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terça-feira, 26 de maio de 2015

Queima da Bíblia é uma afronta ao Estado Democrático

21.05.2015
Do portal GNOTÍCIAS, 14.05.15
Por Johnny Bernardo*

Queima  da Bíblia é uma afronta ao Estado DemocráticoVivemos um período turbulento, de intolerância religiosa e ideológica. Nesta guerra entre o sagrado e o ideológico, entre o meu e o teu, demonstrações irracionais de aversão ao outro se manifestam através de atos brutais, como assassinato de inimigos, sequestro e estupro de meninas na Nigéria, intolerância religiosa em alguns redutos fundamentalistas, destruição e contrabando de relíquias históricas e queima de exemplares de livros “sagrados”. Exemplos de extremismo ocorrem em todos os países e culturas, como a exemplo da campanha midiática do pastor estadunidense Terry Jones, que é conhecido por suas declarações ofensivas ao islamismo e que acabou sendo preso antes de queimar três mil exemplares do Alcorão, o livro “sagrado” do mundo islâmico. 

Apesar do espetacular avanço científico e tecnológico verificado nas últimas décadas – particularmente a partir da segunda metade do século XX – a humanidade ainda é vitíma da intolerância, da truculência de indivíduos que tomam o mundo pra si, que veem a sociedade a partir de uma ótica isolacionista, preconceituosa e destrutiva. Em suma, ainda não conseguimos nos livrar da bárbarie, do primitivismo cruel e desumano. Cabeças ainda rolam no Oriente Médio, religiões destrutivas continuam a transformar seus adeptos em tolos úteis, em amebas facilmente manipuláveis, crianças e mulheres continuam sendo alvos da truculência e do machismo arcaico e medieval. Dá-se pouco valor ao outro, ao indivíduo, ao direito de cada um professar sua crença, de se manifestar livremente e sem empecilho. Tem-se um Estado de sítio, uma oposição cruel.
Nesta guerra de ideias e de intolerância religiosa livros e relíquias são alvos preferenciais. Entende-se que para atingir o todo é preciso focar em um objeto, um símbolo com o qual o todo se identifica, se relaciona em seu cotidiano de devoção. Foi assim na Idade Moderna, com o Index Librorum Prohibitorum – Índice dos Livros Proibidos pela Igreja Católica – e, mais recéntemente, no período entreguerras, quando a Alemanha nazista de Adolf Hitler realizou diversas sessões de queima de livros, “sagrados” ou não, impossibilitando o acesso a recursos literários e dogmáticos que contrariavam sua ideologia e pretensão de domínio mundial. Pouco mudou de lá para cá. A intolerância e o desrespeito são realidades incontestáveis, presentes em nosso dia a dia, problemáticas cuja solução se perde nas longas discussões acadêmicas e partidárias.

Vivemos algo semelhante no Brasil do século XXI. Além de uma das piores composições do Congresso Nacional, temos uma acirrada disputa ideológica e religiosa que nos remete ao primitivismo bárbaro, que estabelece barreiras invisíveis, porém palpáveis, entre grupos distintos da sociedade. Exemplo da intolerância e do desrespeito para com o outro, para com a religião alheia, foi a recente queima de um exemplar da Bíblia na Universidade Federal do Acre (UFAC) pelo estudante e ateu Roberto Oliveira. Nada justifica a queima de exemplares de quaisquer que sejam os livros confessionais. Apesar de laico – característica indispensável ao funcionamento de um Estado -, o Brasil é um país multireligioso, que assegura o direito à livre expressão religiosa. A atitude de Oliveira é uma afronta ao Estado Democrático e um exemplo de intolerância.

"As opiniões ditas pelos colunistas são de inteira e única responsabilidade dos mesmos, as mesmas não representam a opinião do Gospel+ e demais colaboradores."

* é pesquisador, jornalista, colaborador de diversos meios de comunicação e licenciando em Ciências Sociais pela Universidade Metodista de São Paulo. Há mais de dez anos dedica-se ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e movimentos destrutivos. Contato: pesquisasreligiosas@gmail.com

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Fonte:http://colunas.gospelmais.com.br/queima-da-biblia-e-uma-afronta-ao-estado-democratico_10895.html

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Conselhos de Stott sobre cristianismo e política

14.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 10.04.15
Por Jonh Sttot

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Os cristãos devem ser cuidadosos em não “batizar” qualquer ideologia política, seja de direita, de esquerda ou de centro, como se fosse um monopólio de verdade e bondade. Na melhor das hipóteses, uma ideologia política e seu programa são apenas uma aproximação da vontade e do propósito de Deus. Aqueles partidos que se rotulam explicitamente como cristãos também precisam estar cientes disso. O fato é que são encontrados cristãos na maioria dos partidos políticos e eles são capazes de defender sua participação a partir de fundamentos cristãos sensatos.
Assim, me deixando levar por uma grande simplificação, ouso afirmar que ambas as principais ideologias políticas ocidentais atraem os cristãos, por diferentes razões. O capitalismo atrai porque incentiva o empreendimento e a iniciativa humana, mas também causa aversão, pois parece não se importar com o fato de o fraco sucumbir à competição selvagem que ele produz. Por outro lado, o socialismo atrai porque demonstra grande compaixão pelo pobre e pelo fraco, mas também repele porque parece não se importar com o fato de a iniciativa e o empreendimento individual serem sufocados pelo grande sistema político que ele produz. Cada um atrai porque enfatiza uma verdade a respeito dos seres humanos: a necessidade de conceder liberdade à execução de suas habilidades criativas ou a necessidade de protegê-los da injustiça. Cada um cria aversão porque deixa de considerar, com a mesma seriedade, a verdade complementar.
Ambos podem ser libertadores. Ambos também podem ser opressivos. Como afirma o economista e estadista J. K. Galbraith, “no capitalismo, o homem explora o homem. No comunismo, é apenas o contrário”. É compreensível que muitos cristãos sonhem com uma terceira opção, que supere as atuais e incorpore as melhores características de ambas.
Na democracia somos convidados a ouvir humildemente uns aos outros e constatar que não temos um monopólio da verdade, enquanto continuamos perseguindo os propósitos de Deus para a nossa sociedade.
Devido ao homem ser caído, certamente existe uma lacuna entre o ideal divino e a realidade humana, entre o que Deus revelou e o que é possível à humanidade.
John Stott

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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/john-stott/category/blog/

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Ateísmo: uma ideologia superficial

02.05.2014
Do portal GOSPEL PRIME
Por Leandro L Andrade 

O presente artigo tem por objetivo uma introdução prática à apologética cristã, apontando direções para uma boa defesa da fé.
Leandro L AndradeTodo ser humano que está aberto ao saber tem uma tendência natural a se encantar com um conhecimento novo que, a princípio, apresente certa lógica.
O ambiente universitário é um excelente exemplo onde encontramos jovens cujo interesse pelo “descobrimento” é latente e partindo disso serão traçadas as diretrizes por onde o jovem trilhará sua formação acadêmica e profissional, bem como princípios e valores que formarão o caráter do cidadão.
Neste contexto, nós cristãos, somos frequentemente deparados com fortes vertentes ideológicas tão enraizadas no meio acadêmico, onde até mesmo a livre construção do conhecimento pelo estudante é desprezada e a dialética é simplesmente ignorada ou manipulada tendenciosamente de acordo com os interesses do docente. Nos últimos séculos a questão “Deus existe?”, que na antiguidade era motivo de debate exclusivo das ciências humanas – mais precisamente da filosofia, tendo sua forte emersão com Platão buscando bases racionais para o emprego da fé – tornou-se interdisciplinar devido ao aprimoramento das ciências biológicas e físicas, paralelamente ao materialismo.
A conseqüência dessa ditadura ideológica acadêmica ocidental, é o rechaçamento da crença em Deus pela falsa afirmação de que “o teísmo cristão é irracional”. Coagidos pela aparente imponência intelectual ateísta que domina a bibliografia acadêmica com Nietzsche, Espinoza, David Hume, Schopenhauer, B. Russell e Jean-Paul Sartre (entre outros) do lado da filosofia, e os demais Stephen Hawkings, Francis Crick, Richard Dawkings, Leonard Susskind, além de utilizarem de deístas, panteístas, entre outros grupos céticos ao cristianismo, de acordo com a necessidade. Infelizmente o resultado é desastroso, pois ocorre a transformação do ambiente de produção científica e filosófica em um espaço maniqueísta de doutrinação ateísta.
Portanto, o cristão encontra-se num quadro em que, muitas vezes, sem nem precisar do excesso de conteúdo ateísta, o próprio espaço trata o cristão de forma inferior, pela ridicularização que acaba efetivando com primazia a eficácia da supremacia ideológica ateísta na academia universitária. Fato que acaba refletindo na sociedade com um todo. A conseqüência disso, na maioria dos casos, é o silencio devido à falta de argumentos racionais, e a exclusão pelo menosprezo. De fato, aquele que possui uma fé genuína em Cristo como Salvador jamais abandonará a sua fé na existência de Deus e a realidade que Ele passa a se tornar em sua vida! O próprio Espírito Santo é quem nos testifica que somos filhos de Deus conforme está em Romanos 8:16: “O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus.”; bem como em Romanos 4:21 e 14:5; Gálatas 3:26-27 e 4:6; Colossensses 2:2. Portanto, temos a certeza de que nossos pecados foram perdoados, da nossa reconciliação com o Pai por meio de Jesus Cristo, nos proporcionando alegria, e paz que excede todo entendimento (Filipenses 4:7); logo, temos certeza da existência de Deus! Todavia, por ser algo pessoal, e uma experiência individual, não serve como argumento que convença um cético racionalista e materialista.
Há certa passividade e omissão por parte de alguns cristãos que simplesmente se recusam ao debate racional contra os argumentos apresentados pelo homem pós-moderno que defende a não existência de Deus e/ou rejeitam o cristianismo como única fé verdadeira. A justificativa dessa omissão é baseada em versículos que, de fato, afirmam que o agir de Deus pelo poder do evangelho (Romanos 1:16) e a ação do Espírito Santo (João 16:7-11) são suficientes para o surgimento da fé. Realmente, sem que haja a iniciativa e a ação de Deus por meio do evangelho anunciado e do Espírito Santo não haverá fé salvífica em Cristo. Contudo a defesa racional da fé é algo nitidamente visto nas Escrituras; como exemplo, temos Paulo argumentando com os filósofos gregos (epicureus e estóicos) em Atos 17:16-33, além de conter forte instrução nas Epístolas, segue alguns exemplos (com grifos meus):
“Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.”
2 Coríntios 10:5

“Estes o fazem por amor, sabendo que aqui me encontro para a defesa do evangelho.”
Filipenses 1:16

“Sejam sábios no procedimento para com os de fora; aproveitem ao máximo todas as oportunidades.
O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um.”
Colossenses 4:5-6

“e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela.”
Tito 1:9

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,”
1 Pedro 3:15

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.”
Judas 1:3

Sendo assim, o dom da fé é dado por Deus; mas a nossa comissão e chamado à defesa racional da fé não deve ser ignorada.
É propício alertar que grande parte da difusão do ateísmo é proveniente da propagação de uma ideologia barata firmada no senso comum, sem fundamento científico-filosófico aprofundado; portanto minha abordagem diz respeito das construções ideológicas e racionais sérias, apesar de muitas vezes militantes, que realmente merecem atenção. Esse é o motivo pelo qual prefiro ignorar a moda neo-ateísta de adolescentes na ânsia pela subversão.
Pois bem, apesar de muitos cientistas e filósofos que defendem a não existência de Deus possuírem muitas construções lógicas corretas em seus argumentos, grande parte deles falha em algum aspecto tanto nas objeções que tentam derrubar os argumentos a favor da existência de Deus, ou quanto nas afirmações de “evidências da não existência de Deus”(frase que se levarmos em consideração a semântica é por definição lógica e filosófica auto-refutável). Vale ressaltar que de modo geral os equívocos ocorrem na base dos silogismos filosóficos, e partindo dessas falácias a priori constrói-se uma mentira com os demais argumentos “verdadeiros”, o que ajuda a maquiar o que na realidade não passa de um argumento falho em sutilezas decisivas.
Diante desse “monopólio científico”, pouquíssimo (ou nada) nos é apresentado de todo conteúdo histórico da defesa da fé cristã e dos grandes, respeitáveis filósofos e cientistas contemporâneos que fazem uma brilhante explicação racional das evidências plausíveis a favor da existência de Deus, como também desconstroem os argumentos ateístas.
Segue a lista de apologetas históricos e contemporâneos e suas respectivas áreas de atuação.

HISTÓRICOS

Platão e Aristóteles (séc. IV a.C): Ambos dispensam apresentação. As principais contribuições filosóficas que apontam a existência de Deus têm gênese com o argumento teleológico desenvolvido pioneiramente pelos pensadores gregos. O argumento[1] consiste na explicação racional para a origem da complexidade natural existente. Outro argumento iniciado por Platão é o argumento da Moral, consistia em afirmar que a bondade só existe quando há contato com o Bem (objetivo e existente independentemente de matéria), com o surgimento do cristianismo o Bem passou a ser identificado como Deus. Há também o combate de Platão ao Dilema de Eutífron[2]que, em suma, afirma ser desnecessária ou incompatível a existência de uma bondade moral e Deus.
Agostinho de Hipona (354-430): Grande teólogo da patrística, o maior da História do Cristianismo dos Primeiros Séculos. Teve participação fundamental[3] para a consolidação da autoridade e legitimidade dos textos bíblicos e seus estudos contribuíram para fundamentar a razão da veracidade histórica dos fatos relatados.
Anselmo de Cantuária (1033-1109): Outro importante filósofo e teólogo católico. Anselmo deu origem ao, ainda rústico, Argumento Ontológico[4]. O argumento consiste em unir de forma consolidada a existência de Deus como algo necessário, a priori, em uma única defesa plena e satisfatória, e também em apontar todas as características de Deus em um só argumento, sem muito aprofundamento em suas conseqüências e ignorando totalmente a razão empírica. Seu argumento foi aprimorado e reformulado por vários outros pensadores, entre eles: Scotus, Descartes, Espinosa,Leibniz e atualmente por Malcolm e brilhantemente por Alvin Plantinga.
Al-Ghazali (1058-1111): Destacou-se entre os islâmicos que tentavam aprimorar o argumento cosmológico cristão da impossibilidade do regresso infinito no tempo. Como conseqüência, deu-se origem ao Argumento Cosmológico Kalam[5]. Consiste basicamente em: “todo ente que tem um começo tem uma causa; ora, o mundo é um ente que teve começo; logo, ele possui uma causa para ter começado a existir”[6]. Atualmente o argumento foi consolidado e é fortemente utilizado por William Lane Craig.
Tomas de Aquino (1225-1274): Teólogo e filósofo, sem sombra de dúvidas foi o mais distinto padre católico na História da Igreja Católica Apostólica Romana no combate às heresias, falsas doutrinas e vãs filosofias. A apologética cristã é presente em suas obras[7] utilizando-se de argumentos racionais em favor da legitimidade e autoridade bíblica, bem como elaboração de filosofias a favor da existência de Deus, que revolucionaram o pensamento crítico da época. Apresentando 3 primeiras vias do argumento cosmológico[8] e, posteriormente, o argumento teleológico.
Gregor Mendel e Louis Pasteur (séc. XIX): Famosos cientistas católicos e fortíssimos contribuintes para o aprimoramento da ciência (botânica e genética; e química e medicina, respectivamente). Foram contemporâneos de Darwin e seus estudos auxiliaram a estabelecer os limites das afirmações que a teoria da evolução ousou a afirmar posteriormente. A impossibilidade da geração de vida espontânea (abiogênese), a inviabilidade da evolução química, surgimento ao acaso de informação genética, bem como desenvolvimento ao acaso de novos sistemas e órgãos complexos e funcionais.
Blaise Pascal (1623-1662): Apesar de apresentar vários pequenos argumentos[9] em favor do cristianismo, a defesa de fé de Pascal (fundador da teoria da probabilidade) acaba por se tornar medíocre quando formula o “argumento da aposta”, que consiste em pensar de forma lógica na possibilidade da existência ou não existência de Deus, e quais seriam as conseqüências de crer ou não crer. A conseqüência disso é uma apologética interesseira e fraca, apesar de lógica.
John Locke (1632-1704): Filósofo empirista e fervoroso racionalista teológico, defendia que a fé religiosa necessita de um alicerce racional. Usou do Argumento Cosmológico e posteriormente, em plena Idade da Razão, dedicou-se em obras[10] com objetivo de trazer boas razões para crer e confiar veementemente no cristianismo e nos milagres relatados.
William Paley (1743-1805): Filósofo, grande contribuinte para a construção do argumento teleológico pela “analogia do relojoeiro”[11], que futuramente veio a se aprofundar cientificamente dando origem ao Intelligent Design. Em 1794 escreveu em 2 volumes A view of the evidences of Christianity sendo considerada a maior obra apologética até o século XVIII, onde trabalha em favor da autenticidade dos evangelhos e a confiabilidade dos milagres descritos e da ressurreição.
Søren Kierkegaard (1813-1855): Grande filósofo existencialista dinamarquês não propõe base racional para aplicação da fé, a qual ele considera como um salto necessário para uma vida coerente com sua existência[12]. Portanto, Kierkegaard afirma que a vida do homem só faz sentido se o salto de fé for realizada, sendo assim ele não aponta causas para uma determinada fé, mas a razão da necessidade da fé ao ser humano, caso contrário o ser humano permanecerá no desespero e na existência não autêntica.
Fiódor Dostoievski (1821-1881): Escritor romancista russo que consolidou o pensamento existencialista, viveu uma profunda disputa interior em seu processo de conversão. Podemos ver explicitamente suas indagações com relação ao Problema do Mal em seus romances[13], onde ele procura defender o teísmo justificando os propósitos do sofrimento e apontando para as terríveis conseqüências do relativismo moral que o ateísmo sucumbe.
G. K. Chesterton (1874-1936): Católico detentor de um currículo amplo, com atuações como escritor, poeta, jornalista, historiador, teólogo, filósofo, entre outros. Teve poucas (e interessantes) obras apologéticas publicadas[14], porém devido sua eminência nas outras áreas teve participação importante defesa da fé cristã na primeira metade do séc. XX.
C S Lewis (1898-1963): Famoso pela brilhante obra As Crônicas de Nárnia, Lewis é um exemplo de conversão racional e progressiva. Amigo de Tolkien, cuja influência mutua é notória, é autor de uma literatura excêntrica[15] (para sua época) no campo da apologética, onde aborda suas razões de fé e sua particular cosmovisão cristã. Foi destacado e reconhecido pela mídia como a conversão de maior impacto dos últimos tempos.
Francis Schaeffer (1912-1984): Filósofo e teólogo presbiteriano, arquitetou uma apologética contemporânea[16] com base na cultura do existencialismo ateu do séc. XX, cuja estrutura é o predicamento humano e o absurdo lógico da vida sem Deus, levando o homem à degeneração, desespero, falta de sentido ou uma vida contraditória.

CONTEMPORÂNEOS

Alister McGrath: PhD em Biofísica Molecular e doutor em Teologia e doutor em Letras (História Intelectual) pela Universidade de Oxford. É professor de Teologia Histórica, e autor de muitos livros[17] apologéticos à fé cristã. Sua obra mais famosa é “O delírio de Dawkins” em resposta as falácias de Dawkins em “Deus, um delírio”, que promoveu um debate/entrevista[18] entre os dois oponentes no campo das idéias.
Alvin Plantinga: Ph.D. em Filosofia pela Universidade de Yale, ocupa a cadeira de Filosofia na Universidade de Notre Dame. É seguramente, junto com Richard Swinburne, o maior Filósofo da Religião da atualidade. Molinista, soluciona de forma brilhante “O Problema do Mal”*** entre outros argumentos ateístas. Endossou o argumento “Ontológico”[19] a favor da existência de Deus.
Francis Collins: Pai do Projeto Genoma Humano, sendo responsável por grande parte do mapeamento genético do DNA. Ex-ateu e geneticista (evolucionista), reconhecido mundialmente, possui obras que conciliam a ciência com a fé cristã sem que a razão seja abandonada. Sua principal obra é A Linguagem de Deus – Um cientista apresenta evidências de que Ele existe[20].
John Lennox*: Matemático e filósofo da ciência pela Universidade de Oxford, é autor de diversos livros e atuante na apologética direta aos ateus, muito famoso por suas excelentes palestras e debates com Richard Dawkins, Lawrence Krauss e Christopher Hitchens.
N. T. Wright: Bispo anglicano da Church of England, especialista no estudo do Novo Testamento, precisamente na ressurreição de Jesus. Pesquisador literário, histórico e filosófico do contexto neotestamentário é autor de diversos livros respeitadíssimos[21] inclusive no meio secular. Para muitos é o teólogo e professor do Novo Testamento mais bem respeitado da atualidade.
Norman Geisler*: PhD em filosofia pela Loyola University – Chicago. É um respeitadíssimo teólogo cristão com uma extensa quantidade de livros e publicações conceituadas[22] de uma teologia sólida e consistente, bem como uma defesa filosófica da fé cristã extremamente concisa com as Escrituras.
Ravi Zacharias: Indiano, cristão, autor de diversos livros[23] unindo espiritualidade e a lógica da cosmovisão cristã. Utiliza a defesa de fé de forma prática, principalmente por meio de palestras evangelisticas atraindo milhares para a Verdade por meio da apologética.
Stephen C. Meyer*: Já atuou como geofísico; atualmente é um dos principais defensores do Intelligent Design, adquirindo seu PhD. em Filosofia da Ciência, dando seqüência e sofisticando os argumentos iniciados desde Panley e principalmente derrubando algumas conclusões precipitadas darwinistas.
William Lane Craig*: Certamente o maior erudito e mais conhecido apologeta cristão da atualidade. Doutor em Filosofia pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e em Teologia pela Universidade de Munique, na Alemanha. Aprimorou o argumento Cosmológico Kalam[24] em seu doutorado. Famoso por seus triunfos em debates com Flew, Atkins, Dacey, Sinnott-Armstrong, Price, Dawkins, Parsons, Hitchens, Cooke, Shook, Antony, D Ayala, Dayton, Edwards, Rosenberg, Carroll[25].
Wolfhart Pannenberg: Teólogo alemão dedicou-se à investigação histórica da veracidade da fé cristã com elementos filosóficos e das ciências naturais. O resultado foi uma conversão intelectual. Suas obras[26] são dedicadas de forma relevante na comprovação a realidade histórica da vida de Cristo e da lógica na confiabilidade literária dos evangelhos, e se aprofunda na ressurreição de Cristo.
Outros que merecem destaque: Antony Flew, Dave Hunt, Dinesh D’Souza, Henry Schaefer, James Irwin, J. P. Moreland, J. R. R. Tolkien, Karl Barth, Ken Ham, Marcos Eberlin*, Michael Behe, Russell Shedd, Tassos Lycurgo*, William Daniel Phillips, Walter Bradley e etc.
* Já tiveram passagem pelo Brasil, suas palestras e participações em eventos podem facilmente serem encontradas no Youtube.
Nota: É importante frisar que devido às diferentes épocas e áreas de atuação não há um consenso por parte dos apologetas, porém a contribuição mutua é de suma importância para uma defesa de fé sólida.
Além da refutação aos argumentos ateístas, há também a construção de argumentos que favoreçam a existência de um único Deus, pessoal, extremamente poderoso, atemporal, não espacial, fundamental para a existência de valores morais objetivos; e sobretudo da veracidade da fé cristã, pelas evidências históricas, filosóficas, arqueológicas, literárias e que comprovem a confiabilidade das Escrituras, e consequentemente os milagres e ressurreição de Jesus Cristo.
Em breve serão redigidos, de forma resumida, os principais argumentos contemporâneos que evidenciam a existência de Deus e que defendem de forma racional o cristianismo como a verdade absoluta mais plausível.
______________________________
[1] ARISTÓTELES. Metafísica. e
PLATÃO. Leis.

[2] ______. Eutífron – Diálogos de Platão.
[3] AGOSTINHO. Patrística – Santo Agostinho Vol. 19 – A verdadeira religião. / O cuidado devido aos mortos.
______. De Trinitate. – Livros IX – XIII

[4] ANSELMO. Proslógio.
______. Cur Deus homo.

[5] [Cit.] BEAURECUEIL, S. Gazzali et S. Thomas d’Aquin: [...]
[6] [Cit.] CRAIG, W. L. Apologética Contemporânea: A veracidade da fé cristã.
[7] TOMÁS DE AQUINO. Suma contra os gentios (vários volumes).
[8] ______. Suma teologia.
[9] PASCAL, B. Pensamentos.
[10] LOCKE, J. A Razoabilidade do Cristianismo.
______. Discurso sobre os milagres.

[11] PALEY, W. Teologia Natural.
[12] KIERKEGAARD, S. Fear and trembling.
[13] DOSTOIÉVSKI, F. Crime e Castigo.
______. Os irmãos Karamazov .

[14] CHESTERTON, G. K. Hereges.
______. Ortodoxia.
______. O homem eterno.

[15] LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples.
______. Milagres .
______. O problema do sofrimento.
______. Entre tantos outros.

[16] SCHAEFFER, F. Morte da Razão.
______. The God Who Is There.

[17] MCGRATH, A. Apologética pura e simples.
______. Apologética Cristã no Século XXI – Ciência e arte com integridade.

[18] http://www.youtube.com/watch?v=RJWc3ea3wL0
[19] PLANTINGA, A. Deus, Liberdade e o Mal.
______. The nature of necessity. pág. 221

[20] PDF: http://minhateca.com.br/odilon13/PASTAS+IPAD/CRIACIONISMO*2cEVOLUCIONISMO+E+ATE*c3*8dSMO/Francis+Collins+-+A+Linguagem+de+Deus,175907.pdf
[21] WRIGHT, N. T. A ressurreição do Filho de Deus.
[22] GEISLER, N. Enciclopédia de Apologética.
[23] ZACHARIAS, R. A morte da razão.
[24] CRAIG, W. L. Apologética Contemporânea: A veracidade da fé cristã. pág. 107.
[25] Você pode conferir a lista com os vídeos, áudios e transcrições nos seguintes links:
Em português: http://www.youtube.com/results?search_query=william%20craig%20debate%20legendado&sm=12

Em Inglês:
http://commonsenseatheism.com/?p=392
http://www.reasonablefaith.org/media/debates
[26] Português:
PANNENBERG, W. Fé e Realidade.
______. A pergunta sobre Deus.
Inglês (artigos):
______. Revelation as history.
______. Revelation of God in Jesus of Nazareth – Theology as history.
______. Jesus – God and man.

*****
Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/ateismo-ideologia-superficial/