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terça-feira, 17 de junho de 2014

O Salvador que sempre busca

16.06.2014
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Paul Earnhart 

“Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la? E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: ‘Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.’ Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15:8-10).

Nesta segunda de três parábolas que Jesus usou para justificar sua graciosa busca de pecadores ele usa o mesmo argumento da vida ordinária que na parábola da Ovelha Perdida. “Qual é a mulher...?” Sabemos, ele diz, o que faria qualquer mulher que tenha perdido uma moeda de prata em sua casa. Ela esquadrinharia toda a casa, virando-a de pernas para o ar, até que encontrasse a moeda perdida.

É importante para nós, ao pensarmos nesta parábola, não imaginar que estamos lidando com alguma mulher rica, ou que a moeda é semelhante em valor às nossas modernas. A moeda perdida era um drachma grego, igual ao denarius romano, e equivalente a um dia de salário no mundo antigo (Mateus 20:1-2). Teria sido uma perda séria para o lar médio num mundo onde a existência era frequentemente da mão para a boca e uma moeda era a diferença entre a sobrevivência e o desespero. Justamente num tal lar Jesus tinha nascido e sido criado. Mesmo em nossa comparativa abundância há poucos de nós que não rebuscariam nossas casas diligentemente para encontrar uma soma de dinheiro equivalente a um dia de renda mal colocada, e que não se sentiria alegre e aliviado quando ela fosse recuperada.

Alguns têm especulado que a moeda perdida possa ter sido uma das dez moedas de prata costumeiramente dadas por um noivo como enfeite da testa para sua noiva. Tal moeda teria obviamente um valor sentimental, bem como prático. Sua perda se compararia à perda de um anel de noivado, que guarda simbolicamente dentro dele todas as promessas lembradas e a alegria de um casamento. Desta possibilidade podemos apenas dizer que nada na parábola proíbe dizer ou estabelecer isso.

O foco da Parábola da Moeda Perdida como o da Ovelha Perdida está na preocupação natural por coisas perdidas e a alegria de recuperá-las. Não há justificação para fazer alegoria desta história que, tomada como é, expõe o ponto de Jesus admiravelmente. Imaginações férteis têm visto a mulher (ou a casa) como um símbolo para a igreja; a lâmpada como uma figura da Palavra de Deus, e a varrição da casa como um sinal para a perturbadora obra do Espírito Santo. Como Buttrick observou, concernente a algum tratamento de Trench da parábola, “é uma alegoria que podemos alegremente ignorar”.

É perigoso forçar a interpretação de todos os pormenores desta parábola. Uma moeda inanimada, perdida devido a descuido ou infelicidade de outros, obviamente não simboliza perfeitamente um homem animado e de livre arbítrio. Apanhado no próprio erro sobre o qual ele adverte, Buttrick escreve extensamente sobre pessoas que são perdidas porque nasceram em circunstancias cruéis e não podem deixar de estar onde estão. Nada poderia estar mais longe da mente do Senhor. Ele está apelando para um arrependimento que, ainda que leve a misericórdia, exige inequívoca aceitação da responsabilidade pelas próprias transgressões (Lucas 13:3-5). Como pode alguém se afastar daquilo que não escolheu?

Esta parábola, como a anterior, não é apenas sobre a divina misericórdia mas sobre o desejo insaciável no coração de Deus por todo pecador, o sentido de perda que o faz buscar. Esta misericórdia é mais do que disponível, é apaixonada em sua determinação de recuperar cada pessoa cujo pecado lha tem negado. Francis Thompson retrata esta busca incessante em seu poema muito pessoal, O Caçador do Céu.

Dele fugi, noites e dias adentro;
Dele fugi, pelos arcos dos anos;
Dele fugi, pelos caminhos dos labirintos
De minha própria mente; e no meio de lágrimas
Dele me ocultei, e sob riso incessante.
Por sobre esperanças panorâmicas corri;
E lancei-me, precipitado,
Para baixo de titânicas trevas de temores abissais,
Para longe daqueles fortes Pés que seguiam, seguiam após mim.
Mas com desapressada perseguição,
E com inabalável ritmo,
Deliberada velocidade, majestosa urgência,
Eles marcavam os passos - e uma Voz insistia
Mais urgente que os Pés -
"Todas as coisas traem a ti, que traíste a Mim”.

Como Barclay observou, nenhum fariseu tinha jamais sonhado com um Deus como esse. Um que talvez fosse misericordioso para os bons que vinham implorar caminhos merecidos, mas certamente não alguém que fosse em busca dos indignos patifes da sociedade. Mas não havia nada nos modos de Jesus que os fariseus não pudessem ter antecipado se eles jamais tivessem verdadeiramente entendido o Deus do Velho Testamento, sobre o qual eles tinham durante tanto tempo caducado. Do jardim do Éden ao último apelo lamentoso dos profetas, ele tinha estado em incessante procura de seu povo perdido, ainda que triste seja seu estado, ainda que indiferente sua resposta. Diferente da mulher da parábola, Jesus nunca recuperará todos os que estão perdidos para ele, mas nunca será por falta de busca e procura.

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Fonte:http://estudosdabiblia.net/2005117.htm

domingo, 12 de janeiro de 2014

Jesus tinha uma palavra para isso

13.01.2014
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Paul Earnhart

Jesus certamente viveu mais cônscio do mundo no qual ele andava do que qualquer outro homem antes dele. E de tudo que o rodeava ele tirou ricas metáforas, que fizeram dele um tão irresistível ilustrador e mestre.
 
O Senhor começou cedo, nos seus discursos públicos, a falar com conhecimento de pescadores, agricultores, pastores e comerciantes. Ele tirou expressivas comparações do mundo dos reis e dos príncipes, dos servos e dos pobres, sacerdotes e publicanos, juízes e ladrões. Ele encontrou lições na relva e nas flores, no vento e na rocha. Ele falou muito de vinhas e trigais, de joio, de espinhos e de cardos. Ele conhecia bem o lugar da raposa e o caminho dos lobos e das ovelhas. E falou especialmente do lar, de sal e de lâmpadas, de cozinha e de limpeza, de festas e de casamentos, de pais e de filhos. E suas palavras eram maravilhosas, pelo modo como tornavam a vontade do céu tão real e clara.
 
Muito do que Jesus disse tão expressivamente não estava nas parábolas clássicas, mas em dizeres e ilustrações que eram semelhantes a elas. A. B. Bruce chama-as "germes de parábolas" e G. Campbell Morgan intitula-as "ilustrações parabólicas". Muitas são simples metáforas passageiras que acrescentam clareza a um pensamento, um ensinamento. A primeira aparece no chamado do Senhor a quatro galileus para se tornarem "pescadores de homens" (Mateus 4:19). O Sermão do Monte está literalmente cheio destas ricas analogias, comparações que fazem o pensamento virtualmente saltar da página. É a estas "parábolas" embrionárias de Jesus que queremos dar nossa atenção.

Os amigos do noivo (Mateus 9:15)

Subitamente, no meio da crescente popularidade do segundo ano de pregação do Senhor, de sucesso do grande ministério galileu, os sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) interrompem sua história para nos dizerem que nem tudo vai bem. Em Mateus 9, Marcos 2 e Lucas 5, cada um começa pela primeira vez a falar da crescente oposição a Jesus nos meios judaicos influentes. Ele não se ajustava confortavelmente ao mundo tradicional deles. Seu ambiente e comportamento completamente não ortodoxos deixavam os líderes judeus muito desconfortáveis, mas sua proposta para .perdoar os pecados de um paralítico em Cafarnaum deixou a equipe de observadores enviados de Jerusalém quase apoplécticos! Aquilo era blasfêmia! (Mateus 9:1-8; Marcos 2:1-12: Lucas 5:17-26). Eles não podiam dizer mais nada, mas Jesus tinha curado completamente o homem diante dos próprios olhos deles!
 
As coisas não melhoram mais tarde, quando ele selecionou Mateus, o publicano, como um dos seus associados e então passou a tarde festejando alegremente com outros tipos também de má reputação (Mateus 9:27-32).
 
Foi ali, talvez perto da porta da casa de Mateus, que os fariseus, numa e estranha ligação com discípulos de João, perguntaram-lhe porque eles e os discípulos de João jejuavam enquanto seus próprios seguidores estavam festejando e regozijando (Mateus 9:14; Marcos 2:18; Lucas 5:33). Jesus respondeu que não era certo que os amigos do noivo lamentassem na festa do casamento enquanto o noivo estava com eles. Haveria tempo bastante para jejuar e ficar triste, ele disse, quando seu amigo fosse tirado deles.
 
Os fariseus e os discípulos de João tinham tentado julgar Jesus pelos seus próprios padrões. Quem deu a ele o direito de quebrar as conveniências? Que tipo de homem santo era este, que passava seus dias festejando? Precisa-se entender os discípulos do Batista. Com João definhando na prisão de Herodes, eles sem dúvida achavam jejuar mais apropriado do que festejar e talvez tivessem sido levados a admirarem-se da aparente despreocupação de Jesus. Os fariseus, por outro lado, eram apenas ritualistas despreocupados que tinham um hábito de procurar crédito com Deus duas vezes por semana (Lucas 18:9-12; a tradição dizia que Moisés subiu ao Sinai na segunda-feira e desceu na quinta-feira). Isso nada tinha a ver com seus corações ou as realidades espirituais de suas vidas. Seus jejuns, como aqueles dos antigos israelitas (Isaías 58:1-9), não tinham nenhuma ansiedade para com Deus.

Jejuar fazia algum sentido para os discípulos de João. A mensagem do seu mestre tinha sido um chamado ao arrependimento. Havia conforto nela, mas um conforto moderado. O reino do céu estava próximo, mas quem estava preparado para encontrá-lo? Era uma mensagem necessária, mas não era tudo o que o céu tinha a dizer.
 
E era inteiramente adequado que os fariseus jejuassem, pois o caminho do Senhor era para eles uma pesada carga a suportar. Eles certamente nada sabiam do que Jesus descrevia como"uma fonte a jorrar para a vida eterna" (João 4:14).
 
Mas estarem tristes não era direito para os amigos do Noivo. Jesus havia vindo para trazer plenitude de alegria (João 15:11). E era a alegria do maior casamento de todos, o casamento da terra e do céu! Chegaria o dia quando haveria necessidade de dizer aos seus discípulos que jejuassem; a tempestade que tiraria o Noivo deles já estava se formando. Mas até mesmo isso não seria capaz de afastar a profunda paz, a alegria exultante que ele lhes tinha dado (João 14:27-28; 15:11; 16:21-22). A festa de casamento recomeçaria finalmente numa explosão de triunfo, começando com um túmulo vazio e terminando com um esplendor de glória eterna (Apocalipse 19:6-9; 21:1-4). Cristãos, regozijem!
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Encontrando nosso caminho através das parábolas

12.10.2014
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Paul Earnhart


Há alguns princípios importantes que precisam guiar-nos se quisermos descobrir os tesouros das parábolas. A falta de conhecer e observar a pauta natural que governa a interpretação do tipo especial de literatura ao qual as histórias de Jesus pertencem produzirá confusão antes que iluminação.

Um exemplo clássico de como não fazer é visto no tratamento de Agostinho da parábola do Bom Samaritano. Ignorando o indício contextual, o grande norte-africano alegorizou a simples história de Jesus numa história da humanidade. O homem derrubado por ladrões (Satanás e seus anjos) era Adão que tinha, em rebelião, saído de Jerusalém (a cidade celestial) e partido para Jericó (mortalidade). Satanás tinha-o despido (de sua imortalidade) e deixado semi-morto (espiritualmente, mas não fisicamente). O sacerdote e o levita (sacerdócio e ministério do Velho Testamento) que passaram foram incapazes de salvar o homem e ele foi deixado para o samaritano (o Senhor) atar suas feridas (coibir o pecado), derramar óleo (esperança) e vinho (fervor). A estalagem é a igreja, o estalajadeiro é Paulo, e os dois dinheiros são ou os dois maiores mandamentos, ou os dois "sacramentos". Nenhum comentário sobre tão evidente excesso é necessário.

As parábolas de Jesus devem ser abordadas naturalmente, tomando cuidado para não desencaminhá-las de seu simples propósito. Elas são histórias ilustrativas geralmente concebidas para ter três partes básicas: ŒUma ocasião histórica que produziu a parábola. A história ou narrativa. E Ž a lição principal a ser extraída dessa história. Com isto em mente, olhemos para certas regras importantes a seguir na busca das mensagens individuais das parábolas.

ŒEstude a parábola em seu contexto histórico para determinar por que foi contada. Todas as parábolas foram primeiro contadas a uma determinada audiência numa ocasião específica. Por exemplo, a história do Bom Samaritano foi ocasionada pela queixa de certo advogado a Jesus, que era difícil amar seu próximo quando não podia imaginar quem ele era (Lucas 10:25-30), e as três maravilhosas parábolas sobre as coisas perdidas em Lucas 15 foram uma resposta aos ataques feitos contra Jesus pela "má companhia"  que ele estava mantendo (versículos 1-2). Às vezes esta informação de pano de fundo está faltando e o significado de uma determinada parábola precisa ser buscado na informação mais ampla dos Evangelhos, mas, quando presentes, as circunstâncias nas quais uma parábola foi contada nos dão uma indicação mais certa quanto ao propósito do Senhor para sua história. O contexto precisa sempre governar o texto.

Procure a verdade principal que a parábola pretende ensinar. Muitas parábolas pretendem desenvolver apenas um ponto, e não ser um veículo para todo o esquema da redenção. Lições secundárias podem muitas vezes ser legitimamente extraídas de uma parábola, mas isto deve ser feito com cuidado e somente depois que a mensagem principal tiver sido determinada.

Ž Não se perca nos pormenores da parábola. Os pormenores de uma parábola às vezes podem ter significado, mas na maioria das vezes eles não contêm nenhum significado oculto e são simplesmente designados a preencher a história. O bezerro cevado, música e dança, anel de ouro, sapatos e vestes da história do filho pródigo não são simbólicos de nada, mas simplesmente refletem, em termos significativos para o tempo, a alegria do pai pela volta de seu filho. Uma boa regra é não dar nenhum significado figurativo a minúcias, a menos que o contexto o autorize.

Não tente estabelecer uma posição doutrinária somente por uma parábola. Há muito que é esclarecido para nós pelas parábolas de Jesus, mas precisam sempre ser entendidas à luz dos ensinamentos claros da Escritura, nunca em contradição com ela. Estas ilustrações são mais destinadas a serem janelas do que pedras de fundação. Elas não declaram tanto uma doutrina quanto ilustram uma faceta significativa dela.

Finalmente, e mais importante, procure sempre uma aplicação pessoal de cada parábola. Depois de ter determinado a lição, ou as lições corretas da parábola sendo estudada, a pergunta mais importante é: "Encontrei a mim mesmo nesta parábola?" "Quais mudanças em minha vida e meus pensamentos esta parábola exige de mim?" Não há nada tão trágico como um estudo dos ensinamentos de Jesus que não é conduzido por mais do que uma curiosidade intelectual, a menos que seja o estudo de algum pregador que sente a necessidade "profissional" de pregar um sermão a outros sem um único pensamento de fazer qualquer aplicação a si mesmo. É imperativo, em nosso estudo das parábolas, que cada um continuamente pergunte, "Senhor, o que há aqui para mim?" Deste modo somente encontraremos os ouvidos de ouvir para os quais nosso Senhor apelou quando pela primeira vez ele ensinou por parábolas (Marcos 4:9, 23).

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O reino do céu: o semeador lançando a semente

08.01.2014
Do blog ESTUDO DA BÍBLIA
Por Paul Earnhart

[Há relatos da primeira série de parábolas de Jesus em Mateus 13, Marcos 4 e Lucas 8. Quatro delas, provavelmente cinco, o Senhor dirige à multidão (Mateus 13:34): O Semeador, O Joio, A Semente de Mostarda, o Fermento, e uma que só Marcos registra, A Semente Crescendo Sem Ser Observada (Marcos 4:36-39). As restantes são contadas só aos discípulos (Mateus 13:36-53).]

"Eis que o semeador saiu a semear..." (Mateus 13:3). Era um  modo incomum do Senhor abrir um discurso sobre as  maravilhas do reino do céu. Poderia qualquer coisa ser mais laboriosa e ordinária do que um semeador e sua semente? Como poderia algo tão sem imaginação sugerir as glórias do domínio do céu? Sua metáfora era tranqüila. A vinda do reino do Messias seria certamente explosiva, arrasadora, cataclísmica. Não, disse Jesus, seria mais como um semeador semeando seu campo, e muita da sua semente dando em nada. Tudo dependeria do solo.

É bem possível que fosse no início da primavera quando Jesus tomou assento na proa de um barco de pesca na praia ocidental do Mar da Galiléia, e ensinou sua notável parábola. Ele logo estaria na praia oriental, alimentando uma multidão de pessoas com uns poucos pães e peixes (Mateus 14:13-21), e a festa da Páscoa "estava próxima" (João 6:4). Os campos que rodeavam Genesaré teriam sido semeados apenas uns poucos meses antes (janeiro, fevereiro). O cheiro deles deveria estar no ar e não haveria um homem nas multidões de ouvintes que não soubesse o peso de um saco de semente e a sensação do solo recém-arado. Era uma terra para plantadores e proprietários, um lugar para cultivar coisas, e a parábola da semente e dos solos não poderia ter encontrado uma audiência mais entendida.
A luz do início da primavera teria refletido como era jovem o mestre, e talvez como era comum a sua aparência. Nos seus olhos, a despeito das entusiásticas multidões que se comprimiam sobre ele, pode bem ter havido uma ponta de tristeza. Eles entendiam tão pouco agora, e a maioria jamais entenderia o evangelho do seu reino. E, contudo, alguns veriam. Alguns sempre veriam. E esta era a mensagem de sua história.

O povo que se tinha comprimido em volta para ouvir, naquele dia teria parecido de comum acordo às pessoas de menos discernimento. Tivéssemos nós podido juntar-nos a eles e dar uma olhada de perto, teríamos descoberto as diferenças. Alguns estavam sem dúvida escutando embevecidos, esforçando-se sinceramente para pegar cada palavra. Outros teriam sido vistos cabeceando em entusiasmo distraído, envolvidos pelo momento e a multidão. Ainda outros teriam estado ouvindo distraidamente, escutando e concordando, mas não dando atenção total à mensagem. E os escribas e fariseus — eles também estariam ouvindo — não para escutar, naturalmente, mas para achar os defeitos e salientá-los.

Saberia Jesus os pensamentos que estavam por trás dessas faces? Saberia ele os preconceitos, as escusas justificativas, as idéias que estavam forçando e infiltrando em cada palavra que ele falava? Veria ele as grades de proteção com que defendemos nossos corações de sua verdade? Certamente que sim. E nos adverte como os advertia, "Quem tem ouvidos, ouça"(Mateus 13:9).

o semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as  aves, a comeram" (13:4). Quanto à disposição desta semente   que caiu na beira do caminho, Lucas acrescenta, "foi pisada"(Lucas 8:5).

Os campos da Palestina eram pequenos e irregulares, marginados por caminhos estreitos endurecidos pelo perpétuo pisoteio. E freqüentemente, quando o plantador espalhava sua semente sobre o solo recém-arado com largos lances de sua mão, alguma cairia e dançaria sobre a superfície dura, resistente, da "beira do caminho" onde todo o seu rico potencial por fim se tornava alimento para as aves.

O solo impenetrável, na história de Jesus, representa os ouvintes cujos corações estão endurecidos pela obstinação e o orgulho, corações que se tornaram a estrada de mil tempestuosas paixões, corações que em seu consciente compromisso com o mal não podem suportar a dor da honestidade. Pensamos imediatamente nos fariseus, e eles certamente estavam no quadro. Seus preconceitos arrogantes, egoístas sobre o reino de Deus, seus sonhos de esplendor e poder carnal, tornavam impossível para eles ver Jesus como o Messias ou escutar suas palavras como as de Deus. Hoje em dia, muitos seguem na trilha deles, tão cheios de uma caricatura moderna de Jesus que não podem ver o verdadeiro Cristo nem escutar suas palavras reais.

Mas de onde veio esta resistência de aço ao evangelho do reino de Deus? O que é que faz com que as pessoas, mesmo pessoas religiosas, se tornem tão duras contra este gracioso convite? Esta rigidez pétrea começa a se formar na primeira vez que aprendemos a viver facilmente com o que sabemos ser errado. Escutar cada nova verdade depende da prática da verdade que já conhecemos. Como John Ruskin observou certa vez, cada dever que omitimos obscurecerá alguma outra verdade que poderíamos ter conhecido. Portanto, em nossa aversão a escutar novamente a verdade familiar que não temos aplicado, fechamos nossos olhos e ouvidos à verdade que ainda precisamos desesperadamente conhecer.
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

JESUS, O CAÇADOR DO CÉU

02.01.2014
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Paul Earnhart

 O Salvador que sempre busca

“Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la? E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: ‘Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.’ Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15:8-10).

Nesta segunda de três parábolas que Jesus usou para justificar sua graciosa busca de pecadores ele usa o mesmo argumento da vida ordinária que na parábola da Ovelha Perdida. 

“Qual é a mulher...?” Sabemos, ele diz, o que faria qualquer mulher que tenha perdido uma moeda de prata em sua casa. Ela esquadrinharia toda a casa, virando-a de pernas para o ar, até que encontrasse a moeda perdida.

É importante para nós, ao pensarmos nesta parábola, não imaginar que estamos lidando com alguma mulher rica, ou que a moeda é semelhante em valor às nossas modernas. A moeda perdida era um drachma grego, igual ao denarius romano, e equivalente a um dia de salário no mundo antigo (Mateus 20:1-2). Teria sido uma perda séria para o lar médio num mundo onde a existência era frequentemente da mão para a boca e uma moeda era a diferença entre a sobrevivência e o desespero. Justamente num tal lar Jesus tinha nascido e sido criado. Mesmo em nossa comparativa abundância há poucos de nós que não rebuscariam nossas casas diligentemente para encontrar uma soma de dinheiro equivalente a um dia de renda mal colocada, e que não se sentiria alegre e aliviado quando ela fosse recuperada.

Alguns têm especulado que a moeda perdida possa ter sido uma das dez moedas de prata costumeiramente dadas por um noivo como enfeite da testa para sua noiva. Tal moeda teria obviamente um valor sentimental, bem como prático. Sua perda se compararia à perda de um anel de noivado, que guarda simbolicamente dentro dele todas as promessas lembradas e a alegria de um casamento. Desta possibilidade podemos apenas dizer que nada na parábola proíbe dizer ou estabelecer isso.

O foco da Parábola da Moeda Perdida como o da Ovelha Perdida está na preocupação natural por coisas perdidas e a alegria de recuperá-las. Não há justificação para fazer alegoria desta história que, tomada como é, expõe o ponto de Jesus admiravelmente. Imaginações férteis têm visto a mulher (ou a casa) como um símbolo para a igreja; a lâmpada como uma figura da Palavra de Deus, e a varrição da casa como um sinal para a perturbadora obra do Espírito Santo. Como Buttrick observou, concernente a algum tratamento de Trench da parábola, “é uma alegoria que podemos alegremente ignorar”.

É perigoso forçar a interpretação de todos os pormenores desta parábola. Uma moeda inanimada, perdida devido a descuido ou infelicidade de outros, obviamente não simboliza perfeitamente um homem animado e de livre arbítrio. Apanhado no próprio erro sobre o qual ele adverte, Buttrick escreve extensamente sobre pessoas que são perdidas porque nasceram em circunstancias cruéis e não podem deixar de estar onde estão. Nada poderia estar mais longe da mente do Senhor. Ele está apelando para um arrependimento que, ainda que leve a misericórdia, exige inequívoca aceitação da responsabilidade pelas próprias transgressões (Lucas 13:3-5). Como pode alguém se afastar daquilo que não escolheu?

Esta parábola, como a anterior, não é apenas sobre a divina misericórdia mas sobre o desejo insaciável no coração de Deus por todo pecador, o sentido de perda que o faz buscar. Esta misericórdia é mais do que disponível, é apaixonada em sua determinação de recuperar cada pessoa cujo pecado lha tem negado. Francis Thompson retrata esta busca incessante em seu poema muito pessoal, O Caçador do Céu.

Dele fugi, noites e dias adentro;
Dele fugi, pelos arcos dos anos;
Dele fugi, pelos caminhos dos labirintos
De minha própria mente; e no meio de lágrimas
Dele me ocultei, e sob riso incessante.
Por sobre esperanças panorâmicas corri;
E lancei-me, precipitado,
Para baixo de titânicas trevas de temores abissais,
Para longe daqueles fortes Pés que seguiam, seguiam após mim.
Mas com desapressada perseguição,
E com inabalável ritmo,
Deliberada velocidade, majestosa urgência,
Eles marcavam os passos - e uma Voz insistia
Mais urgente que os Pés -
"Todas as coisas traem a ti, que traíste a Mim”.


Como Barclay observou, nenhum fariseu tinha jamais sonhado com um Deus como esse. Um que talvez fosse misericordioso para os bons que vinham implorar caminhos merecidos, mas certamente não alguém que fosse em busca dos indignos patifes da sociedade. Mas não havia nada nos modos de Jesus que os fariseus não pudessem ter antecipado se eles jamais tivessem verdadeiramente entendido o Deus do Velho Testamento, sobre o qual eles tinham durante tanto tempo caducado. Do jardim do Éden ao último apelo lamentoso dos profetas, 

ele tinha estado em incessante procura de seu povo perdido, ainda que triste seja seu estado, ainda que indiferente sua resposta. Diferente da mulher da parábola, Jesus nunca recuperará todos os que estão perdidos para ele, mas nunca será por falta de busca e procura.
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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Todas as parábolas de Jesus

26.09.2013
Do blog ROCHA FERIDA

As parábolas de Jesus são histórias criadas por Ele mesmo como uma forma simples de ensinar sua mensagem. Ele usou temas relacionados ao dia a dia dos seus ouvintes, como pesca, plantio, reis e súditos. Neste post você encontra todas as parábolas de Jesus segundo os evangelistas: Mateus, Marcos e Lucas .. Lembrando que João não registrou nenhuma parábola de Jesus em seu livro.
Parábola
Mateus
Marcos
Lucas
A candeia debaixo da vasilha
O construtor prudente e o insensato

O remendo de pano novo em roupa velha
O vinho novo em odres velhos
O semeador e os solos
As ervas daninhas


O joio
O fermento

O tesouro escondido


A pérola de grande valor


A rede


O dono de uma casa


A ovelha perdida

O servo impiedoso


Os trabalhadores na vinha


Os dois filhos


Os lavradores
O banquete de casamento


A figueira
O servo fiel e sensato

As dez virgens


Os talentos (minas)

As ovelhas e os bodes


A semente em crescimento


Os servos vigilantes

O credor


O bom samaritano


O amigo necessitado


O rico insensato


A figueira infrutífera


O lugar menos importante no banquete


O grande banquete


O custo do discipulado


A moeda (dracma) perdida


O filho perdido (pródigo)


O administrador astuto


O rico e Lázaro


O senhor e seu servo


A viúva persistente


O fariseu e o publicano


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Fonte:http://www.rochaferida.com/2011/12/todas-as-parabolas-de-jesus.html