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quinta-feira, 18 de abril de 2019

A nova crise urbana: quando o “Trickling Down” não funciona

18.04.2019
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO, 17.04.19
Por Mez McConnell*

A-nova-crise-urbana–quando-o-“Trickling-Down”-é-nada

Este post é o segundo de uma  uma análise em três partes do livro de Richard Florida, “The New Urban Crisis: Gentrification, Housing Bubbles, Growing Inequality and What We Can Do About It” (A Nova Crise Urbana: Gentrificação, Bolhas da Moradia, Desigualdade Crescente e o Que Podemos Fazer Sobre Isso).

A última vez discutimos a gentrificação em termos gerais. Como parece que isso é feito em Edimburgo? Aqui está o que observei acontecendo em nossa comunidade à medida que a gentrificação se desenvolvia (e continua a fazê-lo).

Os nomes das ruas históricas estão sendo alterados para colocar a área à venda para novos compradores ricos. Por exemplo, a área ao lado de Niddrie sempre foi conhecida como “Greendykes” e é famosa por conter os blocos de apartamentos onde os dois filmes “Trainspotting” foram filmados. Toda a área foi demolida e agora foi renomeada como “Greenacres”, na tentativa de atrair compradores de famílias mais abastadas e compradores que estão fazendo sua primeira compra. A mesma coisa está acontecendo em Londres, com os planejadores da autoridade local usando a palavra “propriedades” em desuso e chamando-as de “vizinhança”.

Os blocos de apartamentos locais receberam uma reforma completa em preparação para a construção de novas moradias e casas ao lado deles.

As casas foram compradas e vendidas para construtores e corretores com a promessa de que uma certa porcentagem de residentes desapropriados poderia voltar atrás. Isso raramente acontece, se é que acontece. Em vez disso, muitas das casas estão indo para imigrantes, o que está causando tensão racial.

Os preços dos imóveis subiram vertiginosamente, então é praticamente impossível comprar no mercado imobiliário se você trabalha em uma indústria de serviços ou é da classe trabalhadora mais humilde (como definido por Flórida).

Os aluguéis também são astronomicamente altos com o mesmo efeito.

O fato do custo de vida no centro da cidade de Edimburgo ser tão alto, aliado a uma escassez crônica de moradia, significa que a autoridade local está valorizando nosso conjunto habitacional em um esforço para tentar fazer com que a classe média mais educada compre propriedades aqui. Eles construíram uma biblioteca de última geração (um sinal claro de gentrificação, segundo Flórida), um shopping center, supermercados e novas escolas. “A realidade é que as coisas são melhores para aqueles que podem pagar”. Note que nenhuma dessas coisas estava disponível para a população nativa até que os mais abastados precisassem de um lugar mais acessível para viver. Na próxima década (talvez muito em breve), Niddrie não será mais um conjunto habitacional para pessoas carentes e a maioria da população nativa terá mudado para outros conjuntos habitacionais ou terá sido forçada a se mudar para locais como a região de Fife, onde os preços das casas e aluguéis são muito mais baratos. A nova classe média entrante não saberá nada da história tradicional da área e dos antigos nomes de casas e ruas. Nem se importarão. Eles apenas vão invadir a comunidade e a classe dominante acabará dominando. O tempo todo tendemos a ser gratos porque essas políticas melhoraram as coisas. A realidade, porém, é que eles fizeram as coisas melhores para aqueles que podem pagar. Aqueles que não podem serão deixados de lado e, para a maioria, nem todos, suas vidas não terão realmente melhorado.

Uma coisa que Flórida certamente prega no livro é a divisão de classes no Reino Unido. Quero me deter aqui por um momento, porque de vez em quando estou enfrentando os evangélicos da cultura majoritária (de classe média) que pensam que estou inventando isso ou que estou causando divisões por sequer mencioná-lo. No entanto, esse sujeito americano vê isso claro como dia. Há uma divisão de classes neste país que está crescendo e tem crescido, década após década. Mais uma vez, grande parte da igreja evangélica de classe média ignora isso. No entanto, aqui estamos nós como cristãos operários da classe trabalhadora (e também desempregados) perguntando onde todas as igrejas boas e teologicamente sólidas estão em nossas comunidades. Onde estão nossos líderes representados no cristianismo do Reino Unido? Algumas igrejas apontarão a diversidade étnica como prova de que estão sendo inclusivas, mas a presença de algumas pessoas de pele escura em nossas igrejas não nega a questão de uma divisão de classe em nosso país e em nossas igrejas.

O problema, como observei nos últimos dezoito anos, é que grande parte do movimento de plantação e revitalização de igrejas (em todo o mundo) seguiu tendências sociológicas e econômicas globais, e não a Bíblia. De fato, muito disso imita a gentrificação. Deixe-me explicar o que quero dizer. A gentrificação pressupõe uma abordagem de cima para baixo à habitação e à política social (pelo menos no Reino Unido – mas isto é geralmente verdade em todo o mundo). Ao melhorar uma área geográfica em termos de habitação e serviços, a ideia é que a população nativa pobre se beneficiará por consequência. É chamado de “efeito trickle-down”. A realidade é que, embora haja melhorias em muitas dessas comunidades, os mais pobres continuam pobres e são expulsos de suas casas e comunidades. Os problemas não são resolvidos, eles são apenas movidos.

Igualmente, há alguns líderes da igreja no Reino Unido, na verdade no mundo, que continuam a sustentar que o nosso evangelismo e esforços missionários devem ser concentrados nos líderes, políticos, artistas e formadores de cultura nas nossas sociedades. Em outras palavras, vamos direcionar nossas finanças e estratégias para a classe superior e criativa. Isso, eles afirmam, terá um efeito trickle-down quando se trata de alcançar os pobres. Alguns chamam de “plantio a montante”. Em outras palavras, vamos plantar igrejas em comunidades financeiramente ricas e, no futuro, podemos financiar o trabalho em áreas mais pobres. Com o dinheiro e a influência. Segundo o raciocínio, podemos ter mais resultado em plantar uma dessas igrejas “financiadoras” do que em cinco igrejas mais pobres que drenam os recursos. Soa bastante lógico. Até parece viável. Exceto que não funciona, e se os líderes que defendem essa abordagem não sabem, então eles deveriam saber. A realidade nos círculos da igreja é a mesma da realidade na gentrificação.

Não há efeito trickle-down. Alguém recentemente me desafiou a respeito disso e disse que havia, mais do que nunca, igrejas evangélicas em comunidades ricas desenvolvendo ministério de misericórdia, então como eu poderia fazer essas afirmações? Minha resposta é que grande parte do ministério de misericórdia que está sendo realizado pelas igrejas mais ricas e de classe média em nossas comunidades pode ser tudo menos isso. Clique aqui para um post anterior, onde eu considero isso em mais detalhes (em Inglês).

O fato é que as “igrejas a montante” não estão realmente financiando o plantio de igrejas e o ministério de revitalização no Reino Unido. Pode haver aqueles que ajudaram algum trabalho isolado ou talvez até plantaram uma ou duas igrejas (algo raro se estiver acontecendo). Mas nada como a escala que é necessária para mudar as coisas em nosso país. Igrejas a montante com orçamentos a montante financiam projetos de construção a montante antes de financiar cristãos a jusante para plantar igrejas em comunidades habitacionais carentes e bairros de moradias sociais. Essa é a realidade. O 20schemes é quase inteiramente apoiado por indivíduos cristãos e pequenas igrejas (50-100 membros) fora do Reino Unido e não por igrejas ricas a montante. Temos alguns exemplos de grandes igrejas que regularmente nos apoiam financeiramente, uma no Reino Unido e outra nos EUA. Algumas igrejas nos deram presentes únicos, mas nada que chegue perto de financiar esse tipo de ministério por um longo período de tempo.

Eu posso lhe dizer que nenhum de nossos plantadores de igrejas independentes jamais teve sucesso em um pedido de subsídio de uma organização evangélica no Reino Unido. Isso mudou recentemente quando recebemos uma grande concessão da FIEC para reformar um prédio da igreja em uma comunidade em Edimburgo. Também nos beneficiamos enormemente da generosidade da HeartCry, uma organização missionária nos EUA que financia nosso trabalho em Glasgow. Mas, além de nossos dois irmãos presbiterianos (suas denominações cuidam deles), a maioria dos plantadores de igrejas luta para levantar dinheiro para seus salários. Em resumo, não conheço um plantador de igrejas que trabalhe nas comunidades habitacionais carentes e bairros de moradias sociais e que tenha sido ajudado por esse modelo de fluxo reduzido no nível da igreja local. Irmãos em comunidades e bairros de moradias sociais estão lutando por dinheiro e voluntários dispostos a se mudar e ajudá-los a formar equipes. Igrejas maiores podem até doar alguns quilos de alimento de vez em quando, mas nada como o que é necessário para financiar um plantador de igrejas e sua família adequadamente e a longo prazo.

Este post é o segundo de uma análise em três partes do livro de Richard Florida, “The New Urban Crisis”.

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[1] Nota do editor: Gentrificação é um processo de transformação de centros urbanos através da mudança dos grupos sociais ali existentes, onde sai a comunidade de baixa renda e entram moradores das camadas mais ricas. (Fonte: Significados)

Igreja em Lugares Difíceis - Como a igreja local traz vida ao pobre e necessitado



Nos últimos anos, cristãos e organizações cristãs têm aumentado seu interesse em ajudar pessoas que sofrem com a miséria e a pobreza. Mas este interesse renovado em aliviar a pobreza está fadado ao fracasso se não tiver raízes na igreja local, que é o meio estabelecido por Deus para atrair pessoas miseráveis para um relacionamento transformador com ele.

Enfatizando a prioridade do evangelho, Mez McConnell e Mike McKinley, ambos pastores de igreja local em regiões de pobreza, oferecem direção bíblica e estratégias práticas para o trabalho de plantação, revitalização e crescimento fiel de igrejas em lugares difíceis, em nossa própria comunidade e em outros lugares ao redor do mundo.
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*Mez McConnell é  pastor sênior da Niddrie Community Church, Edimburgo, Escócia. É fundador do 20schemes, um ministério voltado para plantação de igrejas nos lugares mais difíceis da Escócia. Desde 1999, McConnell tem se envolvido com o ministério pastoral, tanto em plantação quanto revitalização.
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Fonte:https://voltemosaoevangelho.com/blog/2019/04/a-nova-crise-urbana-quando-o-trickling-down-nao-funciona/

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Podemos Compreender a Bíblia se não Somos Experts? (parte 1/2)

26.01.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 25.01.16
Por Mez McConnell*
Pensamento Cristão

7-recomendacoes-para-ler-a-biblia

A Bíblia é um livro grande. Para muitas das pessoas com quem trabalhamos na periferia é um livro muito grande. Em suas páginas, encontramos muitos tipos diferentes de literatura: poesia, profecia, história, narrativa, epístolas e escritos apocalípticos. É pesado. Entendê-la corretamente não é fácil, mas certamente não é impossível. Não precisamos estudar em um seminário para abrir a Bíblia e entendê-la. Uma Bíblia aberta, na mão de um leitor ávido e cheio do Espírito, é algo poderoso.
Existem, no entanto, algumas armadilhas e ciladas a serem evitadas, e esta séria de dois artigos irá nos passar algumas dicas bem básicas. Então, o que devemos ter em mente enquanto pensamos em ler e ensinar a Bíblia em nossa periferia ou comunidade carente?
Evite ser superficial. Nós não podemos simplesmente ler o texto bíblico e pular direto para o que ele significa para nós. Precisamos fazer o trabalho duro de interpretação. A época e a cultura mudam e precisamos, então, entender o sentido original do texto ou podemos criar um grande problema. Imagine sua esposa se arrumando pela manhã e começa aquele típico papo de uma hora no banheiro, metade desse tempo arrumando o cabelo. “Como está?” – ela pergunta. Você responde: “Bem, minha querida está um pouco parecido com Cantares 4.1: ‘Os teus cabelos são como o rebanho de cabras’.” Não pare aí. O que você acha de Cantares 7.4b? “O teu nariz, como a torre do Líbano, que olha para Damasco”. Nenhum destes comentários vai receber muito amor. Mas, na cultura do Oriente Médio, quanto maior o nariz, maior a beleza e ser comparada com algo tão valioso como cabras era um enorme elogio! Nós temos que ter cuidado para não ler a Bíblia superficialmente ou podemos causar (sérios) problemas.
Não super-espiritualize a Bíblia. 1 Samuel 17 é o maior exemplo. Todos nós conhecemos a história. Enquanto o rei Saul e seu exército se acovardavam pelo medo, Davi entendeu o desafio de Golias como uma ofensa a Deus e seu povo. Armado com uma funda e cinco pedras lisas, Davi derrubou o gigante e o decapitou, selando seu destino como rei de Israel. Qual foi a aplicação que ouvi inúmeras vezes? Todos nós enfrentamos gigantes como Golias em nossas vidas. Quais são alguns dos nossos gigantes? Drogas, divórcio, dificuldades, morte e etc. Como podemos “derrotar esses gigantes como Davi fez?” E as cinco pedras lisas? O que elas representam? Que tal, nosso passado (vitórias passadas?), oração, prioridades (a reputação/glória de Deus), paixão e persistência? Apliquemos estes em nossas vidas e venceremos nossos próprios gigantes.
Qual é o problema com essa interpretação e aplicação? Bem, para começar, ela nos coloca no lugar de Davi. Ela nos coloca no centro da história. Ela nos transforma no herói. Mas nós não somos o herói. Davi é o herói. Se estivéssemos em algum lugar nessa história, estaríamos com o rei Saul e os israelitas acovardados pelo medo de Golias. Na verdade, somos nós que precisamos de um herói, um campeão, um Salvador. Então, Jesus é o verdadeiro herói nesse texto. Ele é o Filho de Davi, o herdeiro do trono de Davi (“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” –  Mateus 1.1. “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o  Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;” – Lucas 1.32). Logo, o que temos aqui é na realidade uma sombra de Jesus, aquele que derrotou o verdadeiro gigante, a morte, quando enfrentou Satanás e morreu na cruz, a fim de que não mais vivêssemos em temor. Esse texto é sobre Jesus, não sobre nós. Tenha cuidado para não mega-espiritualizar a Bíblia em pequenos pontos sobre como devemos viver. A Bíblia não é sempre, nem em última instância, um livro sobre nós. Ela é um livro sobre Ele.
Tenha cuidado com a linguagem. Palavras mudam de significado. A palavra armário é um bom exemplo. Originalmente significava um lugar onde se guardava armas. Imaginem, então, quantas palavras variaram ou mudaram de significado em um livro que tem milhares de anos? 1 Coríntios 4.1, por exemplo, traz a tradução “despenseiros” ou ministros em algumas traduções da Bíblias, mas o significado literal é “escravo”. Paulo queria que seu legado fosse visto como nada mais do que o de um escravo. Isso é um pensamento (e uma tradução) muito mais forte que meramente um despenseiro ou um ministro quando pensamos no que essas palavras significam hoje.
História. Por que Pilatos permitiu que o judeus matassem Jesus quando sabia que ele era inocente? Ele certamente não era amigo do povo judeu? A história pode nos ajudar aqui. Está bem documentado que Pilatos odiava ter sido designado para Israel. Nós lemos em livros de história que, quando Pilatos chegou a seu posto, ele tentou forçar os judeus a adorar divindades pagãs. Mas ele acabou se vendo com uma grande revolta em suas mãos. Muitas pessoas perderam suas vidas antes que a ordem fosse restaurada. Seu chefe, o imperador, ficou com tanta raiva dele que ameaçou tirá-lo da função caso não conseguisse manter a paz. Então Pilatos fazia o que podia para manter os líderes judeus felizes e para impedir que ele perdesse seu emprego e seu status na sociedade.
A arte de interpretar a Bíblia é chamada “Hermenêutica”. E a Hermenêutica tem três meias-irmãs: autores, textos e leitores. Hermenêutica ruim acontece quando não levamos as três meias-irmãs para jantar ou favorecemos uma mais que a outra. Existe também um problema quando, ao chegarmos ao restaurante, não as sentarmos na ordem correta (esta ilustração parecia melhor dentro da minha cabeça, mas estou comprometido com ela agora!). Dessa maneira, criamos problemas ao abrirmos a Bíblia e a interpretamos de imediato somente para nós mesmos (os leitores). Nós devemos sempre começar com o autor original quando nos aproximamos do texto. Nosso trabalho é sempre descobrir o que aquele texto significou para as pessoas que primeiro escreveram e leram tais palavras. Então, e só então, podemos começar a aplicar a nós mesmos. Errar nesta ordem de interpretação pode ter consequências devastadoras para nosso entendimento da Palavra de Deus. Aqui seguem algumas diretrizes básicas para nos ajudar a estudar a Palavra de Deus:
1.Ore.
2. O que essa passagem diz? Leia três vezes (mínimo).
3. Ore.
4. Por que o autor diz isso aqui?
5. Ore.
6. Por que ele sequer diz isso?
7. Ore.
8. Como isso se encaixa na história da Bíblia como um todo? (Está antes ou depois da cruz, por exemplo?)
9. Ore.
10. O que os leitores originais entenderam ser o sentido do autor?
11. Ore
12. O que isso tem a ver conosco hoje?
13. Ore.
Algumas vezes uma aplicação aparece imediatamente. Anote-a e a visite mais tarde. Pode ser um pensamento brilhante, mas também pode não ter nada a ver com o texto. Reescrever a passagem em suas próprias palavras pode ser, algumas vezes, útil.
Mas, acima de todas as outras considerações, lembre-se que estamos nos aproximanado da Palavra Santa de Deus. Este não é um livro ordinário. Nós precisamos da ajuda do Espírito Santo e devemos sempre pedir que nos ajude a entender o que Deus nos diz por meio dela.
Continuaremos no próximo artigo.
*É pastor sênior da Niddrie Community Church, Edimburgo, Escócia. É fundador do 20schemes, um ministério voltado para edificar igrejas saudáveis centradas no evangelho para as comunidades mais pobres da Escócia. Nosso desejo de longo prazo.
Tradução: Fabio Luciano
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
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Fonte:http://ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/864/Podemos_Compreender_a_Biblia_se_nao_Somos_Experts_parte_1_2