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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Espiritualidade conjugal

31.08.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 28.08.15
Por  Luiz Fernando dos Santos


“Você fez disparar o meu coração, minha irmã, minha noiva; fez disparar o meu coração com um simples olhar, com uma simples jóia dos seus colares. Quão deliciosas são as suas carícias, minha irmã, minha noiva! Suas carícias são mais agradáveis que o vinho, e a fragrância do seu perfume supera o de qualquer especiaria!” (Ct 4.9,10).

Uma das realidades mais importantes a serem resgatadas no âmbito da família é a espiritualidade conjugal. Entenda-se por espiritualidade a dinâmica do casal na sua relação entre si, diante de Deus e com Deus. Foi o pecado que introduziu no mundo esta hierarquia que submete a mulher ou leva o homem a sentir-se superior ou mais digno. Na verdade, homem e mulher possuem igual dignidade criatural, trazem em si de igual maneira a imagem e semelhança com Deus e igualmente em Cristo são herdeiros da mesma bênção. Contudo, não são iguais, possuem funções e missões diferentes, não excludentes, mas complementares entre si. E é exatamente aqui, nesta tensão de diferenciação e complementariedade que se dá a dinâmica da espiritualidade conjugal. 

A seguir, você confere cinco aspectos fundamentais para uma espiritualidade conjugal.

1. Diálogo

O casal são dois companheiros de uma viagem. Estão juntos na travessia deste mundo rumo à pátria definitiva. Enquanto peregrinam neste mundo como estrangeiros, ambos se escolheram para tornarem esta jornada mais leve, mais feliz, mais proveitosa e prazerosa a ambos. Logo, é preciso que haja harmonia, concordância, divisão de tarefas e ajuda mútua. É preciso que juntos tracem planos, estratégias, metas e que estabeleçam a rota desta viagem. A primeira exigência para o estabelecimento de uma espiritualidade conjugal saudável é o diálogo franco, aberto e respeitoso. O diálogo serve para aprofundar o conhecimento da alma, da psique, dos sentimentos do outro. O diálogo deve ser frequente, abundante. A internet, o Facebook e a TV não podem, de maneira alguma, empobrecer ou usurpar o lugar do diálogo entre o casal. O diálogo é terapêutico, curativo; nele é possível expor as feridas da alma, os arranhões e as machucaduras obtidas durante a passagem por caminhos mais difíceis e mais escuros desta viagem. 

2. Amizade 

Uma sólida espiritualidade conjugal reclama uma amizade preferencial entre si. Não é possível que homem e mulher possuam amizades mais íntimas, mais confidentes, mais frequentes do que entre si. Claro, esta amizade preferencial não é excludente. Não deve isolar o casal da vida social e da interação com o mundo. Todavia, a amizade entre si é a base para que haja confiança, respeito, prazer da companhia, estabilidade emocional e afetiva e leveza da alma. A amizade é algo que deve ser cultivado por momentos de lazer vividos juntos, por troca de gentilezas e elogios. 

3. Mentoria

Para que haja uma espiritualidade construtiva entre o casal é preciso que ambos exerçam sobre o outro uma amorosa mentoria ou direção espiritual. Isto é, quando a correção, a crítica ou uma advertência precisar ser feita que ela seja realizada com amor, com franqueza, com firmeza, com ternura e sempre desejando e demonstrando que o que se quer é a felicidade do outro. 

4. Intimidade sexual

Espiritualidade conjugal tem tudo a ver com intimidade sexual. A união sexual de um homem e uma mulher nos contornos do matrimônio é uma dádiva do paraíso ainda antes da Queda. A sexualidade é um presente de Deus para que o homem e a mulher experimentem aqui nesta vida e durante o transcurso desta existência a indizível felicidade que Deus tem em si mesmo na intimidade da Trindade. Portanto, uma espiritualidade livre de escrúpulos doentios, sem afetação ou perfeccionismo passa necessariamente pela vida sexual do casal. Vida sexual abundante, casta, sem a contaminação da pornografia ou sem a doença da perversão. Intimidade sexual que revele carinho, amor, respeito, desejo, satisfação, realização pessoal na recepção sem reservas do outro e na entrega incondicional de si mesmo. Para os cristãos a sexualidade faz parte integrante do culto espiritual e integral que o homem e a mulher devem prestar a Deus, em tudo dando graças. Vale lembrar aqui que sexualidade não se trata tanto de “genitalidade”, mas de todo um ambiente onde ambos sintam-se desejados, onde ambos percebam que suas presenças encantam e são necessárias. 

5. Leitura das Escrituras

Para que tudo isso dito seja, de fato e de verdade, eficiente, lógico, que a espiritualidade supõe que marido e mulher leiam as Escrituras juntos, que orem e cada qual ore pelo cônjuge. É evidente que precisam edificar-se mutuamente e que o homem precisa assumir e exercer em favor de sua mulher o seu ministério de pastor e sacerdote do lar cumprindo o que a Escritura lhe prescreve em Ef 5.25-32 e a esposa, como auxiliadora idônea, deve corresponder ao seu amado conforme ensina o mesmo apóstolo um pouco antes em Ef 5. 22-24. 

Que busquemos uma vida de excelência espiritual na dinâmica conjugal.


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Fonte:

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Quais as evidências do novo nascimento?

04.07.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 02.07.14


“Fiel é esta palavra, e quero que você afirme categoricamente essas coisas, para que os que creem em Deus se empenhem na prática de boas obras. Tais coisas são excelentes e úteis aos homens” (Tito 3.8).

O ensino Reformado sobre a Graça de Deus e o Ministério do Espírito Santo, fala de uma “Graça Geral” que alcança todos os homens indistintamente, e fala ainda de uma ‘Semente da Verdade’ presente na criação inteira, não obstante a Queda e a ação de Satanás. Isto equivale dizer que a própria Graça de Deus derramada de maneira geral sobre todos os homens, bem como a ação livre e graciosa do Espírito Santo, atuam para restringir todo o mal que os homens são capazes de fazer. 

Mesmo o mais vil pecador, ainda que cometa crimes gravíssimos e horrendos, ainda sim, não é capaz de fazer todo o mal que potencialmente habita em sua natureza. Positivamente falando, mesmo que um homem negue a existência de Deus, não seja religioso, não conheça o Evangelho e etc. ainda assim, é capaz de gestos bons, nobres, altruístas, solidários. Porém, o mais incoerente e contraditório desta história, é encontrar cristãos, ou os que se dizem cristãos, que passam as sua existências ensimesmados, voltados para os próprios caprichos e para a satisfação dos próprios apetites. Indiferentes à dor e ao sofrimento presente no mundo, e assim, negando-lhe o bem só fazem aumentar o sofrimento da humanidade.

Há ainda os que se dizem cristãos, mas não cultivam o fruto do domínio próprio, que é a moderação em todas as coisas. São aburguesados, consumistas desenfreados, vaidosos, desperdiçam recursos com veleidades e se fecham para o semelhante. Em tudo são cobiçosos e vivem em cupidez. 

Entretanto, há evidências inequívocas do novo nascimento, quando um homem é alcançado pela Graça Especial de Deus que o regenera, transformando a sua natureza, justificando-o e santificando-o em Cristo, pela ação poderosa e irresistível do Espírito Santo. Estas evidências são conhecidas como ‘Boas Obras’. Elas foram preparadas especialmente para os cristãos: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Ef 2.10). Um cristão que não ande nestas boas obras estará mentindo a Deus pela profissão de sua fé e enganando os homens pela impostura de sua vida e servindo de instrumento ao ministério da iniquidade neste mundo. 

Onde devemos praticar estas boas obras e em quais são elas? O mundo é o lugar da Igreja e do cristão enquanto durarem esses dias. A vocação da Igreja e de cada crente é celestial, escatológica, um dia estaremos para sempre com o Senhor em seu Reino onde a justiça e a paz se abraçam. Esta esperança-certeza de nossa fé não nos dá o direito à alienação, ao indiferentismo e a uma espiritualidade de escapismo. Absolutamente. Fomos retirados do mundo pela Graça excelsa de Deus, purificados de nossa maldade e devolvidos ao mundo como ministros do amor, da misericórdia e da justiça deste mesmo Deus. Portanto, até que cheguem os novos céus e a nova terra, temos uma missão no mundo, junto aos outros homens. Uma missão irrenunciável e intransferível como sal da terra e luz do mundo no meio da sociedade.

Portanto, nossas boas obras podem ser traduzidas por solidariedade, filantropia, caridade e assistência social, esforço pela paz. Influenciar politicamente reivindicando ou participando ativamente para que todos tenham acesso à saúde e ao ensino de qualidade e etc. Participar ativamente do desenvolvimento da sociedade e da humanidade como um todo faz parte do rol de nossas boas obras. 

Evidentemente que tudo começa com a proclamação do Evangelho e termina na Glória de Deus. Entre uma coisa e outra, e por causa de uma coisa e outra, temos de nos engajar segundo os dons e talentos que recebemos de Deus para abençoar os homens e mulheres com quem dividimos esta existência. Visitar os enfermos e encarcerados. Confortar os que padecem e choram. Alimentar os famintos e providenciar abrigo e dignidade aos moradores de rua. Resgatar das drogas os dependentes e devolvê-los à sociedade. Erradicar o analfabetismo e facultar acesso ao mundo da tecnologia digital. São todas obras dignas do cristão. São todas obras que evidenciam o Novo nascimento, pois atestam que compreendemos o que significa o Evangelho em sua plenitude. Pois: "O sal é bom, mas se ele perder o sabor, como restaurá-lo?” (Lc 14.34) e "Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens” (Mateus 5.13).

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/quais-as-evidencias-do-novo-nascimento

quarta-feira, 30 de abril de 2014

PÁSCOA:^A semana das dores

30.04.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 14.04.14


http://www.freeimages.com/photo/748046
“E disse-lhes: "Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer”(Lucas 22.15).

A espiral do ciclo litúrgico traz de volta a semana das dores e da paixão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Na verdade, para nós, cristãos reformados, a vivência da experiência da cruz é uma realidade cotidiana, fomos e estamos sendo crucificados com Cristo na medida em que morremos para o pecado, a injustiça e a ostentação do mundo. Todavia, não há mal algum em aproveitarmos estes momentos mais intensos para não só aprofundarmos a nossa consciência quanto aos fatos que importaram em nossa salvação, mas também para proclamarmos a essência da mensagem evangélica, a gratuidade da morte do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. 

As narrativas da Paixão que encontramos nos Evangelhos, além de sensibilizarmo-nos e dar-nos informações de como as coisas aconteceram, trazem lições que devem ser sempre atualizadas em nossa caminhada de fé. 

A semana começa com o domingo da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. É o “domingo de ramos”. Jesus entra aclamado em Jerusalém como Rei-Messias, o Filho de Davi, o que cumpre em filigrana as profecias: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta” (Zc 9.9). Contudo, o alarido da multidão e aquele reconhecimento eufórico não traduzem a sua missão. Sua decisão de ir a Jerusalém continha outro programa a ser vivido: “E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém” (Lc 9.51), isto é, cumprir o projeto de seu Pai, dar a vida por suas ovelhas, resgatar os pecadores e estabelecer o reinado de Deus e voltar glorioso para junto daquele que o enviara. 

Depois desta entrada triunfal, entre os “hosanas” de um povo festivo, Jesus vive a amarga noite da última ceia. A atmosfera dos Evangelhos parece carregada de tensão. A dor e a melancolia da despedia. A conversão dos valores arraigados ao orgulho humano nas lições do lava-pés e o prenúncio da morte. A nova Aliança com base no sangue derramado, a angústia do horto e finalmente a traição por parte de um de seus discípulos amigos. Desta quinta-feira quis o Espírito Santo conservar-nos preciosas lições. Que o amor cristão só tem sentido se for insistente, permanente e independente das inclinações de nossa carne. Um amor que persevera, não recua, que não desiste, mesmo quando tudo conspira ao redor. Que o amor não é um simples sentimento, mas um mandamento e um serviço de humildade e gratuidade. Aprendemos que o discipulado não é turismo religioso, mas seguir a Jesus significa um convite para morrer com Ele e com Ele entregar a vida em obediência ao Pai e em favor dos irmãos. 

Chegamos à “sexta-feira da paixão” e da morte do inocente, justo e santo Filho de Deus. Dos horrores vividos na casa de Anás, à submissão a um político fraco e corrupto, à patética aparição na casa de Herodes, a troca por Barrabás em um Tribunal iníquo e à exposição pública a caminho do Calvário, Jesus deu provas cabais de quem era: “o homem das dores”, o Servo de Iaweh, o Justo das Escrituras, o Messias esperado pelas nações, a Ovelha muda que não abriu a boca diante dos seus tosquiadores. Jesus revelou-se como o verdadeiro cordeiro pascal, o suficiente bode da expiação e em sua carne macerada e em seu sofrimento não só tornou aceitável, mas confirmou todos os sacrifícios prescritos na Lei, enquanto bebia até a última gota do cálice. Mas, o que continha mesmo o cálice que o Pai serviu a Jesus? Continha a ira de um Deus Santíssimo e Justo, ofendido em sua majestosa autoridade que vindicava justiça desde a Queda de Adão. Na sexta-feira, Jesus paga o preço de nossa dívida: “e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz” (Cl 2.14). 

Segundo a teologia dos pais da Igreja de Tradição Oriental, aqui se realiza a propriamente dita páscoa do cristão, pois é quando o verdadeiro cordeiro é sacrificado: “Mas quando chegaram a Jesus, percebendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas (...) Ele sabe que está dizendo a verdade, e dela testemunha para que vocês também creiam. Estas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado" (Jo 19.33-36). 

O meu desejo é que você evite a todo custo, motivado por um zelo cego quanto aos exageros litúrgicos de outras religiões, o pecado de desprezar esta oportunidade de viver e anunciar o cerne do Evangelho da Salvação que como se vê, custou um alto preço! Participe com alegria das reuniões, cultos e estudos de sua comunidade de fé.



*É pastor-mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira (SP).

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-semana-das-dores

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A beleza de Deus

29.11.2013
Do portal ULTIMATOONLINE, 26.11.113

“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1.26).

Michelangelo definiu a beleza como a purificação do supérfluo, ou seja, a beleza é a realização do essencial, nos remete à essência do ser, daquilo que é. A beleza é a base unificadora do ser. Sem a beleza, não existe bondade nem verdade. Algo para ser bom, além de verdadeiro, tem de ser belo. Algo que seja verdade tem de ser bom e só pode ser belo. Como diria Dionísio o areopagita no séc. v: “A verdade, o bem e a beleza são três lâmpadas ardentes de fogo e uma não vive sem a outra.” 

Vivemos numa sociedade em crise em relação ao lugar da beleza em nosso mundo. Confunde-se esteticismo com beleza. Por isso, a nossa sociedade conseguiu divorciar a estética da ética, procurando assim maquiar a própria existência. Este divórcio entre ética e estética, entre beleza e verdade, beleza e bondade, se verifica desde a Queda de Adão e Eva e só fez aumentar o fosso entre as realidades. O pecado é a suprema fealdade. O pecado desestrutura, desorganiza, cria caos e confusão, nos aprisiona, e avilta a nossa dignidade. A sociedade de consumo é também a sociedade do supérfluo e do descartável, nada mais resiste à ditadura da estética; quando passa a moda, o que era belo não é mais. Logo, a verdade e a bondade também se derretem sob a bandeira do relativismo. É assim com a noção de direitos e deveres. 

Os homens e mulheres em situação de rua são ícones que dão forma a esta realidade esquizofrênica que separa beleza, verdade e bondade. A “feiura” de seus rostos sofridos e ameaçadores. O odor quase insuportável de seus corpos submetidos às múltiplas violências do tempo, das privações, das drogas, do desprezo e das próprias opções equivocadas na vida. A perturbadora presença deles ameaçando a nossa paz revela o quanto estamos alienados. 

Jamais teremos verdadeira paz, nunca nos encontraremos em real segurança, jamais desfrutaremos de maneira libertadora e gozosa dos legítimos bens desta vida, enquanto continuarmos gerando pela superfluidade homens e mulheres que fiquem à margem da sociedade e da vida, como massa sobrante. Levantar muros, colocar cercas elétricas, construir condomínios fechados, criar grupos que reivindiquem direitos e etc. não resolvem muita coisa. Na verdade, apenas maquiam a realidade, não atingem o âmago do problema. A solução de Deus já existe. Apesar da Queda de Adão e sua expulsão do jardim de delícias e belezas no Éden, a imagem e semelhança de Deus continuou sendo plasmada em cada homem e mulher nascidos neste mundo. Esta imagem e semelhança, por si só, configuram o altíssimo valor e dignidade da pessoa humana. Esta “Imago Dei” é o reflexo da indefectível e da esplendorosa beleza de Deus. Esta dignidade é tão espetacular, tão estupenda, tão maravilhosa, que o próprio Filho de Deus não recusou assumi-la. Jesus Cristo veio a este mundo como verdadeiro homem, imagem Deus. Então, que coisas como cristãos autênticos podemos então fazer?

1. Reconhecer esta beleza de Deus escondida nos rostos sofridos de cada homem e mulher, sem exceção, preferencialmente nos pobres, nos mais vulneráveis, nos que estão privados inclusive de sua cidadania plena, como os moradores de rua. 

2. Abrir mão do supérfluo, das maquiagens sociais, das “palavras de ordem” vazias de significado, dos discursos falaciosos, do bom mocismo do homem cordial que desde o império emperram o desenvolvimento do Brasil. 

3. Engajar-se. Esta é a palavra. Como cristãos nosso engajamento passa pelo amor fraterno, pela solidariedade generosa, pelo voluntariado abnegado, pelo compromisso com a justiça do Reino e pelo desejo do “Belo”, da beleza que eleva os nossos corações. Beleza, que como a verdade, liberta. 

4. Respeitar os que divergem de nossas convicções e de nossa leitura da realidade e do mundo. Estar disponíveis e generosos para o diálogo franco, aberto, construtivo, deixando-nos interpelar e questionar. Afinal de contas, temos mesmo que “estar preparados para dar as razões de nossa esperança” (1 Pe. 3.15). 

5. Buscar construir juntos, pois, para fazer o bem, todos são bem vindos. 

Concluindo, em sua obra “O Idiota”, de maneira magistral, Fiodor Dostoiévski escreve: “A beleza salvará o mundo. E não há nem pode haver nada de mais belo que Cristo. Ele identifica a beleza e Deus.”

Leia mais

A beleza salvará o mundo (Alderi Matos de Sousa) 
Jesus e a terra (James Jones) 
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