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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Resenha do livro A Rocha – Uma comunidade evangélica lutando pela conservação do meio ambiente

15.10.2013
Do blog ROCHA BRASIL, 04.10.13
*Por Paulo Silas Castro

Livro ARocha ABUBO livro A Rocha – Uma comunidade evangélica lutando pela conservação do meio ambiente foi escrito por Peter Harris,  pastor anglicano e  fundador da primeira organização cristã em favor do meio ambiente, conta a história do trabalhoso e difícil começo da instituição, os seus propósitos e a sua visão.
O livro é simplesmente surpreendente, ele mostra o conflito de Peter e sua esposa Miranda Harris sobre abrir mão da liderança de uma igreja na Inglaterra para seguir um outro chamado que consiste em cuidar da criação de Deus, abrindo o centro de pesquisa que originou a organização A Rocha além de compartilhar o evangelho com os visitantes e abrir  uma comunidade cristã local. O livro também mostra as dificuldades do começo, o provimento do Senhor além de abordar as questões teológicas e a recepção da comunidade local e da comunidade da fé.
A leitura da obra A Rocha é encantadora, pois ela possui muitos elementos de humor britânico de Peter, além de oferecer argumentos para o cuidado do meio ambiente baseados na Bíblia. Sem contar as inúmeras histórias  engraçadas e um enredo cheio de contemplação da natureza, que gera a vontade de conhecer o sul de Portugal em qualquer leitor.
Peter Harris vive na prática uma vida de missão integral, não fazendo diferença entre o mundo espiritual e o material, algo infelizmente incomum na tradição cristã que foi influenciada pelo dualismo grego. Ele combate uma visão da natureza pregada pelos seguidores da Nova Era, apresentando uma teologia sólida, sobre o porque os cristãos e toda a humanidade devem abraçar a causa ambiental.
O livro também mostra como o espaço de discussão pública sobre a preservação de florestas é importante, para gerar mudanças políticas e como a pesquisa de animais e árvores pode influenciar nisso. Além de ser um guia de como fazer missão transcultural. Ótima leitura!
[O livro A Rocha pode ser adquirido no site da Editora Ultimato]
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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Conservação e esperança, cristianismo puro e simples posto em prática

09.10.2013
Do blog ROCHA BRASIL, 08.10.13
Por Sabrina Visigalli*

Além do Paulo Brito (leia seu relato aqui), Sabrina Visigalli também faz parte do grupo de pessoas que fizeram história n’A Rocha Brasil muito antes dela se tornar oficialmente uma ONG brasileira (2006). Como reconhecimento à dedicação, amor e trabalho deste grupo de amigos, postaremos aqui breves relatos pessoais de cada um deles.
Conservação e esperança, cristianismo puro e simples posto em prática
*Por Sabrina Visigalli
A Rocha Brasil foi, ainda antes de sua fundação, um instrumento de Deus para me fazer acreditar que Ele está envolvido com a conservação do meio ambiente e com o cuidado de Sua criação. Me converti no último ano da faculdade de biologia, e comecei a pensar se deveria ter feito esse curso, já que não O conhecia nem havia perguntado pra Deus que curso deveria fazer…
O pastor da igreja em que congregava, sem perceber o que fazia, um dia comentou que não entendia, que era “muito interessante” que algumas pessoas resolviam ao invés de fazer ciências sociais ou trabalhar com pessoas, escolher os animais ou as plantas. Isso ajudou a confirmar minha teoria que eu havia feito o curso errado, e que deveria ter mesmo feito algo que me ajudasse a fazer missões.
Conheci A Rocha em 2005, lembro que encontrei o grupo pela internet. Fiquei interessada, entrei em contato e consegui falar com o Hernani Ramos e ele me convidou para uma reunião, numa igreja em SP. Foi tudo muito rápido, esse processo levou uns 2 dias. Sei que de repente me vi no meio de pessoas cristãs, esclarecidas, discutindo sobre como trazer A Rocha para o Brasil, como fazer conservação num país continental e sonhando com um centro para pesquisa e para receber pessoas… Não era muita gente, eram umas 10 pessoas com esses sonhos todos, mostrando seu amor latente pela criação. Conservação e esperança, cristianismo puro e simples posto em prática. A Rocha me ensinou e me ensina até hoje que meu imenso amor pela criação veio do próprio Deus, que não eram sentimentos errados, que Ele ama o mundo que criou (não é óbvio que Deus ama sua própria criação?!) e que conservação tem tudo a ver com missões… Nada é compartimentado ou separado. Amo as pessoas, a organização, seu trabalho e a imensa influência que recebi de todos os que conheci, logo no início confuso da minha caminhada cristã.
A cada dia, a cada notícia ou vitória, sinto uma imensa alegria, por saber que quanto mais A Rocha cresce, mais pessoas desinformadas ou confusas vão sendo encontradas por essa missão que, por ser tão maravilhosa, só poderia mesmo ter sido uma ideia divina.
Família Sabrina Visigalli*Sabrina Maria Visigalli Martins do Rosário é bióloga de formação e paixão, e professora bilíngue de coração. Atualmente mora em Belo Horizonte, MG, mas quando no Estado de SP participou da fundação d´A Rocha Brasil (ARB). Trabalha como voluntária na coordenação da equipe de tradução da ARB e é estudante do MBA Gestão do Ambiente e Sustentabilidade, na FGV. Esposa do Leonardo e mãe da Sarah, de cinco anos.
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sábado, 28 de setembro de 2013

IGREJAS ECOCIDADÃS: O nosso lugar na criação

28.09.2013
Do portal da Revista Ultimato, 23.09.13
Por Gunther Cristiano*
Sustentabilidade é um conceito que está sendo bem difundido atualmente, mas apesar disso, muitos cristãos parecem não entender ainda do que se trata e muito menos sua relação com a fé cristã. Na verdade, alguns cristãos têm até mesmo dificuldades para expressar a razão da sua fé e talvez seja por isso, que muitos não compreenderam ainda, o seu papel nessa questão tão importante.
Quando falamos de sustentabilidade, estamos falando de desenvolvimento econômico com justiça social e preservação ambiental. Quando se trata de economia ou dinheiro, para um grupo considerável de cristãos (principalmente se forem ocidentais), estes não terão a menor dificuldade em associar isso com a fé, já que para muitos, dinheiro e prosperidade material é sinônimo de benção e presença divina. Quando se fala em justiça social, muitos também não terão dificuldades em concordar que Deus deseja, ou melhor, roga para que pratiquemos a caridade e solidariedade para com os que sofrem e os menos favorecidos, ainda que na prática, a maioria dos cristãos esteja mais inclinados a buscar sucesso material e financeiro do que justiça social.
E quanto à preservação ambiental? Bom, essa é sem dúvida, a questão mais distante da maior parte dos cristãos nesses últimos tempos. Estamos tão habituados a viver em grandes metrópoles, onde tudo o que precisamos para sobreviver pode ser encontrado nos supermercados e lojas, que nem nos damos conta de que tudo isso veio a partir de recursos naturais, ou seja, da natureza. Precisamos da natureza para sobreviver e não o contrário. Não percebemos ou não nos atentamos que fazemos parte de uma rede interligada de seres vivos. Somos parte dela e não estamos acima dela.
De certa forma, esquecemos qual o nosso lugar na criação. Esquecemos que somos parte da criação de Deus e temos de aprender e aceitar nosso lugar na ordem criada. O escritor cristão Alister Mcgrath cita quatro grandes implicações da doutrina cristã da criação para a ecologia:
  1. A ordem natural, incluindo a humanidade, é o resultado do ato de criação de Deus e, como se afirma, é posse do Senhor.
  2. A humanidade distingue-se do restante da criação, pois foi criada à “imagem” de Deus. Essa distinção diz respeito a delegar responsabilidade, em vez de conferir privilégio. Não encoraja nem legítima a exploração ou degradação do ambiente.
  3. A humanidade recebeu a incumbência de cuidar da criação (assim como o cuidado do jardim do Éden foi confiado a Adão – Gn 2.15), tendo em mente que essa criação é posse apreciada de Deus.
  4. Não há fundamento para afirmar que a humanidade tem o “direito” de fazer o que quiser com a ordem natural. A criação é de Deus e foi confiada a nós. Temos de agir como guardiões da ordem natural, e não exploradores.
A questão ambiental/ecológica não é aparte da doutrina cristã, apenas deixamos de lado. Como escreveu Dostoievski: Toda formiga conhece o segredo do seu formigueiro, toda abelha conhece o segredo de sua colmeia. Elas o sabem de seu próprio jeito, e não do nosso jeito. Somente a humanidade não sabe o seu segredo.
*Gunther Cristiano, é Biólogo, membro da Igreja Missionária Oriental de São Paulo ( IMOSP) em SP e do Coletivo Igrejas Ecocidadãs SP.

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