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quinta-feira, 9 de maio de 2019

Pare de pular de igreja em igreja: 11 problemas com os poligrejados

09.05.2019
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO, 09.05.19
Por Ricardo Gonçalves Libaneo*

Pare-de-pular-de-igreja-em-igreja–11-problemas-com-os-poligrejados
Imagine a seguinte situação: no sábado um crente frequenta o ministério jovem de uma igreja por considerá-lo mais ativo. No domingo pela manhã, ele participa da EBD de outra igreja, pois acha seu ensino mais profundo. No culto da noite, ele vai a uma terceira igreja, pois crê que ela segue o princípio regulador do culto mais fielmente. Durante a semana assiste à séries de pregações no YouTube do pregador com quem ele mais se identifica teologicamente, lamentando não poder frequentar sua igreja, por ser em outro estado. Assim vive um “poligrejado”. Frequenta várias igrejas, mas não se compromete com nenhuma.

Implicações

A princípio, essa prática não parece ser um problema, afinal, melhor ser um “poligrejado” do que um “desigrejado”, correto? Creio que não. Vamos pensar sobre alguns princípios bíblicos que são quebrados ao frequentar mais de uma igreja:
1. Servir a igreja e não “consumi-la” – o problema dessa prática é a visão consumista da igreja. A pessoa frequenta a igreja por aquilo que ela pode lhe oferecer e não com a motivação de servir e manifestar o evangelho (Fp 2.1-11). Assim monta um “combo” com o melhor de cada igreja pensando apenas em si mesma. A motivação deve ser o amor que nos leva a servir, e não a consumir (Mc 10.45, 1 Co 12-13, Ef 4.1-16).
2. Amor ao próximo – se a pessoa não está comprometida com um local específico, não consegue cultivar relacionamentos profundos dentro da igreja, mas apenas superficiais. Amar alguém é mais do que ter conversas esporádicas, mas sim um envolvimento sacrificial na vida do outro, e isso exige constância (1 Jo 3.16).
3. Manifestar as imagens bíblicas para igreja – não estar comprometido com um grupo específico de crentes, mas pular de igreja em igreja, impede a pessoa de manifestar imagens bíblicas como o “Corpo de Cristo” (um braço serve apenas um corpo – 1 Co 12), “Família de Deus” (a família se relaciona em um local específico – Ef 3.14-15), “Pedras Vivas que formam um Templo” (as pedras precisam estar juntas para formar o edifício, a casa, o templo – 1 Pe 2.5).
4. Servir com o dom que Deus lhe deu – (1 Co 12-14) – segundo o texto de 1 Co 12.7, o dom é dado pelo Espírito visando ao bem comum, ou seja, o que for melhor para um grupo específico. Servir em várias igrejas implicará em, cedo ou tarde, deixar uma das igrejas na mão. É como tentar manter dois empregos no mesmo turno.
5. Comunhão na Ceia – (1 Co 10.17) – a Ceia do Senhor é uma refeição em que manifestamos comunhão com Deus, por meio do sacrifício de Cristo, e comunhão uns com os outros. Se não há comprometimento com um grupo, a participação na Ceia não revela a verdade da prática, pois a comunhão com os outros não é profunda e verdadeira.
6. Pastoreio – (1 Pe 5.2) – caso não haja comprometimento com uma igreja local, os pastores e líderes não saberão por quem eles são responsáveis, e por quem deverão prestar conta. Parafraseando o ditado: “ovelha de dois pastores morre por falta de pastoreio”.
7. Submissão aos líderes – (Hb 13.7,17) – quando nos comprometemos com uma igreja local, sabemos quem são nossos líderes e a quem devemos nos submeter. Participando de várias igrejas, na prática, não nos submetemos a ninguém. Em um momento ou outro o “poligrejado” vai acabar deixando um líder de uma igreja na mão para servir o líder da outra. Além de ser tentado a se submeter à liderança que for mais conveniente, esvaziando o conceito de submissão.
8. Submissão à disciplina eclesiástica – (Mt 16.19, 18.15-20, 1 Co 5) – estar comprometido e submisso a uma igreja local também nos submete à disciplina da igreja. Qual das igrejas disciplinará o “poligrejado”? Infelizmente alguns optam por frequentar várias igrejas justamente para não estar debaixo da disciplina de nenhuma. Apronta em uma igreja, e foge para outra.
9. Discipulado – (Mt 28.19-20) – fazer discípulos implica dedicação de tempo e envolvimento. Participar de várias igrejas limita a profundidade dos relacionamentos e por isso, limita o discipulado.
10. Manifestar o evangelho – (Jo 17.20-21, Ef 3.10) – relacionamentos profundos manifestam o evangelho. Relacionamentos improváveis que se tornam possíveis por causa do evangelho, exaltam o evangelho. Já falamos que se envolver com várias igrejas dificulta relacionamentos profundos, afetando assim a expressão do evangelho pela comunhão da igreja.
11. Manifestar a santidade de Deus – (Ap 20.15) – pertencer a uma lista de membros de uma igreja local ilustra ao mundo que existe uma separação entre quem é povo de Deus e quem não é. Obviamente não quero dizer que todos os que pertencem ao rol de membros de uma igreja são verdadeiramente povo de Deus, mas, apesar das suas limitações, a lista de membresia é uma ilustração do livro da vida. Quem participa de várias igrejas, não tendo o nome em nenhuma lista de membros, deixa de proclamar essa verdade.
Obviamente, reconhecemos que há espaço para interação com irmãos de outras igrejas locais, como intercâmbios e congressos. Isso é saudável e também manifesta a glória de Deus! Tudo isso, porém, com equilíbrio, não afetando os princípios bíblicos para a igreja.
Precisamos ser humildes e nos comprometermos com uma igreja local, com seus pontos fortes e fracos; e, cumprindo nosso papel como membros, contribuirmos para o seu crescimento, à medida em que nós mesmos crescemos, juntos com os irmãos, até alcançarmos a maturidade, a medida da plenitude de Cristo, para a glória de Deus (Ef 4.1-16)!
*Ricardo Gonçalves Libaneo é pastor na Primeira Igreja Batista de Atibaia, SP. Casado com a Camila, e tem três filhos: Laila, Isabella e Gustavo. Fez o Mestrado em Ministérios no Seminário Bíblico Palavra da Vida. Formado em Educação Física pela Fundação de Ensino Superior de Bragança Paulista (FESB).
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Fonte:http://abre.ai/SQp

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Concluí o seminário… e agora?

26.12.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 26.12.16
Por Lance Olimb*

conclui-o-seminario-e-agora
“Eu Sou Chamado” é um ministério de Dave Harvey e seus amigos. Lance Olimb é um de nossos bons amigos. Lance serve como Pastor do Campus de Midtown na Four Oaks Church.
O aspecto mais difícil do seminário não tem nada a ver com a análise de verbos no modo subjuntivo do grego. Não era se demorar com os triângulos com os quais John Frame trabalhou magistralmente no quadro branco. Honestamente, não era nem mesmo a tensão constante de alimentar uma família de 5 enquanto obtém 18 créditos, o trabalho de meio período e o morar numa república (comemos um monte de sanduíches de manteiga de amendoim e mel, os quais eram altamente subestimados, na minha opinião). Não, não, não. Não era nada disso. Era o enorme ponto de interrogação no fim desse túnel de treinamento. A pergunta ousada e incômoda: “o que vem depois?”.
De alguma forma, eu omiti essa sequência particular na equação. Por poucos anos, eu estive trabalhando num programa de Mestrado em Artes à distância, mas a necessidade de acelerar o meu estudo era evidente. Após servir por 9 anos, renunciei uma posição pastoral para obter um Mestrado em Divindade (M.Div.) no campus de Orlando do Reformed Theological Seminary (RTS) [Seminário Teológico Reformado]. Foi uma provação enorme para a nossa família. Nós passamos tanto tempo orando e nos preparando, e então trabalhando febrilmente enquanto estava no seminário, que eu de alguma forma esqueci que iria existir vida após o treinamento. Seis meses antes de andar pelo palco da Capela de St. Andrews para receber o meu diploma, eu lembrei. Nesse caso, lembrar é um eufemismo para estágios alternados de terror, stress e navegação frenética na internet.
Eu comecei a bombardear igrejas com o meu currículo como se fosse uma oferta da America Online (AOL) nos anos 90. Não muito depois que as entrevistas começaram, percebi que iria precisar de uma referência para tomar decisões. Como eu decidiria com quê o chamado de Deus se pareceria? Um arrepio no fígado? Urim e Tumim? Com o passar desses meses, eu foquei em algumas áreas que serviram como um guia de escolha. Estas foram as perguntas que fiz e respondi para me ajudar a determinar onde eu teria que aterrissar em seguida:

Primeiro: Quais distintivos teológicos são absolutamente inegociáveis para mim?

Essa pergunta era essencialmente uma tentativa de estreitar o escopo do ministério de toda a cristandade para um certo número de tribos às quais eu poderia servir ao longo do caminho. Isso incluiu, entre outros, a natureza de Deus, a igreja, o evangelho, a Bíblia e missões.
Eu fui ajudado, nesse ponto, pela distinção entre a essência da igreja e o que é importante, mas apenas para o bem-estar da igreja (esse e bene esse em latim e no jargão legal). A ideia é que eu deveria ser muito atento em relação às questões esse, mas gracioso e amável a Deus em áreas nas quais me parecerem simplesmente bene esse. Precisou de humildade para entender que eu nunca encontraria uma igreja onde tudo que eu pensei que era “melhor” seria colocado em prática. Mas eu me comprometi em aproveitar qualquer oportunidade na qual algo essencial estivesse sendo comprometido.
Eu sei que esse é o ponto da história onde seria muito útil que alguém simplesmente dissesse a você o que é “essencial” e o que não é. Eu não quero fingir que a resposta a essa pergunta é simples. Está muito longe de ser simples. Mas eu quero convidar você ao processo. A clareza e o discernimento obtidos em definir cuidadosamente o que é inegociável faz valer a pena todas as disputas existenciais e teológicas que você encarar.

Segundo: O que Deus me chamou para fazer?

Em outras palavras, como os meus dons serviriam mais naturalmente a uma igreja local? Eu quero dizer aqui que em muitas conversas que tive com homens, tanto dentro quanto fora do seminário, inclinaram-se para uma abordagem de descoberta de si mesmo e de auto-estima em relação a essa pergunta. Onde eu sou bem-sucedido? Que área do ministério faz com que minha alma cante como Josh Groban? Esse tipo de coisa. Isso não é o que quero dizer.
Eu quero dizer algo que começa com a pergunta: o que a igreja local precisa? O que, ou quem, é um pastor? E deixe-me dizer onde eu acho que você deveria começar se você está perguntando de verdade isso. A igreja precisa de homens que irão liderar, sonhar, estar nos púlpitos semana após semana, realizar casamentos e então chorar com esses casais por causa da infertilidade. Se você está começando seu ministério com a ideia de que você irá servir a um nicho, tendo um papel específico que utiliza um dom específico, eu acho que você está começando no ponto errado. A igreja precisa de homens que irão levar alegremente o fardo de toda a operação, e então irão liderá-la humilde e fielmente por anos. Comece com essa suposição e deixe que o Espírito Santo refine o chamado e a oportunidade a partir daí.

Terceiro: Eu posso me comprometer com essa obra a longo prazo?

Essa poderia ser uma preferência pessoal, mas minha esposa e eu realmente oramos para que Deus nos permita nos estabelecermos em algum lugar a longo prazo. Eu acho que uma abordagem a longo prazo é garantida quando você considera que a maior analogia do reino é plantar semente. Portanto, a maior comparação do crescimento cristão é a botânica. Esta é uma abordagem gloriosamente pesada em relação à obra. Eu acho que o melhor ministério é o tipo no qual você vê a transformação lenta, inevitável e poderosa das pessoas, através do evangelho, e com o tempo. Eu me perguntei: “se Deus me conduziu a essa obra, eu posso ficar e trabalhar com essas pessoas até que eu me aposente?”. Não é sempre possível encontrar uma disposição como essa, mas acho que isso fala de um princípio maior. Você será tentado a conseguir um trabalho, não importa o que deva ser feito. Embora cada situação seja diferente, você pode querer considerar sustentar sua família de outras formas enquanto espera uma porta se abrir. Seis meses carregando caixas no Correio é melhor do que negligenciar problemas sistêmicos para um salário ministerial. Não diga: “Bom, eu poderia ser o pastor de jovens por um ano ou algo assim, mas não há como ver a mim mesmo ficando além disso de jeito nenhum”.

Quarto: O que meus conselheiros acham da oportunidade para mim?

Você tem que dar às pessoas nas quais confia alguma coisa dessa informação. Você simplesmente não conhece você mesmo bem o suficiente para tomar a decisão. Peça a essas pessoas que acessem seus dons, abordagens ao ministério e a probabilidade de você servir bem a uma igreja em particular. Um momento definitivo para mim veio quando um mentor altamente respeitado me disse que eu realmente deveria encontrar um lugar no qual pudesse pregar e cuidar das almas das pessoas. Ele foi muito enfático de que eu serviria melhor à igreja nessa competência. O conselho dele ajudou a clarear algumas oportunidades diferentes que eu estava considerando. E eu precisava dessa claridade porque eu amei um pouquinho mais algumas opções diferentes, mas menos ideais, que estavam se abrindo.
Finalmente, lembre de aplicar o evangelho. Você nunca terá motivações perfeitas. Você irá se perguntar qual o seu “valor”. Você vai ter medo de falhar. Você vai ter medo do que as pessoas pensam. E é possível você começar a acreditar que o seu valor, esperança e identidade estão amarradas em se uma igreja legal num lugar legal lhe contratar. É aí que você deve repreender sua alma. “Você não é seu ministério. Você é aprovado, amado, visto, perfoado, livre, rico e seguro em Cristo”. Esse tipo de pregação é extremamente necessário e precisa ser intenso e firme. Pratique esse tipo de pregação. Você irá precisar dele em seu novo trabalho.

*Lance Olimb serve como Pastor do Campus de Midtown na Four Oaks Church

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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/12/conclui-o-seminario-e-agora/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+voltemosaoevangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29