21.11.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Earl Kimbrough
O mundo trata o pecado levianamente.
Não entende o quanto fere a Deus, nem percebe o castigo enorme que
acarreta para o homem. O desejo, com a ajuda do mal, incita o homem a
violar a lei de Deus e morrer espiritualmente. "Então, a cobiça,
depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado,
gera a morte" (Tiago 1:15). O fim é a destruição eterna.
Paulo, fazendo uso de seu estado irregenerado para descrever o pecador no
momento que percebe a sua condição de perdido, exclama com tristeza:
"Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta
morte?" (Romanos 7:24). Ele manifesta o estado desesperado da
aterradora escravidão do pecado. Ele sente as suas cadeias e anseia a
libertação, mas não vê como pode ser salvo. Então chega o evangelho
com esperança. Há um Salvador! Exultando com a descoberta,
responde com alegria à sua pergunta: "Graças a Deus por Jesus
Cristo, nosso Senhor". Deus dá-lhe a vitória através do seu
Filho (1 Coríntios 15:57). Não é de admirar que os peregrinos redimidos
no céu louvem tal Redentor (Apocalipse 5:9).
Mas, quando enxerga a saída, seus pensamentos de novo se voltam para o seu
interior. Quem é ele para atrair a atenção de Deus para o seu estado
miserável? Que há nele para estimular uma graça tão abundante como
essa? Como alguém como ele jamais pode merecer uma misericórdia tão
infinita? Certamente ele não pode fazer nada digno de libertação.
Se obedecer a cada ordem, ainda assim seria um servo inútil (Lucas 17:10).
Mas Deus vê no homem algo que vale a pena salvar. Portanto, ele "deseja
que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade"
(1 Timóteo 2:4). Seu amor pela raça pecaminosa de Adão é tão grande
que ele estava disposto a pagar um alto preço para libertar os cativos (João
3:16).
Os teólogos têm focalizado tanto na profundeza do pecado do homem e na abundância
da graça de Deus que perderam de vista o papel que o homem desempenha na sua
salvação. Levaram milhares a crer no perdão incondicional.
Forjaram um conflito entre a salvação pela graça e o perdão condicional como
se um anulasse o outro. Ao mesmo tempo, os pregadores da "antiga
ordem", no zelo por restaurar as veredas antigas, nem sempre tiveram o
cuidado de pesá-las na balança da graça divina. Somos salvos "pela
graça . . . mediante a fé" (Efésios 2:8). Ninguém nega o caráter
essencial da graça, mas a devida atenção nem sempre é dispensada ao seu
papel no perdão.
Quando Israel se viu preso entre o exército de Faraó e o mar Vermelho, Moisés
lhe tranqüilizou dizendo: "Não temais, aquietai-vos e vede o
livramento do Senhor que, hoje, vos fará" (Êxodo 14:13). Quem não
consegue ver a graça de Deus ao encher Israel de esperança? Quem não é
capaz de ver o seu poder ao dividir o imenso mar? Mas, mesmo assim, houve
sem dúvida algumas condições explícitas. Israel tinha de obedecer a Deus e
fazer o que ele mandava. O povo marchou em meio aos muros de água que se
formaram sem medo de que desabassem sobre todos. A graça de Deus e a fé
de Israel se uniram para efetuar a libertação (Hebreus 11:29). "Assim,
o Senhor livrou Israel, naquele dia, da mão dos egípcios" (Êxodo
14:30).
A graça de Deus em Cristo provê o único remédio para o pecado. O
evangelho de sua graça é "o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê" (Romanos 1:16). A graça de Deus operou desde a
eternidade para traçar aquele plano de salvação (Efésios 3:10-11).
Trabalhou "no passado" para desvendar aquele plano pela voz dos
profetas. Trabalhou "na plenitude dos tempos" para concretizar o
plano pela morte, sepultamento, ressurreição, ascensão e coroação de
Cristo. E opera em nossos dias para perdoar os pecados do homem em
resposta a uma fé obediente.
No entanto, a graça maravilhosa de Deus, que salva os pecadores, não elimina
as condições desse perdão, assim como a graça maravilhosa ao salvar os
israelitas não eliminou as condições de marcharem confiantes pelo mar
Vermelho. Mas quais são as condições do perdão? Ao dar a Grande
Comissão, Jesus disse: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho
a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não
crer será condenado" (Marcos 16:15-16). A pessoa que não tem fé
suficiente para ser batizada não tem fé suficiente para ser salva pela graça
por meio da fé. O fato de que o arrependimento é essencial para o perdão
do pecador foi mostrado claramente por Cristo em Lucas 24:46-47, e Pedro em Atos
2:38.
"É no reino da graça, bem como no reino da natureza. O céu fornece
o pão, a água, os frutos, as flores; mas devemos colhê-los e desfrutá-los.
E, se não há nenhum mérito em comer o pão que o céu enviou para a nossa
vida física e o nosso bem-estar, tampouco há mérito em comer o pão da vida,
que desceu do céu para a nossa vida e para o nosso consolo espirituais.
Mesmo assim, é verdade que tanto na graça, como na natureza, quem come não
morrerá. Portanto, há condições para desfrutar, embora não haja condições
de mérito, quer na natureza, quer na graça" (Alexander Campbell).
Janio
de Freitas, veterano que – por ser veterano – goza de uma rara
liberdade na grande imprensa, denuncia fortemente a postura criminosa e
bárbara de Joaquim Barbosa. O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF) optou pelo espetáculo, submetendo suas decisões à lógica
irracional da mídia e não à racionalidade da justiça, que deve ser
ancorada no humanismo e no respeito às garantias.
A vida de Genoíno foi, desnecessariamente, exposta a um grande risco.
Ainda está exposta. Este é o herói da mídia! Este é o homem que Roberto
Damatta, colunista do Globo, disse que ganharia facilmente uma eleição
presidencial, “e no primeiro turno”, depois de afirmar que também
votaria nele.
Essa é a direita nacional: sádica.
Marcelo Coelho, ainda na Folha, desempenha o triste papel de
porta-voz de Luis XIV, e explica ao povão que as Bastilhas são
necessárias e boas. Mas Coelho se atrapalha todo. Admite que Genoíno não
é corrupto, e que ele foi preso por ser “corruptor”. Aí é mais bizarro
ainda. O Brasil tem mesmo que prender os corruptores, mas obviamente
estes ocupam os degraus mais altos da pirâmide. Se Coelho admite que
Genoíno não tem posses para ser considerado corrupto, é mais estranho
ainda que lhe atribua características de corruptor.
Ele foi presidente do PT e avalizou empréstimos. Ok, mas os
empréstimos foram pagos, e as contas do PT no período em que foi
presidido por Genoíno foram devidamente aprovadas.
Aí Coelho fala que “houve encontros de Genoíno com líderes do PTB e
do PP.” Mais uma vez, estamos diante de uma situação surreal, em que a
criminalização da política atingiu um nível tão alto que o simples fato
de um presidente de partido encontrar-se com dirigentes de outras
legendas é usado como prova de crime.
Abaixo, o petardo de Freitas contra Barbosa, o fora-da-lei.
O show dos erros – JANIO DE FREITAS
FOLHA DE SP – 21/11
O estado de Genoino já era conhecido quando Joaquim Barbosa determinou que o sujeitassem à viagem
No primeiro plano, o espetáculo criado para a TV (alertada e
preparada com a conveniente antecedência) mostrou montagem meticulosa,
os presos passando pelos pátios dos aeroportos, entrando e saindo de
vans e do avião-cárcere, até a entrada em seu destino. Por trás do
primeiro plano, um pastelão. Feito de mais do que erros graves: também
com o comprometimento funcional e moral de instituições cujos erros
ferem o Estado de Direito. Ou seja, o próprio regime de democracia
constitucional.
Os presos na sexta-feira, 15 de novembro, foram levados a exame de
condições físicas pela Polícia Federal, antes de postos em reclusão.
Exceto José Genoino, que foi dispensado, a pedido, de um exame
obrigatório. Experiente, e diante de tantas menções à saúde inconfiável
de José Genoino, o juiz Ademar Silva de Vasconcelos, a quem cabem as
Execuções Penais no Distrito Federal, determinou exame médico do preso.
Era já a tarde de terça-feira, com a conclusão de que Genoino é portador
de “doença grave, crônica e agudizada, que necessita de cuidados
específicos, medicamentosos e gerais”.
José Genoino não adoeceu nos primeiros quatro dias de sua prisão.
Logo, deixá-lo esses dias sem os “cuidados específicos”, enquanto aqui
fora se discutia se é o caso de cumprir pena em regime semiaberto ou em
casa, representou irresponsável ameaça a uma vida –e quem responderá por
isso?
A rigor, a primeira etapa de tal erro saiu do Supremo Tribunal
Federal. A precariedade do estado de José Genoino já estava muito
conhecida quando o ministro Joaquim Barbosa determinou que o sujeitassem
a uma viagem demorada e de forte desgaste emocional. E, nas palavras de
um ministro do mesmo Supremo, Marco Aurélio Mello, contrária à “lei que
determina o cumprimento da pena próximo ao domicílio”, nada a ver com
Brasília. O que é contrário à lei, ilegal é. O Conselho Nacional de
Justiça, que, presidido por Joaquim Barbosa, investe contra juízes que
erram, fará o mesmo nesse caso? Afinal, dizem que o Brasil mudou e
acabou a impunidade. Ou, no caso, não seria impunidade?
Do mesmo ministro Marco Aurélio, além de outros juristas e também do
juiz das Execuções Penais, veio a observação que localiza, no bojo de
mais um erro gritante, parte do erro de imprevidência temerária quanto a
José Genoino. Foi a já muito citada omissão da “carta de sentença”,
que, se expedida pelo ministro Joaquim Barbosa, deveria anteceder o ato
de reclusão. E só chegou ao juiz competente, para instruí-lo, 48 horas
depois de guarda dos presos.
Com a “carta de sentença”, outra comunicação obrigatória deixou de
ser feita. Só ocorreu às 22h de anteontem, porque o destinatário dissera
às TVs não ter o que providenciar sobre o deputado José Genoino, se nem
fora comunicado pelo Supremo da decisão de prendê-lo. Presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves vai submeter a cassação do deputado ao
voto do plenário, e não à Mesa Diretora como uma vez decidido pelo
Supremo. Faz muito bem.
Mas o Ministério da Justiça tem mais a dizer. E sobretudo a fazer. O
uso de algemas durante o voo dos nove presos transgrediu a norma baixada
pelo próprio ministério, que só admite tal imobilização em caso de
risco de resistência ou fuga. Que resistência Kátia Rabello, Simone
Vasconcelos, José Genoino poderiam fazer no avião? E os demais, por que
se entregariam, como fizeram também, para depois tentar atos de
resistência dentro do avião? Além de cada um ter um agente no assento ao
lado. O uso indevido de algemas, que esteve em moda para humilhar
empresários, é uma arbitrariedade própria de regime policialesco, se não
for aplicado só quando de fato necessário. Quem responderá pela
transgressão à norma do próprio Ministério da Justiça?
Com a prisão se vem a saber de uma violência medieval: famílias de
presos na Papuda, em Brasília, precisam dormir diante da penitenciária
para assegurar-se, no dia seguinte, a senha que permita a visita ao
filho, ao pai, marido, mulher. Que crime cometeram esses familiares para
receberem o castigo desse sofrimento adicional, como se não lhes
bastasse o de um filho ou pai na prisão?
Medieval, é isso mesmo a extensão do castigo à família. Na Brasília
que diziam ser a capital do futuro. Assim até fazem sentido a viagem
ilegal dos nove para Brasília, as algemas e outros castigos adicionais
aplicados a José Genoino e outros. E que vão continuar.
- See more at: http://www.ocafezinho.com/2013/11/21/janio-de-freitas-joaquim-barbosa-e-um-fora-da-lei/#sthash.vhOmYbQZ.dpuf
Janio
de Freitas, veterano que – por ser veterano – goza de uma rara
liberdade na grande imprensa, denuncia fortemente a postura criminosa e
bárbara de Joaquim Barbosa. O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF) optou pelo espetáculo, submetendo suas decisões à lógica
irracional da mídia e não à racionalidade da justiça, que deve ser
ancorada no humanismo e no respeito às garantias.
A vida de Genoíno foi, desnecessariamente, exposta a um grande risco.
Ainda está exposta. Este é o herói da mídia! Este é o homem que Roberto
Damatta, colunista do Globo, disse que ganharia facilmente uma eleição
presidencial, “e no primeiro turno”, depois de afirmar que também
votaria nele.
Essa é a direita nacional: sádica.
Marcelo Coelho, ainda na Folha, desempenha o triste papel de
porta-voz de Luis XIV, e explica ao povão que as Bastilhas são
necessárias e boas. Mas Coelho se atrapalha todo. Admite que Genoíno não
é corrupto, e que ele foi preso por ser “corruptor”. Aí é mais bizarro
ainda. O Brasil tem mesmo que prender os corruptores, mas obviamente
estes ocupam os degraus mais altos da pirâmide. Se Coelho admite que
Genoíno não tem posses para ser considerado corrupto, é mais estranho
ainda que lhe atribua características de corruptor.
Ele foi presidente do PT e avalizou empréstimos. Ok, mas os
empréstimos foram pagos, e as contas do PT no período em que foi
presidido por Genoíno foram devidamente aprovadas.
Aí Coelho fala que “houve encontros de Genoíno com líderes do PTB e
do PP.” Mais uma vez, estamos diante de uma situação surreal, em que a
criminalização da política atingiu um nível tão alto que o simples fato
de um presidente de partido encontrar-se com dirigentes de outras
legendas é usado como prova de crime.
Abaixo, o petardo de Freitas contra Barbosa, o fora-da-lei.
O show dos erros – JANIO DE FREITAS
FOLHA DE SP – 21/11
O estado de Genoino já era conhecido quando Joaquim Barbosa determinou que o sujeitassem à viagem
No primeiro plano, o espetáculo criado para a TV (alertada e
preparada com a conveniente antecedência) mostrou montagem meticulosa,
os presos passando pelos pátios dos aeroportos, entrando e saindo de
vans e do avião-cárcere, até a entrada em seu destino. Por trás do
primeiro plano, um pastelão. Feito de mais do que erros graves: também
com o comprometimento funcional e moral de instituições cujos erros
ferem o Estado de Direito. Ou seja, o próprio regime de democracia
constitucional.
Os presos na sexta-feira, 15 de novembro, foram levados a exame de
condições físicas pela Polícia Federal, antes de postos em reclusão.
Exceto José Genoino, que foi dispensado, a pedido, de um exame
obrigatório. Experiente, e diante de tantas menções à saúde inconfiável
de José Genoino, o juiz Ademar Silva de Vasconcelos, a quem cabem as
Execuções Penais no Distrito Federal, determinou exame médico do preso.
Era já a tarde de terça-feira, com a conclusão de que Genoino é portador
de “doença grave, crônica e agudizada, que necessita de cuidados
específicos, medicamentosos e gerais”.
José Genoino não adoeceu nos primeiros quatro dias de sua prisão.
Logo, deixá-lo esses dias sem os “cuidados específicos”, enquanto aqui
fora se discutia se é o caso de cumprir pena em regime semiaberto ou em
casa, representou irresponsável ameaça a uma vida –e quem responderá por
isso?
A rigor, a primeira etapa de tal erro saiu do Supremo Tribunal
Federal. A precariedade do estado de José Genoino já estava muito
conhecida quando o ministro Joaquim Barbosa determinou que o sujeitassem
a uma viagem demorada e de forte desgaste emocional. E, nas palavras de
um ministro do mesmo Supremo, Marco Aurélio Mello, contrária à “lei que
determina o cumprimento da pena próximo ao domicílio”, nada a ver com
Brasília. O que é contrário à lei, ilegal é. O Conselho Nacional de
Justiça, que, presidido por Joaquim Barbosa, investe contra juízes que
erram, fará o mesmo nesse caso? Afinal, dizem que o Brasil mudou e
acabou a impunidade. Ou, no caso, não seria impunidade?
Do mesmo ministro Marco Aurélio, além de outros juristas e também do
juiz das Execuções Penais, veio a observação que localiza, no bojo de
mais um erro gritante, parte do erro de imprevidência temerária quanto a
José Genoino. Foi a já muito citada omissão da “carta de sentença”,
que, se expedida pelo ministro Joaquim Barbosa, deveria anteceder o ato
de reclusão. E só chegou ao juiz competente, para instruí-lo, 48 horas
depois de guarda dos presos.
Com a “carta de sentença”, outra comunicação obrigatória deixou de
ser feita. Só ocorreu às 22h de anteontem, porque o destinatário dissera
às TVs não ter o que providenciar sobre o deputado José Genoino, se nem
fora comunicado pelo Supremo da decisão de prendê-lo. Presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves vai submeter a cassação do deputado ao
voto do plenário, e não à Mesa Diretora como uma vez decidido pelo
Supremo. Faz muito bem.
Mas o Ministério da Justiça tem mais a dizer. E sobretudo a fazer. O
uso de algemas durante o voo dos nove presos transgrediu a norma baixada
pelo próprio ministério, que só admite tal imobilização em caso de
risco de resistência ou fuga. Que resistência Kátia Rabello, Simone
Vasconcelos, José Genoino poderiam fazer no avião? E os demais, por que
se entregariam, como fizeram também, para depois tentar atos de
resistência dentro do avião? Além de cada um ter um agente no assento ao
lado. O uso indevido de algemas, que esteve em moda para humilhar
empresários, é uma arbitrariedade própria de regime policialesco, se não
for aplicado só quando de fato necessário. Quem responderá pela
transgressão à norma do próprio Ministério da Justiça?
Com a prisão se vem a saber de uma violência medieval: famílias de
presos na Papuda, em Brasília, precisam dormir diante da penitenciária
para assegurar-se, no dia seguinte, a senha que permita a visita ao
filho, ao pai, marido, mulher. Que crime cometeram esses familiares para
receberem o castigo desse sofrimento adicional, como se não lhes
bastasse o de um filho ou pai na prisão?
Medieval, é isso mesmo a extensão do castigo à família. Na Brasília
que diziam ser a capital do futuro. Assim até fazem sentido a viagem
ilegal dos nove para Brasília, as algemas e outros castigos adicionais
aplicados a José Genoino e outros. E que vão continuar.
- See more at: http://www.ocafezinho.com/2013/11/21/janio-de-freitas-joaquim-barbosa-e-um-fora-da-lei/#sthash.vhOmYbQZ.dpuf
Janio
de Freitas, veterano que – por ser veterano – goza de uma rara
liberdade na grande imprensa, denuncia fortemente a postura criminosa e
bárbara de Joaquim Barbosa. O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF) optou pelo espetáculo, submetendo suas decisões à lógica
irracional da mídia e não à racionalidade da justiça, que deve ser
ancorada no humanismo e no respeito às garantias.
A vida de Genoíno foi, desnecessariamente, exposta a um grande risco.
Ainda está exposta. Este é o herói da mídia! Este é o homem que Roberto
Damatta, colunista do Globo, disse que ganharia facilmente uma eleição
presidencial, “e no primeiro turno”, depois de afirmar que também
votaria nele.
Essa é a direita nacional: sádica.
Marcelo Coelho, ainda na Folha, desempenha o triste papel de
porta-voz de Luis XIV, e explica ao povão que as Bastilhas são
necessárias e boas. Mas Coelho se atrapalha todo. Admite que Genoíno não
é corrupto, e que ele foi preso por ser “corruptor”. Aí é mais bizarro
ainda. O Brasil tem mesmo que prender os corruptores, mas obviamente
estes ocupam os degraus mais altos da pirâmide. Se Coelho admite que
Genoíno não tem posses para ser considerado corrupto, é mais estranho
ainda que lhe atribua características de corruptor.
Ele foi presidente do PT e avalizou empréstimos. Ok, mas os
empréstimos foram pagos, e as contas do PT no período em que foi
presidido por Genoíno foram devidamente aprovadas.
Aí Coelho fala que “houve encontros de Genoíno com líderes do PTB e
do PP.” Mais uma vez, estamos diante de uma situação surreal, em que a
criminalização da política atingiu um nível tão alto que o simples fato
de um presidente de partido encontrar-se com dirigentes de outras
legendas é usado como prova de crime.
Abaixo, o petardo de Freitas contra Barbosa, o fora-da-lei.
O show dos erros – JANIO DE FREITAS
FOLHA DE SP – 21/11
O estado de Genoino já era conhecido quando Joaquim Barbosa determinou que o sujeitassem à viagem
No primeiro plano, o espetáculo criado para a TV (alertada e
preparada com a conveniente antecedência) mostrou montagem meticulosa,
os presos passando pelos pátios dos aeroportos, entrando e saindo de
vans e do avião-cárcere, até a entrada em seu destino. Por trás do
primeiro plano, um pastelão. Feito de mais do que erros graves: também
com o comprometimento funcional e moral de instituições cujos erros
ferem o Estado de Direito. Ou seja, o próprio regime de democracia
constitucional.
Os presos na sexta-feira, 15 de novembro, foram levados a exame de
condições físicas pela Polícia Federal, antes de postos em reclusão.
Exceto José Genoino, que foi dispensado, a pedido, de um exame
obrigatório. Experiente, e diante de tantas menções à saúde inconfiável
de José Genoino, o juiz Ademar Silva de Vasconcelos, a quem cabem as
Execuções Penais no Distrito Federal, determinou exame médico do preso.
Era já a tarde de terça-feira, com a conclusão de que Genoino é portador
de “doença grave, crônica e agudizada, que necessita de cuidados
específicos, medicamentosos e gerais”.
José Genoino não adoeceu nos primeiros quatro dias de sua prisão.
Logo, deixá-lo esses dias sem os “cuidados específicos”, enquanto aqui
fora se discutia se é o caso de cumprir pena em regime semiaberto ou em
casa, representou irresponsável ameaça a uma vida –e quem responderá por
isso?
A rigor, a primeira etapa de tal erro saiu do Supremo Tribunal
Federal. A precariedade do estado de José Genoino já estava muito
conhecida quando o ministro Joaquim Barbosa determinou que o sujeitassem
a uma viagem demorada e de forte desgaste emocional. E, nas palavras de
um ministro do mesmo Supremo, Marco Aurélio Mello, contrária à “lei que
determina o cumprimento da pena próximo ao domicílio”, nada a ver com
Brasília. O que é contrário à lei, ilegal é. O Conselho Nacional de
Justiça, que, presidido por Joaquim Barbosa, investe contra juízes que
erram, fará o mesmo nesse caso? Afinal, dizem que o Brasil mudou e
acabou a impunidade. Ou, no caso, não seria impunidade?
Do mesmo ministro Marco Aurélio, além de outros juristas e também do
juiz das Execuções Penais, veio a observação que localiza, no bojo de
mais um erro gritante, parte do erro de imprevidência temerária quanto a
José Genoino. Foi a já muito citada omissão da “carta de sentença”,
que, se expedida pelo ministro Joaquim Barbosa, deveria anteceder o ato
de reclusão. E só chegou ao juiz competente, para instruí-lo, 48 horas
depois de guarda dos presos.
Com a “carta de sentença”, outra comunicação obrigatória deixou de
ser feita. Só ocorreu às 22h de anteontem, porque o destinatário dissera
às TVs não ter o que providenciar sobre o deputado José Genoino, se nem
fora comunicado pelo Supremo da decisão de prendê-lo. Presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves vai submeter a cassação do deputado ao
voto do plenário, e não à Mesa Diretora como uma vez decidido pelo
Supremo. Faz muito bem.
Mas o Ministério da Justiça tem mais a dizer. E sobretudo a fazer. O
uso de algemas durante o voo dos nove presos transgrediu a norma baixada
pelo próprio ministério, que só admite tal imobilização em caso de
risco de resistência ou fuga. Que resistência Kátia Rabello, Simone
Vasconcelos, José Genoino poderiam fazer no avião? E os demais, por que
se entregariam, como fizeram também, para depois tentar atos de
resistência dentro do avião? Além de cada um ter um agente no assento ao
lado. O uso indevido de algemas, que esteve em moda para humilhar
empresários, é uma arbitrariedade própria de regime policialesco, se não
for aplicado só quando de fato necessário. Quem responderá pela
transgressão à norma do próprio Ministério da Justiça?
Com a prisão se vem a saber de uma violência medieval: famílias de
presos na Papuda, em Brasília, precisam dormir diante da penitenciária
para assegurar-se, no dia seguinte, a senha que permita a visita ao
filho, ao pai, marido, mulher. Que crime cometeram esses familiares para
receberem o castigo desse sofrimento adicional, como se não lhes
bastasse o de um filho ou pai na prisão?
Medieval, é isso mesmo a extensão do castigo à família. Na Brasília
que diziam ser a capital do futuro. Assim até fazem sentido a viagem
ilegal dos nove para Brasília, as algemas e outros castigos adicionais
aplicados a José Genoino e outros. E que vão continuar.
- See more at: http://www.ocafezinho.com/2013/11/21/janio-de-freitas-joaquim-barbosa-e-um-fora-da-lei/#sthash.vhOmYbQZ.dpuf
******
Fonte:http://www.estudosdabiblia.net/a13_20.htm