que não é confirmada por nenhuma outra fonte. A doutrina básica do corão é que para ir para o paraíso há duas formas, uma incerta, fazendo boas obras e a outra certa que é matando os infiéis (todos os que não são do islã).

A doutrina básica do cristianismo é a de que Deus ama a sua criação, mas que os pecados afastam os homens d’Ele e recebendo o sacrifício do Seu Filho, o homem é perdoado e vai para o paraíso. Mas ainda fica a questão do propósito, o corão não diz qual foi o propósito do Criador.

De todas as religiões, as únicas que fornecem a resposta para qual seria o propósito do Criador são o cristianismo e o judaísmo. O cristianismo nada mais é do que uma continuação do judaísmo para aqueles que aceitaram que Jesus Cristo é o Messias esperado, os judeus ainda esperam o Messias.

Porém no judaísmo não fica tão claro quais seriam os propósitos, Jesus completou a explicação. E eu convido àqueles que quiserem encontrar este propósito a procura-lo.
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/teorias-sobre-a-origem-deixando-de-lado/

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Trinta provas científicas da existência de Deus

23.02.2015
Do blog BELVEREDE, 30.01.15
Por Gesile Oliveira*


Sou pastor evangélico e conclui três faculdades: Geografia , Direito e Teologia, duas delas em uma Universidade Federal (Direito e Geografia). Mergulhei no conhecimento das teorias e teses filosóficas, científicas e antropológicas ao longo desses quase 14 anos de estudo. Conheci os principais postulados e paradigmas científicos, e concluí que a ciência está engatinhando no que se refere as três grandes questões da humanidade: 

1) quem somos:
2) de onde viemos: e 
3) para onde vamos. 

Para comprovar isso, e cientificamente comprovar aos incrédulos e céticos que Deus existe, resolvi relacionar alguns argumentos fáticos/científicos desse Criador, mesmo que Ele não esteja ao alcance da nossa tangibilidade humana.

1. Tudo que existe em nosso mundo tem causa.

2. Partindo dessa premissa, inferimos que o universo tem uma causa.

3. Nada no nosso espaço pode ser causa de si mesmo.

4. O universo não pode ser causa de si mesmo (portanto, a teoria do Big Bang cai por terra aqui).

5. Algo fora do universo o criou.

6. Deus é a única coisa que está fora do universo. 

7. Deus causou o universo, e o próprio homem ainda não conseguiu sequer explicar a origem de si próprio (pois a ciência nunca encontrou o elo perdido entre os primeiros seres humanos e os primatas), comprovando que a teoria da Evolução de Charles Darwin é inconclusa e carregada de imprecisões não comprovadas pela própria ciência. O homem também não conseguiu até hoje explicar o que são os "buracos negros", nem o que é a “matéria escura” que compõe 23% e a “energia escura” que compõem 73% do que se pode ver com o alcance dos telescópios e que compõem o universo, nem qual a sua estrutura, massa exata e forma. 

8. Deus existe, pois o homem tentando compreender o incompreensível complexidade da criação, criou a teoria do "big bang", e não a conseguiu explicar satisfatoriamente. Os frágeis e parcos argumentos dizem que houve uma grande explosão de um átomo primordial infinitesimal que teria originado tudo aquilo que compõe o universo atual de forma involuntária. Mas em todo processo físico/científico há uma sequência de causa e efeitos de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado que é seu efeito. E nesta teoria não há sequer uma lei física que sustente quais seriam essas causas e efeitos. 

9. Sempre que existem coisas que se combinam de forma coerente apenas por causa de um propósito ou função (por exemplo, todas as complicadas partes de um relógio que lhe permitem marcar o tempo), sabemos que houve um projetista, alguém que projetou com a função predeterminada e planejada em mente; são coisas improváveis demais para terem surgido por processos físicos aleatórios ou por obra do acaso (pois um furacão soprando através de uma loja de peças não conseguiria montar um relógio, assim como a explosão do Big Bang não poderia aleatoriamente criar formas complexas).

10. Os órgãos complexos dos seres vivos não existem e funcionam de forma aleatória, como o olho, o cérebro e o coração, mas se mantêm coesos apenas por terem uma função organizada e predeterminada (o olho tem a córnea, lente, retina, e assim por diante, que se encontram no mesmo órgão apenas porque em conjunto possibilitam que o animal veja).

11. Esses órgãos precisam ter um projetista que os desenhou e os planejou com sua função em mente: assim como um relógio implica um relojoeiro, o órgãos complexos do ser humano implicam um perfeito criador.

12. Essas coisas não tiveram um projetista humano, limitado ao uso de somente 10% da capacidade de seu cérebro (como são os seres humanos). Há uma limitação mental imposta pelo seu criador, pois não podemos usar toda a capacidade dos outros 90% do nosso cérebro, e isso não foi feito de forma aleatória e involuntária como querem acreditar os céticos.

13. Portanto, essas coisas devem ter tido um projetista não humano, e que está cima do homem.

14. Deus é o projetista não humano da complexidade do Universo.

15. Deus existe. A Lua está a 384 mil Km da terra, e se estivesse na metade dessa distancia o efeito gravitacional faria com que as marés inundassem e cobrissem o Planeta Terra duas vezes por dia. A distância, clima, rotação da terra e temperatura não estão em equilíbrio por obra do acaso. A Distância da Terra, que é o 3º. Planeta em relação ao Sol, não está ali por acaso, pois estivesse mais próxima estaríamos torrados (mercúrio), e se estivéssemos mais longe (plutão) estaríamos congelados. Veja o diâmetro da Terra (12.742 km), se fosse do Tamanho de Júpiter, você morreria esmagado pelo empuxo da força gravitacional sobre o teu corpo. Dificilmente haveria vida na Terra. Deus criou e estabeleceu as normas e leis da natureza. Se a Terra tivesse a metade do seu atual tamanho, você teria 1/10 do seu atual peso, e daria um salto aqui, e cairia a 20 metros de distância, pois a força do empuxo gravitacional seria muito baixa em relação ao seu peso. Você acha que isso é obra do acaso ou do aleatório?

16. O Big Bang, de acordo com a melhor opinião científica de nossos dias, foi o início do universo físico, incluindo não apenas matéria e energia, mas o espaço, o tempo e as leis da física. Mas até hoje o homem não consegue nem mesmo contar com exatidão o tempo em que ele vive. Há muitos fatores que dificultam esse processo. O ano solar no nosso calendário gregoriano tem aproximadamente 365,25 dias, ou seja, 365 dias e 6 horas. Mas na verdade, pelo relógio atômico, o ano tem uma duração exata de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos. Por isso ao final de todo anos bissexto acrescenta-se um dia a mais em fevereiro, dia 29. Mas o excedente, ou seja os 48 minutos e 48 segundos se perdem, e provocam um desajuste na contagem do tempo ao longo dos milênios. Essa imprecisão aliada a outros fatores históricos como a data no nascimento de Cristo, (ele teria nascido no ano 4 a.C., conforme dados arqueológicos) fato que piora a contagem. Além disso no Concílio de Trento, em 1545, foi dada autorização para que a reforma no calendário fosse feita, e após anos de cálculos e discussões, o papa Gregório XIII ordenou que o dia 4 de outubro de 1582 fosse o último do calendário juliano. O dia seguinte seria uma sexta-feira, 15 de outubro, ou seja, 11 dias foram omitidos em apenas algumas horas. Esse erro nunca foi corrigido. Temos outros fatores que dificultam a contagem exata do tempo. Estima-se que a duração do dia solar médio aumenta atualmente cerca de 0,0005 segundo por século, tendo como causa principal a diminuição da rotação da Terra, causada pela transferência da rotação da Terra, via marés, ao movimento orbital da Lua. Consequentemente, a Lua afasta-se da Terra cerca de quatro centímetros por ano, interferindo na contagem do tempo. O efeito cumulativo de tudo isso provoca a imprecisão em saber que dia é hoje. O hoje no calendário é apenas uma data referencial e não precisa. Pois o homem sequer consegue contar o tempo. Pois na verdade estaríamos adiantados na contagem de anos em pelo menos 3 anos e 11 dias, ou seja, estaríamos na verdade no ano de 2018. Deus criou o tempo e o espaço, e o homem não consegue sequer mensurá-lo.

17. Pela teoria do Big Bang o universo veio a existir do nada. E o nada não pode ser causa ao tudo.

18. Algo fora do universo, inclusive de fora das leis físicas, e da ciência conhecida, deve ter trazido o universo para a existência.

19. Somente Deus poderia existir fora do universo e criá-lo.

20. Deus fez o universo existir e funcionar como o conhecemos.

21. Em boa parte das vezes as pessoas oram a Deus pedindo graças e curas, e contrariando enormes chances, os pedidos são atendidos (por exemplo, um pai que ora a Deus pela vida de um filho moribundo, e a criança se recupera em situações que pela medicina do homem já não teria mais recursos).

22. As chances de o evento benéfico acontecer são enormemente grandes, sempre que existe um elemento importante: A FÉ.

23. As chances de a prece ser seguida pela recuperação por puro acaso, coincidência ou mudança natural/reversível do quadro clínico, são extremamente pequenas, mas contrariando tudo, isso continua a acontecer com mais frequência do que imaginamos, quando há o elemento FÉ. 

24. A prece só pode ter sido atendida pela recuperação, se houver um ser que tem o controle da vida e do nosso destino, ele existe: Deus.

25. Todas as culturas em todas as épocas tem tido crenças na existência de um Deus. 

26. Quando povos, largamente separados por tempo, espaço e culturas, possuem crenças semelhantes em um Ser, a melhor explicação é que essas crenças sejam verdade, pois não se admite que tantos acreditem, e que tenham tido experiências pessoais, e tudo isso seja tido simplesmente por inverdade.

27. A melhor explicação para o porquê de cada cultura ter crenças teístas é que essas crenças são verdade.

28. Estamos em constante movimento. Nosso planeta realiza vários movimentos: a)Rotação: cerca de 1.666 Km/h, b)Translação: 108.000 Km/h, c) Precessão de equinócios: é um movimento para trás em relação ao avanço do ponto vernal do equador celeste, tomando-se como referência o ciclo anual do sol. É o movimento de deslocamento do eixo da Terra, e ocorre a cada 18 anos. Nutação: é uma pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra com um ciclo de 18,6 anos. d)Revolução: volta completa ao redor da via-láctea ( que tem cerca de 200 milhões de anos de diâmetro) a uma velocidade em relação à nossa galáxia de cerca de 300.000 Km/h. Tudo está em constante movimento à sua volta. Não estamos parados no universo como parece ser, mas estamos a uma velocidade altíssima sem que sequer percebamos, e isso não acontece por obra do acaso. Deus está no controle e foi o criador de todo essa complexidade que compõe o universo. Deus permitiu ao homem que fossem reveladas algumas parte das leis e forças que movimentam o universo visível. Tudo foi criado por Sua ação. É Deus quem está no controle do Universo!

29. Você é composto por 206 ossos, 630 músculos, 1200 nervos, 100 trilhões de células no teu corpo, e mesmo quando você está parado, seu cérebro está se movimentando. Há cerca de 100 bilhões de neurônios fazendo cerca de 120 trilhões de sinapses (estímulo elétrico nervosos feito por meio de mediadores físico-químicos chamados de neurotransmissores) e isso certamente não foi obra do acaso, do improvável ou do aleatório. O homem sequer conseguiu desvendar a sua composição, tamanha a complexidade da máquina humana feita por Deus. Há um criador maior. O homem é apenas criatura.

30. O homem ainda não conseguiu entender ou controlar a multiplicação de vários microrganismo, bactérias, fungos e vírus, que continuam dizimando parte da humanidade, por não compreender a complexidade provocadas pelas alterações que eles promovem no metabolismo celular. Em suma, a arrogância da criação muitas vezes quer enfrentar seu Criador. O homem pensa que sabe tudo, que pode contestar até a existência de seu Criador, quando na verdade ainda engatinha diante da compreensão da complexidade da criação de Deus. 

Depois de ler esses 30 argumentos, tenho certeza que você compreenderá porque, estudando a própria ciência, eu me convenci ainda mais de que Deus existe.

Fonte: Blog do Pr. Dr. Gesiel Oliveira

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*O autor é graduado em Direito e Geografia pela Universidade Federal do Amapá, teólogo, blogueiro, escritor e professor de faculdades de Ciências Jurídicas e Presidente da Associação dos Oficiais Justiça/AP-AOJAP. Autor das obras:"Sinopse histórico-geográfica do Amapá","Os que confiam no Senhor","Curiosidades bíblicas","Esboços de sermões e pregações","Ilustrações que edificam". Pastor vice-presidente da segunda maior Igreja Evangélica do Amapá, Assembléia de Deus Zona Norte de Macapá (www.adzonanorte.blogspot.com). Vice-presidente da COMADEZON (Convenção Estadual da ADZN). Casado, pai de três crianças.

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Fonte:http://belverede-blogs.blogspot.com.br/2015/01/trinta-provas-cientificas-da-existencia-de-Deus-Gesiel-Oliveira.html