Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador JOHN MACaRTHUR. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador JOHN MACaRTHUR. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O Plano de Deus para a Agenda Gay

15.02.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 10.05.2007
Por John MacArthur

Se você tem visto os títulos de manchetes de jornais nos últimos anos, talvez tenha observado o incrível aumento do interesse por afirmar a homossexualidade. Quer esteja no âmago de um escândalo religioso, de corrupção política, de legislação radical e da redefinição do casamento, o interesse homossexual tem caracterizado a América. Isso é uma indicação do sucesso da agenda gay. Mas, infelizmente, quando as pessoas se recusam a reconhecer a pecaminosidade do homossexualismo — chamando o mal bem e o bem, mal (Is 5.20), elas o fazem em prejuízo de muitas almas e, talvez, de si mesmas.
Como você deve reagir ao sucesso da agenda gay? Deve aceitar a tendência recente em direção à tolerância? Ou ficar ao lado daqueles que excluem os homossexuais e condenam com veemência o pecado? A Bíblia nos exorta a um equilíbrio entre o que as pessoas consideram duas reações opostas — condenação e compaixão. De fato, essas duas atitudes juntas são elementos essenciais do amor bíblico, do qual os homossexuais necessitam desesperadamente. Os defensores do homossexualismo têm sido notavelmente eficazes em promover suas interpretações distorcidas de passagens da Bíblia. Quando você pergunta a um homossexual o que a Bíblia diz a respeito da homossexualidade — e muitos deles o sabem — percebe que eles absorveram um interpretação que não é somente distorcida, mas também completamente irracional. Os argumentos a favor dos homossexuais extraídos da Bíblia são nuvens de fumaça — à medida que nos aproximamos deles, vemos com clareza o que está por trás.
Deus condena a homossexualidade, e isto é muito evidente. Ele se opõe à homossexualidade em todas as épocas. Na época dos patriarcas (Gn 19.1-28) Na época da Lei de Moisés (Lv 18.22; 20.13) Na época dos Profetas (Ez 16.46-50) Na época do Novo Testamento (Rm 1.18-27; 1 Co 6.9-10; Jd 70-8) Por que Deus condena a homossexualidade? Porque ela transtorna o plano fundamental de Deus para as relações humanas — um plano que retrata o relacionamento entre um homem e uma mulher (Gn 2.18-25; Mt 19.4-6; Ef 5.22-33). Então, por que as interpretações homossexuais das Escrituras têm sido tão bem-sucedidas em persuadir inúmeras pessoas? A resposta é simples: as pessoas se deixam convencer. Visto que a Bíblia é tão clara a respeito deste assunto, os pecadores têm resistido à razão e aceitado o erro, a fim de acalmarem a consciência que os acusa (Rm 2.14-16). Conforme disse Jesus: “Os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19-20). Se você é um crente, não deve comprometer o que a Bíblia diz a respeito da homossexualidade — jamais.
Não importa o quanto você deseja ser compassivo para os homossexuais, o seu primeiro amor é ao Senhor e à exaltação da justiça dEle. Os homossexuais se mantêm em rebeldia desafiante contra a vontade de seu Criador, que, desde o princípio, “os fez homem e mulher” (Mt 19.4). Não se deixe intimidar pelos defensores do homossexualismo e por sua argumentação fútil — os argumentos deles não têm conteúdo. Os homossexuais e os que defendem esse pecado estão comprometidos fundamentalmente em transtornar a soberania de Cristo neste mundo. Mas a rebelião deles é inútil, visto que o Espírito Santo afirma: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Co 6.9-10; cf. Gl 5.19-21). Então, qual a resposta de Deus à agenda homossexual? O julgamento certo e final. Afirmar qualquer outra coisa, além disso, é adulterar a verdade de Deus e enganar aqueles que estão em perigo. Quando você interage com homossexuais e seus simpatizantes, tem de afirmar a condenação bíblica.
Você não está procurando lançar condenação sobre os homossexuais, está tentando trazer convicção, de modo que eles se convertam do pecado e recebam a esperança da salvação para todos nós, pecadores. E isso acontece por meio da fé no Senhor Jesus Cristo. Os homossexuais precisam de salvação. Não precisam de cura — o homossexualismo não é uma doença. Eles não carecem de terapia — o homossexualismo não é uma condição psicológica. Os homossexuais precisam de perdão, porque a homossexualidade é um pecado.
Não sei como aconteceu, mas algumas décadas atrás alguém rotulou os homossexuais com o incorreto vocábulo “gay”. Gay, no inglês, significava uma pessoa feliz, mas posso assegurar-lhe: os homossexuais não são pessoas felizes. Eles procuram felicidade seguindo prazeres destrutivos. Esta é a razão por que Romanos 1.26 chama o desejo homossexual de “paixão infame”. É uma concupiscência que destrói o corpo, corrompe os relacionamentos e traz sofrimento perpétuo à alma — e o seu fim é a morte (Rm 7.5). Os homossexuais estão experimentando o juízo de Deus (Rm 1.24, 26, 28) e, por isso, são infelizes — muito, muito infelizes. 1 Coríntios 6 é bem claro a respeito das conseqüências eternas que sobrevirão àqueles que praticam a homossexualidade — mas existem boas-novas. Não importa o tipo de pecado, quer seja homossexualidade, quer seja outra prática, Deus oferece perdão, salvação e esperança da vida eterna àqueles que se arrependem e aceitam o evangelho. Depois de identificar os homossexuais como pessoas que não “herdarão o reino de Deus”, Paulo disse: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.11). O plano de Deus para muitos homossexuais é a salvação. Nos dias de Paulo, havia ex-homossexuais na igreja de Corinto, assim como, em nossos dias, existem muitos ex-homossexuais em minha igreja e em igrejas fiéis ao redor do mundo. Eles ainda lutam contra a tentação homossexual? Com certeza. Que crente não luta contra os pecados de sua vida anterior? Até o grande apóstolo Paulo reconheceu essa luta (Rm 7.14- 25). No entanto, ex-homossexuais assentam-se nos bancos de igrejas bíblicas em todo o mundo e louvam o Senhor, ao lado de ex-fornicadores, ex-idólatras, ex-adúlteros, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-beberrões, ex-injuriadores e ex-defraudadores. Lembrem-se: alguns de vocês eram assim.
Qual deve ser a nossa resposta à agenda homossexual? Oferecer-lhe uma resposta bíblica — confrontála com a verdade das Escrituras, que condena a homossexualidade e promete castigo eterno para todos os que a praticam. Qual deve ser a nossa resposta ao homossexual? Oferecerlhe uma resposta bíblica — confrontá-lo com a verdade das Escrituras, que o condena como pecador e lhe mostra a esperança da salvação, por meio do arrependimento e da fé em Jesus Cristo. Permaneçam fiéis ao Senhor, quando reagirem à homossexualidade, honrando a Palavra de Deus e deixando com Ele os resultados.
*****
Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/296/O_Plano_de_Deus_para_a_Agenda_Gay

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Benefícios de escrever seu sermão


16.11.2015
Do portal do MINISTÉRIO FIEL, 09.15.15

Pregacao-Expositiva-beneficios-de-escrever-sermao
Se você já leu alguns dos muitos livros e artigos sobre preparação de sermão, provavelmente já leu o adágio que diz: “Pense exaustivamente, leia abundantemente, escreva claramente, ore fervorosamente e entregue-se completamente”. Essa frase já foi atribuída a Alistair Begg, John MacArthur e outros, mas, de fato, teve origem com um anglicano galês chamado W.H. Grifith Thomas.[1] Embora eu concorde com todas as cinco exortações de Thomas, a que desejo enfatizar neste ensaio é a terceira: “Escreva claramente”.
Há muito, é discutido em círculos de pregação se um pregador deve ou não escrever o manuscrito de seus sermões. Embora seja verdade que alguns dos grandes pregadores ao longo da história da igreja (incluindo alguns favoritos como Charles Spurgeon e Martyn Lloyd-Jones) não usavam e até desencorajavam o uso do manuscrito, nem eu nem você somos tão inteligentes quanto Charles Spurgeon ou Martyn Lloyd-Jones. Então, deixe-me dar-lhe quatro razões pelas quais você deve considerar manuscrever seu sermão como parte de sua preparação.
Quatro razões para escrever um manuscrito
1 - Escreva um manuscrito para encurtar o seu tempo de preparação
Eu estava tentando encorajar um pastor amigo meu a escrever manuscritos, quando ele disse: “Eu simplesmente não tenho tempo para escrever um manuscrito”. Muitos pastores talvez usem o tempo como uma desculpa e eu entendo quão ocupada pode ser a semana de um pastor. Mesmo enquanto escrevo este artigo, fico pensando: “Eu realmente deveria estar trabalhando no meu sermão, fazendo uma ligação ou treinando um dos estagiários”. Mas defendo que, em vez de alongar o seu tempo de preparação, escrever um manuscrito pode, na verdade, encurtá-lo. Quando você estiver estudando e se deparar com algo que seja bom para o seu sermão, apenas escreva, e aí está. Então, ao construir o seu sermão, você pode simplesmente acoplar todas as suas melhores notas e não precisa voltar para encontrar ou tentar lembrar-se de alguma coisa que estudou.
2 - Escreva um manuscrito para encontrar as palavras certas
Mark Twain certa vez disse: “A diferença entre a palavra certa e a palavra quase certa é a diferença entre um relâmpago e um vagalume”. E se John Owen houvesse dito: “Abandone a sua vida de pecado, porque é importante para o crescimento cristão”, em vez de: “Mate o pecado, ou o pecado matará você”? Ambas as sentenças comunicam a mesma verdade, mas a segunda é dita de modo tão apropriado que deixa uma impressão duradoura no coração. É importante usar s palavras certas, e escrever um manuscrito ajuda o pregador a não apenas dizer coisas verdadeiras, mas a dizer coisas verdadeiras de forma apropriada.
3 - Escreva um manuscrito para certificar-se de que o seu sermão é harmonioso
Uma das marcas da grande pregação é que ela é harmoniosa. Com efeito, eu estava recentemente conversando com outro pastor amigo e ele disse: “Eu tenho pregado por anos, mas, quando comecei a fazer manuscritos, meus sermões ficaram melhores já no domingo seguinte, porque ficaram instantaneamente mais harmoniosos”. Um bom pregador tem muitos pontos altos que chamam a atenção dos seus ouvintes e os inspiram. Um grande pregador, porém, é capaz de capturar a atenção do seu ouvinte e segurá-la durante toda a duração do sermão, conduzindo-os suavemente de um ponto para o seguinte. De novo: a menos que você tenha a mente de Spurgeon, é difícil fazer isso sem escrever um manuscrito.
Um manuscrito ajuda o pregador nas transições, uma vez que permite claramente equilibrar o tempo para cada ponto; um manuscrito também ajuda a explicar passagens ou verdades difíceis com clareza. Isso ajuda o pregador a ver o seu sermão como uma unidade antes de pregá-lo, permitindo-lhe assim editar o seu sermão fácil e decisivamente. Com efeito, é apenas quanto eu olho para o produto final que consigo de fato ver os pontos que não se encaixam ou que eu posso retirar da mensagem como um todo. A pregação é um chamado sublime de Deus, então, o pregador deve fazer todo o possível para apresentar o melhor argumento, o mais harmonioso e o mais cheio do Espírito, perante homens moribundos cuja única esperança é que suas almas sejam vivificadas em Cristo.
4 - Escreva um manuscrito para manter um registro
Um dos meus maiores tesouros são os cerca de 1.200 sermões que eu preguei durante os meus anos de ministério. Felizmente, por ter sido encorajado desde cedo a escrever manuscritos, eu tenho um registro de todos eles. Eles me têm sido um imenso auxílio ao escrever outros sermões ou ao me preparar para pregar fora da minha própria igreja local. Ter um registro dos meus sermões também me ajuda no ministério pastoral. Quase todo domingo, alguém me pede aconselhamento a respeito de algo que eu acabei de pregar; poder indicar-lhe a nossa página na internet, na qual postamos todos os manuscritos de sermões online ou poder lhes enviar por e-mail um trecho de um sermão é uma ferramenta pastoral poderosa.
Conclusão
Há muitas outras razões pelas quais você deve fazer manuscritos de seus sermões: isso ajuda a manter o pregador dentro do tempo; se você prega em cultos múltiplos, isso pode garantir que as duas congregações recebam o mesmo ensino; isso pode ajudá-lo a evitar o uso das mesmas ilustrações; eu poderia ir além.
Mas quero concluir abordando as advertências de Spurgeon, Lloyd-Jones[2] e outros: o pregador deve sempre estar livre e o manuscrito nunca deve prendê-lo. Eu concordo com Spurgeon que o manuscrito nunca deve ser lido e que o pregador deve ter discernimento o suficiente para, às vezes, falar extemporaneamente, afastando-se do manuscrito quando sentir a necessidade ou o desejo de fazê-lo. Se um pregador não consegue evitar ler o manuscrito, talvez ele deva escrever o sermão e depois, separadamente, escrever um esboço para levar ao púlpito. Embora eu creia que o manuscrito seja uma das melhores ferramentas na preparação para o sermão, ele pode ser uma ferramenta perigosa na entrega do sermão. Você é o pregador, não o manuscrito. É você quem entrega o sermão, não o manuscrito. O manuscrito é uma grande ferramenta, mas Deus unge o homem para pregar, não o manuscrito.
Notas:
[1] J. I. Packer, Truth and Power (Guildford, Surrey: Eagle, 1990), 132 (sem tradução em português).
[2] Dois recursos clássicos sobre pregação são: C. H. Spurgeon, Lectures to My Students: Complete & Unabridged (Grand Rapids, Mich: Zondervan Pub. House, 1954) (publicado em português sob o título Lições aos meus alunos. São Paulo: Editora PES, [s. d.], 3 volumes), and David Martyn Lloyd-Jones, Preaching and Preachers (Grand Rapids, Mich: Zondervan Pub. House, 1972) (publicado em português sob o título Pregação e pregadores. 2. ed. São José dos Campos: Editora Fiel, 2008).

*****

Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/853/4_Razoes_para_Preparar_o_Manuscrito_de_seus_Sermoes

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

As sandices de John MacArthur

21.10.2013
Do portal CPAD NEWS, 23.10.13
Por Silas Daniel

Em uma época em que os cristãos sérios deveriam se unir para combater males reais e comuns, MacArthur dirige seus ataques para o foco errado
 
Como prometido, segue abaixo algumas reflexões sobe declarações do pastor John MacArthur ao site do The Christian Post, nos EUA, no domingo, 20 de outubro. Os trechos traduzidos da matéria com MacArthur vêm em itálico e minhas observações em texto normal.
 
Para aqueles que disseram que MacArthur está atacando seus irmãos em Cristo, MacArthur respondeu que ele “desejava que pudesse afirmar isso [chamá-los de irmãos]”. [Mas,] Em sua opinião, como ele e seus colegas oradores observaram durante a conferência, o movimento carismático é feito, em grande parte, por “não-cristãos”.

Eu, sinceramente, não me importo se John MacArthur escreve e prega o cessacionismo. E daí? Problema dele. Ele tem todo o direito de fazê-lo. E obviamente também nem me importo de ele fazer uma conferência para defender, entre outras coisas, o cessacionismo. E daí? A igreja dele é pastoreada por ele e ela apóia fielmente o seu líder. Aliás, todos os anos MacArthur faz conferências em sua igreja e o templo desta, com capacidade para 3 mil pessoas, sempre enche, não só de visitantes, mas principalmente com o seu próprio povo, como prova de apoio ao seu líder. Neste ano, não foi diferente.

Os três únicos problemas são que MacArthur fez questão de desafiar publicamente pentecostais tratando-os como hereges; distorceu o próprio ensino pentecostal para asseverar a questão entre continuísmo e cessacionismo como uma doutrina primária, essencial, de suma importância para a saúde da fé de qualquer cristão, e não como uma doutrina secundária; e ainda colocou, no mesmo saco, pentecostais clássicos e neopentecostais. Aí não dá. As críticas que MacArthur sofreu por essa conferência foram justamente relacionadas a esses radicalismos e injustiça.


Em primeiro lugar, pentecostais clássicos têm a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, e justamente por isso pregam constantemente contra “novas revelações” que se chocam com a Bíblia ou querem acrescentar algo a ela.


E em segundo lugar, pentecostais clássicos também pregam contra a Teologia da Prosperidade, contra a Confissão Positiva, contra o “cair no Espírito”, contra a “unção do riso” etc, que são desvios neopentecostais.


Como se não bastasse isso, ainda temos que ouvir MacArthur afirmar que acredita que a maioria dos cristãos no mundo que dizem crer na contemporaneidade dos dons espirituais é, na verdade, de “não-cristãos”.
 
“Se a questão [da continuidade ou não dos dons espirituais] não é clara – como alguns estão dizendo –, ela só se tornou clara sob a influência dos falsos mestres? Ficou clara para os apóstolos; ficou clara para os Pais da Igreja Primitiva; ficou clara para os reformadores; ficou clara para os puritanos; ficou clara nos credos, como a Confissão de Westminster; ficou clara para os teólogos reformados como B. B. Warfield; ficou clara para Spurgeon; ficou clara, nos tempos mais modernos, a R. C. Sproul. Terá agora se tornado clara por causa de Aimee Semple McPherson, Jimmy Swaggart, Jim Bakker e Kenneth Copeland? Essa é uma idéia ridícula”.

Não, MacArthur, a não descontinuidade dos dons espirituais se tornou clara para nós pelos próprios apóstolos, pela própria Bíblia Sagrada, a única regra de fé e prática para qualquer crente genuinamente pentecostal. Não há nenhum texto bíblico que diga que os dons espirituais não são mais para os nossos dias.

E a questão ficou clara também para Pais da Igreja e grandes nomes da Igreja dos primeiros séculos como Justino Mártir (100-165), Irineu (115-202), Teófilo de Antioquia (120-186), Tertuliano (160-220), Novaciano (200-258), Gregório Taumaturgo (213-270) e Hilário de Poitiers (300-368), mas, infelizmente, foi renegada pela maioria dos Pais da Igreja do terceiro século em diante como reação aos desvios Montanistas.


Apesar disso, há registros de contemporaneidade dos dons espirituais durante a Alta Idade Média e, depois, entre os valdenses, nos séculos 12 a 15, e com os anabatistas, no século 16; entre os quacres e pietistas, no século 17; na França, entre os Camisardes, chamados de “calvinistas das cavernas”, no século 18; na Finlândia, também no século 18, durante o avivamento que impactou os luteranos naquele país e que ficou conhecido como “Heränneet”; além de entre os Morávios, na República Tcheca, na mesma época. Nos séculos 18 e 19, há ainda registros na Inglaterra, Rússia, Estados Unidos, Indonésia, Escócia, Austrália, Brasil (sim, entre batistas no Rio Grande do Sul, 30 anos antes da chegada de Gunnar Vingren e Daniel Berg), Armênia, Alemanha, África e Noruega, dentre outros países.


A contemporaneidade de todos os dons espirituais, inclusive a glossolalia, foi clara para John Wesley (1703-1791), que a defendeu em carta ao pastor Conyers Middleton (
The Works of John Wesley, A Letter to the Rev. Dr. Conyers Middleton, volume 10, pp. 54 a 56). Essa carta pode ser lida clicando AQUI.

A contemporaneidade dos dons espirituais foi clara para o célebre batista inglês F. B. Meyer (1847-1929), sobre o qual o cessacionista Spurgeon disse certa vez: “Ele prega como um homem que viu Deus face a face”.

Ela foi clara para o reverendo R. B. Swan, sua esposa e alguns membros de sua igreja em Providence, Rhode Island, EUA, em 1875, que receberam todos, segundo depoimento do próprio Rev. Swan, a glossolalia. E o que dizer dos relatos e/ou experiências próprias de glossolalia registrados nos séculos 18 e 19 por Thomas Walsh, William Doughty, William Arthur, Horace Bushnell, V. P. Simmons, J. C. Aroolappen e tantos outros?

Em 1801, há 212 anos, nos Estados Unidos, na localidade de Cane Ridge, Kentucky, cerca de 3 mil pessoas, em um acampamento da Igreja Presbiteriana, entraram no que descreveram como “estado de júbilo”, com “centenas” delas “falando em línguas sobrenaturalmente” (
Dicionário do Movimento Pentecostal, CPAD, 2007, p. 235).

A contemporaneidade dos dons espirituais foi clara para o célebre evangelista congregacional Dwight Lyman Moody (1837-1899), contemporâneo de Spurgeon e que foi, segundo historiadores, o homem que mais ganhou vidas para Jesus no século 19.


Ela foi clara também para o célebre pregador calvinista congregacional David Martyn Lloyd-Jones (1899-1981) (Leia
AQUI excelente artigo de John Piper a respeito). E nos dias de hoje, a contemporaneidade dos dons espirituais é aceita por calvinistas como Wayne Grudem, J. I. Packer, John Piper, Craig Keener, D. A. Carson, Mark Driscoll, C. J. Mahaney, Tim Keller, Sam Storms, Matt Chandler, Vincent Cheung, James MacDonald, Matt Slick, James K. A. Smith, Johanes Lilik Susanto e Paul Walsher, só para citar os conhecidos. Porém, MacArthur ignora essa gente toda e cita ele e R. C. Sproul como referência sobre o assunto, como que querendo dizer que a teologia dele e de Sproul está acima da de todos estes outros colegas calvinistas. Com todo respeito que possamos ter por MacArthur e Sproul como ensinadores (eu mesmo gosto de muitos textos de Sproul), eles não são melhores teólogos do que muitos daqueles que acabei de mencionar.

E para piorar, MacArthur, ao final de sua fala, cita nomes do pentecostalismo que pregavam heresias ou que caíram em pecado, quando deveria lembrar de pentecostais como Stanley Horton, Anthony D. Palma, William Menzies, David Wilkerson, Roger Stronstad, Myer Pearlman, George Wood etc etc etc, todos seus compatriotas. Já imaginou se cometo o mesmo pecado de tomar todos os reformados por nomes dentre eles que os constrangem justamente por não representarem a maioria dos reformados ou o que pensa os reformados, seja pelo seu ensino ou comportamento? Não seria correto, seria? Seria profundamente desonesto, na verdade.
 
Outra acusação foi que MacArthur e os cessacionistas estão falando de algo que só é verdade para extremistas, lunáticos do movimento, e ele afirma que “obviamente não é verdade”, porque acredita que há erro no movimento carismático que varre todo o movimento. “Noventa por cento das pessoas em todo o mundo ligadas ao movimento carismático apropriam-se do evangelho da prosperidade”, disse ele. “24 a 25 milhões deles negam a trindade, 100 milhões deles são católicos romanos. Esta não é uma franja. Este é o movimento, e está crescendo a uma taxa rápida”, acrescentou.

Se juntarmos todos os católicos carismáticos, os unitaristas e os carismáticos e neopentecostais adeptos da Teologia da Prosperidade ou de outras heresias em todo o mundo, eles provavelmente não chegam sequer a 30% dos mais de 800 milhões de pentecostais no planeta. Colocar todos eles no mesmo saco é de uma irresponsabilidade e insensibilidade enormes. Nas igrejas pentecostais europeias, por exemplo, quase inexiste a Teologia da Prosperidade. E mesmo nos EUA, Brasil e África, onde a Teologia da Prosperidade é forte, há muitos pentecostais que pregam e ensinam contra ela, inclusive a maior denominação pentecostal do nosso país. 
 
“Se os líderes reformados que conhecem a verdade, o Evangelho e a Palavra de Deus não policiarem o movimento, os terroristas espirituais vão dominar”, disse ele.

A moda agora é chamar todo divergente de “terrorista”. Vide Obama, que chamou os parlamentares republicanos mês passado de “homens bomba”, “terroristas” e “incendiários”.

MacArthur já chamou carismáticos de “não-cristãos” e “terroristas”. O que falta agora? “Doentes mentais”? “Demoníacos”?
 
“O movimento carismático tem aberto mais amplamente a porta para o erro teológico do que qualquer outra aberração doutrinária nos dias de hoje”, acrescentou MacArthur, observando que no capítulo 12 de seu livro ele escreveu uma carta aberta a seus amigos continuístas.

O neopentecostalismo é que tem aberto. E mais uma vez ele coloca os males do mundo evangélico na conta dos continuístas de forma geral. É de uma desonestidade enorme. Será que ele não leu nenhum livro da profusão de livros apologéticos pentecostais nos EUA e no mundo combatendo os erros do neopentecostalismo?
 
“Se os dons praticados na igreja carismática de hoje são equivalentes aos descritos no Novo Testamento, então esses dons originais não tinham nada de especial”, disse ele, acrescentando que estes “degradam os verdadeiros dons que Deus deu à igreja do primeiro século”.
Ele acrescentou que o movimento “desonra o Espírito Santo, atraindo pessoas com falsificações, e faz as pessoas pensarem que elas não têm o que precisam, e que há algo lá fora que precisam perseguir”.

Esse foi o argumento mais tíbio de todos. Os dons só seriam extraordinários se ficassem circunscritos à Era Apostólica?

Quanto a eventuais falsificações, MacArthur esquece que falsas e distorcidas manifestações de dons espirituais ocorreram até nos tempos apostólicos, vide, só para citar um exemplo, as orientações de Paulo aos crentes em Corinto sobre desvios nessa área ali.


O que devemos fazer não é negar os dons porque há gente que os perverte, mas orientar em favor das manifestações sadias. Como diz um velho e sábio provérbio latino,
Abusus non tollit usum – “O abuso não tolhe o uso”.

Não se joga o bebê fora junto com a água suja da bacia. Não se toma a maioria pela minoria. Não se deve transformar exceção em regra e regra em exceção. Regra é regra, exceção é exceção.


Quanto às declarações de que a contemporaneidade dos dons espirituais “desonra o Espírito Santo” e “faz as pessoas pensarem que elas não têm o que precisam, e que há algo lá fora que precisam perseguir”, trata-se de uma tremenda distorção das coisas:


1) Quem aceitou Jesus como Senhor e Salvador tem tudo o que precisa em termos de Salvação, mas isso não significa que os dons espirituais, que acompanham a Salvação, que são acessórios dela, não são importantes. Os dons (inclusive os espirituais) não são essenciais para a salvação, mas eles são importantes, porque foram dados à Igreja para a sua edificação, para o enriquecimento da vida cristã.


2) Desprezar os dons espirituais é que é negativo, pois é apagar uma ação específica do Espírito Santo em nossas vidas a qual tem por objetivo enriquecer ainda mais o nosso serviço a Deus e à Sua Igreja (1Ts 5.19-21).


3) A Bíblia nos orienta a buscarmos, a perseguirmos, “os melhores dons”, e inclusive menciona o de profecia como um destes melhores (1Co 14.1).
 
MacArthur também apontou para aqueles que são continuístas, auxiliando o problema, porque eles querem dar lugar para o movimento carismático e “não estão ajudando a resolver os problemas de falsa doutrina”.

Pois é, para MacArthur, gente como Wayde Grudem, J. I. Packer, John Piper e o falecido D. Martyn Lloyd-Jones seriam calvinistas que atrapalham, dando oportunidade à expansão da falsa doutrina. E como ele já disse que a maioria dos crentes continuístas é de “não-cristãos”, logo o próximo passo deve ser o Céu só para os cessacionistas. Não sei se ele vai chegar a tanto, mas ele já beira a isso em alguns momentos ao afirmar que seu cessacionismo não é uma questão secundária, mas de suma importância para toda a fé cristã.

Que pena. Em uma época em que os cristãos sérios deveriam se unir para combater males reais e comuns no meio evangélico, alguns deles dirigem seus ataques para o foco errado.
******
Fonte: http://www.cpadnews.com.br/blog/silasdaniel/?POST_1_84_AS+SANDICES+DE+JOHN+MACARTHUR.html