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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Escândalos no meio da Igreja: o que podemos fazer para evitá-los?

19.09.2023

Escrito por pastor Irineu Messias

Escândalos no meio do povo de Deus têm preocupado a todos nós, mas não podemos esquecer que o Senhor Jesus Cristo nos alertou sobre isso há dois mil anos atrás. Em Mateus 18:7, Ele disse: "Ai do mundo por causa dos escândalos! Porque é necessário que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem". 

Infelizmente, temos visto pastores e crentes envolvidos em homicídios, adultérios e disseminação de ódio nas redes sociais. Isso não é apenas um erro, é um comportamento que escandaliza o nome santo de Jesus e afasta as pessoas da verdadeira essência do evangelho. 

No entanto, não podemos generalizar. Há homens e mulheres de Deus comprometidos com a verdadeira essência do evangelho, com comportamento exemplar e palavra de Deus. Não podemos deixar que os escândalos afastem-nos da igreja evangélica e da palavra de Deus. 

Jesus alertou sobre os falsos profetas e aqueles que usariam o Seu nome para outras coisas. Precisamos ter discernimento para identificar quem é sincero na sua fé e quem é hipócrita ou religioso como os fariseus. 

Devemos orar para que nós não sejamos agentes principais do escândalo diante da sociedade e diante de Deus, mas que possamos ser crentes exemplares, onde as pessoas olhem para nós e tenham vontade de se voltar para Deus pelo bom exemplo. 

Não podemos esquecer que escandalizar o nome de Jesus é ser desobediente a Deus. Que Deus nos guarde e ajude a não fazermos tal coisa. Devemos olhar para Jesus, o autor e consumador da fé, e não para aqueles que estão escandalizando o nome do nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. 

Por isso, peço a todos que continuem se inscrevendo e compartilhando as mensagens aqui do canal do Pastor Irineu Messias através do WhatsApp, Facebook, Instagram e outras redes sociais, para que mais pessoas possam ter acesso ao conteúdo da bendita palavra de Deus tão necessária para tantas vidas que precisam ter um encontro real com nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. 

Não esqueça de ativar o sininho para receber as notificações e nos ajudar a fazer crescer cada vez mais no canal do Pastor Irineu Messias porque o que nós fazemos aqui é ministrar a palavra de Deus para a edificação e evangelização das pessoas. Que Deus abençoe a todos!

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

POR QUE DEVEMOS OBEDECER AOS PASTORES? HÁ HIERARQUIA NA IGREJA?

10.02.2021

Do portal CPAD NEWS, 30.03.2015

Por Ciro Sanches Zibordi


Conquanto a Palavra de Deus ordene: “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas” (Hb 13.17), aumenta a cada dia o número de cristãos rebeldes, que não se sujeitam aos líderes eclesiásticos chamados verdadeiramente por Deus e pensam que estão certos. Não respeitam pastores, verberam contra a liderança e afirmam que só devem obediência a Deus. “Igreja não é quartel general”, afirmam. E, generalizando, chamam qualquer liderança firme e segura de coronelista. Na Bíblia, a Palavra de Deus, vemos que o próprio Deus prioriza e hierarquiza. Ele — que podia ter formado todas as coisas com uma única palavra — fez questão de formar tudo a seu tempo, dia após dia (Gn 1). O Senhor também pôs em ordem as tribos de Israel (Nm 2). Nosso Deus é um Deus de ordem (1 Co 14.40).

De acordo com 1 Coríntios 12.28, vemos que Deus hierarquiza dons e ministérios. A hierarquia, nesse caso, existe, não para que o portador de certo dom e ministério se considere superior aos outros, e sim para que haja ordem. Deus pôs na igreja “primeiramente apóstolos” (1 Co 12.28; Ef 4.11). Os apóstolos são homens de Deus, enviados por Ele, com grande autoridade, e não autoritarismo, que formam a liderança maior da igreja — independentemente dos títulos empregados pelas denominações (pastores presidentes, bispos, reverendos, pastores, presbíteros, etc.). Mas não se deve confundir títulos com ministérios e dons. Estes vêm do Espírito Santo, enquanto os títulos são conferidos pelos homens. Na Assembleia de Deus fiel ao seu perfil teológico-eclesiástico-consuetudinário original, por exemplo, não existe o título de apóstolo. Mas isso não significa que não exista o ministério apostólico. Este, segundo a Bíblia, perdurará “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13).

O texto de 1 Coríntios 12.28 afirma, também, que Deus pôs na igreja “em segundo lugar, profetas”, mencionados em Efésios 4.11 na mesma posição, depois dos apóstolos. Os profetas que receberam, de fato, o ministério profético, não devem ser confundidos com os crentes que falam em profecia nos cultos, também chamados de profetas em 1 Coríntios 14.29. O ministério profético neotestamentário é formado por pregadores (pregadores, mesmo!) da Palavra de Deus, portadores de mensagens proféticas. Em seguida, a Palavra do Senhor, ainda em 1 Coríntios 12.28, assevera: “em terceiro, doutores”. Veja como essa hierarquização ocorria na igreja de Antioquia da Síria: “havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo” (At 13.1). Nesse caso, os doutores, que atuam juntamente com os profetas, são ensinadores da Palavra de Deus. Há casos, como o de Paulo, em que três ou dois dos ministérios mencionados (apóstolo, profeta e doutor) estão presentes (1 Tm 2.7). Os ministérios de pastor e evangelista certamente fazem parte dos três escalões mencionados em 1 Coríntios 12.28, posto que são títulos relacionados com a liderança maior da igreja.

Em 1 Coríntios 12.28, também está escrito: “depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. Milagres só vêm depois de apóstolos, profetas e doutores? Isso mesmo. Na hierarquização feita por Deus, o ministério da Palavra é mais prioritário que os milagres, haja vista serem estes o efeito da pregação do Evangelho (Mc 16.17). Observe que João Batista foi considerado por Jesus o maior profeta dentre os nascidos de mulher, mesmo sem ter realizado sinal algum (Jo 10.41). Se não houver hierarquia nas igrejas, para que servirão os cargos e funções? Qualquer pessoa, dizendo-se usada por Deus, poderá mandar no pastor. Aliás, isso estava acontecendo na igreja de Tiatira, e o próprio Senhor Jesus repreendeu aquele obreiro frouxo que não estava exercendo a liderança que recebera do Senhor (Ap 2.20).

Deus é Deus de ordem! Os princípios divinos da priorização e da hierarquização aparecem em várias outras passagens neotestamentárias. Em 1 Coríntios 14.26, vemos que, no culto coletivo a Deus, deve haver ordem. Quanto à ressurreição, está escrito: “cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15.23). E, na Vinda de Jesus, tal princípio também será aplicado: “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens” (1 Ts 4.17). Em 1 Tessalonicenses 5.23, vemos que Deus prioriza o espírito, na santificação: “e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Essa ordem mostra que a obra santificadora do Espírito Santo ocorre de dentro para fora, e não de fora para dentro.

Finalmente, o apóstolo Paulo parabenizou os crentes da cidade de Colossos porque naquela igreja havia ordem (Cl 2.5). E ordem também significa respeitar a hierarquia! Afinal, os ministérios e dons não são invenção humana. Eles foram dados por Deus para edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.11-15).

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Ciro Sanches Zibordi é pastor, escritor, membro da Casa de Letras Emílio Conde e da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Autor do best-seller “Erros que os pregadores devem evitar” e das obras “Mais erros que os pregadores devem evitar”, “Erros que os adoradores devem evitar”, “Evangelhos que Paulo jamais pregaria”, “Adolescentes S/A” e “Perguntas intrigantes que os jovens costumam fazer”, todos títulos da CPAD. É ainda co-autor da obra “Teologia Sistemática Pentecostal”, também da CPAD.

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Fonte:Ciro Sanches Zibordi - CPADNews

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Os filhos de um presbítero devem ser crentes?

29.09.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 22.09.16
Por Justin Taylor *

os-filhos-de-um-presbitero

E que governe bem a própria casa,
criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito
(pois, se alguém não sabe governar a própria casa,
como cuidará da igreja de Deus?)”
– 1Timóteo 3.4-5


“Alguém que seja irrepreensível,
marido de uma só mulher,
que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução,
nem são insubordinados.”
– Tito 1.6

Pode um homem que tem filhos descrentes ser apontado ou continuar como um presbítero? 1Timóteo 3.4-5 e Tito 1.6 evocam essa pergunta.
Há duas interpretações primárias. Douglas Wilson resume a primeira visão de forma bastante sucinta: “Se os filhos de um homem se afastarem da fé (quer doutrinariamente ou moralmente), ele está, nesse ponto, desqualificado do ministério formal da igreja”#1. Alexander Strauch sugere a segunda opção de interpretação: “O contraste que é feito não é entre filhos descrentes e crentes, mas entre filhos respeitosos e obedientes com filhos sem controle e desobedientes à lei”. O que deve ser destacado, Strauch sugere é “ o comportamento dos filhos, não seu estado eterno”#2.
Uma liderança fiel na igreja e em casa
A lógica básica de Paulo, especialmente em 1Timóteo 3, é bastante clara. A pergunta retórica na segunda metade do versículo 5 (“pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?) logicamente fundamenta sua insistência em uma casa ordenada no verso 4 (“que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito”). Por que “a casa de um crente deve ser como uma pequena igreja”#3, o resultado é que “aquele que não obtém dos seus filhos qualquer reverência ou sujeição… dificilmente estará apto para conter as pessoas pelo controle da disciplina”#4.  Isso significa que a forma como um presbítero ou presbítero em potencial administra e ordena sua casa são da máxima importância em determinar sua qualificação para o ofício. John Stott cuidadosamente resume o assunto: “O pastor casado é chamado para liderar em duas famílias, a sua e a de Deus, e a primeira deve ser o treinamento para a segunda”#5 (cf. Mateus 25.14-30 – aquele que é fiel no pouco será fiel no muito#6). A análise acima é um pouco controversa entre os exegetas. Desentendimentos surgem, entretanto, quando sondamos mais profundamente a natureza dessa casa bem ordenada.
Os filhos de um presbítero devem ser crentes?
A questão mais controversa em volta desses versos é se Paulo está dizendo que os filhos de um presbítero têm que ser crentes, ou se eles somente devem ser fiéis, submissos e obedientes.
O termo pistas pode significar “crente” ou “fiel” nas Epístolas Pastorais (nas duas vezes com um substantivo, cf. 1Timóteo 6.2; 2Timóteo 2.2). Portanto, somente estudos linguísticos não podem resolver a questão.
Entretanto, quero sugerir que a resolução para essa questão pode ser encontrada em comparação com o paralelo ente Tito 1.6 e 1Timóteo 3.4. Podemos estar razoavelmente certos que tekna echonta en hupotagç (“criando filhos sob controle/submissão/obediência”; 1Timóteo 3.4) é praticamente sinônimo de tekna echôn pista (“criar filhos fiéis/crentes”; Tito 1.6)#7. Em outras palavras, ter filhos pista significa ter filhosem hupotagç. Isso significaria que a parte final de Tito 1.6 (“que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados”) é a descrição do que pista significa.
Com isso em mente, aqui vão cinco razões a mais que me inclinam a acreditar que Paulo esteja se referindo à submissão e obediência do filho de um presbítero, e não à sua salvação.
Primeiro, a questão fundamental em 1Timóteo 3.5 conecta explicitamente as qualificações do presbítero com as suas habilidades administrativas no verso 4. De forma geral, um comportamento obediente não requer intervenção miraculosa; até mesmo um bom técnico de laboratório pode fazer um rato seguir um determinado caminho se planejamento suficiente e premeditação forem investidos. Enquanto uma casa piedosa geralmente contribui para que haja crença, ela não a produz. Se insistirmos que a salvação de uma criança está fundamentalmente conectada com habilidade administrativa do seu pai, temos inadvertidamente corroborado para um papel não-bíblico para a ação humana. Isso é claramente o caso de uma aplicação feita por Stott: “Uma extensão do mesmo princípio pode ser que seja menos esperado que presbíteros-bispos ganhem estranhos para Cristo, se tiverem falhado em ganhar aqueles que estão mais expostos à sua influência, seus próprios filhos”#8. O isso poderia significar? Se você é um bom administrador em casa, então podemos esperar que descrentes venham a Cristo através do seu ministério?
Segundo, até mesmo os melhores administradores pastorais possuem descrentes dentro de suas igrejas ou debaixo da sua esfera de influência (cf. Gálatas 1.6). A consequência lógica disso significaria que alguém pode administrar bem uma grande casa (sua igreja), mesmo que nem todos sejam crentes. Se é assim, então parece que alguém pode administrar bem a casa menor (sua família), mesmo que nem todos sejam crentes.
Terceiro, insistir que ter filhos crentes é um pré-requisito para o presbitério leva a algumas questões desconfortáveis. O que faríamos com um presbítero que tem vários filhos – mas um que não é crente? Se a maioria dos seus filhos são crentes, ele não é um bom administrador da sua casa? Ou, a criança descrente põe em cheque sua habilidade administrativa no geral? Se é assim, então por que qualquer um dos seus filhos se tornou crente? Wilson escreve: “… um homem pode decidir (e penso que deveria decidir) retroceder se um dos seus seis filhos negar a fé. Mas se outro pastor em seu presbitério, na mesma situação, não decidir fazê-lo e seus outros cinco filhos são virtuosos, somente um comportamento estranho expressaria sua divergência através de uma grande luta de uma igreja”#9. Ainda assim, parece ser inconsistente; se Paulo verdadeiramente ensinar que filhos descrentes automaticamente desqualificam um homem para o presbitério, então a pureza do corpo de presbíteros é digna de ser discutida.
Quarto, todos os requerimentos para o presbitério que são listados nessa passagem (ser casado uma vez, ser temperante, sensato, respeitável, hospitaleiro, bom professor, não dado ao vinho, não amante do dinheiro e não neófito) são ações de responsabilidade pessoal. Deveríamos esperar que o requerimento no que diz respeito aos seus filhos esteja na mesma categoria. Requerer que os filhos do presbítero tenham fé genuína é requerer responsabilidade pessoal pela salvação de outro, algo que não vejo ser ensinado nas Escrituras.
Conclusão
Acredito, portanto, que 1Timóteo 3 e Tito 1 estão se referindo à submissão geral e ao comportamento dos filhos do presbítero. Deus designou o universo de tal forma que o papel disciplinador, modelador, autoritativo e de líder-servo dos pais geralmente tenha um profundo impacto sobre o comportamento dos filhos. Paulo não fala como isso se manifesta em cada caso, nem fala todas as especificidades do que desqualificaria um presbítero. O caso geral, entretanto, é claro:
O que não deve ser característica dos filhos de um presbítero é imoralidade e rebeldia indisciplinada, se a criança ainda está em casa e debaixo de sua autoridade#10. Paulo não está pedindo nada mais do presbítero e de seus filhos do que é esperado de todo pai cristão e seus filhos. Entretanto, somente se um homem que exercita tal controle apropriado sobre seus filhos pode ser um presbítero#11.
Que Deus possa dar aos pastores e aos presbíteros de nossas igrejas graça e sabedoria na liderança fiel das suas igrejas e suas casas#12.
Clique aqui para “Descrença na prática dos filhos de um presbítero”, uma entrevista com o diretor executivo do 9 Marcas, Matt Schmucker.
#1 Douglas Wilson, “The Pastor’s Kid” in Credenda/Agenda, vol. 2, no. 3.
#2 Alexander Strauch, Biblical Eldership: An Urgent Call to Restore Biblical Church Leadership, revised & expanded (Littleton, Col.: Lewis & Roth Publishers, 1995), 229.
#3 John Calvin, Commentaries on the Epistles to Timothy, Titus, and Philemon, translated from Latin (Grand Rapids: Eerdmans, 1948), 83 n. 1.
#4 Ibid., 293.
#5 John Stott, Guard the Truth: The Message of 1 Timothy and Titus, The Bible Speaks Today (Downer’s Grove, Ill.: InterVarsity Press, 1996), 98.
#6 William D. Mounce, Pastoral Epistles, WCB (Dallas: Word, 2000), 180.
#7 As Andreas Kostenberger comenta, “No contexto mais amplo do ensino bíblico das Epístolas Pastorais, não seria comum se o autor tivesse dois padrões distintos, um mais brando em 1Timóteo 3.4 (obediente) e um mais rigoroso em Tito 1.6 (crente). Isso gera a pressuposição de ler pistos em Tito 1.6 (crente) de forma conveniente no sentido de “fiel” ou “obediente” para continuar com o requerimento iniciado em 1Timóteo 3.4”. Veja http://www.biblicalfoundations.org/?p=36, sobre seu tratamento em 1-2 Timóteo e Tito emExpositor’s Bible Commentary, vol. 12 (rev. ed.; Zondervan, 2007), pp. 606-7, and ch. 12 in God, Marriage, and Family (Crossway, 2004).
#8 Stott, Guard the Truth, 176.
#9 Douglas Wilson, “The Pastor’s Kid, Again” in Credenda/Agenda, vol. 2, no. 5.
#10 Veja Knight, Commentary on the Pastoral Epistles, 161, para seu argumento que Paulo se refere atekna (“filhos”) que estão sob a autoridade e ainda não são crescidos.
#11 Ibid., 290.
#12 Gostaria de agradecer a Ray Van Neste, Tom Schreiner, e Andreas Kostenberger por oferecerem uma resposta útil ao rascunho desse artigo.

*Justin Taylor é vice presidente executivo e editor da Crossway.

Tradução: Matheus Fernandes. Revisão: Yago Martins. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: Os filhos de um presbítero devem ser crentes?
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/09/os-filhos-de-um-presbitero-devem-ser-crentes/

quarta-feira, 9 de março de 2016

A Incredulidade dos Crentes

09.03.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por Pr. Tiago Santos*

a-incredulidade-dos-crentes

É possível o cristão, a pessoa que já abraçou a fé em Jesus, experimentar momentos de incredulidade? Ocrente não é, por definição, alguém que venceu a incredulidade?
Num determinado episódio do ministério de Jesus, um homem trouxe seu filho, tomado por um espírito imundo, e suplicou que lhe expulsasse o demônio. Num certo, ponto, o homem, desesperado, diz a Jesus: Se tu podes, tem compaixão de nós. Jesus replica dizendo: Se tudo podes! Tudo é possível ao que crê. O homem, em lágrimas, ao mesmo tempo em que disse que cria, também disse: ajuda-me em minha falta de fé! (Marcos 9.14-29).
Diante daquele homem estava aquele que movia céus e terra. A fama de Jesus ia literalmente à sua frente. O homem sabia que só Jesus poderia ajuda-lo. Mesmo assim, ele reconhece que não tinha fé o suficiente. “apistia”, é a palavra no grego para falta de fé. Isso é o que acontece com muitos seguidores de Jesus. Creem mas não creem.
A Bíblia nos mostra que é possível que mesmo aquele que conhece Deus; que anda no caminho de Deus; que expressou fé no Senhor, sofra algum episódio de incredulidade.
Os discípulos de Jesus, em mais de uma ocasião, mesmo após testemunharam os feitos mais fantásticos, sofriam falta de fé. No episódio da tempestade, ou na multiplicação dos pães e peixes e mesmo durante e após a crucificação do Senhor, eles foram incrédulos.
A história da igreja também registra a experiência de homens fieis que lutaram contra a fé e a descrença. John Bunyan, autor do livro O Peregrino é um deles.
Bunyan conta em sua autobiografia, “Graça abundante ao principal dos pecadores”(Fiel) que em suas lutas contra sua consciência acusadora e contra as tentações e provas de Satanás, ele desejava ser como um “cachorro, ou um cavalo, por não possuírem uma alma sujeita ao inferno”. Ele sentia grande tristeza por ter sido criado por Deus, crendo que seria condenado por causa de seus pensamentos pecaminosos, pois não cria ser possível alcançar a santidade. Em certa oportunidade, a passagem de Lucas 22.31, que diz “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou” parecia tão vívida para Bunyan que ele a ouvia como que se alguém a gritasse atrás de seus ombros. Ele lutou com a certeza de sua chamada e salvação. Muitas vezes ele sentia-se como Saul, Caim ou Esaú – um errante, que tendo conhecido alguma coisa da Palavra de Deus, a abandonou por um prato de lentilhas. Seus temores pelo inferno causavam desespero e grandes tumultos em sua alma.
Então, é possível ao cristão passar por episódios muito reais e dolorosos de incredulidade e incerteza. Ele pode estar envolvido em atividades eclesiásticas e desenvolver hábitos, rotinas e exterioridade religiosa, mas, ainda assim, estar com sua espiritualidade comprometida. É possível o cristão manter-se firme em seus compromissos eclesiásticos e, ainda assim, não desfrutar da plenitude e alegria da salvação e da fé; é possível que ele valorize a igreja, mas que o ritual e a forma façam mais sentido do que o conteúdo.
Sinais que podem indicar essas situações são desânimo, falta de fé, ceticismo, falta de alegria nas coisas da fé, indiferença, esfriamento, ingratidão, amargura, tristeza – muitas vezes isso pode ser resultado de pecado, de consciência cauterizada ou pode ter a ver com a personalidade, trajetória do indivíduo, momento que esteja vivendo, problemas, etc. O ponto é que, em algum momento da vida cristã, estamos sujeitos a sermos tomados por incredulidade.
A Bíblia oferece exemplos de homens fieis e de fé que enfrentaram abatimento e falta de fé. Veja a história de Elias.
Elias foi profeta em Israel. Ele viveu durante os dias do Rei Acabe, Rei do norte de Israel, que reinou por 21 anos em Israel, entre os anos 871 a 853 a.C., quando já fazia cerca de 200 anos que o reino de Israel fora divido.
O exercício do chamado profético de Elias se deu em um tempo particularmente conturbado. A fé no Deus de Israel havia desaparecido do reino do norte. Todos os reis que precederam Acabe foram ímpios, idólatras, assassinos, homens violentos, embrutecidos e que prevaricaram contra Deus e levaram o povo a pecar.
O cenário religiosos dos dias de Elias era caótico.
O culto a Deus, prescrito tão cuidadosamente por Moisés no livro da Lei, havia sido de todo corrompido: os sacrifícios, os utensílios, os sacerdotes, as ofertas, tudo isso estava terrivelmente comprometido – o que da lei não fora esquecido, foi distorcido e imiscuído com rituais e crenças religiosas dos povos pagãos, vizinhos de Israel. O ambiente religioso era sufocantemente sincrético.
Então aparece Elias. Profeta de Deus.
Deus se manifesta e pronuncia sua palavra através de Elias.
1 Reis 17 nos introduz a esse homem de Deus.
Ele era corajoso, destemido, confiante.
Ele vivia diante da face de Deus.
Disse ao rei Acabe: “Tão certo como vive o Senhor, perante cuja face eu estou, não choverá sobre Israel”.
Deus estava punindo a apostasia do rei e do povo com juízo.
Enquanto Elias creu na Palavra de Deus, ele suportou as situações mais adversas com confiança e coragem.
Ele desafiou o rei com a Palavra de juízo vinda da parte de Deus.
Deus o sustentou.
Os corvos levavam o alimento de Elias para ele.
Ele hospedou-se fora do país, na região de Tiro, na cidade de Sarepta, em Sidom, na casa de uma viúva.
Mais manifestações do poder de Deus se viram, quando o azeite e a farinha da casa da viúva não findavam, e os alimentava – por meses e meses; quando pelo poder de Deus, Elias orou para que Deus ressuscitasse o filho da viúva, que morreu e ele o ressuscitou; quando Deus mandou que ele voltasse a Acabe e se apresentasse a ele.
Acabe odiava Elias. Ele o chamava de “perturbador de Israel”.
Elias desafia Acabe e os profetas de sua esposa, Jezabel, que eram sacerdotes da divindade Baal. Todo o povo deveria ser convocado para assistir o desafio.
No monte Carmelo, ele propõe um desafio: os profetas ofertariam um holocausto ao seu deus e, como prova de que esse deus existia, ele deveria enviar o fogo do céu. Eles aceitaram mas não puderam fazer nada. Se mutilaram, gritaram, fizeram seus ritos. Nada.
Elias, então, montou o altar, que havia sido derrubado, preparou a oferta para holocausto e a encharcou de água. Três vezes, a ponto de ter feito uma poça d’água em volta da oferta; e então ele orou e disse:
Ó SENHOR, Deus de Abraao, Isaque e de Israel, fique hoje sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas. Responde-me SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu SENHOR, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles.
Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, a lenha, e as pedras e a terra, e ainda lambeu a agua que estava no rego. O que, vendo todo povo, caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus. (1Reis 18-36-39)
Elias persegue e mata todos os profetas de Baal.
Triunfo.
Ele ora para que chova.
Chove.
Vitória.
Então, Jezabel, irada, manda um recado a Elias: amanhã eu te destruirei!
Pronto. Elias enche-se de medo (o que é justificável. Qualquer de nós que tivesse um ditador louco e enfurecido contra nós, prometendo-nos que nos matará em 24 horas, ficaríamos assustados). Ele sai de onde estava em fuga, para “salvar sua vida”. Andou errante, assentou-se debaixo de uma árvore… E pediu a morte! Disse a Deus: “Basta, toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor que meus pais”.
Que contraste!
Depois de tudo que ele havia passado. Depois de tudo que ele havia feito. Depois das grandes e poderosas manifestações de poder da parte de Deus por meio de Elias, depois de sua fidelidade e firmeza, sua coragem e retidão: ele ainda era perseguido e agora tinha uma ameaça de morte diante de sua face. A mulher mais poderosa da nação estava enfurecida de ódio contra ele e prometeu que ele morreria. Elias temeu.
Ele não quis mais continuar.
O homem mais corajoso de Israel, cai em desânimo, medo, terror e tristeza.
Não dava mais para ele. Ele queria a morte para si.
Isso é algo terrível.
A morte é inimiga da humanidade. É uma maldição sobre o ser humano.
Um israelita, que servia ao Deus vivo – o Deus acerca de quem ele dizia “Tão certo como vive o SENHOR”, pede para si a morte.
Ele não queria mais lutar.
Não queria mais fugir.
Não queria mais enfrentar o mal – que parecia prevalecer.
Ele não aguentou a pressão.
Ele não confiava mais. Não cria mais.
Quis a morte.
O que podemos aprender deste episódio da vida de Elias?
Por muito tempo, mesmo diante de adversidades mais severas do que essa última – vá lá, Jezabel era poderosa e cruel, é verdade, mas depois do que aconteceu no Carmelo? Ali sim a situação era tensa. Se Deus não ouvisse a oração de Elias, se ele não estivesse tão certo de que Deus vindicaria seu próprio nome naquele episódio, sua vida e reputação estariam perdidos para sempre. Perto do Carmelo, a fúria de Jezabel era peixe pequeno. Mas, mesmo assim, ele sucumbiu.
A ansiedade o dominou. O desânimo o dominou. O abatimento o dominou. O medo o dominou. A tristeza o dominou. Ele já não era capaz de expressar a mesma fé que expressara em dias passados.
Todos nós estamos sujeitos a abatimentos. Todos nós estamos sujeitos a incredulidade e ao abatimento que surge como resultado da incredulidade. Não importa quão santo seja o homem de Deus, a incredulidade será uma realidade em sua experiência, em algum nível, de alguma maneira.
Elias chegou nesse ponto depois de tantas vitórias, tanto avanço, tantas manifestações do poder de Deus.
Há certos momentos em que as coisas são tão nebulosas que não fazem mais sentido. Nesses momentos, podemos ser tomados por ansiedade. Podemos nutrir certas expectativas e se elas não acontecem do jeito que imaginamos, então nossas estruturas se abalam e parece que o chão se abre debaixo de nossos pés.
Isto então deve nos fazer perceber que a fé de ontem não serve para hoje.
A confiança e vitórias do passado, ainda que sejam poderosos aliados em nossa caminhada cristã, não haverão de nos sustentar sozinhos. Precisamos de fé renovada. Fé diária. Pão diário. Temos de confiar, com um olho no passado, que Deus estará conosco também no presente e no futuro. Temos de usar o passado como uma evidência de que a mesma promessa que nos sustentou em outros momentos, haverá de nos sustentar agora, no torvelinho que se passa hoje.
Também podemos aprender com Elias que mesmo no momento mais duro, no abatimento mais severo, na dor mais aguda, na aridez de alma, falta de esperança e fé, temos o recurso da oração.
Elias estava chateado e abatido. Ele quer morrer. O que ele faz? Ele conta para Deus. Ele reclama com Deus. Ele apresenta para Deus sua queixa, como o salmista que apresenta diante dele a sua aflição (Sl 88) e Habacuque que leva sua indignação diante de Deus em oração (Hb 1.2-4). Elias ora. Ele pede a morte, é verdade – mas ele o faz ao próprio Deus.
Quando estamos vivendo essas batalhas que parecem não fazer sentido, quando a fé nos falta, quando estamos desapegados de Deus, quando não desfrutamos mais as alegrias das vitórias sobre os baalins, podemos lembrar daqueles dias de outrora, como Davi, que ao orar, no Salmo 51, pede a Deus que restaure nele a alegria perdida, a alegria da salvação. Podemos pedir que Deus venha ao nosso socorro. Mesmo que seja num pedido esdrúxulo, como o de Elias. Esse pedido é também um pedido de socorro. É uma forma de dizer a Deus que as coisas estão erradas, não estão dando certo e que precisamos da ajuda dele.
E sabe de uma coisa? Deus ouve! Deus cuida do abatido de alma e do desanimado. Veja só o que Deus fez a Elias: (1Reis 19.5-8).
No meio do deserto, da incredulidade, da falta de esperança… Deus alimentou Elias.
Deus não o acusou por sua falta de fé; não o acusou de ser um ingrato e incrédulo. Deus deu pão.
Podemos buscar a face de Deus em oração e pedir auxílio, graça, direção e sustento no meio das lutas e mesmo da falta de fé e coragem.
Podemos também apoiar aqueles que sofrem com a incredulidade ou falta de fé.
Há momentos nos quais o que podemos oferecer àquele que luta contra a incredulidade é sustento. Uma boa palavra ou até um bom silêncio companheiro, na forma de um abraço, de um aceno, de um olhar. Não com chavões ou frases de efeito e até mesmo repreensões. Os amigos de Jó foram grandes amigos, enquanto mantiveram-se em silêncio diante do sofrimento de Jó. Fizeram tudo certinho: estiveram junto dele; rasgaram suas roupas; jogaram pó e cinza na cabeça… Mas aí eles acharam que tinham de ensinar teologia para Jó. Que tinham que dar sentido ao sofrimento e ao momento confuso que ele vivia.
Não é assim.
Deus alimentou Elias.
Esse sustento foi também para Elias consolo. Foi isso que o fortaleceu para o deserto que ele ainda teria de enfrentar. Ele viu sua confiança revigorada, restaurada. Ele ouviu a voz de Deus e confiou nela. Ele passou a obedecer a Deus, depois de confortado e fortalecido.
Há muito que a história de Elias pode nos ensinar sobre episódios de incredulidade de crentes. Todos estamos sujeitos a viver episódios assim. Que Deus nos ajude a vermos nele a nossa força e consolo quando passarmos por águas turvas; que ele nos dê graça e sensibilidade para ajudar irmãos e irmãs queridos que passam por momentos assim.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/03/incredulidade-dos-crentes/

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Os Crentes do Antigo Testamento tinham o Espírito Santo?

06.11.2015
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 04.11.15
Por Mauro Meister*

Os-crentes-do-antigo-testamento-espirito-santo
Existem muitas opiniões sobre o assunto. Esse tema traz muitas dúvidas. Como o Espírito Santo agia na vida dos nossos irmãos em Cristo naquele período?
É sobre isso que Mauro Meister trata na sua mensagem pela Conferência Fiel 2014. 

Confira:



*Mauro Meister é graduado pelo Seminário Presbiteriano do Sul. Fez mestrado em Teologia Exegética do Antigo Testamento no Covenant Theological Seminary, nos EUA, e doutorado (Ph.D) em Línguas Semíticas, com especialização em hebraico, na Universidade de Stellenbosch, na África do Sul. Autor do livro "Lei e Graça" (2003) e de artigos na revista Fides Reformata, da qual é coeditor. Mauro está envolvido no pastoreio e plantação da Igreja Presbiteriana da Barra Funda, em São Paulo.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/11/os-crentes-do-antigo-testamento-tinham-o-espirito-santo/

terça-feira, 26 de maio de 2015

O temor do Senhor é odiar o mal

26.05.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 24.05.15
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por Elben César

domingo
Durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele. (1Pe 1.17c)

Sempre erramos ao calcular o tempo de vida que ainda nos resta. Antes mesmo de assentar-se no trono e começar a reinar, Davi segredou a Jônatas: “Juro pela sua vida e pala vida de Deus, o Senhor, que estou bem perto da morte!” (1Sm 20.3). No entanto, ele era “bem velho” (1Rs 1.1) quando morreu e só morreu depois de ter governado Israel por quarenta anos (1Rs 2.11). Já o personagem da parábola do rico sem juízo, contada por Jesus, assentou-se à sua escrivaninha, fez alguns cálculos e resolveu derrubar seus velhos celeiros e construir outros muito maiores, argumentando consigo mesmo: “Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se”. Mas naquela mesma noite, o fazendeiro ricaço morreu (veja Lc 12.16-20).

Qualquer que fosse a duração da vida dos crentes aos quais escreve, Pedro faz um pedido: “Durante o resto da vida de vocês aqui na terra tenham respeito a ele”. Outras versões dizem: tratem a Deus com temor, com temor reverente, com temor salutar, com respeitoso temor, com cautela, com profunda consciência dele. Eles estavam, como nós também, fora da pátria. Somos estrangeiros em exílio, estamos apenas de passagem, temos aqui uma jornada terrena que ainda não terminou, somos concidadãos em peregrinação.

Uma das versões parece ser mais completa: “Procedam com um respeitoso temor a ele, desde agora até chegarem ao céu” (CV). Não se sabe direito o que é o temor do Senhor. Mas isso não deveria ser um problema, porque principalmente o livro de Provérbios explica em poucas palavras: “Temer o Senhor Deus é odiar o mal” (Pv 8.13). Além de explicar, Salomão mostra as vantagens do temor: “Para ser sábio, é preciso, primeiro, temer a Deus” (Pv 1.7), “Quem teme o Senhor escapa do mal” (Pv 16.6) e “Quem teme o Senhor terá uma vida longa, feliz e tranquila” (Pv 19.23).

A santidade do crente está embutida no temor do Senhor!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.
Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/05/24/autor/elben-cesar/o-temor-do-senhor-e-odiar-o-mal/

terça-feira, 19 de maio de 2015

Cuidado com o sangue falso de um evangelho forjado

19.05.2015
Do portal GOSPEL PRIME, 
Por Sady Santana: Sobre crentes e lobos.

Por estes dias descobri a existência de um tal Falso O.  E aqui eu explico quem é este sujeito.
O mais provável acontecer na genética é que filhos nasçam com o mesmo tipo sanguíneo do pai ou da mãe. Mas existe um fenômeno raro que é também chamado Efeito Bombaim (leva este nome por ter sido descoberto inicialmente em Bombaim, na Índia) pelo qual a pessoa poderá possuir um tipo sanguíneo diferente dos de seus progenitores. Exemplo, pai A, mãe B, filho O. E o mais interessante ainda é que este aparente O pode não ser um O de verdade, entenderam? Pessoas portadoras dessa condição terão que fazer exames mais específicos para descobrir seu verdadeiro tipo sanguíneo.
Por isso esse fenômeno ficou conhecido como Falso O.
E pegando esse gancho de ser o que não é, Pedro, em sua segunda carta pastoral preocupou-se com o possível encontro entre duas partes, os crentes novatos com os falsos mestres, que naqueles dias já estavam tinindo no meio deles. E o pescador de almas temia muito que seus neófitos cruzassem nos corredores da fé com estes que se diziam mestres, mas não eram. O pior acabou acontecendo, e dois milênios depois podemos dizer que este encontro é constante.
Pedro advertiu a igreja sobre a necessidade de se manter distantes destes docentes enganadores. E como reconhecer o falso mestre? A­­ carta inteira responde a esta pergunta. Mas logo de cara ele assinala que estes podiam ser identificados pelo orgulho, pela obstinação e zombaria. E mais, eles sempre estavam muito à vontade com o sobrenatural e exibiam uma suposta fé inabalável. Você já não viu isso em algum lugar?
Entretanto, mesmo se preocupando com a vulnerabilidade do cristão novato, o apóstolo não os redimia da responsabilidade que cada um tinha com sua própria santificação. E, mesmo nessa condição inicial eles já teriam condições de identificarem o que é falso do que é verdadeiro. Bastasse seguir um trilho que os levaria para o mais longe possível desses lobos. E a rota certa traçada por Pedro era, desenvolverem virtude, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, amizade cristã e amor.
E esta era a pegada segura que os levariam para bem longe da matilha!
Ao longo da minha caminhada cristã uma coisa de vez em quando me surpreende; crentes de igrejas fieis às Escrituras, de repente buscarem outras comunidades alegando estarem vazios e sem direção. Vi a muitos ingressarem em igrejas que não tinham o ensino bíblico consistente. Mas tinham o culto “avivado”. E em conversa com um desses crentes ele nos confidenciou que de manhã ia com a família em nossa igreja receber ensino, e à noite frequentavam uma outra que se dizia “renascida em Cristo” para “adorar”, por causa da sofisticação do louvor.
Sim, Pedro tinha total razão ao priorizar este alerta. Há pessoas que estão sempre aprendendo, mas nunca chegam ao pleno conhecimento da verdade, como bem disse Paulo. (2 Tm.3.7). Tem muita coisa errada com gente que, mesmo depois de frequentar muitas Escolas Dominicais ainda busca “algo mais”. O milagre ainda vai acontecer, a prosperidade ainda vai chegar. É a fé do ainda não: ainda não sou feliz, ainda não possuo o que mereço.
Na verdade, leia-se: Estou na igreja, mas ainda não tenho Cristo, e por isso a virada de direção da minha vida ainda não ocorreu. E então procuro…
Vida que segue, satisfação que não chega.
E são essas pessoas que se arremessam em uma busca desenfreada por igrejas e pastores ideais, que sempre se deparam com os modernos produtores da fé. E estes “espertinhos espirituais” já tem um esquema preparado para recebê-los. E Pedro os denuncia, são eles:
O contar fábulas. E o que é uma fábula?  O próprio escritor responde quando diz que o evangelho da graça não era uma fábula, mas que homens seguiam habilidosamente contando mentiras sobre Deus, 2.1. Fábula é uma mentira enfeitada com caras e bocas.
O produzir “verdades” convenientemente encapsuladas, fora do contexto bíblico. “Esses mestres, em sua ganância dirão qualquer coisa para se apossarem do dinheiro de vocês” 2.3.
Entretanto, temos que registrar que essas práticas surgem do próprio desejo do crente imaturo em consumir essas fábulas e pílulas bem embaladas. Elas são práticas e rápidas para consumo, que satisfazem a necessidade da falta de tempo. “Não posso investigar na Bíblia, pois leio e não entendo”, “Não oro e não leio a Bíblia, mas preciso sentir algo”.
Preço pedido, preço pago. E isso era tudo o que Pedro temia.
Falando sobre crentes e lobos, pode-se afirmar que o pastoreio on line é a grande sacada do nosso tempo. A matéria de que são feitos os sonhos dos especialistas da fé é sem dúvida, a mídia. Os crentes são primeiramente mimados, depois seduzidos. Prometem edificação sem compromisso, comunhão sem riscos. O conforto da substituição do pastor pelo monitor, traz como beneficio a chateação zero do encontro na igreja. Esse é o “nada mais a pagar” do marketing cristão. Fique em casa e seja feliz.
Programas de TV são um meio legítimo de pregação do evangelho e devem ser utilizados, mas o que se vê em muitos casos são pastores tão perto e tão longe, que não mais se obrigam a cuidar de ovelhas de carne osso.
Mas, Pedro alerta, “Esses homens são tão inúteis quanto fontes de agua que secaram, prometendo muito e não dando nada” 2.17. E mais. Há uma retribuição tanto para os falsos mestres que serão destruídos pela sua própria injustiça, quanto para as ovelhas ingênuas descuidadas, pois correm sérios riscos.
Bem no final da carta ele diz, “Eu estou advertindo vocês de antemão, queridos irmãos, para que possam vigiar e não ser levados pelos erros desses homens maus, a fim de que vocês mesmos não sejam confundidos e caiam. Mas cresçam em força espiritual e conheçam melhor o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”  3.17. Em outras palavras, façam o teste, tirem a prova para ver se, de fato, vocês estão na fé verdadeira, e não entre lobos.
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Fonte;http://artigos.gospelprime.com.br/cuidado-com-o-sangue-falso-de-um-evangelho-forjado/

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O que a sociedade espera dos crentes?

14.05.2015
Do portal GOSPEL PRIME
COSMOVISÃO
Por João Eduardo Cruz

Esses dias estive pensando no que realmente a sociedade espera de nós quando nos colocamos diante dela como seguidores de Jesus. Talvez pudéssemos entender isso melhor se parássemos pra analisar o que ela critica no comportamento de muitos de nós cristãos. Somos chamados de preconceituosos, hipócritas e retrógrados pela maioria, mas até onde isso pode ser verdade?
Os preceitos aos quais seguimos chocam uma sociedade que tem cada dia mais aprendido a não reconhecer verdades absolutas. Imaginem então o quanto podemos ser vistos como intolerantes por essa geração que mais do que todas as do passado resolveu relativizar tudo e se deparam com um grupo que acredita que há princípios inegociáveis ainda que pareçam ultrapassados.
Se nós cristãos cremos em uma verdade absoluta realmente sobra pouco espaço, em muitos casos, para atitudes politicamente corretas de nossa parte diante de determinadas opiniões por eles expressas. Mas mesmo não negociando nossas crenças por crermos que elas são indicadores de uma conduta que agrada a Deus e traz a nós uma vida mais plena, não foi nos dado o direito de tecermos julgamentos condenatórios sobre aqueles que não creem no que cremos (observe a atitude diferente de Jesus com os pecadores e a para com os Fariseus). Tal atitude condenatória não condiz com aquilo que nosso Mestre nos ensinou.
Em vários momentos do ensino de Jesus é possível percebermos que sua ideia acerca da propagação do Evangelho e natural expansão do Reino de Deus se daria de maneira silenciosa, humilde e sem grandes alardes (Mc 4.26-42), ainda que isso não impedisse que grandes transformações fossem realizadas na sociedade. Como sal e luz deveríamos trazer transformação da maneira sútil e isso não deixaria de ser relevante. Por isso a ordem de fazer discípulos envolve mais uma aproximação pessoal nossa de cada individuo que desejamos alcançar do que uma tentativa de convencer uma massa a seguir Jesus. Um falar ao pé do ouvido tem mais a ver com discipulado.
Cristãos como William Wilberforce que foi um político britânico, filantropo e líder do movimento abolicionista do tráfico negreiro. Ficou conhecido pelos seus discursos inflamados no parlamento inglês, cheios de paixão pelo ser humano e com o fervor espiritual que convém a um servo de Deus cheio do Espírito Santo. Ainda assim Wilberforce esperou anos para que a abolição da escravatura fosse aceita pelo parlamento, e durante esse tempo se comportou com humildade diante de seus adversários, nunca permitindo que seus aliados tomassem partido de sua causa de modo a criarem uma guerra interna dentro do parlamento, mesmo sendo esta tão justa. Sua ideia era a de que seus inimigos pudessem ser vencidos pelo convencimento, e isso quem traria a eles seria a própria sociedade que aos poucos iria absorver seu ponto de vista.
O mesmo pode-se dizer de Martin Luther King, pastor batista americano, que teve sua politica ativista baseada na “não violência”. Engajado na luta pelos direitos civis dos negros em seu país, King adotou um modelo baseado no Sermão do Monte para sua postura politica. Luther King acreditava que as armas do Evangelho postas em prática eram capazes de suplantar o ódio racial e trazer toda uma nação ao entendimento dessa abominável realidade.
E eu poderia citar centenas de servos de Deus espalhados por esse nosso país que não estão na mídia nem na grande rede, mas que, como uma semente jogada no solo, não chamam a atenção para si, mas fazem com que o Reino de Deus floresça nos lugares mais violentos, pobres e inóspitos desse país.
O que a sociedade espera de nós não poderemos dar como ela deseja. Não podemos abrir mão da nossa fé, nossas convicções, nossa verdade absoluta – ainda que esteja em tão descrédito o uso de verdades absolutas nessa geração em particular – apenas para nos tornarmos agradáveis a ela.
Mas o que podemos oferecer a essa sociedade brasileira é uma conduta que convém a verdadeiros seguidores de Jesus. Uma humildade, mansidão, honestidade, bondade, caridade e amor que não enfraquecem a defesa das nossas crenças, muito pelo contrário, às autenticam com muito mais força, pois quem crê não precisa convencer ninguém a crer. Crer e viver sinceramente a partir do que se crê, já é de grande valia para a transformação de uma nação. A sociedade necessita que nossos discursos, assim como os de Jesus, tornem-se reais por serem praticados por nós.
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/o-que-a-sociedade-espera-dos-crentes/

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Páscoa: Cristo é apresentado ao crente

15.04.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE
ESTUDOS BÍBLICOS
Por Dario de Araújo Cardoso

Texto Básico: Êxodo 12.1-14; 21-28
Leitura Diária
D Sl 118 – O que vem em nome do Senhor
S Jo 1.29-51 – Eis o cordeiro de Deus
T Lc 4.1-13 – Foi tentado, mas não pecou
Q Hb 9.11-28 – O sacerdote dos bens realizados
Q 1Pe 1.13-25 – Resgatados pelo sangue
S Rm 5.1-11 – Agora temos paz com Deus
S Ap 7.9-17 – Lavados pelo sangue

Introdução

O simples fato de Jesus ter morrido durante a celebração da Páscoa é razão suficiente para percebemos o quanto o nosso Salvador e sua obra estão associados a essa festa. No entanto, a relação de nosso Senhor com essa celebração judaica tem elementos muito mais profundos.
O ritual da Páscoa foi estabelecido de forma a apresentar Jesus e sua obra ao povo de Deus. É isso que veremos na lição de hoje.

I. A descrição do ritual

A instituição da Páscoa está registrada em Êxodo 12. Após anunciar a última das pragas contra o Egito, a morte dos primogênitos, o Senhor orientou o povo sobre o modo como deveriam proceder para serem poupados do juízo que se abateria sobre os egípcios. Assim, além de celebrar a libertação da escravidão, a Páscoa anuncia simbolicamente o que é preciso para escapar do juízo divino.
A instituição da Páscoa fez do mês de abibe o primeiro mês do ano no calendário israelita. Ela é o marco do início de uma nova vida. Na noite do dia 14 desse mês Israel foi libertado do Egito (Dt 16.1); por isso, nesta data durante todos os anos, Israel deveria celebrar a Páscoa. No entanto, os preparativos para a festa começavam alguns dias antes.
O primeiro passo era a seleção do cordeiro. Isso deveria acontecer sob um criterioso exame. No dia 10 do mês, cada família devia escolher um cordeiro ou um cabrito novo e sem defeito (Êx 12.5), que ficava preso até o dia 14.
O segundo passo era considerar se os membros da família eram suficientes para comer a refeição toda. Nada poderia sobrar dela no dia seguinte. Por isso, se na casa não houvesse pessoas suficientes, o vizinho mais próximo devia ser convidado até que se chegasse ao número suficiente para comer todo o cordeiro (12.4).
Assim, no final da tarde do dia 14, a comunidade se reuniria para sacrificar os  cordeiros. Depois, voltariam à suas casas para assá-lo e comê-lo, durante aquela noite, juntamente com pães asmos e ervas amargas (Êx 12.7-10).
Naquela primeira Páscoa, houve uma atividade especial. Cada família levou uma vasilha de sangue para colocar nos umbrais das portas de suas casas. Esse sinal identificaria diante de Deus (Êx 12.13), mas também diante dos egípcios, as casas em que estavam os israelitas fiéis ao Senhor. Era uma corajosa declaração de fé. Por isso, somente aqueles que se circuncidassem poderiam participar da celebração (Êx 12.43-48).
Em Deuteronômio 16, considerando que o povo em breve se instalaria na terra de Canaã e que as tribos estariam divididas por toda a terra, foi acrescentada a exigência de que o sacrifício da Páscoa só poderia ser realizado no lugar que Deus escolhesse para colocar o seu nome (Dt 16.5-6). Esse lugar seria aquele em que estivesse o santuário divino. Inicialmente a Páscoa foi celebrada em Gilgal (Js 5.11) e, por fim, em Jerusalém (2Rs 23.21-23; 2Cr 30).
Nos dias de Jesus, algumas tradições foram acrescentadas à celebração da Páscoa. O exame dos cordeiros não era mais feito pelo pai de família, mas pelos sacerdotes que ministravam no Templo. Essa necessidade de vistoria levou a maioria a preferir comprar os animais certificados que eram vendidos no Templo e evitar passar pelo exame dos sacerdotes que sempre poderiam encontrar alguma imperfeição nos cordeiros vindos de fora (Encontrei Jesus numa festa em Israel, John Sittema, Cultura Cristã).
O sangue não era levado para as casas, mas derramado na base do altar. Cantavam-se, então, os salmos 113 a 118, que lembravam os feitos de Deus na saída do Egito e a promessa da vinda do Messias libertador. Então, as pessoas voltavam para suas casas, salões alugados ou tendas e, em grupos de dez a vinte adultos, comiam a páscoa que agora era marcada por quatro taças de vinho denominadas “bênção”, “ira”, “redenção” e “reino” (John Sittema).
Cada passo desse ritual prescrito para a celebração da Páscoa foi preparado cuidadosamente para revelar a Israel e a todos os verdadeiros crentes a pessoa e a obra de Cristo em prol da nossa redenção.

II. Jesus, o cordeiro de Deus

O primeiro passo na celebração da Páscoa era a escolha do cordeiro. No que diz respeito à nossa redenção, a escolha foi feita pelo próprio Deus(cf. Is 42.1).
Jesus foi precedido por muitos profetas que falavam de sua vinda como o Cordeiro escolhido e enviado por Deus. João Batista foi o último destes profetas e o seu ministério preparava as pessoas para a chegada do Messias e apontava para ele, como o “o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Ao batizar Jesus, João viu o Espírito Santo descer sobre ele em forma de pomba e uma voz do céu proclamar: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mt 3.17).A mesma voz e as mesmas palavras foram ouvidas no monte da transfiguração (Mt 17.5). Jesus requereu para si esse testemunho celestial quando discutiu com os fariseus: “O Pai, que me enviou, testifica de mim” (Jo 8.18).Muitas vezes, Jesus afirmou que estava cumprindo uma missão que fora dada a ele pelo Pai (Jo 10.18; cf. Hb 5.4-5).
Não há dúvidas de que em toda a humanidade não há ninguém como Jesus. Por isso, podemos cantar: “Ele é a luz do mundo, a estrela da manhã, dos milhares o escolhido para mim” (hino 113, do Hinário Novo Cântico).

III. Jesus, o Cordeiro sem defeito

Ser escolhido não era o único requisito para o cordeiro da Páscoa. Segundo a prescrição mosaica, o cordeiro deveria ser sem defeito. Essa também é uma característica que só pertence a Jesus.
Quando Gabriel anunciou o nascimento de Jesus, disse que Maria, por meio do Espírito Santo, daria a luz a um ente santo (Lc 1.35). João Batista confirmou essa condição de Jesus ao observar que ele não precisava se submeter ao batismo para arrependimento, ao que Jesus respondeu afirmando a necessidade de cumprir toda a justiça (Mt 3.14-15). Nesse sentido, Jesus afirmou, no Sermão do Monte, que não veio revogar a lei, mas veio para cumpri-la (Mt 5.17). Em toda a sua vida, Jesus provou sua perfeita santidade. Tentado por Satanás, mostrou-se invencível, valendo-se da Palavra de Deus (Lc 4.1-13). Ele “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15).
Nem Satanás, nem aqueles que estavam a seu serviço puderam encontrar defeitos em Jesus. Diversas vezes, os evangelhos registram que os líderes judeus tentaram apanhar Jesus em alguma palavra (Lc 20.20,26), mas sem sucesso. Jesus suportou a dura e tendenciosa sabatina dos fariseus e saduceus e, com suas respostas, fê-los calar. Após prenderem Jesus, esses homens trouxeram muitas falsas testemunhas para condenar a Cristo, mas nada conseguiram. Por fim, condenaram-no à morte por dizer a verdade (Mt 26.59-66).
Coube também a Pilatos ouvir as acusações contra Jesus. Seu veredito confirmou a perfeição do Senhor: “Não vejo nesse homem crime algum” (Lc 23.4 cf. 24.14-15, 22).
Ainda hoje, muitos tentam apontar falhas e imperfeições de Jesus no intuito de desacreditá-lo como o Cordeiro sem defeito de Deus. Não querem reconhecer Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, por isso tentam inutilmente desmerecê-lo.
No entanto, aos olhos do crente, Cristo é e será para sempre o perfeito e santo Filho de Deus. São bem-aventurados os que não acham nele motivo de tropeço (Mt 11.6). Assim como fez André ao conhecer o cordeiro de Deus, imediatamente seguimos a Jesus (Jo 1.35-41). Quando olhamos para Jesus e quanto mais o conhecemos, suas perfeições se tornam mais claras para nós. Ele se torna mais amado e desejado e ficamos convencidos de que não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12). Ele é incomparável em sua glória e graça. Sob qualquer escrutínio, diante de nossos olhos, Jesus se mostra o perfeito Cordeiro de Deus.
Reconheçamos que ele supre, com sobras, a nossa vida e busquemos compartilhá-lo com nossos parentes, amigos e todos com quem temos contato.

IV. O sangue do Cordeiro

Por fim, temos o sangue do cordeiro, que certamente é a mais utilizada ilustração da Páscoa acerca de Jesus. Ao celebrar a Páscoa com seus discípulos, Jesus disse: “Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26.27-28).
Desde então, o sangue do cordeiro pascal, colocado sobre as portas ou derramado na base do altar, tem sido identificado com o sangue de Cristo, derramado na cruz pelos nossos pecados. E seus efeitos têm sido apresentados de forma correspondente.
O principal aspecto relacionado com o sangue de Jesus é a redenção (cf. Hb 9.22). A morte do cordeiro pascal era o único meio de ser poupado da ira de Deus que se abateu sobre o Egito. As casas cobertas por aquele sangue não receberiam a visita do anjo da morte. Isso foi uma representação de uma realidade muito mais profunda. Jesus é o único que nos livra da ira vindoura (1Ts 1.10), aqueles que são cobertos pelo seu sangue têm seus pecados perdoados (1Jo 1.7; Ap 1.5) e serão apontados como justos no dia do juízo de Deus (Rm 5.9).
Apocalipse anuncia que os que lavaram as suas vestes no sangue do Cordeiro venceram, são bem-aventurados e receberam o direito de comer da árvore da vida e entrar na Jerusalém celestial (Ap 12.11; 22.14).
O sangue de Jesus também é relacionado à nossa santificação (cf. Hb 13.12). Ele foi o preço pago para nos resgatar do fútil procedimento que nos legaram nossos pais (1Pe 1.17-19).
O sangue de Cristo é também a base da responsabilidade dos líderes da igreja(cf. At 20.28). A igreja pertence ao Senhor, ela foi resgatada pelo alto preço do sangue de Cristo (Ap 5.9). Por isso, todo o cuidado deve ser empregado em seu pastoreio.
Por exemplo, é pecado gravíssimo fazer tropeçar ou entristecer, por qualquer motivo, alguém por quem Cristo morreu (Rm 14.13,15; 1Co 8.11 cf. Lc 17.1-2).

Conclusão

A ligação de Jesus com a festa da Páscoa vai muito além da data em que sua morte aconteceu. De muitas formas podemos ver que a Páscoa foi instituída para nos apresentar Cristo. Cada detalhe do ritual foi cuidadosamente preparado para refletir a perfeição de Nosso Senhor e para indicar a obra que ele realizou para a nossa redenção.
Um israelita dedicado à comemoração da Páscoa não teria como negar que Jesus Cristo cumpriu plena e perfeitamente todos os aspectos prescritos para essa celebração e o seu sangue era infinitamente mais eficaz para a redenção e santificação do povo de Deus.

Aplicação

Você está convencido da suprema perfeição de Cristo? Reconhece nele o cordeiro escolhido por Deus para a sua redenção? Tê-lo como Salvador é suficiente para dar a você plena satisfação? Você consegue descrever essa suficiência para as pessoas? Já convidou seu vizinho para participar de Jesus com você?
Autor da lição: Dario de Araújo Cardoso

>> Lições adaptadas do livro Encontrei Jesus numa festa de Israel, de John Sittema, Editora Cultura Cristã. Publicada com permissão.

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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/pascoa-cristo-e-apresentado-ao-crente/