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quarta-feira, 13 de março de 2024

Panorama do Livro de Deuteronômio: Uma Jornada de Fé e Obediência

13.03.2024

O livro de Deuteronômio, o quinto livro da Bíblia e o último do Pentateuco, é uma obra rica em ensinamentos teológicos, históricos e práticos. Escrito por Moisés durante os últimos 40 anos da peregrinação no deserto, Deuteronômio apresenta uma série de discursos de despedida em que ele relembra a história do povo de Israel, as leis e os mandamentos de Deus, e os exorta à fidelidade e à obediência ao Senhor.

Tópicos Explicativos:

1. A Primeira Aliança (Deuteronômio 1:1-4:49):

  • Moisés relembra a história da libertação do Egito e da entrega da Lei no Monte Sinai.
  • Ele enfatiza a importância da obediência aos mandamentos de Deus como condição para a bênção e a prosperidade do povo.
  • A centralidade do Shemá Israel (Deuteronômio 6:4-9) como expressão da fé monoteísta e do amor a Deus.

2. As Leis e os Mandamentos (Deuteronômio 5:1-26:19):

  • Deuteronômio apresenta uma recapitulação das leis e dos mandamentos de Deus, incluindo os Dez Mandamentos, as leis sociais, as leis cultuais e as leis civis.
  • O objetivo das leis é promover a justiça, a ordem e a santidade no meio do povo de Israel.
  • As leis também servem como um símbolo da aliança entre Deus e seu povo.

3. Bênçãos e Maldições (Deuteronômio 27:1-28:69):

  • Moisés apresenta as bênçãos que o povo de Israel receberá se obedecer aos mandamentos de Deus e as maldições que sofrerá se desobedecer.
  • As bênçãos e maldições servem como um poderoso incentivo à obediência e como um aviso das consequências da desobediência.

4. Discursos de Despedida e Morte de Moisés (Deuteronômio 29:1-34:12):

  • Moisés abençoa as tribos de Israel e os exorta a permanecerem fiéis ao Senhor.
  • Ele faz um último apelo à obediência e à fidelidade à aliança.
  • Moisés sobe ao Monte Nebo e morre aos 120 anos.

Conclusão:

O livro de Deuteronômio é um marco fundamental na história do povo de Israel. Ele serve como um guia para a vida de fé e obediência a Deus, e seus ensinamentos continuam a ser relevantes para os cristãos de hoje.

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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Esboço do Livro de Números -Antigo Testamento

12.06.2023

Editado por Pr Irineu  Messias

I. Introdução

A. Contexto histórico e cronologia
B. Propósito e tema do livro
C. Autoria e autoria divina

II. Preparação e Organização do Povo de Israel

A. Recenseamento e organização das tribos
B. Funções e responsabilidades dos levitas
C. Estabelecimento da ordem de marcha e acampamento

III. Registro dos Eventos no Deserto

A. Saída do Monte Sinai e primeiras etapas
B. Rebeliões e consequências
C. Viagens, desafios e milagres no deserto
D. Instruções sobre a adoração e o sacerdócio
E. Consequências da incredulidade e murmuração

IV. Transição de Geração e Preparação para a Terra Prometida

A. Conclusão do período de peregrinação
B. Envio dos espias e consequências da incredulidade
C. Castigo e morte da primeira geração
D. Nomeação de Josué como líder e sucessor de Moisés

V. Leis e Regulamentos para o Povo de Israel

A. Leis sobre sacrifícios, ofertas e adoração
B. Leis civis e sociais
C. Leis sobre a pureza ritual e a santidade

VI. Segunda Contagem do Povo e Distribuição da Terra Prometida

A. Recenseamento da nova geração
B. Divisão da terra entre as tribos de Israel
C. Designação de cidades de refúgio e terras dos levitas

VII. Preparação Final para a Entrada na Terra Prometida

A. Leis adicionais sobre herança e casamento
B. Instruções sobre a guerra e relacionamento com outras nações
C. Renovação da aliança e compromisso com Deus

VIII. Conclusão e Revisão dos Eventos
A. Últimas palavras de Moisés e sua morte
B. Comentário sobre a fidelidade de Deus
C. Visão geral dos eventos desde a saída do Egito

IX. Significado e Lições Espirituais

A. A fidelidade de Deus, apesar da incredulidade do povo
B. O papel do líder e a importância da obediência
C. A graça e o perdão divinos mesmo em face da rebelião

IX. Significado e Lições Espirituais

D. A provisão e o cuidado de Deus no deserto - Ao longo do livro de Números, vemos o constante cuidado e provisão de Deus para o povo de Israel no deserto. Mesmo em meio às dificuldades e desafios, Deus demonstra Sua fidelidade ao fornecer comida, água e proteção. Isso nos ensina sobre a importância de confiar em Deus em todas as circunstâncias e reconhecer Sua provisão em nossas vidas.

E. A importância da santidade e obediência - O livro de Números destaca repetidamente a importância da santidade e obediência ao seguir as leis e os mandamentos de Deus. Aqueles que agiram com desobediência enfrentaram consequências graves, enquanto aqueles que se mantiveram fiéis foram abençoados. Isso nos lembra da necessidade de buscar uma vida de obediência e santidade diante de Deus.

F. A importância da liderança piedosa - O papel de Moisés como líder e mediador entre Deus e o povo é um tema proeminente no livro de Números. Sua liderança exemplar, apesar das provações e reclamações do povo, nos ensina sobre a importância de líderes piedosos que buscam a vontade de Deus e orientam o povo com sabedoria e compaixão.

G. A fidelidade de Deus apesar da infidelidade humana - Ao longo do livro de Números, vemos o povo de Israel constantemente caindo em incredulidade, murmuração e rebelião contra Deus. No entanto, mesmo diante disso, Deus permanece fiel às Suas promessas e continua a conduzi-los em direção à Terra Prometida. Isso nos lembra do caráter misericordioso e gracioso de Deus, que nos ama apesar de nossas falhas e está sempre disposto a nos perdoar e nos restaurar.

H. Preparação para a jornada da fé - O livro de Números serve como um lembrete de que a vida cristã é uma jornada de fé. Assim como o povo de Israel foi chamado a confiar em Deus e a obedecer às Suas instruções, nós também somos chamados a seguir a Deus, confiando em Sua liderança, mesmo quando enfrentamos incertezas e desafios.

Conclusão:

O livro de Números, do Antigo Testamento, oferece uma rica tapeçaria de história, leis e ensinamentos espirituais. Ao explorar a jornada do povo de Israel no deserto, somos desafiados a refletir sobre nossa própria caminhada de fé, aprendendo lições valiosas sobre a fidelidade de Deus, a importância da obediência e a necessidade de líderes piedosos. Ao estudarmos o livro de Números, somos convidados a fortalecer nossa confiança em Deus e a buscar uma vida de santidade e obediência, enquanto nos preparamos para a jornada da fé.

Este esboço do Livro de Números oferece uma estrutura geral para entender a narrativa e os temas abordados.

É sempre recomendado o estudo adicional das passagens bíblicas e a consulta a outras fontes teológicas para uma compreensão mais aprofundada e abrangente do livro.

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terça-feira, 16 de maio de 2023

Esboço do Livro de Gênesis

16.05.2023
Editado por Irineu Messias


I. Prólogo (Gênesis 1:1-2) A. O Criador e Sua obra B. A Terra sem forma e vazia

II. Criação do Universo e da Terra (Gênesis 1:3-2:3) A. Os dias da Criação 1. Dia 1: Luz e trevas 2. Dia 2: Firmamento 3. Dia 3: Terra, mares e plantas 4. Dia 4 : Sol, lua e estrelas 5. Dia 5: Peixes e aves 6. Dia 6: Animais terrestres e homem B. O descanso de Deus no sétimo dia

III. A criação do homem e da mulher (Gênesis 2:4-25) A. O Jardim do Éden B. A criação do homem C. A formação da mulher D. O obrigatório para cuidar do Jardim

4. A queda da humanidade (Gênesis 3) A. A tentação da serpente B. A desobediência de Adão e Eva C. As consequências da queda D. Expulsão do Éden e o querubim guardião

V. A história de Caim e Abel (Gênesis 4) A. O nascimento de Caim e Abel B. A oferta de delícias C. O assassinato de Abel e a maldição de Caim D. A descendência de Caim

VI. A linhagem de Sete e Noé (Gênesis 5-9) A. A genealogia desde Adão até Noé B. A história de Noé e o Dilúvio C. A arca e as espécies preservadas D. O pacto de Deus com Noé

VII. As gerações de Noé e a Torre de Babel (Gênesis 10-11) A. As nações descendentes de Noé B. A construção da Torre de Babel e a confusão das línguas

VIII. A chamada de Abraão (Gênesis 12-25) A. A chamada de Abraão e a promessa de uma grande nação B. Abraão e Ló C. A aliança de Deus com Abraão e a circuncisão D. A promessa do nascimento de Isaque E. O benefício de isaque

IX. As histórias de Isaque, Esaú e Jacó (Gênesis 25-36) A. Os filhos de Isaque: Esaú e Jacó B. Jacó e a bênção da primogenitura C. A jornada de Jacó para Harã D. O retorno de Jacó à terra de Canaã

X. José e seus irmãos (Gênesis 37-50) A. O sonho de José e a venda como escravo B. José no Egito e sua ascensão ao poder

C. O encontro de José com seus irmãos e a reconciliação D. A mudança da família de Jacó para o Egito E. A morte de Jacó e de José

Conclusão: O Livro de Gênesis, na versão Revista e Corrigida (2009), é o primeiro livro da Bíblia Sagrada e oferece uma narrativa rica e profunda sobre a criação do mundo, a origem da humanidade, a queda do homem e as histórias dos patriarcas como Abraão, Isaque, Jacó e José. É um livro que estabelece as bases para compreendermos a história redentora de Deus e a formação do povo de Israel. Ele nos convida a refletir sobre a criação, a queda, a fé, a obediência, a providência divina e os propósitos de Deus na vida dos indivíduos e da humanidade como um todo.

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segunda-feira, 24 de abril de 2023

A contribuição da Teologia Bíblica na formação social e moral da sociedade moderna

24.04.2023
Editado por Irineu Messias

A teologia bíblica é um ramo da teologia que estuda a Bíblia e a evolução da revelação de Deus à humanidade. Ela busca e interpreta as Escrituras com a finalidade de entender a história progressiva da revelação de Deus e suas motivadas para a sociedade. A teologia bíblica é uma disciplina importante, pois fornece uma base sólida para a compreensão da Bíblia e sua sagrada para a vida moderna.

Ao longo dos séculos, a teologia bíblica tem desempenhado um papel fundamental na moldagem da sociedade e na formação da moral e dos valores humanos. Ela tem influenciado a arte, a literatura, a filosofia e a ética, e tem sido uma fonte de inspiração para muitos líderes religiosos e sociais. A teologia bíblica tem sido usada para defender a justiça social, os direitos humanos e a igualdade, e tem sido uma força motriz para a mudança social e política em muitas partes do mundo.

Neste artigo, vamos explorar a contribuição da teologia bíblica para a moldagem social e moral da sociedade moderna. Vamos analisar como a teologia bíblica tem sido usada para influenciar a cultura e a moralidade, e como ela tem sido aplicada em questões contemporâneas, como a justiça social, a igualdade de gênero, a ecologia e a ética empresarial. Vamos examinar os principais temas e conceitos da teologia bíblica e sua religião para a vida moderna, e vamos destacar algumas das principais figuras e movimentos que contribuíram para o desenvolvimento dessa disciplina ao longo dos séculos.

A importância da Teologia Bíblica na sociedade moderna

A teologia bíblica tem uma grande importância na sociedade moderna, pois ela contribui para a moldagem social e moral das pessoas. Através do estudo das Escrituras Sagradas, é possível refletir sobre questões que resultaram a sociedade e o mundo em que vivem, como a ética, a moral, a justiça, a paz, a liberdade, a igualdade, entre outras.

Moldando a moralidade individual

A teologia bíblica ajuda a moldar a moralidade individual, pois ela ensina os valores e princípios cristãos que devem ser seguidos pelos fiéis. Através da leitura da Bíblia, é possível aprender sobre o amor ao próximo, a humildade, a paciência, a arrogância, a honestidade, a fidelidade, entre outras virtudes que são importantes para a formação do caráter de cada pessoa.

Além disso, a teologia bíblica também ensina sobre a importância da oração, da meditação e do cultivo da espiritualidade, que são fundamentais para o fortalecimento da fé e da confiança em Deus.

Moldando a moralidade coletiva

A teologia bíblica também contribui para a moldagem da moralidade coletiva, pois ela ensina sobre a importância do amor ao próximo e da solidariedade. Através do estudo das Escrituras Sagradas, é possível aprender sobre a justiça social, a igualdade, a fraternidade, a paz e a harmonia entre os povos.

Além disso, a teologia bíblica também ensina sobre a importância da responsabilidade social, do cuidado com o meio ambiente e da promoção da dignidade humana. Ela nos lembra que somos todos irmãos e que devemos agir com amor e compaixão para com o próximo.
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quarta-feira, 13 de julho de 2022

O ensino teológico para nativos digitais

13.07.2022
Do portal da REVISTA ULTIMATO ON LINE, 17.06.22
Por Kaiky Fernandez e Pedro Dulci
 
Estudo de caso do Invisible College
 
As verdades do evangelho são imutáveis e eternas. Isso significa não apenas que são as mesmas de sempre, mas também que precisam ser aplicadas nos mais diversos períodos da história e contextos culturais. O nosso papel como cristãos é compreender como tais verdades se aplicam aqui e agora, nas questões do mundo contemporâneo. Além de ter um profundo conhecimento da Bíblia, também precisamos entender o ambiente e as pessoas com as quais estamos compartilhando o evangelho, por exemplo, recorrendo a pesquisas culturais e sociológicas.
 
Por meio de um estudo de caso do Invisible College — um instituto educacional do Brasil que oferece cursos de teologia e filosofia — analisamos as questões acima, com foco nos nativos digitais.
 
Quem são os nativos digitais?

Uma geração pode ser definida como um recorte da população que experimentou eventos sociais, culturais e tecnológicos semelhantes1. Mesmo que haja especificidades de contextos locais, isso é útil para compreendermos as características gerais de determinado grupo — suas preferências, gostos, estilos de vidas, preocupações, dilemas e anseios.
 
Quanto mais compreendermos a respeito de uma determinada geração, maior será a nossa possibilidade de comunicar efetivamente com as pessoas desta geração e contextualizar o evangelho, aplicando verdades bíblicas aos desafios contemporâneos.2
 
A geração dos nativos digitais, composta por pessoas nascidas entre 1996 e 2012 (também conhecida como ‘Geração Z’), e que recebe esse título devido a uma característica fundamental: é a primeira geração a nascer e crescer em um contexto no qual as tecnologias digitais já estavam massivamente disponíveis para a população em geral.
 
Tais tecnologias são indispensáveis para o cotidiano dessa geração3, sendo usadas para uma ampla gama de atividades diárias: comunicar-se com amigos, enviar curriculum vitae para vagas de empregos, pedir comida, realizar estudos, procurar lojas e restaurantes, e monitorar atividades físicas. Em suma, esta é uma geração moldada pela distância de um clique a qualquer necessidade básica. Tudo está acessível e disponível através de um smartphone.
 
Por que uma escola teológica para nativos digitais?

Em 2019, nos perguntamos: quais eram as alternativas para pessoas que desejam estudar teologia, mas que não têm a possibilidade de ir para um seminário tradicional, seja devido ao alto custo, falta de tempo ou restrições geográficas; que preferem conteúdos de estudos que reflitam a ortodoxia bíblica; e que são de uma geração mais nova? Conhecemos pouquíssimas opções disponíveis. Então pensamos em uma forma de contribuir com essas pessoas.
 
Nossa proposta inicial era apenas disponibilizar, gratuitamente, um guia de estudos teológicos, para que cada interessado pudesse usá-lo na condução dos seus estudos individuais. Posteriormente, quando percebemos que havia um potencial e sentimos a necessidade de ir além dessa ferramenta, criamos formalmente o Invisible College, uma escola de teologia e filosofia para nativos digitais — um segmento que, até 2025, será a maior parte da força de trabalho ativa4.
 
Nossos números desde a criação da escola mostram claramente que as pessoas estão interessadas em aprendizagem teológica de alta qualidade. Querem opções que não renunciam ao rigor, mas que também sejam contextualizadas e adaptáveis a diferentes rotinas e realidades. O que nós fazemos aqui no Invisible College é apenas uma pequena contribuição para isso. Há ainda muito trabalho a ser feito!
 
O quê e como fazemos?

Quando criamos a escola e ao longo do seu desenvolvimento até hoje, sempre tentamos responder a estas perguntas: como propor uma metodologia de ensino que seja flexível, mas sem perder a qualidade? Como comunicar a essa geração de nativos digitais a importância e a relevância do estudo teológico? Como oferecer um ambiente relacional mesmo em uma instituição que funciona de forma totalmente digital, sem ao menos ter um espaço físico?
 
As respostas que oferecemos formam a espinha dorsal do Invisible College. Cada uma busca a adequação à geração que temos como público de interesse: os nativos digitais.
 
1. Curadoria

A primeira característica marcante da nossa escola é oferecer curadoria. A benção de ter acesso a tudo, a qualquer momento e em qualquer lugar, pode se tornar uma maldição se não houver o direcionamento adequado. Vivemos em uma época na qual um estudante do Brasil pode ter acesso a livros, palestras ou aulas de qualquer pessoa ao redor do mundo de forma praticamente instantânea. No entanto, como escolher o que acessar? Quais livros ler ou por onde começar? Para suprir essa necessidade, um dos nossos principais trabalhos é fornecer orientação em relação ao conteúdo, organizando-o de forma didática e disponibilizando gratuitamente, para qualquer pessoa, em formato de guias de estudos.
 
2. Tutoria

A segunda característica é a nossa metodologia didática. A geração Z tem como marca ser multiconectada. Isso implica na participação quase simultânea em diferentes grupos sociais — trabalho, estudos, amigos, igreja, projetos sociais —, além de, em muitos casos, não haver uma rotina fixa e rígida, devido às novas configurações de empregos remotos ou no formato híbrido5. Também é uma geração que busca protagonismo nas suas atividades e iniciativas. Assim, resgatamos uma metodologia antiga — o sistema tutorial, usado pelas universidades de Oxford e Cambridge —, mas adaptada ao contexto digital.
 
Essa metodologia pressupõe uma baixa quantidade de aulas expositivas, ao contrário dos cursos tradicionais. Além das aulas, os estudantes têm contato com os colegas e os tutores em encontros regulares para discussão dos conteúdos, onde a aprendizagem acontece de forma relacional e coletiva.
 
3. Comunicação

A terceira característica é nossa forma de comunicação. Discernir as especificidades comunicacionais das pessoas que queremos alcançar é fundamental para que aquilo que estamos propondo seja assimilado e se torne pertinente para elas. Dessa forma, sem abrir mão do rigor no conteúdo, temos uma abordagem estética tanto na linguagem visual, quanto na verbal, para desvincular a ideia de que os estudos teológicos são arcaicos, chatos e sem relevância para as pessoas que não ocupam cargos na igreja. Os títulos dos cursos e seus módulos, as escolhas de imagens e cores usadas nas peças publicitárias são sempre pensados de uma forma contextualizada e adequada para nosso público de interesse, quebrando alguns estereótipos quanto à visão que muitas vezes há em relação à teologia.
 
Quais são os desafios que temos pela frente?
Embora alguns progressos significativos tenham sido feitos ao lidar com nativos digitais, é evidente que muitos desafios estão por vir e que precisaremos lidar com eles. Tais desafios são intrínsecos a essa geração e também estão presentes na igreja local, na evangelização e no discipulado.
 
No dia a dia da nossa escola, percebemos que os estudantes estão cada vez mais desatentos e ansiosos. Existem vários fatores quanto às causas. Aqui estão alguns de acordo com as pesquisas e estudos que realizamos:
 
Em relação à sua desatenção, provavelmente boa parte disso seja fruto da relação alternada, para não dizer simultânea, entre os diversos ambientes sociais digitais. De forma geral, uma pessoa está ao mesmo tempo conectada em um aplicativo de mensagens (com os seus vários grupos e conversas individuais), em uma plataforma para a equipe do trabalho, em um sistema de emails e pelo menos mais duas ou três redes sociais. As notificações chegam a todo momento.
 
Em relação à ansiedade, provavelmente a conectividade também foi algo que a impulsionou, tanto quantitativamente, quanto qualitativamente. Isso porque o contexto das redes é propício para o compartilhamento de informações, sentimentos e opiniões, e a Geração Z se sente confortável com isso.
 
As mídias sociais moldam expectativas e comportamentos, além de gerarem impactos negativos em relação ao amor-próprio, à autoestima e à confiança6. Por outro lado, em virtude da conexão e a necessidade de relevância, os nativos digitais mostram preocupação com transformações sociais e com a sustentabilidade ambiental, bem como se esforçam para fazer a diferença em algo por meio do voluntariado.
 
E agora?

Tudo que fizemos até agora foi só o começo. Há outras perguntas e questões práticas que ainda precisam ser respondidas para auxiliarmos essa importante geração a não apenas conhecer o evangelho, mas também viver o evangelho em suas vidas diárias.
 
Precisamos da sabedoria bíblica para fazer o uso correto das mídias sociais, entendendo sua relevância e importância, ao invés de apenas demonizá-las. Por outro lado, também rejeitamos o uso irrestrito que tem gerado problemas evidentes, sobretudo na saúde mental. A grande pergunta é: como propor um uso equilibrado e saudável, reconhecendo os benefícios dos avanços tecnológicos, mas sem idolatrá-los?
 
Também precisamos buscar biblicamente respostas para essa geração ansiosa e insegura, com desajustes afetivos e uma identidade fragmentada. A solução para isso não é uma espécie de fé superficial que faz as pessoas se sentirem bem, mas sim uma fé biblicamente genuína que compreende a realidade da condição humana e segue o caminho de Jesus.
 
Por fim, que toda a vitalidade e disposição de pessoas inconformadas com o status quo sejam canalizadas para o bem comum, para promover a dignidade humana e a justiça, e fazendo tudo para a glória de Deus em um caminho de discipulado junto com as suas comunidades locais7.
 
Kaiky Fernandez é brasileiro, membro da Igreja Cristã Farol Esperança, graduado em design gráfico pela Universidade Federal de Goiás, com especialização em gestão de marketing pela ESPM Rio. É coordenador estratégico do Invisible College e estudante de teologia.
Pedro Dulci é brasileiro, doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás e cofundador e coordenador pedagógico do Invisible College, além de pastor em tempo integral da Igreja Presbiteriana Bereia, em Goiânia.
 
Notas
1 - Jason Dorsey, Denise Villa, Zconomy: como a geração z vai mudar o futuro dos negócios. Translated by Bruno Fiuzza and Roberta Clapp, 45. Rio de Janeiro: Agir, 2021.
2 - Kevin Jon Vanhoozer, O drama da doutrina: uma abordagem canônico-linguística da teologia cristã. Translated by Daniel de Oliveira, 276. São Paulo: Vida Nova, 2016.
3 - Philip Kotler, Hermawan Kartajaya and Iwan Setiawan, Marketing 5.0: tecnologia para a humanidade, trans. André Fontenelle (Rio de Janeiro: Sextante, 2021), 40.
4 - Philip Kotler, Hermawan Kartajaya and Iwan Setiawan, Marketing 5.0: tecnologia para a humanidade, trans. André Fontenelle (Rio de Janeiro: Sextante, 2021), 41.
5 - Empregos que alternam entre o trabalho presencial no escritório da empresa e o trabalho remoto.
6 - Jason Dorsey and Denise Villa, Zconomy: como a geração z vai mudar o futuro dos negócios, trans. Bruno Fiuzza and Roberta Clapp (Rio de Janeiro: Agir, 2021), 75-76.
7 - Nota da Editora: Leia o artigo de Steve Moon, intitulado “O evangelho e a Geração Z”, na edição de março/2021 da Análise Global de Lausanne https://lausanne.org/pt-br/recursos-multimidia-pt-br/agl-pt-br/2021-03-pt-br/o-evangelho-e-a-geracao-z.

Artigo originalmente publicado por Movimento de Lausanne. Reproduzido com permissão.

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Fonte:https://www.ultimato.com.br/conteudo/o-ensino-teologico-para-nativos-digitais

quinta-feira, 5 de maio de 2022

PATERGOGIA, A FORMAÇÃO BÍBLICA DOS PAIS CRISTÃOS

20.04.2022

Do portal CPADNEWS, 30.06.2020

Por Claudionor de Andrade 

 “Então Manoá orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer” (Jz 13:8).

INTRODUÇÃO 

 A missão prioritária dos pais é educar, individual e particularmente, a cada um de seus filhos, no caminho em que devem andar (Pv 22:6). Afinal, nossas crianças pertencem ao Senhor, conforme lembra-nos, neste instante tão delicado, o Salmista: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão” (Sl 127:3).

Como, porém, conduzi-los de acordo com a Bíblia Sagrada? A resposta a essa pergunta não é tão simples quanto parece. Não basta dizer, por exemplo, que a chave para a salvação de nossos meninos e meninas é uma educação genuinamente bíblica e autenticamente cristã. Que a resposta é esta, todos o sabemos. O que muitos ignoram é que boa parte dos pais evangélicos não possui educação bíblica e cristã sequer para si.

Frutos de um mundo confuso, de uma educação secular ruim e globalista e de uma doutrinação cristã deficitária, muitos pais e mães não têm intimidade com a Palavra de Deus, nem com o Deus da Palavra. Não são afeitos à leitura, porque jamais aprenderam a interpretar corretamente um texto. Aliás, têm eles dificuldades, inclusive, de ler uma prescrição médica, o boletim escolar dos filhos e as últimas normas do condomínio. Toda a sua cultura acha-se restrita ao mundo televisivo: novelas, shows e telejornais nem sempre compromissados com a verdade.

Diante de um cenário tão desfavorável, faz-se urgente educar, antes de tudo, os educadores naturais, legítimos e imediatos de nossos pequeninos: seus pais. A ordem do Senhor, a esse respeito, é clara e não admite postergações: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22:6).

Tendo em vista tal urgência, proponho, neste artigo, uma especialidade educativa voltada exclusivamente aos pais cristãos. Refiro-me a um departamento pedagógico a que chamarei, a partir de agora, de patergogia: a educação dos pais e mães, como os reais educadores de seus filhos      

I. A DEFINIÇÃO, OS FUNDAMENTOS, OS OBJETIVOS E O LUGAR DA PATERGOGIA

Neste tópico, querido leitor, definiremos o que já passamos a chamar de patergogia. Em seguida, veremos seus objetivos, fundamentos e o seu lugar no ministério eclesiástico. Que Deus nos ajude a impulsionar este recurso pedagógico-didático, cujo único objetivo é auxiliar os pais, através da Bíblia Sagrada, a educar a seus filhos com a excelência que nos proporciona a divina graça.

1. Definição etimológica de patergogia. A palavra “patergogia” é formada por dois vocábulos gregos: pater, pai e mãe, no sentido em que, neste estudo, o empregamos; e agogos, o que conduz. Há que se destacar, outrossim, estar o último termo ligado ao verbo agein: conduzir. Etimologicamente, portanto, o termo “patergogia” traz este significado literal: educação dos pais.

2. Definição pedagógica de patergogia. A patergogia será definida, pois, como a educação sistemática dos genitores como os responsáveis diretos e insubstituíveis pela formação espiritual, moral, ética e física dos filhos, de acordo com os preceitos de quem lhos confiou – o Autor e Mantenedor da Vida. Somente assim os pais habilitar-se-ão a proporcionar uma formação bíblica e espiritual a toda a sua descendência, tendo, como fundamento, a excelência dos reclamos e das reivindicações da Bíblia Sagrada, nossa única regra infalível de fé, prática e orientação pedagógica.

3. Os objetivos da patergogia. Tendo em vista a formação bíblica, espiritual e cultural deficitária de boa parte dos pais evangélicos atuais, a patergogia cristã propõe-se a suprir tais deficiências, preparando-os a educar seus filhos com a excelência que a Bíblia requer de cada um de nós. Logo, a patergogia é a educação dos pais, a fim de que cumpram a sua mais importante e prioritária missão de maneira plena, digna e perfeita.

4. Os fundamentos da patergogia. Já que a patergogia será vista, a partir de agora, como uma necessidade premente no ensino cristão, seu principal fundamento terá de ser, necessariamente, a Bíblia Sagrada, a inspirada e inerrante Palavra de Deus.

Além das Sagradas Escrituras, a patergogia utilizará, também, os documentos doutrinários comprovadamente bíblicos da Igreja Cristã, a história, a legítima tradição familiar e os testemunhos dos que se consagraram a educar seus filhos com reconhecido e louvável esmero.

5. O lugar da patergogia no ministério eclesiástico. Levando-se em conta a organização atual do ensino bíblico nas igrejas evangélicas, a patergogia deve ser vista como um ramo da Educação Cristã e uma disciplina auxiliar da Escola Dominical. Mas não deve, preferentemente, funcionar no mesmo horário desta; que os pais tenham condições de participar dos ensinos dominicais programados.

II. A JUSTIFICAÇÃO DA PATERGOGIA

Há uma pergunta, querido leitor, cuja pertinência não pode ser ignorada: “Por que a patergogia faz-se tão necessária?”. Esta disciplina faz-se não apenas necessária como, igualmente, imprescindível, pelos seguintes motivos que estão a reclamar-nos toda a urgência:

1. A formação bíblica, espiritual e cultural deficiente de muitos pais evangélicos. A atual geração de pais evangélicos é fruto da escola sócio-construtivista e do chamado método global de alfabetização, cujos resultados, em países como o Brasil, estão entre os piores do mundo. Isso significa, que a maioria dos homens e mulheres, que se tornaram pais a partir da década de 1990, não foi alfabetizada com eficácia. Muitos não sabem sequer interpretar um texto básico.

Levemos em conta, outrossim, a péssima formação bíblica, espiritual e cristã proporcionada à atual geração de pais e mães, por igrejas que, já conformadas com este século, perderam suas excelências bíblicas, culturais e pedagógicas.

2. Os desafios da pós-modernidade. A chamada pós-modernidade, empobrecendo moral e culturalmente a nova geração de pais e mães, instilou-lhes na mente e na alma indefesas, as mais nocivas e esdrúxulas filosofias, ideologias e até teologias. Percebe-se, logo, que a geração atual foi condicionada, desde o jardim de infância, a aceitar, sem questionamentos ou críticas, toda a agenda do atual anticristianismo.

3. O surgimento de ideologias nocivas. Aproveitando-se da precária formação bíblica e cultural da presente geração de pais e mães, os prepostos do Anticristo vêm, sistematicamente, apresentando-lhe uma agenda maligna, e nem sempre sutil, com destaque para os seguintes itens: aborto, eutanásia, ecologismo idolátrico, casamento fora dos padrões bíblicos, homossexualismo, ideologia de gênero etc.

A sanha globalista, portanto, ataca não apenas os filhos, mas calculadamente os pais. Não nos enganemos. Os inimigos da Bíblia Sagrada são mais eficientes do que supomos; não podem ser subestimados. Eis por que temos de educar os pais, a fim de que estes, já fortalecidos na Palavra de Deus, tenham condições de socorrer os seus filhos.

4. A iminência da volta de Cristo. Nós acreditamos no iminente retorno de Nosso Senhor. Por esse motivo, prepararemos adequadamente os pais, desta geração, a educar seus filhinhos com a excelência que a Bíblia requer. Doutra forma, jamais adentrarão a Jerusalém Celeste. Que eles possam, desde já, declarar como Josué, o conquistador de Canaã:

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15).
Neste ponto, querido irmão, é mister responder a esta pergunta: o que ministrar aos pais, objetivando prepará-los a educar seus filhos? É o que veremos no próximo tópico.

III. O CURRÍCULO BÁSICO DA PATERGOGIA

A patergogia requer um currículo básico, centrado de maneira incondicional na Bíblia Sagrada, a inspirada e inerrante Palavra de Deus. Somente assim terá condições de alcançar plenamente seus objetivos: educar os pais, visando capacitá-los a educar com excelência a seus filhos. E, dessa forma, salvar as novas gerações dos ataques do Anticristo, que vem atuando impiedosamente através de seus prepostos globalistas e pós-modernos, com a anuência cada vez mais ousada e descarada dos falsos profetas, doutores e mestres, que estão a pulular em nossos arraiais.

1. A doutrina da salvação. Um dos maiores desafios da Igreja de Cristo, na atualidade, é evangelizar os que se dizem evangélicos. Frequentando igrejas geridas como meras empresas, e sendo eles mesmos tratados como meros clientes, muitos pais e mães da geração 2.000, ainda não tiveram uma experiência real e pessoal com o Senhor Jesus Cristo, conforme os padrões bíblicos.

Portanto, a primeira tarefa da patergogia cristã será evangelizar, discipular e conduzir os pais desta geração a Cristo. Somente assim, poderão eles dedicar-se à educação redentora de sua descendência. Pais realmente salvos não descurarão da salvação de seus filhos; antes, orarão e intercederão por estes como fazia continuamente o patriarca Jó (1:4,5). 

2. Alfabetização intensiva. Se levarmos em consideração a triste realidade cultural dos pais e mães dos anos 2.000, convencer-nos-emos de que eles necessitam, com urgência, de um curso intensivo de alfabetização, leitura e interpretação de texto. Alfabetizados pelo método global, sob os auspícios do sócio-construtivismo, boa parte dos pais, desta geração, é incapaz de ler, escrever e interpretar um texto mais complexo.

Por essa razão, tendo como livro de texto a Bíblia Sagrada, a inspirada e inerrante Palavra de Deus, ensinemo-los a ler, a escrever e a interpretar um texto com toda a correção requerida. Lembremo-nos de que os puritanos ingleses, que formaram o cerne da civilização norte-americana, eram alfabetizados a partir da bela e majestosa Bíblia do Rei Tiago. Se os pais não souberem ler, escrever e interpretar um texto, como ajudarão seus filhos num século tão confuso quanto este?

3. Instrução bíblico-doutrinária. Se os pais não sabem ler e escrever com proficiência, como dedicar-se-ão ao estudo da Bíblia Sagrada? Por conseguinte, depois de alfabetizados, receberão eles as instruções básicas e fundamentais acerca da Bíblia Sagrada e das principais doutrinas cristãs.

Muitos pais evangélicos buscam, hoje, a igreja como a uma entidade mágica, capaz de resolver-lhes todos os problemas emocionais, domésticos e financeiros. São crentes meramente nominais e perigosamente místicos; são frutos da teologia da prosperidade, da teologia do coaching e da confissão positiva. Portanto, como haverão eles de conduzir seus pequeninos no caminho em que devem andar? Fortaleçamo-los, pois, na Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante, completa e eterna Palavra de Deus.

4. Paternidade Cristã. Nesta disciplina, objetivamos conscientizar os pais a seguir o padrão bíblico de paternidade. Tanto no Antigo quanto no Testamento Novo, há severas advertências concernentes à educação dos filhos, à gerência do lar e ao pastoreio doméstico.

O pastoreio espiritual do lar, a propósito, não é responsabilidade apenas do esposo; ambos – pai e mãe – têm como tarefa pessoal, intransferível e urgente, conduzir seus filhos, quer na primeira infância, quer na adolescência, seja na juventude, seja na vida adulta, no caminho em que devem andar. Tal incumbência recebeu o patriarca Abraão do próprio Deus (Gn 18:17-19).

5. Apologética cristã. Por causa dos constantes ataques do Anticristo contra a família, visando atingir, prioritariamente, as crianças, devem os pais estar devidamente aparelhados a defender, quer diante da pedagogia oficial, quer perante o próprio governo, a integridade espiritual, moral e emocional de seus filhos.

Tomemos especial cuidado quanto às pretendidas reformas pedagógicas. Na verdade, tais iniciativas não passam de reformas psicológicas; o seu intuito é escravizar espiritual e mentalmente nossas crianças, induzindo-as a aceitarem, como normal, as agendas morais globalistas urdidas pelo Homem do Pecado (2 Ts 2:1-13). Portanto, instruamos os pais desta geração a que atuem como os pastores, sacerdotes, profetas, teólogos e apologetas de seus lares. Que tenham eles os argumentos necessários, com o fito de defender seus filhinhos, conforme exortação do profeta Jeremias:

“Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas” (Lm 2:19).

6. Elementos de puericultura bíblica. A puericultura que, aqui, recomendamos, é a imprescindível a todos os pais. Assim o Dicionário Houaiss a define: “ciência que reúne todas as noções (fisiologia, higiene, sociologia) suscetíveis de favorecer o desenvolvimento físico e psíquico das crianças, desde o período da gestação até a puberdade”.

Como sabemos, há casais que chegam à paternidade sem ter as informações básicas quanto aos cuidados a serem administrados às crianças. Em virtude de seu caráter técnico, recomendo que tal disciplina seja confiada a uma profissional de saúde, para que treine os pais nesses cuidados básicos e tão necessários.

  IV. EXEMPLOS DE PAIS QUE SOUBERAM DISPENSAR UMA EDUCAÇÃO DE EXCELÊNCIA AOS SEUS FILHOS

Ao longo da História Sagrada, encontramos vários pais que, seguindo a orientação divina, educaram exemplarmente a seus filhos. Como resultado, vieram essas crianças a constituir-se nos heróis e heroínas da Bíblia Sagrada.
Portanto, se nos dedicarmos a educar os encarregados da educação de nossos meninos e meninas, estes virão a ser usados grandemente por Deus em seu Reino. Vejamos, pois, alguns desses inspiradores exemplos.

1. Educação espiritual e moral: Anrão e Joquebede. Este casal soube como educar seus três filhos, e todos eles vieram a destacar-se grandemente na História Sagrada: Moisés, profeta, libertador e legislador de Israel (Dt 34:10-12); Arão, primeiro sumo sacerdote do culto divino em Israel (Ex 29:9); e Miriã, cantora e profetisa (Ex 15:20). Somente os casais bem educados, na Palavra de Deus, estão habilitados a proporcionar uma educação de excelência a seus filhos.

2. Educação bíblica e doutrinária: Lóide e Eunice. Essas senhoras, respectivamente avó e mãe do jovem pastor Timóteo, souberam como proporcionar-lhe uma educação bíblica de altíssima qualidade, de acordo com o testemunho do irmão Paulo: “Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2 Tm 1:5).

Mais adiante, o apóstolo mostra o resultado dessa educação: “E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Tm 3:15).

3. Educação básica e clássica: Jônatas, tio de Davi. Não resta dúvida de que Jessé e sua esposa proporcionaram, a Davi, uma educação espiritual de comprovado teor. Todavia, conforme podemos inferir do texto sagrado, não puderam ensinar-lhe as primeiras letras nem introduzi-lo no hebraico clássico e belo das Sagradas Escrituras. Por causa disso, voltamos a fazer uma inferência bíblica, confiaram a educação intelectual do pastorzinho de Belém ao seu tio, Jônatas, que entraria para a História Sagrada, como um dos homens mais sábios e eruditos de Israel, conforme registra o autor sagrado: “E Jônatas, tio de Davi, era do conselho, homem entendido, e também escriba” (1 Cr 27:32,a).

Saibamos, pois, como escolher os mentores de nossos filhos; que sejam eles santos e incorruptíveis; que tenham bons costumes e modos; e que jamais descurem da Sã Doutrina.

4. Educação musical: o levita e músico Hemã soube como educar a seus filhos na Palavra de Deus, para que servissem na adoração e louvor ao Todo-Poderoso de Israel. Conforme o relato sagrado, foi Hemã um homem muito bem-sucedido na educação de seus filhos:

“Todos estes foram filhos de Hemã, o vidente do rei nas palavras de Deus, para exaltar o seu poder; porque Deus dera a Hemã catorze filhos e três filhas. Todos estes estavam sob a direção de seu pai, para a música da casa do Senhor, com saltérios, címbalos e harpas, para o ministério da casa de Deus; e Asafe, Jedutum, e Hemã, estavam sob as ordens do rei” (1 Cr 25:5,6).

5. Educação que leva os filhos a Cristo: Maria, mãe de João Marcos, precioso auxiliar dos apóstolos Pedro e Paulo. E, finalmente, entre muitos outros exemplos, temos a destacar, ainda, o de João Marcos, filho de Maria (At 12:12). Ela, mui prudentemente, confiou a educação espiritual de seu filho, ao apóstolo Barnabé, que soube como amadurecê-lo no ministério cristão. Mais tarde, vemo-lo como auxiliar dos apóstolos Pedro e Paulo (2 Tm 4:11; 1 Pe 5:13).

V. COMO IMPLEMENTAR A PATERGOGIA EM NOSSA IGREJA

Neste tópico, daremos algumas sugestões, que poderão ajudá-lo, querido obreiro, a implementar a patergogia, em sua igreja, a fim de preparar, desde já, os pais desta geração, a educar com excelência a seus filhos.


1. Conscientize sua igreja quanto à necessidade da patergogia.

2. Prepare os professores, a fim de que, proficientemente, atuem na formação bíblica, doutrinária e prática dos pais de sua igreja.

3. Destine uma sala adequada, com o intuito de acolher esta nova classe.

4. Separe um dia, na semana, no qual a classe de patergogia tenha condições de funcionar adequadamente.

5. Acompanhe o desenvolvimento do curso, que deverá ter uma duração média de dois meses.

6. No final do curso, além de um certificado, celebre o resultado, enaltecendo a Deus por mais uma vitória.

7. E, finalmente, acompanhe os alunos, agora já formados, para que coloquem, em prática, o conteúdo ministrado. Ore por eles. Acompanhe-os. Coloque-se à disposição desses queridos pais e mães, a fim de que sejam bem-sucedidos em todas as coisas.

CONCLUSÃO

A patergogia é uma necessidade. Se prepararmos devidamente os novos pais e mães, hoje, a igreja de amanhã será mais forte e comprovadamente sadia. Doutra forma, teremos amargos frutos a colher no porvir.


Que Deus nos ajude.

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domingo, 1 de novembro de 2020

Teologia bíblica da pregação (Jason C. Meyer)

 01.11.2020

Do blog GOSPEL MAIS

Teologia bíblica da pregação (Jason C. Meyer)

O livro Teologia bíblica da pregação (Jason C. Meyer) oferece orientações práticas para a pregação expositiva. É considerada a melhor e mais abrangente obra sobre o tema, ajudando o leitor a identificar uma boa pregação e adotá-la como meio de transformar pessoas através de um encontro com Deus.

O que caracteriza uma boa pregação? O pastor começa o sermão com uma piada, depois vem com vários versículos desconexos e depois termina com uma citação inspiradora de algum cristão famoso. Será que é esse o tipo de pregação que glorifica a Deus, edifica o povo e honra as Escrituras?

Características

Título: Teologia bíblica da pregação

Autor: Jason C. Meyer

Editora: Vida Nova

Páginas: 368

Ano: 201

Atenção: o Gospel+ não faz pirataria e a Editora desse livro ainda não liberou o download parcial ou completo da obra. Porém você encontra os links para comprar pelo melhor preço logo abaixo. Visite a categoria de “Downloads de livros” para mais de 700 livros disponíveis, parciais ou completos.

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Fonte:https://livros.gospelmais.com.br/livro-teologia-biblica-da-pregacao-jason-c-meyer.html

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Há diferentes graus de punição no inferno para os diferentes pecados, alerta John Piper

18.11.2019
Do blog GOSPEL MAIS

A experiência do inferno não é a mesma para todos que para lá forem condenados. Essa é a constatação do pastor e teólogo John Piper a partir de textos bíblicos.

Em seu podcast, John Piper respondeu a uma pergunta sobre o assunto: “Todos são punidos da mesma maneira no inferno?”, questionou o ouvinte. O pastor, então, enfatizou que o sofrimento no inferno será “indizivelmente terrível” para todos que lá terminarem, mas algumas pessoas sofrerão ainda mais.

Elaborando sua resposta, Piper afirmou que o inferno é um lugar “sem nenhuma experiência de bem, sem visão de beleza, sem sons agradáveis, sem prazeres corporais, sem apetites gratificados, sem desejos satisfeitos, sem esperanças cumpridas”, e acrescentou: “Isso é para todo mundo”.

“Mas, embora o inferno seja inútil para todos os incrédulos, será pior para alguns”, disse, alegando que a Bíblia descreve “graus de sofrimento” porque alguns pecados são “mais hediondos, mais destrutivos, mais blasfemos do que outros”.

“Dizer que há graus de sofrimento não representa uma imagem clara para ninguém. Aqueles que brincam que preferem estar no inferno bebendo com seus amigos do que no céu com santos abafados são ignorantes da realidade de uma maneira aterrorizante. Não é engraçado. Eles não vão se divertir”, lamentou o pastor.

Em seguida, citou textos como Lucas 12:47, 48; Mateus 10:15; Mateus 11: 21, 22; Romanos 2: 4,5; Mateus 6:20, e elencou razões para apontar diferentes “fases de sofrimento”: “Vejo duas razões explícitas dadas pelas quais alguns sofrerão mais que outros. Então eu vejo três razões implícitas que derivam dessas duas explícitas […] Essas são as razões pelas quais alguns sofrerão mais que outros”, comentou.

Confira a lista de razões que o pastor enxerga para acreditar que há diferentes graus de sofrimento no inferno:

1. Quanto mais luz você tem, mais conhecimento você tem, mais verdade você tem, pior é o seu pecado e punição ao rejeitá-lo. Isso está aí nos textos;

2. Quanto mais bondade Deus lhe mostrar, não apenas em dar-lhe luz na verdade, mas em, por exemplo, dar-lhe muitos prazeres imerecidos nesta vida, mais dolorosa será sua incredulidade e pecado, e pior será sua punição. Inferno;

3. Se a rejeição de mais e mais luz e bondade piorar o sofrimento no inferno, deduzo que quanto mais dias você fizer isso, pior será. Em outras palavras, o tempo entra em cena. Dia após dia após dia, você continua rejeitando luz após luz após luz, bondade após bondade após bondade. Quanto mais isso durar, piores serão as coisas;

4. Existem tipos de pecados que são mais hediondos, mais destrutivos, mais blasfemos do que outros, de modo que não apenas a quantidade de pecados com o tempo piora as coisas, mas também o grau de feiura e horror, hediondez e blasfêmia também aumenta a sofrimento;

5. Em tudo isso, há um grau maior ou menor de destreza, arrogância – maior arrogância, maior desafio e insolência consciente e, portanto, um maior grau de punição.
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Fonte:https://noticias.gospelmais.com.br/graus-punicao-inferno-pastor-john-piper-126159.html