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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Uma Apreciação Crítica do livro de Rudolf Bultmann, "JESUS CRISTO E MITOLOGIA"

19.04.2024
Do blog de TIAGO ABDALA, 19.06.09
Por Tiago Abdala

O livro de Rudolf Bultmann "Jesus Cristo e Mitologia" é uma coletânea de palestras proferidas em diversas faculdades e universidades, muita delas situadas no continente norte-americano.[1] A obra é concisa, mas explica e defende importantes pontos da hermenêutica da desmitologização,[2] proposta por Bultmann, em sua abordagem do Novo Testamento. Dentro disso, questões como escatologia, mito e história, existencialismo filosófico e revelação são tratadas pelo autor.

No primeiro capítulo do livro (p. 11-18), procura-se mostrar a concepção, tanto de Jesus quanto da comunidade cristã primitiva, de que o reino de Deus se constituía num grande drama cósmico escatológico, que traria o julgamento sobre os injustos e inauguraria o novo tempo de felicidade para os justos. Tal perspectiva é entendida por Bultmann como mitológica e antiga, portanto, totalmente incompreensível para o homem moderno, o qual possui uma concepção de mundo científica e enxerga os eventos como uma relação de causa e efeito. Assim, ele propõe a necessidade e possibilidade de se interpretar o significado mais profundo por trás das concepções mitológicas da pregação neotestamentária, a fim de que esta continue a ser relevante para o homem moderno.

Sem dúvida, é importantíssima a percepção de Bultmann acerca da distinção entre a cosmovisão da época dos autores bíblicos e da era moderna. Qualquer método hermenêutico bíblico que se preze, precisa compreender o abismo histórico, científico e cultural interposto entre o leitor moderno e o autor bíblico. Além disso, o autor destaca com propriedade a necessidade de se perceber qual a relevância da mensagem do Novo Testamento para o mundo de hoje. Isto, certamente, é uma resposta à escola da “história das religiões”, a qual por meio do método histórico-crítico se preocupava em compreender o passado sem dar importância ao seu relacionamento com o presente.[3] Ele demonstra sensibilidade e perspicácia, ao questionar o uso meramente ético da mensagem de Jesus e, também, em reconhecer que há algo mais na pregação do reino de Deus além de sua redução ao evangelho social. Tais observações confrontam diretamente o liberalismo teológico, especialmente as propostas de Schleiermacher, Ritschl e Harnack que reduziram o cristianismo à ética do amor e justiça, e à preocupação com questões sociais.[4]

Em contraparte, a ligação direta que o autor faz do conceito de reino de Deus escatológico de Jesus com os círculos judaicos de sua época requer consideração. A única distinção que Bultmann faz entre as duas perspectivas escatológicas, diz respeito aos detalhes das descrições apocalípticas, presentes nos escritos judaicos, mas ausentes na mensagem de Jesus. Com exceção disto, para Bultmann, Jesus “não deixou de participar da expectação escatológica de seus companheiros”.[5] Porém, o autor falha em não observar que há diferenças profundas por trás das semelhanças superficiais.

Uma delas é a perspectiva exclusivista refletida nos escritos apocalípticos judaicos, pós-exílicos, a respeito do reino de Deus como pertencente a Israel e que promove sua soberania sobre as demais nações (Ver Assunção de Moisés 10.8-10; Jubileu 15.31; 31.7-17). Enquanto isso, o reino de Deus proclamado por Jesus requer o arrependimento e confiança nas boas novas do reino por parte de todos, sejam judeus ou gentios (Mc 1.15; 10.15; Lc 5.27-32). Os próprios filhos naturais do reino poderão ficar fora dele, ao passo que muitos gentios entrarão e participarão de seu banquete (Mt 8.11-12).

Outro exemplo que revela uma diferença marcante entre o judaísmo e a mensagem de Jesus é o conceito messiânico. Para o judaísmo, o Messias possui um caráter fortemente político (cf. Salmos de Salomão 17.21ss; 4 Edras 7.26ss; Apocalipse de Baruque 72ss), em nada se assemelhando ao Servo Sofredor, proclamado e vivenciado por Jesus, que dá a sua vida como resgate de muitos (Mt 20.28; Mc 8.29-31; 10.45).

O significado da mitologia desenvolvido por Bultmann, ainda no primeiro capítulo, requer avaliação e crítica. Especialmente, por igualar a visão mitológica antiga com a cosmovisão bíblica:

A mitologia ... Crê que o mundo e a vida humana têm seu fundamento e seus limites em um poder que está mais além de tudo aquilo que podemos calcular ou controlar. A mitologia fala deste poder de forma inadequada e insuficiente, porque o considera um poder humano. Fala de deuses, que representam o poder situado mais além do mundo visível e compreensível...
Tudo o que acontece é igualmente válido para as concepções mitológicas que se dão na Bíblia.

Os evangelistas, inclusive João, não parecem retratar a vida e obra de Jesus de Nazaré em termo míticos ou simbólicos. Sua preocupação é mostrar que são testemunhas reais ou pesquisadores de um evento que se deu no tempo e espaço, passível de constatação humana. Lucas, no início de seu evangelho, ressalta que sua obra é fruto de investigação cuidadosa acerca dos fatos ocorridos durante a vida, morte e ressurreição de Jesus (Lc 1.1-4). João mostra que a visão humana do primeiro século não era exclusivamente mitológica como Bultmann afirma, pois, diante do anúncio acerca da ressurreição de Jesus pelos discípulos, Tomé demonstra um ceticismo digno do homem moderno (Jo 20.24-25) e só crê quando se depara com o fato diante de seus olhos (20.26-29).

No Novo Testamento, a Primeira Carta de João tem como um dos focos principais refutar a perspectiva mitológica do gnosticismo incipiente e, para isso, o apóstolo descreve Jesus como um ser humano histórico, capaz de ser visto, ouvido e apalpado (1 Jo 1.1-4). Quando Paulo afirma a ressurreição física de Cristo, não deixa espaço para a idéia de mito, mas, fundamenta este fato no testemunho de várias pessoas que se encontraram com o Jesus ressurreto (1 Co 15.3-8). Igualar a perspectiva mítica de religiões antigas à cosmovisão do kerygma bíblico é um equívoco grotesco.

No segundo capítulo do livro (p. 19-28), o autor desenvolve o significado da escatologia neotestamentária, traçando paralelos e distinções entre o pensamento bíblico e o grego. Como resultado, Bultmann destaca que dentro do pensamento escatológico cristão se encontra a concepção de que este mundo carece de valor, por causa da maldade humana e devido ao juízo iminente de Deus. Assim, os homens são chamados ao arrependimento e ao cumprimento da vontade de Deus, na expectativa da felicidade futura e eterna, após a morte, que trará liberdade do pecado e comunhão serena com Deus. Para o autor do livro, tal perspectiva é entendida como mitológica, cujo sentido mais profundo significa estar aberto ao futuro de Deus para cada ser humano, o qual será de juízo para aqueles que se prendem a este mundo e não se abrem ao futuro divino.

A desmitologização da escatologia bíblica implica em ver o reino escatológico em seu início na vinda de Jesus e como um acontecimento presente. Assim, Bultmann entende que tanto Paulo, de modo parcial, e João, de maneira radical, iniciaram este processo hermenêutico em seus escritos. No capítulo seguinte (p. 29-35), de modo mais específico, propõe-se a demonstração da diferença entre a visão bíblica, que cria em milagres mediante a intervenção direta do sobrenatural sobre o mundo natural, e a perspectiva moderna que busca compreender os acontecimentos do mundo de forma racional, indagando a respeito de suas causas e recorrendo aos resultados das diversas ciências.

O autor chega à conclusão de que é necessário abandonar a visão de mundo mitológica bíblica, a fim de perceber a importância de seu sentido mais profundo, o qual consiste num chamado ao homem moderno para que abandone toda a segurança em suas próprias capacidades e recursos científicos e se disponha a encontrá-la somente em Deus. Assim, diante da invisibilidade e incompreensibilidade de Deus no âmbito do mundo e pela razão humana, a fé consiste em estar aberto para encontros existenciais e pessoais com Deus, o qual permanece um mistério.

As observações e propostas de Bultmann nestes dois capítulos, resumidos acima, mostram-se deficientes em alguns pontos. Primeiramente, não se pode dizer que Paulo e João iniciaram o processo de desmitologização da pregação escatológica de Jesus, pois, ainda que enxergassem certos acontecimentos ocorridos com Cristo e a partir de sua ressurreição como cumprimento das esperanças proféticas, isso não os levou a descartar a cosmovisão bíblica de milagres e da ação do sobrenatural neste mundo. É verdade que para Paulo a ressurreição de Cristo marcava o início da era escatológica (1 Co 15.20-23; 2 Tm 1.10), mas seu cumprimento pleno é visto, ainda, como futuro, na segunda vinda dele e na ressurreição/transformação dos que lhe pertencem (1 Co 15.23, 50-57; cf. 2 Tm 4.1; Tt 2.13). Já participamos dos últimos dias, mas ainda não completamente. Portanto, a citação de 1 Coríntios 15.54 pelo autor do livro,[6] como indicação de uma compreensão paulina do cumprimento presente das expectativas escatológicas, é totalmente inadequada e fora de contexto, já que Paulo faz este pronunciamento diante de algo que ainda está por se cumprir, não como uma realidade completamente presente (tóte genésetai ho lógos ho gegramménos, katepóthe ho thánatos eis nîkos).

Além disso, a suposta desmitologização radical de João, interpretando o julgamento e ressurreição escatológicos como ocorridos totalmente na ressurreição de Jesus (“Para João, a ressurreição de Jesus, Pentecostes e a parousia são um só e mesmo acontecimento”[7]), conforme defende Bultmann, não pode ser sustentada diante de um exame mais acurado da escatologia joanina. Por exemplo, no evangelho há a menção da ressurreição futura no “último dia” (Jo 6.39-40, 44, 54) e de um juízo ainda por se dar no “último dia” (Jo 12.48). Na primeira Epístola, a parousia é um acontecimento futuro que se aguarda com esperança, não um evento concretizado no passado (1 Jo 3.2-3).

Outro ponto baixo, dos dois últimos capítulos resumidos, se dá quando o autor busca explicar o significado de fé na proclamação neotestamentária. Sem dúvida, ele acerta em dizer que fé implica em deixar a confiança em si mesmo e depositá-la exclusivamente em Deus (cf. Gl 3.1-13). Todavia, a fé na pregação bíblica não se perfaz simplesmente num abandono abstrato da própria seguridade para se lançar num encontro existencial com o divino, mas, requer, também, atitudes específicas como a confissão de que os pecados pessoais ofendem a santidade de Deus e afastam o ser humano dele, além da confiança na salvação oferecida por Ele, em sua infinita graça, mediante seu Filho, que torna possível a reconciliação entre o homem e Deus (Rm 3.9-26; Ef 2.1-18).

Portanto, a fé não subentende o abandono da razão, como propõe Bultmann, mas o uso desta para entender a mensagem clara e inteligível do evangelho, depositando a confiança em tal mensagem. A mudança de vida mediante a fé em Cristo se caracteriza pela compreensão da verdade e uma transformação radical no modo de pensar, conforme o ensino paulino (Ef 4.17-24). Ainda que Deus seja incompreensível, Ele é cognoscível e sua ação redentora pode ser vista na história humana mediante a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo (Rm 5.8; Hb 1.1; 1 Jo 4.9-16).

[1] BULTMANN, Rudolf. Jesus Cristo e Mitologia. São Paulo: Novo Século, 2003. p. 7.
[2] Idem. p. 37
[3] HASEL, Gerhard. Teologia do Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Academia Cristã, 2007. p. 329-330.
[4] Ver síntese do pensamento destes teólogos em OLSON, Roger. História da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001. p. 557-568.
[5] BULTMANN, Rudolf. Op cit. p. 12.
[6] BULTMANN, Rudolf. Op cit. p. 26.
[7] BULTMANN, Rudolf. Op cit. p. 27.
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Fonte:http://tiagoabdalla.blogspot.com/2009/06/jesus-cristo-e-mitologia.html

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Já Vimos Isto Antes: Rob Bell e o Ressurgimento da Teologia Liberal

20.09.2017
Do portal MINISTÉRIO FIEL,
Por Albert Mohler Jr.

O romancista Saul Bellow ressaltou, certa vez, que ser um profeta é uma obra excelente se você pode consegui-la. O único problema, ele sugeriu, é que, mais cedo ou mais tarde, um profeta tem de falar sobre Deus. E, nesse ponto, o profeta tem de falar com clareza. Em outras palavras, o profeta terá de falar com especificidade a respeito de quem é Deus, e, nesse ponto, as opções se restringem.

Durante os últimos vinte anos, um movimento identificado como cristianismo emergente tem feito o seu melhor para evitar o discurso com especificidade. Figuras importantes no movimento ofereceram críticas mordazes dos principais segmentos do evangelismo. Mais enfaticamente, eles têm acusado, de diversas maneiras, o cristianismo evangélico de ser excessivamente preocupado com doutrina, fora de sintonia com a cultura, muito proposicional, ofensivo além do necessário, esteticamente mal nutrido e monótono.

Muitas de suas críticas eram relevantes – em especial, aquelas alicerçadas em preocupações culturais – mas outras denunciaram o que pode ser descrito como um relacionamento estranho com a teologia cristã ortodoxa. Desde o começo do movimento, muitos líderes da igreja emergente exigiam uma grande transformação na teologia evangélica.

No entanto, mesmo quando muitos desses líderes insistiam em que permaneciam dentro do círculo evangélico, ficou claro que muitos estavam se movendo para uma postura pós-evangélica. Houve os primeiros indícios de que o rumo do movimento seguia em direção ao liberalismo teológico e ao revisionismo radical. Mas a forma predominante do argumento deles era a sugestão, e não a asseveração.

Em vez de fazerem asseverações teológicas e doutrinárias claras, figuras da igreja emergente levantam, geralmente, questões e oferecem comentários sugestivos. Influenciados pelas teorias da narrativa pós-modernas, muito no movimento da igreja emergente se apóiam em histórias, e não no argumento formal. A direção geral parecia bastante clara. Os principais líderes da igreja emergente pareciam estar impulsionando o Liberalismo Protestante – apenas um século depois.

O liberalismo protestante surgiu no século XIX quando teólogos influentes defendiam uma reforma doutrinária. O desafio deles para a igreja era simples e franco: os desafios intelectuais da era moderna tornavam impossível a crença nas doutrinas cristãs tradicionais. Friedrich Schleiermacher escreveu seus fervorosos discursos para os "desprezadores cultos" da religião, argumentando que algo de valor espiritual permanecia no cristianismo mesmo quando suas doutrinas não eram mais críveis. Historiadores eclesiásticos, como Adolf von Harnack, argumentavam que certo núcleo de verdade e poder espiritual permanecia mesmo quando as afirmações doutrinárias do cristianismo eram negadas. Nos Estados Unidos, pregadores como Harry Emerson Fosdick pregavam que o cristianismo tinha de harmonizar-se com a era moderna e abandonar suas afirmações sobrenaturais.

Os liberais não planejavam destruir o cristianismo. Pelo contrário, estavam certos de que estavam resgatando o cristianismo de si mesmo. O esforço de resgate dos liberais exigia a capitulação das doutrinas que a era moderna achou mais difíceis de aceitar, e a doutrina sobre o inferno era a principal em sua lista de doutrina que tinham de ser renunciadas.

Como observou o historiador Gary Dorrien, do Union Theological Seminary – a fortaleza do liberalismo protestante – foi a doutrina do inferno que marcou os primeiros grandes afastamentos da ortodoxia teológica nos Estados Unidos. Os primeiros liberais não podiam aceitar e não aceitariam a doutrina do inferno que incluía punição eterna consciente e o derramamento da ira de Deus sobre o pecado.

Portanto, eles a rejeitaram. Argumentaram que a doutrina sobre o inferno, embora revelada com clareza na Bíblia, difamava o caráter de Deus. Ofereceram evasivas intencionais dos ensinos da Bíblia, revisões da doutrina e rejeição do que a igreja havia afirmado em toda a sua longa história. Por volta do final do século XX, a teologia liberal havia esvaziado amplamente as principais igrejas e denominações protestantes. Quando se inicia o novo século, o liberalismo teológico é não somente uma rejeição do cristianismo bíblico – mas também uma tentativa fracassada de resgatar a igreja de suas doutrinas. Por fim, uma sociedade secular não sente qualquer necessidade de freqüentar ou apoiar igrejas secularizadas que possuem uma teologia secularizada. A negação da doutrina sobre o inferno não trouxe relevância para as igrejas liberais. Apenas enganou milhões de pessoas quanto ao seu destino eterno.

Isso nos traz à controvérsia sobre o livro Love Wins, de Rob Bell. Como a sua capa anuncia, o livro fala sobre "o céu, o inferno e o destino de cada pessoa que já viveu". Ler esse livro é uma experiência entristecedora. Já lemos esse livro antes. Não as palavras exatas, nem apresentado de modo tão habilidoso, mas o mesmo livro, o mesmo argumento, a mesma tentativa de livrar o cristianismo da Bíblia.

Rob Bell, como comunicador, é um gênio. Ele é o mestre da pergunta pungente, da história distorcida e da anedota pessoal. Como Harry Emerson Fosdick, o paladino do liberalismo no púlpito, Rob Bell é um exímio comunicador. Se ele tivesse planejado defender o ensino bíblico sobre o inferno, ele o teria feito maravilhosamente. Teria prestado um grande serviço à igreja. Mas isso não foi o que ele intencionou fazer.

Como Fosdick, Rob Bell se preocupa profundamente com as pessoas. Isso se evidencia em seu escritos. Não há razão para duvidarmos que Rob Bell escreveu este livro motivado por sua preocupação pessoal com as pessoas que se irritam com a doutrina sobre o inferno. Se essa preocupação tivesse sido direcionada a uma apresentação de como a doutrina bíblica sobre o inferno se encaixa no contexto mais amplo do amor e da justiça de Deus e do evangelho de Jesus Cristo, isso teria sido um benefício para milhares de cristãos e outras pessoas que procuram entender a fé cristã. Mas não é isso que Bell faz em seu novo livro.

Em vez disso, Rob Bell usa seu incrível poder literário e comunicativo para dividir a mensagem da Bíblia e lançar dúvidas sobre os seus ensinos.

Ele afirma claramente o seu interesse: "Um impressionante número de pessoas têm sido ensinadas de que um grupo seleto de cristãos viverão para sempre em lugar de paz, regozijo e alegria chamado céu, enquanto o resto da humanidade viverá para sempre em tormento e punição no inferno, sem qualquer chance de algo melhor. Diz-se claramente a muitos que essa crença é uma doutrina central da fé cristã e que rejeitá-la significa, em essência, rejeitar a Jesus. Isso é errado, prejudicial e, em última análise, subverte a contagiante propagação da mensagem de amor, paz, perdão e alegria de Jesus, a mensagem que o nosso mundo precisa ouvir urgentemente".

Essa é uma afirmação tremenda; é bastante clara. Rob Bell crê que a doutrina da punição eterna de pecadores que não se arrependem está impedindo que as pessoas venham a Jesus. Esse é um pensamento inquietante, mas, sob melhor análise, destrói a si mesmo. Em primeiro lugar, Jesus falou com muita clareza sobre o inferno, usando uma linguagem que só pode ser descrita como explícita. Jesus advertiu sobre "aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" (Mt 10.28).

Em Love Wins, Rob Bell faz o seu melhor para argumentar que a igreja tem permitido que a história do amor de Jesus seja pervertida por outras histórias. A história de um inferno eterno não é, ele crê, uma boa história. Ele sugere que uma história melhor envolveria a possibilidade de o pecador vir à fé em Cristo depois da morte, ou de o inferno ser uma cessação de existência, ou de o inferno ser, por fim, esvaziado de seus habitantes. O problema, é claro, é que a Bíblia não nos dá qualquer indício da possibilidade de um pecador ser salvo depois da morte. Em vez disso, a Bíblia diz: "Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9.27).

Ele também advoga uma forma de salvação universal. Novamente, as afirmações de Rob Bell são mais sugestivas do que declarativas, mas ele tenciona claramente que seus leitores sejam persuadidos de que é possível – até provável – que aqueles que resistem, rejeitam ou nunca ouvem de Cristo possam, apesar disso, ser salvos por meio de Cristo. Isso significa que nenhuma fé consciente em Cristo é necessária para a salvação. Bell sabe que tem de lidar com textos como Romanos 10.14: "E como ouvirão, se não há quem pregue?" Ele diz que concorda sinceramente com esse argumento do apóstolo Paulo, mas, em seguida, descarta todo o argumento e sugere que esse não pode ser o plano de Deus. Evita totalmente a conclusão de Paulo de que a fé vem pelo ouvir e o ouvir "pela palavra de Cristo" (Rm 10.17). Bell rejeita a idéia de que uma pessoa tem de chegar a um conhecimento pessoal de Cristo nesta vida, para que seja salva. "E se o missionário não alcançar os perdidos?", ele pergunta.

Essa é a maneira como Rob Bell lida com a Bíblia. Ele argumenta que as portas que nunca se fecharão na Nova Jerusalém (Ap 21.25) significam que a oportunidade de salvação jamais se fecha, mas ele evita considerar o capítulo anterior, que inclui a afirmação clara da justiça de Deus: "E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo" (Ap 20.15). As portas eternamente abertas da Nova Jerusalém aparecem depois desse julgamento.

Assim como muitos outros, Bell quer separar a mensagem de Jesus das outras vozes do Novo Testamento, em especial a voz do apóstolo Paulo. Nisto, temos de enfrentar a inescapável questão da autoridade bíblica. Ou afirmaremos que cada palavra da Bíblia é verdadeira, digna de confiança e plena de autoridade, ou criaremos nossa própria Bíblia, de acordo com nossas preferências. Em palavras francas, se Paulo e Jesus não falam a mesma coisa, não temos qualquer idéia do que é realmente verdadeiro.

Bell prefere o inclusivismo, a crença de que Cristo está salvando a humanidade por outros meios além do evangelho, incluindo outras religiões. Mas ele confunde as coisas, parecendo advogar o universalismo em algumas páginas, mas esquivando-se de uma afirmação plena. Ele rejeita a crença de que a fé consciente em Cristo é necessária para a salvação, mas não se firma com clareza numa descrição específica do que ele crê.

Bell tenta reduzir toda a Bíblia e a inteireza do evangelho a história e crê que é seu direito e dever determinar que história é melhor do que outra – que versão do cristianismo será convincente e atraente para os incrédulos. Afinal de contas, ele estabeleceu isso como seu alvo – substituir a história recebida por algo que vê como melhor.

O primeiro problema nessa atitude é óbvio. Não temos nenhum direito de determinar que "história" do evangelho preferimos ou achamos mais convincente. Temos de lidar com o evangelho que recebemos de Cristo e dos apóstolos, a fé que uma vez por todas foi entregue à igreja. Sugerir que outra história é melhor e mais atraente do que essa história é audácia de proporções fenomenais. A igreja está presa à história revelada na Bíblia – em toda a Bíblia... cada palavra dela.

Há um segundo problema, um problema que podemos achar que já tínhamos aprendido. O liberalismo não convence. Bell quer argumentar que o amor de Deus é tão poderoso, que "Deus consegue o que Deus quer". Ora, Deus quer a salvação de todos, Bell argumenta, logo, todos serão salvos – alguns depois da morte, até muito tempo depois da morte. Mas ele não pode sustentar essa idéia por causa da sua absoluta afirmação da autonomia humana: Deus mesmo não pode impedir e não impedirá de ir para o inferno alguém que está decidido a ir para lá. Portanto, se entendemos Bell em seus próprios termos, nem ele crê que "Deus consegue o que Deus quer".

Semelhantemente, o argumento de Bell está centralizado na afirmação do caráter amoroso de Deus, mas ele separa o amor da justiça e da santidade. Isso é característico do liberalismo tradicional. O amor é divorciado da santidade e se torna mera sentimentalidade. Bell quer resgatar a Deus de qualquer ensino de que sua ira é derramada sobre o pecado e pecadores e, com certeza, em qualquer sentido de punição eternamente consciente. Mas Bell também quer Deus vindique as vítimas de assassinato, estupro, abuso infantil e males semelhantes. Ele parece não reconhecer que tem destruído sua própria história, deixando Deus incapaz ou indisposto de realizar sua própria justiça.

Na verdade, qualquer esforço humano para oferecer ao mundo uma história superior à abrangente história da Bíblia fracassa em todos os lados. É uma abdicação da autoridade bíblica, uma negação da verdade bíblica e um evangelho falso. Engana pecadores e não salva. Também fracassa em seu alvo central – convencer pecadores a pensarem melhor em Deus. O verdadeiro evangelho é o evangelho que salva – o evangelho que tem de ser ouvido e crido, para que pecadores sejam salvos.

Mas é exatamente neste ponto que o livro de Rob Bell se desvia. Ele descreve o evangelho nestes termos:

Começa na verdade certa e segura de que somos amados. A verdade de que, apesar do que saiu horrivelmente errado em nosso coração e se espalhou por todos os cantos do mundo; apesar de nossos pecados, erros, rebelião e coração insensível; apesar do que foi feito para nós e do que temos feito, Deus fez as pazes conosco.

Ausente do evangelho de Rob Bell, está qualquer referência clara a Cristo, qualquer entendimento adequado do pecado, qualquer afirmação da santidade de Deus e de sua garantia de punir o pecado, qualquer referência ao sangue derramado de Cristo, de sua morte na cruz, de sua expiação vicária e de sua ressurreição e, tão impressionantemente, qualquer referência à fé como a reposta de pecadores às boas-novas do evangelho. Aqui não há verdadeiro evangelho. Isso é apenas uma reedição da mensagem impotente do liberalismo teológico.

N. Richard Niebuhr condensou brilhantemente a teologia liberal nesta sentença: "Um Deus sem ira trouxe homens sem pecado a um reino sem julgamento por meio das ministrações de um Cristo sem uma cruz".

Sim, já lemos este livro antes. Com Love Wins, Rob Bell se move firmemente no mundo do liberalismo protestante. Sua mensagem é um liberalismo que chega tarde no cenário. Tragicamente, sua mensagem confundirá muitos crentes, bem como inúmeros incrédulos.
Não ousamos evadir-nos de tudo que a Bíblia diz sobre o inferno. Jamais devemos confundir o evangelho, nem oferecer sugestões de que talvez haja algum meio de salvação além da fé consciente em Jesus Cristo. Jamais devemos crer que podemos fazer um trabalho de relações públicas a respeito do evangelho ou do caráter de Deus. Jamais devemos ser imprecisos e subversivamente sugestivos sobre ao que a Bíblia ensina.

Nas páginas iniciais de Love Wins, Rob Bell garante aos seus leitores que "nada neste livro não foi ensinado, sugerido ou celebrado por muitos antes de mim". Isso é bastante verdadeiro. Mas a tragédia é que essas coisas foram ensinadas, sugeridas e celebradas por aqueles cuja companhia nenhum amigo do evangelho deveria querer. Neste novo livro, Rob Bell toma sua posição com aqueles que tem procurado resgatar o cristianismo de si mesmo. Sob qualquer medida, isso é uma grande tragédia.

O problema começa no próprio título do livro. A mensagem do evangelho não é apenas que o amor vence (Love Wins) – é que Jesus salva.

Traduzido por: Wellington Ferreira
Do original em inglês: We Have Seen All This Before: Rob Bell and the (Re)Emergence of Liberal Theology. Publicado originalmente no site:www.albertmohler.com
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Fonte:http://ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/34/Ja_Vimos_Isto_Antes_Rob_Bell_e_o_Ressurgimento_da_Teologia_Liberal

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Augustus Nicodemus e Mauro Meister – Apostasia Liberal no Brasil e no Mundo

25.07.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 18.02.2012


Introdução

Todos nós que conhecemos a Bíblia sabemos que ela nos adverte contra o que ela chama de apostasia. Apostasia significa basicamente “afastar-se de uma posição”, “se desviar de um marco estabelecido”. Este verbo composto, na Bíblia, fala de se afastar da verdade de Deus como Ele a revelou. O apostata, na Palavra, é uma pessoa que um dia tomou conhecimento da verdade, mas mudou o pensamento sobre o que considerava verdadeiro.
Deixe-me citar dois exemplos. Primeiro, Barth Erman: era cristão declarado, completou várias graduações em áreas teológicas mas hoje declara-se agnóstico. Considerado uma sumidade sobre o Cristianismo, hoje ele fala contra o novo testamento e nega a possibilidade de se conhecer de fato quem era Jesus.
Outro exemplo menos conhecido é William Barclay. Ele escreveu vários comentários bíblicos que impressionam pelo seu conhecimento de grego e da cultura. No entanto, em sua autobiografia, ele revelava que foi mudando de opinião sobre o que cria e sobre o que escreveu nos comentários. Ele já não acreditada que Jesus era Deus, que Ele teria morrido por nós, não acreditava no inferno e cria que todos seriam salvos no final. Em seu ultimo livro, ele se declara agnóstico.
Na Bíblia, há vários motivos para que alguém se desvie da fé. Na parábola do semeador há aqueles que ouvem, mas que depois esquecem. Paulo fala sobre os que dão ouvidos às doutrinas de demônios e se apartam da fé e sobre os que abraçavam a, falsamente chamada, ciência. Existem vários casos de apostasia na igreja, de pessoas que amaram o mundo e que se afastaram do conhecimento do Deus vivo. Em resumo, os motivos externos são vários: dinheiro, sexualidade, insubmissão, problemas não resolvidos etc. Nesta palestra, quero falar de uma causa externa da apostasia: a crença em doutrinas diferentes da verdade de Deus.

O Liberalismo Teológico

Não que ao Liberalismo seja a maior causa de apostasia, mas é a mais importante para nosso momento.
Esse movimento tem uma origem bem antiga. Em linhas gerais, o liberalismo é o resultado do iluminismo, caracterizado pela revolta contra a religião e o cristianismo particular. Seu referencial teórico era o racionalismo e o empirismo – filosofias antagônicas, mas que concluem juntas que Deus precisa ser excluído do universo humano. O resultado disto na academia foi muito profundo, pois os milagres bíblicos eram considerados fatos de modo quase unânime e, a partir destes novos critérios para a observação da verdade mudou muito disso.
Começou-se a crer que Deus não interfere na história, que as histórias bíblicas são meros mitos e interpretações de um povo ignorante e pré-científico e que o miraculoso não existe. Com isso, criaram-se dois tipos de “história”, a do mundo e a salvífica – esta, referente às “coisas sobre Deus”, não provada e não crível. Com isto, a Bíblia deixou de ser um livro historicamente confiável. Ela passa a ser um mero livro de teologia, ignorante historicamente. Passou-se a considerar a Bíblia como um livro cheio de contrições e de incoerências.
Neste contexto que surgiu o método histórico crítico de analisar a Bíblia – método nitidamente liberal e anticristão. Considerou-se a diferença entre “escritura” e “palavra de Deus”. Segundo essa separação, a Escritura é o livro escrito, com erros humanos, subjetividades e interpretações incorretas. A Palavra de Deus é que é válida e infalível, e que precisava ser encontrada dentro da Escritura.
A igreja reagiu a este radicalismo. Ora, o que o liberalismo havia deixado para o povo de Deus? Nada! Eles desconstruíram a fé, mas não colocaram nada no lugar. Segundo eles, Jesus era um camponês, reformador do judaísmo e só, que impressionou tantos seus discípulos que foi elevado por eles como messias, senhor e Deus. A reação contra isto foi a chamada Neo-Ortodoxia. O maior expoente foi Karl Barth, que se levantou para protestar contra aqueles que estavam, segundo ele, tirando Deus da igreja, colocando a Bíblia e segundo plano e matando o povo de Deus. Se por um lado devemos ser gratos a Barth por ter lutado contra o liberalismo, por outro devemos tomar cuidado com ele. Por que Barth concordava que a Bíblia era cheia de erros, mas que, mesmo assim, Deus falava por meio desta Bíblia imperfeita através de um encontro existencial. Ele não solucionou o problema por completo por que assumiu muitos pressupostos ainda liberais. O liberalismo teve um grande impacto na igreja, apesar da neo-ortodoxia. Como resultado, surge o ecumenismo, o feminismo, a teologia gay e o esvaziamento das igrejas.

Os Impactos Gerais

O ecumenismo começa com liberais protestantes. A ideia era de que todas as religiões tinham o sentimento de busca a Deus e de transcendência. Como todos estavam buscando a mesma coisa, todos devem ser reais. Isso é evidentemente apostasia. Igualar Jesus a outros lideres é blasfemo. Dizer que Cristo não é O salvador, mas UM salvador é antideus e anticristo.
O movimento feminista começa também com o liberalismo. Quando iniciou, este movimento tinha ideais justos. Eles queriam que a mulher pudesse votar, recebesse salários dignos e pudesse ir para a faculdade. No entanto, uma mulher chamada Kathleen Bliss escreveu um livro chamado “O Trabalho e o Status da Mulher na Igreja” (1952), onde ela tentou convencer o povo a aplicar os ideais feministas dentro das igrejas cristãs. Foi assim que as mulheres começaram a ser ordenadas pastoras e em posições de autoridade nas igrejas, o que vai contra muitas declarações bíblicas sobre o complementarismo entre os papeis do homem e da mulher.
Este contexto abriu a porta para o movimento homossexual. O método histórico crítico relativizava os conceitos bíblicos teológicos e morais, o que permitiu interpretações homossexuais do texto sagrado. Segundo as bases deste movimento, Paulo é contra o homossexualismo por que ele não conhecia a verdade científica sobre a genética homossexual e pontos do tipo.
O resultado disto foi o esvaziamento da Igreja. Muita gente não concordou com esses movimentos e saíram do meio deste movimento, buscando igrejas verdadeiramente centradas na Palavra de Deus.

Um Pouco de História

O liberalismo teológico começou a dar passos mais firmes no Brasil nas décadas de 50 e 60. Hoje, está cada dia mais presente em nossa nação. Isto tem invadido nossas redes sociais, tem sido publicado em livros e estado presente nos sermões. Vamos olhar um pouco para a história para entramos no nosso contexto atual.
 Nos EUA, iniciou-se, nesta época, o debate contra o “modernismo”, em três vertentes: Um debate contra a teologia (com a neo-ortodoxia), contra a eclesiologia (com o ecumenismo) e contra a sociedade (com o marxismo). Como as escolas teológicas eram fracas e quase inexistentes no Brasil, os jovens e pastores estudavam nos Estados Unidos e, com isso, traziam ideais liberais e neo-ortodoxas. Como na primeira metade do século o mercado editorial evangélico era pouquíssimo, as coisas ficaram até paradas, mas a partir da década de 50 e 60 algumas denominações começaram a absorver as ideias liberais. Alguns seminários conservadores começaram a adotar o método crítico de interpretação bíblica, fazendo com que algumas pessoas começassem a crer no liberalismo e na neo-ortodoxia. Quando estes pastores pregavam estas ideias em suas igrejas, foram muitas vezes desprezados; porém, ainda tiveram muito alcance em várias igrejas locais.

O Impacto no Brasil

20 anos após a controvérsia americana, o liberalismo chegou às igrejas locais através das instituições de ensino. A busca por respeitabilidade acadêmica destruiu a consciência ministerial dos seminários teológicos.
As denominações históricas (luteranos, batistas, presbiterianos, congregacionais, metodistas, etc.) começaram a adotar teologias mais liberalizantes, como a neo-ortodoxia, por causa de pastores e seminarista que levavam estas ideias para seus rebanhos.
O “abaixo ao fundamentalismo” começou a ganhar espaço por meio da juventude. Naquele primeiro momento, as igrejas presbiterianas e algumas outras resistiram muito a este fato. Houve muitas lutas, seminários foram fechados e membros foram expulsos. Vários pastores de influencia produziram vários liberais famosíssimos, como Rubem Alves, aqui no Brasil. Segundo ele, “a igreja não deve converter o mundo à igreja, mas a igreja ao mundo”.
Por fim, a literatura cristã foi afetada por este contexto. As grandes editoras católicas romanas adotaram o liberalismo como método de interpretação bíblica e começaram a divulgar material neo-ortodoxo, material consumido até pelos ditos evangélicos.

Como Encarar o Liberalismo

Liberalismo é outra religião, já que nega tudo que o Cristianismo afirma. Assim, para vencermos essa heresia, precisamos enfatizar:
1. A inerrância da escritura
2. A literalidade dos milagres
3. A exclusividade do Cristianismo
4. A centralidade de Jesus
5. O método histórico-gramatical de interpretação bíblica
Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. (Judas 1:3) .
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/02/augustus-nicodemus-e-mauro-meister-apostasia-liberal-no-brasil-e-no-mundo-cc2012/