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sábado, 9 de novembro de 2013

Sansão e a igreja contemporânea

09.11.2013
Do portal GOSPEL PRIME
Por José Rosivaldo*

Quando estudamos a igreja cristã contemporânea, suas novas tendências, sua secularização, a sua falta de critérios no estabelecimento de seus...

Sansão e a igreja contemporâneaSansão e a igreja contemporânea
Quando estudamos a igreja cristã contemporânea, suas novas tendências, sua secularização, a sua falta de critérios no estabelecimento de seus trabalhos, a nomeação de leigos e neófitos para funções de liderança, enfim, sua notória decadência, somos confrontados com a pergunta: Qual personagem bíblico identifica melhor a situação espiritual da igreja na atualidade?
É possível que o leitor tenha outra compreensão sobre as questões que atualmente oprimem a igreja cristã, mas quando penso na igreja de hoje, sou obrigado a considerar as absurdas semelhanças entre ela e o grande juiz de Israel Sansão.
Sem duvida nenhuma, Sansão é o personagem bíblico cuja vida melhor expressa a real e atual situação da igreja cristã evangélica destes dias. Passemos a analisar a vida deste gigante sem visão e tracemos um paralelo com a igreja de hoje.
1. Assim como Sansão, a igreja da atualidade é forte, mas não tem compromisso com sua missão.

Em toda a história da igreja ao longo desses mais de vinte e um séculos, poucas vezes se registrou um momento tão critico quanto o que ora presenciamos. Vivemos um momento tão crítico como os dias anteriores a reforma protestante quando a igreja de Roma corrompida pela hipocrisia de um sistema satânico vendia terrenos no céu, perdão para os pecadores e salvação para almas de pessoas que podiam comprar as infames indulgências. Os bispos romanos alegavam que quando as moedas batessem no fundo do cofre, as almas inscritas nas indulgências saiam do inferno ou purgatório e, imediatamente adentravam aos portões celestiais.

A prática da compra e venda das indulgências foi abolida pela igreja católica há 495 anos, isto é, logo após o inicio daquilo que conhecemos hoje como Reforma Protestante. Um novo tempo foi instaurado, as pessoas se tornaram livres dos dogmas antibíblicos e passaram a ter acesso as Escrituras Sacrossantas.
Hoje, entretanto, as pessoas que conhecem a Bíblia, que frequentam os cultos cristãos e até mesmo ministram serviços cristãos, estão tão imersos em trevas quanto àquelas pessoas que sobreviviam à sombra das declarações equivocadas dos líderes romanos (os padres católicos). A igreja cristã nunca estendeu raízes pra tão longe como na atualidade, e nunca esteve tão distante da sua missão como pode ser percebido hoje. Nossos templos nunca estiveram tão cheios de pessoas e nunca estiveram tão vazios de Deus. A igreja atual desconhece sua missão e rejeita sua identidade original ou simplesmente não acha que sua missão valha a pena ser levada adiante e sua identidade preservada.
Sansão era o homem mais forte da terra, a igreja evangélica é a mais forte da nação brasileira e americana e ao mesmo tempo a mais omissa em sua missão, assim como Sansão. As várias religiões anticristãs do mundo falham em muitas coisas, deixam a desejar em muitos aspectos, mas nunca em preservar sua identidade e levar avante sua missão. Assim como Sansão, a igreja da atualidade é forte, mas não tem compromisso com sua causa.
2. Tal como Sansão, a igreja contemporânea foi levantada por Deus, mas não valoriza sua aliança com Ele!
“E achou uma queixada fresca de um jumento, e estendeu a sua mão, e tomou-a, e feriu com ela mil homens. Então disse Sansão: Com uma queixada de jumento, montões sobre montões; com uma queixada de jumento feri a mil homens.” (Juízes 15.15-16).
Como homem mais forte do mundo Sansão nunca temeu a nada. Medo não era uma característica que houvesse espaço em seu coração. O medo não é totalmente negativo, há um aspecto muito positivo em sentir medo. Por vezes o medo se manifesta como um zelo extraordinário que nos capacita para evitar riscos desnecessários. Há coisas das quais nunca devemos perder o medo. Sansão não temia a nada e a ninguém. Todo temor é o reconhecimento de nossos limites. Tememos ao que pode nos fazer mal, tememos a tudo aquilo que nos obriga a ver que somos limitados. Mas desde a mais tenra infância Sansão aprendeu que nada do que via estava acima da sua força ou capacidade. Essa ausência plena de temor foi altamente prejudicial a ele, mais tarde ele precisaria de medo para alimentar uma coragem prudente. Quando não se tem medo de nada, até as regras parecem medíocres e descartáveis.
Quando Sansão encontrou mil guerreiros que avançavam contra ele para matá-lo, embora soubesse que estava errado, ele não pensou duas vezes antes de tomar a queixada de um animal morto, o que era totalmente inaceitável para um nazireu . Neste ato que infringiu, Sansão não estava apenas rejeitando as regras estabelecidas por Deus para ele, Sansão estava desprezando sua aliança com o Senhor. Por semelhante modo a igreja contemporânea está crescendo, se tornando forte e desprezando sua aliança com Aquele que tem lhe dado tanto o crescimento como a força. A igreja desses dias tem-se feito tão forte que está em todas as dimensões da sociedade, hoje é possível até mesmo encontrar uma bancada chamada evangélica no poder legislativo, hoje a igreja está no governo, na mídia, nas cátedras, nas universidades, nos veículos de formação de opiniões e nos canais sociais de maior influência. Tanto financeira como socialmente, a igreja evangélica é forte. Mas do mesmo modo que Sansão, a igreja tem-se mostrado fraca na única área em que ser fraca significa ser reprovada: no cultivo da sua aliança com Deus.
3. Sansão e a igreja têm em comum as extraordinárias manifestações de Deus, mas ambos falharam com relação ao temor do Senhor.

“E depois de alguns dias voltou ele para tomá-la; e, apartando-se do caminho para ver o corpo do leão morto, eis que nele havia um enxame de abelhas com mel.
E tomou-o nas suas mãos, e foi andando e comendo dele; e foi a seu pai e a sua mãe, e deu-lhes do mel, e comeram; porém não lhes deu a saber que tomara o mel do corpo do leão”. (Juízes 14.8-9).

“Todos os dias do voto do seu nazireado sobre a sua cabeça não passará navalha; até que se cumpram os dias, que se separou ao SENHOR, santo será, deixando crescer livremente o cabelo da sua cabeça. Todos os dias que se separar para o SENHOR não se aproximará do corpo de um morto”. (Números 6:5-6).
Sansão foi um homem fora do comum, sua força era extraordinária, seu chamado visava à realização de uma missão estupenda, Deus lhe deu as características de um herói. Ele era o tipo de homem que facilmente vira mito. Um homem que se destaca no meio de todos os demais. Um homem fora do comum e muito acima da média. Poucas vezes na história, um homem matou um exército sozinho, mas nenhuma vez nenhum homem fez tal proeza sem ter uma espada ou uma arma mortífera nas mãos, exceto Sansão!
Sansão foi alvo e instrumento de grandes, extraordinárias e inéditas realizações da parte de Deus, mas falhou em relação ao temor que devia cultivar para com Deus. Temor a Deus é o reconhecimento e o respeito requeridos para se ter um correto relacionamento com o Senhor. Em muitos sentidos a igreja cristã dos dias vigentes está naquilo que pode ser chamado de apogeu, o ponto mais alto. De fato, em muitos aspectos temos galgado posições nunca antes experimentadas. Movimentos de estrema relevância para a fé cristã como o pentecostalismo, o despertamento para missões, o enriquecimento dos cofres evangélicos, o cada vez crescente número de vocacionados treinados nos seminários teológicos, a aceitação em massa das canções cristãs nos lares e círculos sociais seculares, enfim, são incontáveis os meios por onde a igreja de hoje tem repercutido. Temos canais de televisão, temos gráficas e editoras, temos incontáveis números de templos, temos mais teólogos do que já tivemos em toda a história da cristandade. Com todo esse arsenal teológico, com tantos obreiros se preparando para colher os campos brancos, com tantos cantores se espalhando pelos recônditos da nação, com tanta gente que se declara missionários e missionárias, era para termos a geração mais santa perante Deus desde os dias apostólicos. Mas por que não somos? Por que as incontáveis e incontestáveis maravilhas que testemunhamos não fazem de nós um povo íntimo de Deus e realizado nos seus planos? Talvez a resposta para estas perguntas seja a falta de temor a Deus. Essa ausência de temor ao Senhor se coloca como emblema da nossa época.
Quando falta o temor do Senhor, tudo mais que a igreja faz, se torna insípido aos olhos de Deus. Não importam quantas e quais sejam as obras da igreja, sem o temor requerido por Deus, elas perdem totalmente seu valor. Não basta ter obras de serviço para Deus, o temor ao seu nome deve respaldar tudo o que fazemos para Ele. Fazer uma obra para Deus sem o devido temor é como encher um saco furado de ouro, ou seja, embora o saco seja cheio com algo de grande valor, facilmente se perde e, consequentemente a ação se torna inútil.
Sansão não tinha medo de lutar, mas não cultivava o temor para com Aquele que lhe garantia a vitória nas batalhas. Batalhar não era difícil para Sansão, ele o fazia com maestria e constantemente.
Sansão foi o precursor de uma prática hoje fortemente difundida: a dissociação entre fazer algo para Deus e o ser algo para Deus. A ótica de Deus considera aprovado um homem que se torna obreiro e depois faz a obra. Dentro das sociedades, o individuo primeiro é aprovado em um curso, um concurso ou uma eleição para que depois, caso seja aprovado, possa exercer algo dentro daquela linha de trabalho. Mas os homens têm perdido generalizadamente o temor ao Senhor e como resultado disso têm feito a obra de Deus mesmo sem ser por Ele aprovados. Entre o saber fazer e o ser aprovado para fazer há uma diferença gritante. O temor a Deus nos aprova para fazer, e como resultado disso, fazemos, o oposto disso é uma perversão do curso por Deus estabelecido. Outra faceta da ausência do temor a Deus se revela quando a igreja faz algo supostamente para Deus, mas cujo real interesse é se autopromover e não promover a glória divina. Quando fazemos algo com o intuito de sermos elogiados e ovacionados pelos homens, quando miramos em nós os holofotes do serviço cristão, quando queremos aparecer mais do que a Deus nas obras que efetuamos para Ele, é sinal de que nosso nível de temor a Deus está no vermelho!
4. Sansão e a igreja confundiram ser usados por Deus com ser aprovado por Ele!

“Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seu coração, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo com eles o dinheiro. Então ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força.

E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele.” (Juízes 16:18-20).
É extremamente comum ver pessoas que confundem sua instrumentalidade sobrenatural com a aprovação de Deus. Certamente esse foi um dos sentimentos que Sansão nutriu em seu coração quando era usado por Deus mesmo quebrando sua aliança com Ele e transgredindo seu voto de nazireado. O fato de Deus continuar usando Sansão para grandes feitos, o fez crer que Deus não se importava com sua vida totalmente errada e desregrada. Sansão tocou em coisas mortas e ainda assim era capacitado pelo Espírito Santo, bebeu de um vinho não apropriado para um nazireu, e continuou sendo usado por Deus para exterminar os filisteus. Todas essas transgressões não punidas geraram em Sansão um sentimento de autossuficiência, certeza da aprovação divina para seus atos e por isso não se arrependeu e nem suplicou o favor divino para renovar seu voto e restaurar sua aliança.
Semelhantemente tem ocorrido com a igreja cristã desta época. Ela tem rejeitado seus valores fundamentais como igreja cristã e pelo fato de ainda assim está sendo usada e desfrutando de crescimento numérico, fortalecimento financeiro, apoio do meio secular, veio a acreditar que Deus a está aprovando e que as grandes conquistas do presente se constituem num selo de confirmação sobre ela.
Lembremo-nos de Balaão, o profeta mercenário que foi usado por Deus para abençoar o povo israelita, mas que nunca foi aprovado pelo Senhor na sua conduta. Ser usado, ser ousado, ter um grande desempenho na sua obra, ter sucesso em seu ministério. Tudo isso se constitui no alvo que todo ministro quer atingir. Isso não é ruim, aliás, é muito bom. Sansão obteve todas essas dádivas em seu ministério como juiz de Israel. Foi esplendorosamente usado por Deus em suas batalhas, obteve um sucesso nunca antes visto pelos homens, teve um ministério cuja exclusividade o tornou ímpar. Jamais se viu novamente um ministério como o desse gigante. Mas apesar de tantas vitórias incomuns em sua vida e ministério Sansão nunca atinou para um princípio divino de grande importância: ser usado por Deus não quer dizer ser aprovado por Ele! Deus usou Sansão para um propósito que não podia ser frustrado . Os desvios de Sansão o tornaram inapto para ser um homem segundo a vontade de Deus, mas não o tornaram inapto para levar a cabo a obra para a qual Deus o havia chamado.
Do mesmo modo, temos assistido a igreja nestes dias confundindo sua instrumentalidade estupenda com a aprovação de Deus. Nem sempre o fato de Deus usar uma pessoa quer dizer que Ele a aprova. Isso pode ser comprovado por personagens bíblicos como Balaão, por exemplo, ele foi usado pelo Senhor para abençoar ao povo israelita . Mas o próprio Jesus disse que o odiava . Outro exemplo irrefutável desta verdade é quando Deus usa a Ciro, um homem pagão, para libertar seu povo do cativeiro , Deus chega a chamar Ciro de seu pastor e alega até mesmo que Ciro é seu ungido , guiado pela própria mão de Deus para libertar seu povo . Sem dúvida alguma Ciro foi usado para cumprir um gigantesco plano de restauração do povo escolhido, mas não registros de sua conversão ao Senhor.
O fato de este homem ter recebido uma decisiva missão de Deus não quer dizer que o Senhor o aprovava nas suas práticas religiosas pagãs e abomináveis. Também nós não podemos incorrer no erro de achar que por sermos muito usados somos muito aprovados. Uma coisa não prova a outra. Embora o desejo de Deus seja nos aprovar para depois nos usar, nem sempre é possível encontrar pessoas cujas vidas condigam com suas exigências ou perfil do servo aprovado. Mas seus planos não podem ser frustrados nem sua obra impedida, mas todos igualmente darão contas de si mesmos a Deus no Dia da sua vinda. Naquele grande Dia ninguém será absorvido ou condenado pelo nível de instrumentalidade que recebeu, mas pela presença ou ausência de vida no altar de Deus. Jesus afirmou que muitos chegarão diante Dele confiando no grau de intensidade que trabalhou para Ele e não na sua entrega total a graça de Deus. E a estes Ele dirá que não conhece; não como servos. Como amigos ou filhos.
5. Coloca-se o tempo todo sob o jugo de desigualdade.

“E depois disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila. Então os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderíamos assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata. Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir”. (Juízes 16:4-6)

Sansão apesar de ser um homem eleito e capacitado por Deus para fazer uma grande ação, teve dificuldade em manter o foco tanto da sua missão quanto da sua fé. A narrativa de Juízes 13-16 informar-nos que Sansão parecia apreciar as futilidades da vida. Ele não parecia estar muito satisfeito com sua chamada e vocação. A biografia de Sansão mostra-nos um homem vitima de uma vocação que parecia não ser do seu agrado. Embora qualquer jovem hebreu no seu perfeito juízo ambicionasse mais do que qualquer outra coisa ser um juiz, profeta, rei ou sacerdote, a escolha para tais projetos repousava apenas na soberania divina. Mas mesmo tendo tamanha missão e tão grande privilégio, Sansão não demonstrava ter qualquer zelo por isso.
A igreja dos nossos dias não tem agido muito diferente disso. Deus tem chamado homens e mulheres para fins determinados e estes tem buscado agregar a sua vocação coisas outras que só os afasta do cerne de sua chamada. Quando Deus chama uma determinada pessoa para o pastoreio ou qualquer outra função ministerial, se faz necessário se afadigar ao máximo para prestar com excelência os serviços sagrados. Tanto o Antigo quando o Novo Testamento trazem determinações divinas para que os ministros fossem sustentados pelo próprio ministério para evitar serviços prestados sem a devida qualidade e excelência devidos a Deus. Mas muito dos lideres cristãos se candidatam a cargos políticos e ainda utilizam as nomenclaturas destinadas apenas ao exercício sagrado para barganhar votos e favores.
Tal como Sansão costumeiramente fazia, os ministros cristãos destes dias abraçam jugos desiguais e com isso acabam por fragilizar o reino de Nosso Senhor. A expressão jugo desigual traduz o significado de fazer parcerias com gente que não é da mesma fé ou que vive num estilo de vida totalmente contrário ao seu. Ao fazer parcerias ou jugos desiguais com pessoas que não professam a mesma fé que ele, o ministro se alia ao próprio inimigo, uma vez que quem conosco não ajunta, certamente irá espalhar!
6. Gigante, mas sem visão.
“Então os filisteus pegaram nele, e arrancaram-lhe os olhos, e fizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duas cadeias de bronze, e girava ele um moinho no cárcere. E o cabelo da sua cabeça começou a crescer, como quando foi rapado. Então os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se alegrarem, e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo”. (Juízes 16:21-23).
Sansão era um gigante em muitos aspectos. Primeiro por que era portador de uma força descomunal. Segundo que ele era parte de uma missão extremamente importante. Terceiro seu nascimento ocorreu de um modo espetacular. Quarto, o inimigo por causa de quem ele foi levantado, era um dos povos mais fortes da terra naqueles dias. Então, embora a Bíblia não faça referência à estatura física de Sansão, tanto sua missão quanto sua capacitação para desempenhar a grandiosa obra que tinha diante de si, faziam dele uma figura especial e destacável, em outras palavras faziam dele um gigante.
Narra-se um ditado que diz que se o elefante conhecesse sua verdadeira força, jamais deixaria que o dominassem. Sansão na verdade tinha conhecimento da sua força, mas não tinha a visão correta para utilizá-la.
Segundo dados do IBGE em 2020 os evangélicos serão a maioria no Brasil. Talvez esse dado tenha solidez julgando pela velocidade com que o número de evangélicos tem aumentado. O povo evangélico é um gigante em nossa nação, disso não há dúvida. Mas que valor tem um gigante que cresce e se torna forte se ele por outro lado está cego. O maior papel de um gigante é ser forte para derrotar inimigos e estabelecer a causa pela qual vive. Qual é a causa da igreja contemporânea? Será que a nossa causa é ser mais forte financeiramente? Ter templos abarrotados de pessoas? Ter representatividade em todas as esferas da sociedade? Influenciar a política e as leis do país? Tudo bem que defendamos os direitos humanos dos indivíduos e gritemos contra as corrupções que castigam a nação, mas e porque silenciamos contra a corrupção que oprime a própria igreja?
Somos um gigante com voz, mas sem visão. Aumentamos todos os dias, consagramos pastores e mais pastores o tempo todo, arrecadamos milhões ou mesmo bilhões todos os anos, mas qual diferença fazemos além de sermos uma religião que contagia as pessoas? Do que adianta contagiar pessoas se a causa não é aquela que o fundador da igreja pregou? É bem verdade que a igreja evangélica é um gigante, mas sem visão.
Somos um gigante, mas sem direção. Jesus disse que se a justiça da igreja não exceder a justiça daqueles que são apenas religiosos, de modo algum a igreja entrará no céu . Pesquisas feitas em dias recentes apontam que os políticos evangélicos são bem mais corruptos do que os políticos católicos ou aqueles que não têm nenhuma religião. Dados adquiridos pelos órgãos de pesquisas do governo apontam que grande parte dos jovens brasileiros está aderindo à fé evangélica. Segundo o Instituto de Pesquisas Data Popular quase 40% dos jovens brasileiros entre 16 e 24 anos são evangélicos.
Mas ao contrário do que se espera a sociedade não está melhorando os seus padrões no que diz respeito à implantação dos valores do evangelho, ou seja, as pessoas não estão se tornando mais justas, mais amorosas, mais confiáveis e nem mais piedosas. Então qual valor esse crescimento possui? Será que possui algum?
7. Um espetáculo ao mundo.

“E sucedeu que, alegrando-se-lhes o coração, disseram: Chamai a Sansão, para que brinque diante de nós. E chamaram a Sansão do cárcere, que brincava diante deles, e fizeram-no estar em pé entre as colunas”. (Juízes 16:25).

Após ser capturado, ter seus olhos vazados e estar amarrado a um moinho como um animal ou um escravo, Sansão se tornou um espetáculo. Seus inimigos que também eram inimigos de Deus marcaram uma grande festa onde o assistiriam como um palhaço rodando um moinho. O mito de Israel, o homem mais forte do mundo, aquele que com um simples osso de uma carcaça matava centenas de pessoas, o herói invencível. Agora todos esses clichês faziam parte do passado. Quem não gostaria de ver um leão que devorou dezenas de pessoas agora ser dominado por uma pessoa qualquer sem que esta pessoa tenha sequer um chicote na mão? A casa encheu para vê-lo. Sansão o espetáculo do dia. Hoje tem: “o herói que virou palhaço”. O último estado de Sansão trouxe escândalos o nome do Deus de Israel e vergonha para a nação hebreia.
O juiz levantado por Deus se tornou num mero palhaço sem forças e sem um propósito na vida. Falhou em sua missão e acabou derrotado pelos seus inimigos. Preferiu andar por seus próprios planos e não pelos planos de Deus e acabou sendo presa fácil para seus oponentes.
Não diferente disso, a igreja cristã contemporânea tem se tornado um espetáculo ao mundo. Um espetáculo vergonhoso para o nome e para o sacrifício de Jesus Cristo. Temos assistido a mídia divulgar os mais terríveis escândalos envolvendo os supostos homens de Deus, os supostos pastores, os supostos apóstolos. Quando um escândalo envolvendo um suposto cristão cai na mídia, todos voltam os olhos para a igreja e dizem: “ele não era crente?” e todos os demais cristãos caem em descrédito. As pessoas esperam ver a igreja como a comunidade dos santos, como os filhos de Deus remidos, como o povo que faz a diferença. Mas quando vê o oposto, elas perdem a confiança na igreja, nos ministros, na Bíblia e na possibilidade de salvação.
8. Uma razão de alegria para o inimigo.
“E sucedeu que, alegrando-se-lhes o coração, disseram: Chamai a Sansão, para que brinque diante de nós. E chamaram a Sansão do cárcere, que brincava diante deles, e fizeram-no estar em pé entre as colunas”. (Juízes 16:25).
A inevitável consequência da decadência de Sansão serviu de alegria para seus inimigos. Seus olhos perfurados encheram de empolgação os olhos dos adversários. Suas dores e limitações se tornaram em razão de festa para os filisteus. Sua queda sinalizou o triunfo do seu rival. O mesmo Sansão que antes amedrontava o inimigo, agora servia-lhe de diversão.
Será que o inimigo da igreja, satanás, não tem da mesma forma que os filisteus, desfrutado de grande alegria por ver a Igreja de Deus sendo dia após dia marginalizada pela força do pecado e moldada pela forma do mundo? Será que o adversário não tem alcançado vitória sobre crentes que se dizem servos de Deus, mas vivem suas vidas de modo indiferente, displicente e desprovido de santidade?
9. Acha que tem a plenitude do Espírito pelo fato de ter alcançado grandes vitórias.

Sansão incorreu em um dos equívocos mais comuns em nossos dias: o equívoco de pensar que é cheio do Espírito divino pelo fato de ter alcançado vitórias incomuns. De fato a igreja contemporânea assim como Sansão, tem sido alvo de conquistas estupendas na sua capacidade de abrangência. Países fechados tem-se aberto para o evangelho e mesmo aquelas nações que não se abrem ao evangelho, tem sido impactada pelo poderoso evangelho de Cristo, ainda que em meio à perseguição. Tal como Sansão, a igreja contemporânea tem sido usada para o cumprimento de grandes projetos de Deus, embora ela esteja na sua maior expressão se tornado insípida e de irrelevante influência nas nações com maior tolerância.
CONCLUSÃO
A maior vitória de Sansão consistiu em morrer junto com o inimigo. Do ponto de vista governamental Sansão exerceu seu ministério com brilhantismo e valentia, uma vez que cumpriu tecnicamente o propósito de sua existência. Mas no ponto de vista teológico que é o de maior valor para nós, ele foi um fiasco. Sim ele derrotou os filisteus, mas para isso teve que morrer. A morte ultrajante de Sansão não estava incluso no seu chamado divino. Os juízes que o antecederam tinham semelhante missão e eles cumpriram cabalmente o propósito determinado por Deus, sem, contudo, precisarem padecer junto com o inimigo. A morte de Sansão não foi encomendada por Deus, mas foi consequência inevitável de seus muitos erros. Deus usou Sansão para destruir o povo filisteu, mas não usou a desgraça dos filisteus para matar Sansão.
Neste texto cujo objetivo reside em mostrar que Sansão é um tipo da igreja contemporânea, queremos destacar que o incidente ocorrido a Sansão se constitui num grande risco que a igreja da atualidade corre. Depois de muitos desvios do foco central da sua fé, Sansão acabou por cair nas ímpias mãos do adversário. O plano de Deus que consistia em aniquilar o povo pagão que atormentava a nação hebreia, não podia ser frustrado, mas isso não quer dizer que Deus inocentaria Sansão sem que este buscasse conserto e conversão. Sansão teve que enfrentar uma humilhante morte, pois este é o salário da impiedade dos homens quer tenham eles um chamado, quer não. Os planos de Deus não se frustram, mas os instrumentos podem se perder por não se conservarem aprovados. Que Deus poupe a igreja contemporânea de um final trágico como o de Sansão.
*José Rosivaldo. Missionário formado pela JOCUM – Jovens Com Uma Missão, uma organização cristã missionaria que atua em todas as nações do mundo. + artigos
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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O EFEITO DO PECADO

23.10.2013
Do blog da IGREJA ALIANÇA DO CALVÁRIO,01.06.2012
Por Paulo Junior

“E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele”.  Jz 16.10

Trataremos nessa mensagem de hoje sobre um dos temas mais terríveis da cristandade, porém pouco mencionado nos púlpitos atuais: o efeito do pecado, isto é, suas consequências.

Primeiramente, relembremos rapidamente o que é pecado – já que muitos cristãos hoje em dia parecem não saber o que é. Pecado é transgressão à Lei de Deus, é iniquidade, é desobediência a Deus e seus preceitos, é sair dos Seus retos caminhos e se rebelar contra Ele, quebrando sua Lei, ou seja, coisa muito comum nos dias atuais por parte dos ímpios e também para boa parte dos cristãos. Mas não trataremos hoje propriamente do pecado e sim das suas trágicas consequências. É muito importante abordar o poder letal, degradável e destruidor que tem o pecado, pois isso nos traz reflexões, consciência do perigo que corremos e, consequentemente, temor e arrependimento.

Quero usar nesse tema o personagem descrito no versículo acima, tirado do livro de Juízes: Sansão. Sansão foi chamado para ser juiz de Israel e durante vinte anos julgou Israel, sendo o responsável por guardar os israelitas e libertá-los da opressão dos filisteus. Sansão, desde sua infância possuía um voto com Deus, era nazireu de Deus (veja Nm 6.1-21), não podia ser dado ao vinho, nem à prostituição e nem navalha poderia passar sobre sua cabeça, resumindo, Sansão era separado para o ministério: como juiz, deveria andar debaixo de um conjunto de normas e regras, tendo uma conduta exemplar diante de Israel e permanecendo obediente às leis de Deus.

Infelizmente Sansão andou de forma contrária a todas as regras estabelecidas por Deus, quebrando todos os princípios. Violando de tal maneira a Lei de Deus, Sansão pecou desenfreadamente e o livro de Juízes, do capítulo 13 ao 16 descreve claramente seus inúmeros delitos: Sansão dormiu com uma prostituta, tocou no corpo de um animal morto, casou-se com uma filisteia, mentiu várias vezes e, por último, em seu relacionamento com Dalila – mulher do vale de Soreque – revelou seu segredo tendo os cabelos cortados, quebrando totalmente seu voto de nazireado.

…chamado para ser juiz de Israel… andou de forma contrária a todas as regras estabelecidas por Deus

Sansão era conhecido por sua grande força física: quando o Espirito de Deus vinha sobre ele, ele se tornava o homem mais forte da Terra: imbatível, indestrutível, intocável, pois a graça, a misericórdia e o poder de Deus estavam sobre Sansão. Contudo, houve um fator que destruiu Sansão, que o arruinou para o resto de sua vida, esse fator, esse item, foi o pecado. Gostaria agora de mostrar o efeito do pecado na vida de Sansão, pois Paulo em sua epístola aos Gálatas escreve: “tudo que o homem semear isso ceifará” (Gl 6.7). Sansão semeou pecado e veremos agora quais consequências ele colheu.

Primeira consequência: A misericórdia de Deus é retirada.

“E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a sua alma se angustiou até a morte. E descobriu-lhe todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem”. Jz 16.16-17

Se você notar, mesmo Sansão vivendo em pecado, Deus sempre o livrava das mãos dos filisteus, como notamos em (Jz 16.9). Isso sucedeu várias vezes, porém, nos versículos 16 e 17 do mesmo capítulo vemos que a misericórdia de Deus é retirada! Dalila o molesta de tal maneira, intentando descobrir o segredo da sua força, que Sansão revela a ela, dizendo: “nunca subiu navalha na minha cabeça”. Deus permitiu que sua fraqueza fosse exposta, seu ponto fraco uma grande brecha para sua queda.

Meu querido irmão, essa é a primeira consequência daqueles que estão vivendo uma vida de pecado, daqueles que estão brincado com pecados ocultos e dizem: “Deus ainda me honra, tenho respostas de orações, recebo alguma promoção aqui e outra ali, algumas bênçãos vem sobre mim e sobre minha família, continuo subindo no altar e cantando bem ou estou diante de um púlpito pregando com eloquência, recebendo elogios e até vendo frutos.

Isso ocorre pelo que está escrito em Lamentações 3.22: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos”. Mas, invariavelmente, uma hora a misericórdia será retirada como ocorreu com Sansão! Aí sua vergonha será exposta, seus delitos contra Deus não ficarão impunes, cedo ou tarde isso será revelado e você poderá ser humilhado e exposto como o foi o rei Davi, quando pecou com Bate-Seba. Talvez você diga: “a misericórdia de Deus é muito grande”. Sim ela é. Ele é tardio em se irar (Na 1.3), mas preste muita atenção ao que o versículo diz: “Ele é tardio”, isso não significa que Ele nunca vai se irar! Veja o que diz em Jeremias 16.13: “porque não usarei de misericórdia convosco”. Para você que está vivendo uma vida de pecados ocultos, a qualquer hora a misericórdia poderá ser retirada e você estará totalmente entregue às mãos do inimigo!

Segunda consequência: A perda de sua força.

“(…) e retirou-se dele a sua força”. Jz 16.19

Como eu havia dito antes, Sansão era conhecido por sua estrondosa força física, mas pelos seus pecados sua força se foi, Sansão ficou fraco, sem qualquer possibilidade de vencer uma luta ou guerra; Sansão estava inofensivo diante do seu inimigo: os filisteus. Agora ele tinha se tornado um homem comum: não detinha mais o poder sobrenatural que lhe confiava grande força.

Eis a segunda consequência do pecado: perdemos a força, ficamos fracos, não temos força para orar, não temos força para estudar a Palavra, não temos força para uma vida cristã saudável e, principalmente, não temos força para enfrentar o nosso inimigo: Satanás e seus exércitos. Com uma vida em pecado, não temos a menor chance contra ele! A força espiritual que nos revestia e as qualidades espirituais se foram devido ao pecado. Um dia já tivemos força, ânimo, poder, autoridade; lembra-se quando você não tinha medo de ninguém e tinha disposição para fazer qualquer coisa que dissesse respeito a Cristo e sua obra? Agora você se pergunta por que está tão fraco, desanimado, incrédulo, com anemia espiritual; às vezes você pensa que é culpa de alguém, que é o diabo que está causando essa fraqueza; às vezes atribui que é a vontade de Deus, que é um tempo ou uma fase em sua vida e nunca que se trata do efeito do pecado de uma vida cheia de brechas e engano!

Talvez possa ser isso que está tirando sua força, meu querido irmão! Não é esse nem aquele fator: é consequência do pecado! O pecado enfraquece, corrói, destrói e mina as forças de qualquer cristão conhecedor das Escrituras, mas que a transgride voluntariamente. Se você está assim: não tem força para mais nada na sua vida, mesmo sendo cristão, examine sua vida à luz da Bíblia e veja quais brechas você tem dado e em quais pecados você está envolvido.

Terceira consequência: Ausência da presença de Deus. (cap. 16.20)

“(…) Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele”. Jz 16.20

É um grande erro pensarmos que Deus, por causa de Seu amor, é conivente com nossas ações pecaminosas, pois Ele não tolera o pecado e também não tolera o pecador (Na 1.3) e também Deus não tem comunhão nem caminha com ímpios (Sl 1, 2Co 6.14-16). O Espírito de Deus, a presença de Deus se retirou de Sansão, essa é a mais trágica consequência que o pecado traz sobre nós: a ausência de Deus.

Davi sentiu exatamente isso quando cometeu seus gravíssimos pecados e ele sabia o perigo que corria de ocorrer o mesmo em sua vida, quando escreveu o Salmo 51.11: “Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.” Davi sabia que uma vida de pecado, que delitos graves, conscientes, praticados contra Deus e Sua Palavra, poderiam leva-lo a ausência de Deus.

Essa é a terceira consequência: perder Sua presença. O que somos nós sem o Espírito de Deus, sem a Sua presença para nos guiar, nos regenerar, nos policiar, nos advertir? Ela é o fluxo de vida da Igreja, o fluxo de vida do cristão. Sem a presença de Deus estamos mortos, entregues a sorte, ao mundo, e aos desejos da carne. Como cegos em um mundo sem luz, completamente perdidos e sem direção: eis o que ocorre com aqueles que estão vivendo uma vida de pecado. Então te pergunto: quantos cristãos dentro da Igreja não estão em pecado? Quantos ministérios de louvor e da Palavra não estão em pecado? Quantas igrejas inteiras não têm seus alicerces fundamentados no pecado? Mas ainda prevalecem, ainda funcionam normalmente, entretanto, sem saber que sutilmente a presença de Deus já os deixou faz muito tempo.

Notem o que o versículo diz: “Nao sabia Sansão”. Ele nem percebeu, tinha se tornado insensível, carnal, não diferenciava mais o santo do profano, assim é a vida de muitos cristãos. Estão regendo suas vidas e ministérios na emoção, na carne, no intelecto. Só que tem outra questão importantíssima, que eu não poderia deixar de abordar: se há ausencia de um espírito, há a presença de outro! Não ficamos sozinhos, vazios. Se o Espírito de Deus sai, o espírito do mal entra, assim Satanás e seus demônios passam a dominar aquela pessoa.
Veja o exemplo do rei Saul: “E o Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte do SENHOR.” (1Sm 16.14). Essa consequência é inevitável. Agora eu te pergunto: será que você que está escondendo todos esses pecados, transgredindo a Lei de Deus diariamente não está tendo a sua vida e o seu ministério regidos por Satanás? Meu Deus do céu, que condição execrável se encontra tal homem, tal mulher, tal denominação, que estão edificando Sião com sangue e Jerusalem com iniquidade! (Mq 3.10)

Quarta consequência: Cegueira. 

“(…) Então os filisteus pegaram nele, e arrancaram-lhe os olhos”. Jz 16.21

Os filisteus vêm, vazam os olhos de Sansão e os arrancam, deixando-o totalmente cego. Essa é a quarta consequência: cegueira. Uma pessoa que vive na prática do pecado não tem mais discernimento espiritual, não sabe mais por qual caminho anda, não sabe quando houver decisões a tomar quais serão as corretas, fecham negócios errados, “batem cabeça” de um lado para o outro, tem atitudes incoerentes, pensa estar fazendo o bem, quando na verdade está fazendo o mal!

Veja o que diz Provérbios 14.12: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Será que você não está assim: caminhando por veredas que aos seus olhos são saudáveis, no emprego, no relacionamento, no que diz respeito à Igreja, mas na verdade está em completa cegueira, cavando covas nas quais você mesmo cairá? Será que você não está magoando pessoas, ferindo sua família, oferecendo fogo estranho no altar do Senhor e achando que tudo isso é correto, que tudo isso é benefíco e que Deus ainda está te aprovando?

Sinto te dizer: se você estiver vivendo uma vida de pecado, é exatamente assim que a sua vida se encontra! Você não pode dar crédito a si mesmo! Como se fiar em um cristão conhecedor da Lei que ao mesmo tempo é transgressor da mesma?! Tal pessoa, tal crente, não é digno de confiança, nem é digno de em si próprio confiar, pois a quarta consequência de uma vida de pecado é a cegueira.

Quinta consequência: Ficar amarrado.

“(…) e amarraram-no com duas cadeias de bronze (…).” Jz 16.21

Depois de cegar a Sansão, os filisteus o tomaram e amarraram com duas cadeias de bronze, anulando assim qualquer movimento extenso de Sansão. Essa é a quinta consequência: uma vida amarrada, limitada, atrofiada.

Será que sua vida não está assim? Todas as áreas emperradas: casamento em crise, filhos rebeldes, dívidas por todos os lados, doenças, nada anda bem, você se sente totalmente amarrado, portas fechadas, o “não” passou a ser seu companheiro. Você atribui isso ao governo, à economia, põe e culpa no diabo, nos familiares, xinga, murmura, blasfema e esquece de pensar: talvez tudo isso é efeito dos meus pecados, de uma vida cristã relaxada, desregrada?

Note uma coisa: uma pessoa amarrada não está totalmente impossibilitada de fazer as coisas. Tal pessoa possui ainda alguns movimentos: ela pode andar, mexer as mãos, a boca, os olhos, porém, as cadeias de bronze são pesadas, ela está atada, ela tem seus movimentos limitados! Dessa forma é a vida de uma pessoa amarrada: ela não deixa de fazer nada, entretanto, todas as suas ações e áreas da sua vida são limitadas. Não conseque concluir nada que inicia, nem ter progresso e sucesso nos seus projetos, pois está amarrada.
Outro detalhe importante: as cadeias são de bronze, são impossíveis de ser quebradas pela força humana, necessitam de uma força sobrenatural para serem quebradas, mas como o pecado retirou essa força – a presença de Deus – essa pessoa jamais conseguirá se libertar. Isso implica que, por seus pecados, essa pessoa está condenada a uma vida cristã sofrível, arruinada e infeliz.

Sexta consequência: Escravidão.

“(…) e girava ele um moinho no cárcere”. Jz 16.21

Depois de ser acorrentado, Sansão foi colocado em uma prisão, numa masmorra, foi condenado a ficar ali trabalhando num moinho. Essa é a sexta consequência: o pecado nos faz escravos, pois Pedro diz: “(…) Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo”. (2Pe 2.19).

Sansão foi vencido pelo pecado, se tornou escravo dele, sujeitando-se aos seus moldes, ao seu domínio e ao seu poder destruidor. Também se tornou escravo de outro inimigo, porque estava no cárcere dos filisteus, era então prisioneiro dos filisteus, escravo deles, estava sujeito às suas ordens e vontades. Dessa maneira ocorre na vida daqueles que vivem em pecado: se tornam escravos do nosso inimigo, o diabo. E querendo ou não, sabendo ou não, estão sujeitados a sua vontade! Você já parou para pensar que consequência trágica ser escravo do diabo, depois de ter a liberdade em Cristo, depois de ter acesso ao sangue da nova e eterna aliança que veio do Calvário, depois de gozar da redenção e da verdade que liberta (Jo 8.32) se tornar de novo escravo de Satanás, voltar para suas garras maléficas, como isso pode ser possível? A resposta você sabe: pecado.

O diabo é legalista, atua usando princípios da Lei de Deus, quando a quebramos, por mais que Deus seja misericordioso e perdoador, a quebra contínua e voluntária dará autoridade para Satanás nos tocar e nos dominar. Essa então foi a sexta consequência do pecado ilustrada na vida de Sansão.

Como, então, evitar todas essas consequências?

Você que está lendo deve pensar: “que mensagem dura, que pavor veio ao meu coração ao ler isso, pois me identifico com muitas coisas que estão aqui escritas, o que devo fazer então”?

Se você foi confrontado pela Palavra de Deus, como todo homem deve ser, se ela trouxe luz e revelação daquilo que você está fazendo e pela Palavra você viu que é pecado e que todas essas consequências estão ocorrendo em sua vida, só há uma maneira de anular o efeito do pecado; é o arrependimento. Veja o que diz Provérbios 28.13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”. Confessar nossos pecados, arrepender-nos dos mesmos, pedir a misericórdia do Senhor, foi isso que Sansão fez – completamente desnorteado e destruído pela força descomunal do pecado ainda houve solução para Sansão – em Juízes 16.28 ele clamou ao Senhor dizendo: “Senhor Jeová, peço que te lembre de mim, esforça-me agora, só essa vez”!
Sansão com essa frase – e com o tempo sofrido de cárcere – mostra arrependimento. A força de Sansão volta novamente, então ele abraça as duas colunas do templo dos filisteus e as derruba, matando todos os filisteus daquele lugar. Quer dizer que você sabe que Sansão se arrependeu e foi perdoado? Sim, pois ele é citado em Hebreus 11.32 na galeria dos heróis da fé!

Esse é o caminho meu caro leitor: deixe sua vida de pecados, antes que seja tarde demais, antes que não haja mais remédio, antes que você seja exposto e envergonhado e colha consequências irreversíveis a você e a sua família, pois o salário do pecado é a morte (Rm 6.23).

Você pode estar correndo o risco de ser fulminado pelo pecado aqui nesta terra e ainda padecer a eternidade no inferno! Não estou dizendo de um deslize, de uma fraqueza momentânea que todos nós estamos sujeitos, estou dizendo de uma vida na lama do pecado, estou dizendo de pecados maquinados, premeditados.

Lembre-se do que diz a 1João 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça”. Para aqueles que confessam e se arrependem há perdão de Deus, há sangue suficiente para te purificar, há graça abundante sendo derramada sobre você, da mesma forma que foi com o filho pródigo, que arrependido voltou ao lar e foi completamente restaurado e perdoado (Lc 15.11-32). Como Paulo escreveu para aqueles que estão em Cristo, que são nascidos de novo: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós”. (Rm 6.14).

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Fonte:http://aliancadocalvario.com.br/2012/06/01/o-efeito-do-pecado-paulo-junior-palavra-do-pulpito/#more-157