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sábado, 9 de novembro de 2013

ELBEN CÉSAR: Dispersão negativa e dispersão positiva

09.11.2013
Do portal REVISTA ULTIMATO, 08.11.13
Por Elben M. Lenz César 

Envio saudações a todo o povo de Deus espalhado pelo mundo inteiro. (Tg 1.1b)

Espalhar e reunir, dispersar e congregar – estes são verbos com sentidos opostos. É mais comum espalhar do que reunir. Mas Deus fez ambas as coisas, sempre de acordo com a sua soberania e para a glória do seu nome.



Tanto a história de Israel como a história da Igreja começam com dispersão. Para permanecerem juntos e ficarem fortes, os descendentes de Noé intentaram construir uma torre que chegasse até o céu. Ela seria um marco ao redor do qual toda a humanidade permaneceria junta e se tornaria forte, não para o bem, mas para o mal. Para enfraquecer o grupo e criar obstáculo para ele, o Senhor lhes confundiu as línguas, forçando-os a se espalharem pelo “mundo inteiro” (Gn 11.1-9).



Outra dispersão, não voluntária mas circunstancial, provocada outra vez pelo Senhor, aconteceu em Jerusalém. O episódio usado por Deus para provocar uma dispersão quase que em massa dos primeiros cristãos foi a perseguição movida contra eles pelos principais sacerdotes e pelo rei Herodes (ver At 8.1). Graças a essa perseguição, que provocou o apedrejamento de um diácono (Estêvão) e a degola de um apóstolo (Tiago), os discípulos se estabeleceram em muitas outras cidades próximas e distantes, cumprindo-se assim a vontade de Deus, expressa na Grande Comissão: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas” (Mc 16.15).

A frase “a união faz a força” expressa uma verdade, mas a sua possível forma negativa – “a dispersão enfraquece” – nem sempre o faz. Ela pode reduzir a nada um movimento poderoso, como foi o caso da dispersão dos quatrocentos seguidores de Teudas quando ele morreu (At 5.36). Porém, no que diz respeito à Igreja, a dispersão fazia parte dos planos de Deus. Graças a ela, o evangelho se espalhou pelos quatro cantos do mundo. A morte de Teudas provocou uma dispersão que acabou com o seu movimento. A morte de Jesus, seguida da sua ressurreição, provocou uma dispersão positiva – o movimento do cristianismo cresceu. Teudas perdeu e Jesus ganhou!

Nota: 

Devocional retirada do novo livro do pastor Elben César Refeições Diárias com os Discípulos.

Veja a entrevista do autor:

Leia mais


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domingo, 6 de outubro de 2013

Primeira igreja evangélica brasileira era formada por índios, afirma estudo

06.10.2013
Do portal GOSPEL PRIME
Por Jarbas Aragão

Os primeiros protestantes brasileiros foram evangelizados por missionários holandeses
Primeira igreja evangélica brasileira era formada por índios, afirma estudoPrimeira igreja evangélica brasileira era formada por índios
No Brasil, como em alguns outros países, o termo “evangélico” passou a ser sinônimo (e depois substituiu) “protestante” ou “reformado”. Oficialmente, a primeira igreja protestante (ou evangélica) para brasileiros, fundada em 1858, era da denominação Congregacional. Mas um novo estudo contesta, afirmando que foi em 1625.
Os registros históricos indicam que os primeiros missionários protestantes chegaram aqui em 1557, enviados pela Igreja Reformada Francesa. Dia 10 de março daquele ano realizaram o primeiro culto protestante no Brasil. Porém, enfrentaram forte oposição dos portugueses católicos e nunca conseguiram fundar uma igreja.
No recém-lançado livro “A Primeira Igreja Protestante do Brasil”, a historiadora e professora cearense Jaquelini de Souza procura provar que se trata da “Igreja Reformada Potiguara”. Ela foi criada por índios durante as chamadas “invasões holandesas” no Brasil, no século XVII. Cidades como Recife guardam até hoje as marcas desse período conhecido como Brasil Holandês, que ocupou grande parte da região Nordeste do Brasil, entre 1630 e 1654.
Segundo Jaquelini, a Igreja Potiguara tinha esse nome por que teve início entre os índios de mesmo nome. Em 1625, numa frota aportaram holandeses, na Baía da Traição, na Paraíba. Entre eles estavam missionários dispostos a evangelizar os nativos. Depois de alguns meses, mandaram para a Holanda Pedro Poty e Antônio Paraupaba, duas das maiores lideranças indígenas.
Chegando aos Países Baixos, tiveram acesso à melhor educação formal e religiosa disponível. Convertidos ao protestantismo, voltaram ao Brasil cinco anos depois, durante a chamada “segunda invasão holandesa”. Eles fundaram com apoio holandês a igreja onde desenvolveram um programa de discipulado e de formação de professores reformados indígenas. Começaram a se desenvolver, reunindo-se nas aldeias e fazendo batismos, casamentos, profissões de fé e celebrando a ceias do Senhor.
Embora não tivesse um prédio, “Já era a Igreja Potiguara porque, teologicamente, havendo dois ou três reunidos em nome de Deus, independentemente do lugar, está ali uma igreja”, explica a historiadora.
A diferença do tratamento dos protestantes holandeses era grande em comparação com católicos portugueses. A educação do brasileiro nativo era pré-requisito para sua confissão de fé. Mas “foi só depois da expulsão dos holandeses [em 1654] que vimos aflorar a verdadeira Igreja Potiguara”, defende Jaquelini.
Forçados a sair do país pelos portugueses, os holandeses deixaram um grupo de potiguares convertidos e agora, sem supervisão. Muitos desses holandeses foram para a América do Norte, onde fundaram a colônia de Nova Amsterdã, atual Nova York.
Por aqui, os índios continuavam perseguidos pelos portugueses. Fugindo, caminharam cerca de 750 quilômetros a partir do litoral pernambucano até o sertão na Serra da Ibiapaba, no atual Estado do Ceará. Continuaram praticando a fé protestante e teriam feito convertidos entre os índios tabajaras, que viviam ali. Paraupaba, nessa época, tentava na Holanda, receber apoio para os refugiados, mas sem sucesso.
Apoiam esse fato, os relatos do conhecido padre Antônio Vieira, jesuíta que relatou à Companhia de Jesus o que acontecia na região. Ele chamou o lugar de “Genebra de todos os sertões”, em referência à Genebra, na Suíça, o berço da Igreja Reformada. Em um trecho de seu relato, Vieira explica que “muitos deles [os índios] tão calvinistas e luteranos como se nasceram em Inglaterra ou Alemanha”.
infografico primeira igreja protestante do brasil Primeira igreja evangélica brasileira era formada por índios, afirma estudo
Infográfico produzido pela Revista IstoÉ.
É difícil identificar o que restou dos índios da Igreja Potiguara após passarem seis anos de vida em comunidade na Ibiapaba. O grupo acabou se desfazendo. Especula-se que alguns se juntaram aos opositores dos portugueses na chamada “Guerras dos Bárbaros” de 1688. Outros teriam voltado ao catolicismo ou às religiões nativas.
Sabe-se que Pedro Poty foi capturado pelos portugueses durante a Batalha dos Guararapes. Preso em Pernambuco, acabou torturado para negar a sua fé. Não renegou e acabou morto. Segundo Jaquelini, foi o primeiro latino-americano martirizado pela Igreja Católica. O que ficará para história é que esses índios foram os primeiros brasileiros protestantes, fundadores de uma igreja que possivelmente durou de 1625 a 1692.  O livro de Jaquelini é baseado em sua tese de doutorado, que pode ser lida aqui. Com informações de Isto É e Editora Mackenzie.
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