Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador MISSÃO DA IGREJA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MISSÃO DA IGREJA. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Por que evangelizar?

04.06.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alessandro Brito*
Por que evangelizar?
Normalmente a criança realiza uma infinidade de tarefas sem saber por qual razão. Talvez é por isso que as vezes obedece ordens de forma quase que forçada.
Na minha infância, por exemplo, eu ia para a escola por obrigação. Não tinha um pingo de motivação para acordar cedo, prestar atenção nas aulas e realizar as tarefas de casa. 
Por que tenho que estudar? Fiz essa pergunta para minha mãe a fim de encontrar uma motivação. Ela respondeu: “Para você ter uma profissão no futuro”. Nem precisei pensar muito para chegar a uma conclusão. Já que esse era o motivo, bastava encontrar uma trabalho que não exigisse muito estudo. Um dia então disse para meus pais que não iria mais para a escola, pois tinha decidido trabalhar como mendigo.
Isso é o que acontece quando não entendemos corretamente quais são os propósitos ou  motivos que nos levam a agir.
Na igreja isso não é diferente. Um dos erros mais corretes nos treinamentos de evangelização é o de responder a pergunta certa, na hora errada. Normalmente os cursos começam com a pergunta: como evangelizar? Assim ensinam as pessoas a entregar folhetos, convidar pessoas para irem a igreja, entregar Bíblias de presente entre uma infinidade de outras coisas, mas sem explicar primeiro para que finalidade. A consequência é que muitos aprendem como evangelizar, mas não sabem por qual razão. Criam então a suas próprias motivações nem sempre bíblicas.
É comum encontrar, por exemplo, pessoas que evangelizam com o propósito de aumentar o número de membros de suas igrejas locais. Isso explica o grande número de igrejas cheias de pessoas vazias. Pessoas que foram “evangelizadas” por caçadores de membros. Porém a evangelização não é uma caça desenfreada em busca de membros, mas o anúncio das boas novas de Cristo.
Ainda que o evangelho seja uma boa notícia, muitos não sabem ao certo quais são os motivos pelos quais compartilham as boas novas. Quero então lhe apresentar três razões, com base na carta de 2 Timóteo 4.1-8, pelas quais devemos evangelizar de forma bíblica.
Para salvar as pessoas do inferno (vs. 1; 2)
Paulo ordena Timóteo, no verso 2,  a pregar com insistência em tempo e fora de tempo. Em outras palavras, ser até inoportuno, quando necessário for, para compartilhar o evangelho. Mas por que dar uma ordem desse tipo já que, na maioria das vezes, uma boa notícia nunca é inoportuna? 
A resposta está no verso um, onde Paulo diz que todos serão julgados, uns para condenação eterna e outros salvos da morte eterna. Ou seja, a mensagem do evangelho é as vezes inoportuna, por ser uma boa notícia precedida de uma da má notícia.
Paulo, por exemplo, deu uma má notícia, em Romanos 6.23, ao dizer: “Pois o salário do pecado é a morte…”. Essa é a pior notícia que alguém pode receber, pois se trata da morte, não física, mas espiritual. Algo que causa tristeza, não só terrena e limitada, mas eterna em um local chamado inferno.  O apostolo, porém, logo após dar a má notícia, dá uma boa notícia ao dizer: “…mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor”.3
A má notícia precisa ser dada ainda que não gostem dela e não importa o lugar ou à hora. Deve ser comunicada no hospital, escola, trabalho, barbeiro, supermercado ou em qualquer outro local onde existam pessoas correndo o risco de morte eterna, pois não sabemos se o pecador terá outra chace. Porém deve ser dada com muito cuidado e amor a fim de diminuir o choque e a dor do receptor.
Você crê que o inferno é real? Se acredita, tem compartilhado o evangelho com aqueles que estão, muitas vezes sem saber, caminhando em direção ao inferno? Anuncie o evangelho a fim de salvar pessoas do inferno.
Para cumprir com o nosso dever (vs. 3-7)
Nessa passagem, em específico, Paulo deixa claro, nos versos 3 e 4, que existiam muitas pessoas que se diziam  cristãos, quando, na verdade não eram.[1] Além disso, alertou quanto a um tempo vindouro, onde as pessoas procurariam cada vez mais ouvir só aquilo que as agradasse.
Esse tempo já chegou, e hoje as pessoas preferem acreditar em mentiras a fim de se sentirem contentes, do que deixar a Palavra de Deus ser o instrumento de satisfação. Mas se ninguém quer saber das verdades bíblicas, por que pregar o evangelho?
Paulo responde a essa pergunta no verso de número 5, ao dizer: “Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério”. Ou seja, independente dos resultados alcançados, obedeça a Deus, nem que para isso você tenha que sofrer muito.
Um pastor que admiro muito, Francis Chan, disse o seguinte sobre a ordem de Cristo a nós: “As palavras ditas sem ação, nunca foram aceitas por Jesus”. Ele ilustrou isso de forma fantástica ao comparar a ordem de Cristo com a de um pai que diz para a sua filha ir limpar o quarto. Esse pai, ao dar a ordem, não espera que a criança volte dizendo que memorizou a ordem. Assim como também não espera que ela se reúna com as suas amiguinhas para discutirem sobre a arte de arrumar o quarto. Ou que ela aprenda a dizer: “vá limpar o quarto” em grego. O que ele quer é que ela cumpra indo limpar o quarto.
Deus da mesma forma espera que venhamos a cumprir a ordem de “ir e pregar o evangelho”. Cristo olhava para as pessoas e dizia: “Por que vocês me chamam Senhor, e não fazem o que eu digo para você fazerem?”.[2] Você tem obedecido a ordem de Cristo?
Para demonstrar a nossa gratidão (v. 8)
Paulo conclui dizendo que receberia seu prêmio,  assim como acontece com atletas vencedores, por ter corrido por várias partes do mundo pregando o evangelho. Além disso, diz que não seria o único, mas que o prêmio seria distribuído entre todos os que esperam, com amor e fidelidade, a volta de Cristo. Mas que prêmio é esse?
Muitos chamam esse prêmio de galardão, uma recompensa que será concedida, por Cristo, aos crentes no dia do Juízo Final. Não sabemos ao certo o que exatamente é o galardão, mas podemos afirmar que nada tem haver com a recompensa da salvação, que é recebida por meio da fé no Senhor Jesus e graças à Sua obra consumada na Cruz. A salvação é uma presente entregue sem o merecimento. Isso gera um sentimento de gratidão que nos motiva.
Essa também foi a motivação de jovem pintor. Em sua primeira exposição, encantou a todos com belíssimos quadros de flores e paisagens. No entanto, entre seus quadros havia um em que ele retratava as mãos calejadas de um trabalhador. Alguém percebeu que este quadro não trazia o preço, e o artista lhe explicou: “Desculpe, senhor, este quadro não está à venda, por isso não tem etiqueta de preço. É da minha coleção particular”. O senhor então diz: “É um belo quadro, no entanto, um pouco deslocado entre os os demais, você não acha?”. O pintor respondeu: “Sim, é verdade! Mas, ele sempre estará em todas as exposições que eu vier a fazer em minha vida, pois, minha arte eu devo à estas mãos. São as mãos de meu pai, que se sacrificou duro toda a sua vida,  para que eu pudesse estudar e aperfeiçoar a minha arte”.
Não evangelizamos por interesse em busca de um prêmio. Mas por gratidão a Cristo, que teve as suas duas mãos perfuradas em sacrifício. Morreu em nosso lugar e nos concedeu de graça a salvação sem que merecêssemos.
Isso gera em você um sentimento de gratidão? Ou são as coisas deste mundo o prêmio pelo qual você luta? Se busca motivação nas coisas deste mundo, lembre-se do que Jesus disse: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perde-se”?[3]
Conclusão
A morte  tem se tornado algo comum em nossos dias. Mais de um milhão de pessoas, por exemplo, morrem em acidentes de trânsito por ano no mundo. Além disso, 56.000 pessoas morrem a cada ano vítimas de homicídio só no Brasil. O problema é que, por mais corriqueira  que a morte tenha se tornada, a notícia de que alguém próximo morreu, ainda nos incomoda muito. Quando, por exemplo, tomamos conhecimento de que um ente querido aumentou esses números estatísticos ficamos tristes ao ponto de choramos. Isso explica o motivo pelo qual a notícia da morte é uma má mensagem para quem recebe, quanto para quem a dá. Ninguém gosta de uma má notícia.
O evangelho, por outro lado, é uma boa notícia, poderosa para salvar muitas pessoas da morte eterna. Esse motivo por si só deveria nos mover a evangelizar nossos amigos, familiares e conhecidos. Porém as pessoas não evangelizam ou pregam com motivações tolas, por pura ignorância.
Disse na introdução que, por não entender a razão pela qual eu estudava, decidi ser um mendigo. Hoje, porém, penso de uma maneira diferente, pois tenho plena noção da importância de se estudar e não pretendo parar de estudar tão cedo. Você, por meio deste sermão, conheceu os motivos pelos quais devemos evangelizar. E por isso lhe pergunta: você se comportará, como uma criança que age por obrigação, ao evangelizar; ou como uma pessoa consciente da tamanhã importância que é anunciar o evangelho de Cristo?
*Alessandro Miranda Brito, casado, 33 anos de idade, bacharel em Teologia, plantador de igrejas da Co-Mission Church Planting Network.
Notas
[1] 2 Timóteo 3.1-9
[2] Lucas 6.46
[3] Lucas 9.25
*****
Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/evangelizar/

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O que te impede de fazer o que Deus quer que você faça?

26.12.2013
Do blog SAI DO MURO, 19.12.13
Por Ellen Dantas Ventura *

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

·         O que me impede de falar de Deus? Quais são as coisas que tem ocupado a minha mente de tal forma que me esqueço de evangelizar? Como cristãos, quais têm sido as minhas prioridades?

        
      Certa vez, precisei ligar para TIM (leia a história para entender as próximas linhas)Aquela mulher me deu uma grande lição e exemplo do que é ser um verdadeiro cristão.

Para sermos verdadeiros seguidores de Cristo temos que imitar os seus passos.

è     Jesus deu o maior de todos os exemplos em toda a história da humanidade;
è     Jesus orava incessantemente;
è     Jesus não passava por algum lugar sem fala do Reino dos céus;
è     Jesus demostrava ser totalmente humilde e por ai vai...

Por isso, hoje quero trazer um despertar, primeiramente pra mim mesma e depois para você que está lendo, no que tange à evangelização como foco principal de nossas vidas, tendo como exemplos Jesus e os seus discípulos.

O primeiro conselho que eu posso dar, é uma ordem do Senhor Jesus, que se encontra em Mateus 16: 34-28, que diz: Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino. “ 

è         Negando a si mesmo

Dia a dia lutamos contra o nosso pior inimigo: nós mesmos. Lutamos contra nossos desejos, contra nossa carne, contra o pecado e isso o lutar e conseguir não ceder é negar a si mesmo e tomar sua cruz, pois isso não é nada fácil. Um exemplo prático de negar a si mesmo é lutarmos contra a vergonha e o medo que temos de falar de Deus às pessoas ao nosso redor, sejam elas colegas de estudo, trabalho, lazer... Sempre estamos arrodeados de pessoas que necessitam ouvir a voz de Deus para poderem ter suas vidas transformadas pelo Espírito Santo. 

Outra coisa importante é que o tempo de falar de salvação é agora, porque no céu a gente não vai evangelizar ninguém. Nós precisamos anunciar a Palavra de Deus até o nosso último folego de vida.
Gente falar de Deus precisa ir além de dar um bom testemunho, pois isto até um incrédulo faz. Precisamos abrir nossas bocas e fazer diferença na vida de tantos que andam perdidos, tantos mortos. E quando eu penso em morte espiritual, penso logo em the walking dead, todos vagando sem direção e sedentos por algo sempre. Nós sabemos quem é o único que pode saciar a sede da humanidade. Então, porque não compartilhamos?

Outra  lição, agora dada pelos discípulos é:

è         Largando tudo por Jesus

Vejamos Mateus 4:18-22

"E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no."

No versículo 19, Jesus os chama para evangelizar, Ele diz: “vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”. Esse é o chamado universal, pois todos precisamos ser como eles, pescadores de vizinho, pescadores de familiares, pescadores de colegas de trabalho e por ai vai... Você pense que Deus te colocou onde você está porque?

Mas o que chama mais a minha atenção está nos vs. 20 e 22.

20 -> Redes deixadas (representa que eles deixaram o trabalho).
22 -> Deixou barco e o pai (representa que além do trabalho eles deixam a família).

Eles largaram tudo e imediatamente seguiram a Jesus para evangelizar junto com ele. Não estou dizendo que vocês devem deixar toda a vida de vocês, mas que nós precisamos sair da nossa zona de conforto precisamos agir. A bíblia fala que os anjos desejam evangelizar, mas não podem pois isto é tarefa nossa. Nós temos um bem precioso, acima de qualquer bem, que é a salvação em Cristo, mas por nosso egoísmo, ficamos com nossas bocas caladas, guardamos as boas novas somente para nós.

Engraçado ou não, que no nosso dia a dia quando acontece algo bom em nossas vidas, espalhamos para todos no facebook, instagram, twitter, ligamos, mandamos mensagens, whatsapp e etc. mas a mensagem do evangelho que é a mais importante notícia que você pode dar a alguém, você não se move um dedo para dar. O que há de errado conosco?

Em último lugar nós precisamos:

è          Manter o foco

Vamos ver o que diz Mateus 6:24

"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom."

A quem nós temos servido? A nós mesmo e aos nossos desejos ou à Deus? Será que servir à Deus acima de todas as coisas é o foco e o objetivo de nossas vidas todos os dias quando acordamos? Será que quando deitamos, pensamos com alegria nas epssoas que aceitaram a Jesus como Senhor e Salvador porque ouviram a mensagem de salvação da nossa boca? Ou oramos pedindo misericórdia pelas pessoas que passaram por nós e não fizemos a mínima diferença na vida delas?

Precisamos viver o evangelho e divulgá-lo por onde formos, seja qual for o ambiente em que estivermos inseridos. Nosso alvo deve ser Cristo.

Então, para que propaguemos o evangelho precisamos:

·         Negar a nós mesmos;
·         Fazer o que tem que ser feito imediatamente;
·         Manter sempre o foco em Deus.

Amém. Até a próxima.


*Ellen Dantas Ventura 
*****

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Alimenta-ação em Cristo: o sentido pascal da Missão da Igreja

09.10.2013
Do blog NOVOS DIÁLOGOS, 30.03.13
Por Daniela Sanches Frozi *

Alimenta_ação em Cristo: o sentido pascal da Missão da Igreja


A Páscoa é o momento da Igreja repensar sua missão e sua vocação. A última ceia, a que Cristo celebrou, tinha esse sentido do que foi vivido pelo povo de Deus, do que estava sendo vivido por ele e do que seria anunciado com sua ressurreição. A mesa foi o lugar da palavra de reflexão, do olhar, da celebração, da contrição, da partilha e do novo sentido da Missão da Igreja.

É fascinante pensar na imagem de Cristo, o messias, relacionada com a alimentação e a ação junto à mesa, lugar da comunhão e do serviço. O servir o vinho e o partir do pão alimentam os sentidos e os significados da vida em Cristo. Dá razão, especifica seu projeto e resume o desenho da Missio Dei. A possibilidade de participação real no ato do comer o Pão e beber do vinho é o sentido de uma efetiva partilha do significado de comunhão e serviço. Quem sabe poderia inspirar a Igreja contemporânea?

Os elementos representam sua própria vida que foi partida e compartilhada junto aos que mais sofriam, junto aos excluídos da sociedade e da religião, junto aos pobres, junto aos doentes, junto aos famintos e junto aos que de longe e de perto queriam apenas estar junto com Jesus Cristo.

Viver o dia a dia de forma relacional é um convite Pascal! Sabemos que isso é ir contra uma tendência atual, a de gastar mais tempo com pessoas do que com próprios projetos pessoais ou com desejos egoístas.

A pergunta que de certa forma me angustia na Páscoa não é necessariamente uma questão teológica e sim a questão da vivência dessa Missão Pascal. Qual é o valor das relações humanas na produção de nossa alimentação? Parece não fazer nenhum sentido para essa Igreja discutir a problemática da Alimentação contemporânea.

Por que a Igreja de Cristo não se preocupa com as problemáticas relacionadas às relações de trabalho no campo produtor de nossos alimentos? Talvez porque pensamos nesse alimento desconectado de sua forma de produção? Talvez porque o alimento e a alimentação sejam apenas parte dos artigos de consumo que com o dinheiro ganho com o meu tempo de trabalho eu posso adquirir de uma prateleira de um hipermercado? Ou talvez por acreditar que a alimentação nada tem a ver com a minha fé ou com as relações humanas tão caras ao Cristo Pascal.

Gostaria de ver a Igreja de Cristo dialogando com os pequenos agricultores que produzem nossa comida de todos os dias e também gostaria que essa Igreja gastasse seu tempo conhecendo os agricultores e agricultoras, para entender quais são as problemáticas existentes entre o valor da vida humana e os valores do capital sobre a produção de alimentos relacionados ao Agronegócio?

Gostaria de fazer um convite à Igreja de Cristo a gastar um tempo para se aproximar de quem faz o pão e produz o vinho de nossa celebração pascal. Certamente Jesus nos dias atuais estaria andando não só com pescadores, mas também com os pequenos agricultores, com os indígenas, com os quilombolas e com aqueles mais injustiçados pelo atual sistema opressor.

Ao olhar para o pão, que possamos repensar os processos do cultivo do trigo, da dependência tecnológica para sua produção. Que possamos nos envolver com as questões relacionadas à saúde dos trabalhadores do campo e o risco do uso abusivo de Agrotóxicos, com as baixas condições de trabalho e saúde no campo. Será que isso preocupa a Igreja de Cristo?

Gosto da ideia de pensar em uma Igreja que se preocupa com a sustentabilidade da produção do trigo e da produção da uva e com as suas relações humanas e não-humanas envolvidas com quem os produz e os transforma hoje em Pão e Vinho. A Páscoa também é um convite à transformação da velha matéria-prima para uma nova matéria mais humana e justa.

Assim a renovação do nosso olhar para o Pão e para o Vinho possuirá a perspectiva da Justiça de um Reino de amor que poderá reorientar a Igreja para uma relação humana presente na mesa que alimenta o corpo e nossa ação na sociedade e no meio ambiente.

******