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domingo, 20 de abril de 2014

O Protestantismo e o Estado de bem-estar social

20.04.2014
Do portal GNOTÍCIAS, 17.04.14

Por 

Dois elementos caracterizam os países escandinavos: o protestantismo histórico e o Estado de bem-estar social. Com maiores índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), Noruega, Suécia, Islândia e Dinamarca desbancam países de maioria católica, como Polônia, Espanha, Malta, Andorra. Mas à que se deve o crescimento verificado nos países escandinavos? Poderíamos atribuir ao Protestantismo Histórico, ou a política de bem-estar social promovida pelo Estado? São processos combinados, intercalados, indissociáveis? Seja qual for a posição defendida, o fato é que os Estados Escandinavos são exemplos de como um Estado deve funcionar, da maneira como deve se dirigir ao povo, aos cidadãos de seu domínio.

Desenvolvido a partir da década de 1930, o Estado de bem-estar social foi principalmente impulsionado pela Social-Democracia, em um meio caminho entre o capitalismo e o socialismo. Passou por um período de crise na Inglaterra, sendo substituído pelo Neoliberalismo – fato que ocasionou a perda de direitos adquiridos, levando a uma nova crise social. Nos países nórdicos, no entanto, o modelo progrediu e hoje é referência mundial em “políticas públicas”. Diferente de alguns países latino-americanos – que tratam as “políticas sociais” como assistencialismo -, os países escandinavos as veem como um “investimento”, uma maneira de “impulsionar o crescimento”. É o que defendia o sociólogo, economista e social-democrata sueco, Gunnar Myrdal (1898-1987).
A lógica é a seguinte: com a população desfrutando de bens públicos de qualidade, obviamente haverá reflexos no mercado de trabalho, na economia nacional. São elementos, características, indissociáveis. Matéria publicada em 2013 pela The Economist (revista com base em Londres, Inglaterra), afirmou que os “países escandinavos são provavelmente os melhores governados no mundo”. No mesmo ano, um relatório da ONU (o World Happiness Report 2013), sublinhou que os países mais “felizes do mundo estão localizados no norte da Europa, e tem a Dinamarca como cabeça”. Além de melhor IDH do mundo, os nórdicos também possuem o mais alto PIB (Produto Interno Bruto) em relação a outros países desenvolvidos. Prova do Estado de bem-estar social, a primeira vítima fatal da polícia islandesa ocorreu em dezembro de 2013, quando um senhor de menos de 60 anos foi morto após troca de tiros. Foi um “incidente sem precedentes”, demonstrou o chefe de polícia nacional, Johannessen, em uma coletiva com a imprensa em Reiquejavique.
Diretamente ligada à pobreza, ao baixo nível social de um indivíduo, a violência é característica comum não somente de países subdesenvolvidos, mas também dos que ficam ao Norte do hemisfério, como Estados Unidos e Canadá. Apesar de avanços econômicos, a ausência de políticas sociais nestes países levou à formação de “bolsões de pobreza”, de “núcleos de violência urbana”, típicas de cidades como Nova Iorque, São Francisco e Quebec. O crescimento econômico não necessariamente acompanha o nivelamento social, como a exemplo do que ocorreu durante os anos de 1964 e 1985, no Brasil. Por exemplo, segundo matéria publicada recentemente pela revista Época, se “dermos à desigualdade notas de 0 a 100, pelo Índice de Gini (uma medida da má administração), a chaga aumentou de 53,5, em 1960, para 60,7, em 1990”. Tal ocorreu, segundo a revista, pela combinação de vários fatores, “como as décadas de hiperinflação, a dificuldade de negociações trabalhistas durante o período e a ausência de uma rede de proteção social no país”.
Voltando aos Países Nórdicos (Escandinavos), o crescimento econômico se dá também em decorrência ao nivelamento social, à política de Estado de bem-estar social. Kevin Drum, em We Can Reduce Poverty If We Want To. We Just Have To Want To (Mother Jones, 26/9/2013), observou que o “modelo nórdico tem sido bem sucedido em amenizar significativamente a pobreza”. Curiosamente, os países nórdicos estão entre os de maior número de protestantes históricos do continente europeu, sendo o Luteranismo o de maior predominância na Região. Há um indicador de que o principío evangélico dos crentes luteranos têm se mesclado às políticas de bem estar-social, em uma engrenagem jamais observada no subcontinente brasileiro, onde movimentos demonizam políticas sociais, de incentivo ao crescimento das camadas inferiores. Há uma verdadeira guerra de informações, de prenoções características do senso comum. O princípio científico de análise é que a Religião tem e pode fazer mais pela sociedade, pelo crescimento de todas as faixas sociais.
"As opiniões ditas pelos colunistas são de inteira e única responsabilidade dos mesmos, as mesmas não representam a opinião do Gospel+ e demais colaboradores."

* é pesquisador, jornalista, colaborador de diversos meios de comunicação e licenciando em Ciências Sociais pela Universidade Metodista de São Paulo. Há mais de dez anos dedica-se ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e movimentos destrutivos. Contato: pesquisasreligiosas@gmail.com 

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Fonte:http://colunas.gospelmais.com.br/o-protestantismo-e-o-estado-de-bem-estar-social_9267.html

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Introdução ao estudo do Espiritismo

27.12.2013
Do portal NAPEC - APOLOGÉTICA CRISTÃ

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Segundo o Pequeno Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra “espiritismo” tem sua origem no vocábulo francês espiritisme. É uma doutrina filosófico-religiosa baseada na “comunicação entre os vivos e os mortos”. Ainda segundo o mesmo dicionário, é uma “doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicações, por meio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e os desencarnados”.
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Origem

O espiritismo, enquanto tentativa de contato com os mortos, faz parte da tradição de vários povos, como os egípcios, caldeus, hindus, assírios etc. De acordo com o escritor Jefferson Magno Costa, em seu livro “Porque Deus Condena o Espiritismo”, pág. 20, “o espiritismo que hoje se expande pelo Brasil e no mundo nada mais é do que a continuação da necromancia e do ocultismo praticados pelos povos antigos”.
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A origem do espiritismo moderno ocorreu em dois períodos distintos, começando por 1848 e estendendo-se até 1857, com a publicação do Livro dos Espíritos, por Allan Kardec. Vejamos os dois períodos separadamente.
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A família Fox

Embora o espiritismo seja uma das heresias mais antigas já surgidas no mundo, o seu ressurgimento se deve a duas jovens norte-americanas, Kate e Margaret Fox, que nasceram em Hydesville, uma aldeia perto da cidade de Rochester, Nova Iorque. Era um lugar muito pobre, com casas de aspecto humilde, geralmente de madeira. Seus pais eram metodistas e tinham mais filhos.
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A família Foz passou a residir nessa casa em 11 de dezembro de 1847, e tudo transcorria bem até meados de março de 1848, quando começaram a ouvir pancadas em diferentes pontos da casa onde moravam. A princípio julgaram que esses ruídos fossem produzidos por ratos e camundongos que infestavam a casa. Porém, quando os lençóis começaram a ser arrancados das camas por mãos invisíveis, cadeiras e mesas tiradas dos seus lugares, e uma mão fria tocou no rosto duma das meninas, percebeu-se que o que estava acontecendo eram fenômenos sobrenaturais. Certa noite, John Fox, sua esposa e as duas filhas, estavam a conversar sobre estranhos fenômenos de assombração. Catarina, então, produziu estalos com os dedos; notaram todos que alguém os repetia. Por sua vez, Margaret produziu estalos e encontrou eco.
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Apavorada, a sra. Fox perguntou: “é homem ou mulher que esta batendo?”, mas não obteve resposta. Insistiu então: “É espírito? Se é espírito, bata duas vezes”. Produziram-se duas breves pancadas. Concluiu, assim, que um espírito “desencarnado” estava em comunicação com a família.
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Segundo se diz, os próprios espíritos indicaram às irmãs Fox, em 1848, nova forma de comunicação: que os interessados se colocassem em torno de uma mesa, em cima da qual poriam as mãos; às interrogações que fizessem aos espíritos, a mesa responderia com golpes e movimentos de letras do alfabeto e de palavras.
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Essas meninas tornaram-se médiuns e durante trinta anos entregaram-se à produção defenômenos que passaram a ser conhecidos praticamente em todo o mundo.
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Uma fraude

As duas irmãs Fox, tidas como “médiuns”, confessaram posteriormente que recorreram a truques e fraudes para produzir as pancadas que a mãe, muito crédula, atribuiu a um espírito do além. No dia 21 de outubro de 1888, a sra. Margaret Fox Kane, realizou pela primeira vez seu intento de, com os próprios lábios, denunciar publicamente o espiritismo e seu séqüito de truques. Apresentou-se à Academia de Música de Nova Iorque perante uma numerosa e distinta assembléia e, sem reservas, demonstrou a falsidade de tudo quanto no passado fizeram – ela e a irmã – sob o disfarce da “mediunidade espírita”.
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“A sra. Kane (Margaret) manteve-se de pé sobre o palco; tremendo e possuída de intensos sentimentos, fez uma aberta e extremamente solene abjuração do espiritismo, enquanto a sra. Catharine Fox (Kate) Jenchensen assistia de um camarote vizinho, dando, por sua presença, inteiro assentimento a tudo que a irmã dizia”.
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O texto dessas confissões e retratações de Margaret e Kate Fox foi publicado pela imprensa norte-americana – no New York Herald de 27/5/1888 e 10/9/1888, assim como no The World de 22/10/1888. Acha-se tal texto reproduzido em fac-símile inglês e em uma tradução portuguesa no livro de frei Boaventura Kloppenburg, O Espiritismo no Brasil, Ed. Vozes, págs. 426-447.
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Kardecismo

Apesar da confissão e retratação das irmãs Fox, o estrago já estava feito: propagaram-se sessões espíritas por toda a América do Norte e Europa. Na Inglaterra, porém, a consulta aos mortos já era muito popular entre as camadas sociais mais elevadas. Por consequinte, os médiuns norte-americanos encontraram ali solo fértil onde a semente do supersticionismo espiritista haveria de ser semeada.
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Na França, a figura de Allan Kardec é a principal dos arraiais espiritistas. Ele passaria para a História sob o pseudônimo de Allan Kardec – que seria o nome de um druida, supostamente sua “encarnação” anterior. Kardec nasceu às 19h00 do dia 3 de outubro de 1804, na cidade de Lião (França), e era filho de um advogado. Em 1854, interessou-se pelo fenômeno então conhecido como “Mesa Giratória”. Nos salões elegantes, após os sarus, gente da alta sociedade costumava se sentar em torno dessas mesas para, segundo acreditavam, dialogar com os espíritos.
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Utilizando recursos supostamente mediúnicos dos presentes, as entidades desencarnadas se manifestariam. Segundo os historiadores, o fenômeno foi a coqueluche da sociedade francesa de 1853 a 1855. Os eventos das mesas giratórias ganharam dezenas de reportagens nos jornais europeus.
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Kardec mergulhou nesse universo por três anos, até estruturar uma doutrina que, segundo ele, unia os conhecimentos cientifico, filosófico e religioso. Ele escreveu sua obra básica, O Livro dos Espíritos, em 1857. O livro é resultado dos diálogos que Kardec supostamente dizia ter estabelecido com espíritos desencarnados nas diversas reuniões mediúnicas de que participou.
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Ele dizia ouvir a voz de diferentes espíritos por meio de diferentes médiuns, para cotejar as versões. A obra se estrutura em 1.019 tópicos, no estilo pergunta e resposta. O Livro dos Espíritos serviu de base para mais oito obras de Kardec.
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1 ) O Que é o Espiritismo (1859)
2 ) O Livro dos Médiuns (1861)
3 ) O Espiritismo em sua mais Simples Expressão (1862)
4 ) Refutação de Críticas ao Espiritismo (1862)
5 ) O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864)
6 ) O Céu e o Inferno (1865)
7 ) A Gênese (1868)
8 ) Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868)
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Kardec também fundou A Revista Espírita, periódico mensal editado em vários idiomas. Ele mesmo assentou as bases da “Sociedade Continuadora da Missão de Allan Kardec”. Ele faleceu em 1869, aos 64 anos.
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Subdivisões do Espiritismo

Embora consideremos o espiritismo igual em toda a sua maneira de ser, os próprios espíritas preferem admitir haver diferentes formas de espiritismo. Para efeito didático, o espiritismo pode ser classificado da seguinte maneira.
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a) Espiritismo Comum
  • Quiromancia
  • Cartomancia
  • Grafologia
  • Hidromancia
  • Astrologia

b) Baixo Espiritismo ou Religiões de Possessão
  • Umbanda
  • Candomblé
  • Quimbanda

c) Movimentos Dissidentes
  • Racionalismo Cristão
  • Cultura Racional
  • Legião da Boa Vontade (LBV)
  • Renovação Cristã (também conhecida como Grupo Bezerra de Menezes)
  • Protestantismo de Oswaldo Polidoro
  • Ubaldistas

d) Espiritismo Histórico
  • Kardecismo
  • Roustainguistas
  • Científicos
  • Armondistas
  • Emmanuelistas
  • Ramatistas
  • Paganizantes
  • Dialéticos
  • Transcomunicadores
  • Espiritualistas
Principais crenças do espiritismo
Independente da existência de várias tendências no espiritismo existe uma doutrina básica (fundamental) presente em quase todos os grupos espíritas.
a) A ideia da evolução dos espíritos através de sucessivas reencarnações;

b) O progresso cósmico é regido pela Lei do Carma, segundo a qual toda ação, boa ou má, recebe

c) devida retribuição; o jogo da vida é tido como um jogo de dádivas em que se recebe na proporção que se dá;

d) Os médiuns são os intermediários entre os vivos e os espíritos desencarnados; a mediunidade pode se manifestar através de visões, incorporações, poder de cura, psicografia;

e) Crença na pluralidade dos mundos habitados, em que cada mundo constituiria uma etapa específica do progresso espiritual; a Terra é tida como um lugar de expiação;

f) O progresso depende de méritos pessoais, acumulados em várias encarnações;

g) Não há distinção entre o natural e o sobrenatural, entre a religião e a ciência.
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