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quarta-feira, 9 de março de 2016

A Incredulidade dos Crentes

09.03.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por Pr. Tiago Santos*

a-incredulidade-dos-crentes

É possível o cristão, a pessoa que já abraçou a fé em Jesus, experimentar momentos de incredulidade? Ocrente não é, por definição, alguém que venceu a incredulidade?
Num determinado episódio do ministério de Jesus, um homem trouxe seu filho, tomado por um espírito imundo, e suplicou que lhe expulsasse o demônio. Num certo, ponto, o homem, desesperado, diz a Jesus: Se tu podes, tem compaixão de nós. Jesus replica dizendo: Se tudo podes! Tudo é possível ao que crê. O homem, em lágrimas, ao mesmo tempo em que disse que cria, também disse: ajuda-me em minha falta de fé! (Marcos 9.14-29).
Diante daquele homem estava aquele que movia céus e terra. A fama de Jesus ia literalmente à sua frente. O homem sabia que só Jesus poderia ajuda-lo. Mesmo assim, ele reconhece que não tinha fé o suficiente. “apistia”, é a palavra no grego para falta de fé. Isso é o que acontece com muitos seguidores de Jesus. Creem mas não creem.
A Bíblia nos mostra que é possível que mesmo aquele que conhece Deus; que anda no caminho de Deus; que expressou fé no Senhor, sofra algum episódio de incredulidade.
Os discípulos de Jesus, em mais de uma ocasião, mesmo após testemunharam os feitos mais fantásticos, sofriam falta de fé. No episódio da tempestade, ou na multiplicação dos pães e peixes e mesmo durante e após a crucificação do Senhor, eles foram incrédulos.
A história da igreja também registra a experiência de homens fieis que lutaram contra a fé e a descrença. John Bunyan, autor do livro O Peregrino é um deles.
Bunyan conta em sua autobiografia, “Graça abundante ao principal dos pecadores”(Fiel) que em suas lutas contra sua consciência acusadora e contra as tentações e provas de Satanás, ele desejava ser como um “cachorro, ou um cavalo, por não possuírem uma alma sujeita ao inferno”. Ele sentia grande tristeza por ter sido criado por Deus, crendo que seria condenado por causa de seus pensamentos pecaminosos, pois não cria ser possível alcançar a santidade. Em certa oportunidade, a passagem de Lucas 22.31, que diz “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou” parecia tão vívida para Bunyan que ele a ouvia como que se alguém a gritasse atrás de seus ombros. Ele lutou com a certeza de sua chamada e salvação. Muitas vezes ele sentia-se como Saul, Caim ou Esaú – um errante, que tendo conhecido alguma coisa da Palavra de Deus, a abandonou por um prato de lentilhas. Seus temores pelo inferno causavam desespero e grandes tumultos em sua alma.
Então, é possível ao cristão passar por episódios muito reais e dolorosos de incredulidade e incerteza. Ele pode estar envolvido em atividades eclesiásticas e desenvolver hábitos, rotinas e exterioridade religiosa, mas, ainda assim, estar com sua espiritualidade comprometida. É possível o cristão manter-se firme em seus compromissos eclesiásticos e, ainda assim, não desfrutar da plenitude e alegria da salvação e da fé; é possível que ele valorize a igreja, mas que o ritual e a forma façam mais sentido do que o conteúdo.
Sinais que podem indicar essas situações são desânimo, falta de fé, ceticismo, falta de alegria nas coisas da fé, indiferença, esfriamento, ingratidão, amargura, tristeza – muitas vezes isso pode ser resultado de pecado, de consciência cauterizada ou pode ter a ver com a personalidade, trajetória do indivíduo, momento que esteja vivendo, problemas, etc. O ponto é que, em algum momento da vida cristã, estamos sujeitos a sermos tomados por incredulidade.
A Bíblia oferece exemplos de homens fieis e de fé que enfrentaram abatimento e falta de fé. Veja a história de Elias.
Elias foi profeta em Israel. Ele viveu durante os dias do Rei Acabe, Rei do norte de Israel, que reinou por 21 anos em Israel, entre os anos 871 a 853 a.C., quando já fazia cerca de 200 anos que o reino de Israel fora divido.
O exercício do chamado profético de Elias se deu em um tempo particularmente conturbado. A fé no Deus de Israel havia desaparecido do reino do norte. Todos os reis que precederam Acabe foram ímpios, idólatras, assassinos, homens violentos, embrutecidos e que prevaricaram contra Deus e levaram o povo a pecar.
O cenário religiosos dos dias de Elias era caótico.
O culto a Deus, prescrito tão cuidadosamente por Moisés no livro da Lei, havia sido de todo corrompido: os sacrifícios, os utensílios, os sacerdotes, as ofertas, tudo isso estava terrivelmente comprometido – o que da lei não fora esquecido, foi distorcido e imiscuído com rituais e crenças religiosas dos povos pagãos, vizinhos de Israel. O ambiente religioso era sufocantemente sincrético.
Então aparece Elias. Profeta de Deus.
Deus se manifesta e pronuncia sua palavra através de Elias.
1 Reis 17 nos introduz a esse homem de Deus.
Ele era corajoso, destemido, confiante.
Ele vivia diante da face de Deus.
Disse ao rei Acabe: “Tão certo como vive o Senhor, perante cuja face eu estou, não choverá sobre Israel”.
Deus estava punindo a apostasia do rei e do povo com juízo.
Enquanto Elias creu na Palavra de Deus, ele suportou as situações mais adversas com confiança e coragem.
Ele desafiou o rei com a Palavra de juízo vinda da parte de Deus.
Deus o sustentou.
Os corvos levavam o alimento de Elias para ele.
Ele hospedou-se fora do país, na região de Tiro, na cidade de Sarepta, em Sidom, na casa de uma viúva.
Mais manifestações do poder de Deus se viram, quando o azeite e a farinha da casa da viúva não findavam, e os alimentava – por meses e meses; quando pelo poder de Deus, Elias orou para que Deus ressuscitasse o filho da viúva, que morreu e ele o ressuscitou; quando Deus mandou que ele voltasse a Acabe e se apresentasse a ele.
Acabe odiava Elias. Ele o chamava de “perturbador de Israel”.
Elias desafia Acabe e os profetas de sua esposa, Jezabel, que eram sacerdotes da divindade Baal. Todo o povo deveria ser convocado para assistir o desafio.
No monte Carmelo, ele propõe um desafio: os profetas ofertariam um holocausto ao seu deus e, como prova de que esse deus existia, ele deveria enviar o fogo do céu. Eles aceitaram mas não puderam fazer nada. Se mutilaram, gritaram, fizeram seus ritos. Nada.
Elias, então, montou o altar, que havia sido derrubado, preparou a oferta para holocausto e a encharcou de água. Três vezes, a ponto de ter feito uma poça d’água em volta da oferta; e então ele orou e disse:
Ó SENHOR, Deus de Abraao, Isaque e de Israel, fique hoje sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas. Responde-me SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu SENHOR, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles.
Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, a lenha, e as pedras e a terra, e ainda lambeu a agua que estava no rego. O que, vendo todo povo, caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus. (1Reis 18-36-39)
Elias persegue e mata todos os profetas de Baal.
Triunfo.
Ele ora para que chova.
Chove.
Vitória.
Então, Jezabel, irada, manda um recado a Elias: amanhã eu te destruirei!
Pronto. Elias enche-se de medo (o que é justificável. Qualquer de nós que tivesse um ditador louco e enfurecido contra nós, prometendo-nos que nos matará em 24 horas, ficaríamos assustados). Ele sai de onde estava em fuga, para “salvar sua vida”. Andou errante, assentou-se debaixo de uma árvore… E pediu a morte! Disse a Deus: “Basta, toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor que meus pais”.
Que contraste!
Depois de tudo que ele havia passado. Depois de tudo que ele havia feito. Depois das grandes e poderosas manifestações de poder da parte de Deus por meio de Elias, depois de sua fidelidade e firmeza, sua coragem e retidão: ele ainda era perseguido e agora tinha uma ameaça de morte diante de sua face. A mulher mais poderosa da nação estava enfurecida de ódio contra ele e prometeu que ele morreria. Elias temeu.
Ele não quis mais continuar.
O homem mais corajoso de Israel, cai em desânimo, medo, terror e tristeza.
Não dava mais para ele. Ele queria a morte para si.
Isso é algo terrível.
A morte é inimiga da humanidade. É uma maldição sobre o ser humano.
Um israelita, que servia ao Deus vivo – o Deus acerca de quem ele dizia “Tão certo como vive o SENHOR”, pede para si a morte.
Ele não queria mais lutar.
Não queria mais fugir.
Não queria mais enfrentar o mal – que parecia prevalecer.
Ele não aguentou a pressão.
Ele não confiava mais. Não cria mais.
Quis a morte.
O que podemos aprender deste episódio da vida de Elias?
Por muito tempo, mesmo diante de adversidades mais severas do que essa última – vá lá, Jezabel era poderosa e cruel, é verdade, mas depois do que aconteceu no Carmelo? Ali sim a situação era tensa. Se Deus não ouvisse a oração de Elias, se ele não estivesse tão certo de que Deus vindicaria seu próprio nome naquele episódio, sua vida e reputação estariam perdidos para sempre. Perto do Carmelo, a fúria de Jezabel era peixe pequeno. Mas, mesmo assim, ele sucumbiu.
A ansiedade o dominou. O desânimo o dominou. O abatimento o dominou. O medo o dominou. A tristeza o dominou. Ele já não era capaz de expressar a mesma fé que expressara em dias passados.
Todos nós estamos sujeitos a abatimentos. Todos nós estamos sujeitos a incredulidade e ao abatimento que surge como resultado da incredulidade. Não importa quão santo seja o homem de Deus, a incredulidade será uma realidade em sua experiência, em algum nível, de alguma maneira.
Elias chegou nesse ponto depois de tantas vitórias, tanto avanço, tantas manifestações do poder de Deus.
Há certos momentos em que as coisas são tão nebulosas que não fazem mais sentido. Nesses momentos, podemos ser tomados por ansiedade. Podemos nutrir certas expectativas e se elas não acontecem do jeito que imaginamos, então nossas estruturas se abalam e parece que o chão se abre debaixo de nossos pés.
Isto então deve nos fazer perceber que a fé de ontem não serve para hoje.
A confiança e vitórias do passado, ainda que sejam poderosos aliados em nossa caminhada cristã, não haverão de nos sustentar sozinhos. Precisamos de fé renovada. Fé diária. Pão diário. Temos de confiar, com um olho no passado, que Deus estará conosco também no presente e no futuro. Temos de usar o passado como uma evidência de que a mesma promessa que nos sustentou em outros momentos, haverá de nos sustentar agora, no torvelinho que se passa hoje.
Também podemos aprender com Elias que mesmo no momento mais duro, no abatimento mais severo, na dor mais aguda, na aridez de alma, falta de esperança e fé, temos o recurso da oração.
Elias estava chateado e abatido. Ele quer morrer. O que ele faz? Ele conta para Deus. Ele reclama com Deus. Ele apresenta para Deus sua queixa, como o salmista que apresenta diante dele a sua aflição (Sl 88) e Habacuque que leva sua indignação diante de Deus em oração (Hb 1.2-4). Elias ora. Ele pede a morte, é verdade – mas ele o faz ao próprio Deus.
Quando estamos vivendo essas batalhas que parecem não fazer sentido, quando a fé nos falta, quando estamos desapegados de Deus, quando não desfrutamos mais as alegrias das vitórias sobre os baalins, podemos lembrar daqueles dias de outrora, como Davi, que ao orar, no Salmo 51, pede a Deus que restaure nele a alegria perdida, a alegria da salvação. Podemos pedir que Deus venha ao nosso socorro. Mesmo que seja num pedido esdrúxulo, como o de Elias. Esse pedido é também um pedido de socorro. É uma forma de dizer a Deus que as coisas estão erradas, não estão dando certo e que precisamos da ajuda dele.
E sabe de uma coisa? Deus ouve! Deus cuida do abatido de alma e do desanimado. Veja só o que Deus fez a Elias: (1Reis 19.5-8).
No meio do deserto, da incredulidade, da falta de esperança… Deus alimentou Elias.
Deus não o acusou por sua falta de fé; não o acusou de ser um ingrato e incrédulo. Deus deu pão.
Podemos buscar a face de Deus em oração e pedir auxílio, graça, direção e sustento no meio das lutas e mesmo da falta de fé e coragem.
Podemos também apoiar aqueles que sofrem com a incredulidade ou falta de fé.
Há momentos nos quais o que podemos oferecer àquele que luta contra a incredulidade é sustento. Uma boa palavra ou até um bom silêncio companheiro, na forma de um abraço, de um aceno, de um olhar. Não com chavões ou frases de efeito e até mesmo repreensões. Os amigos de Jó foram grandes amigos, enquanto mantiveram-se em silêncio diante do sofrimento de Jó. Fizeram tudo certinho: estiveram junto dele; rasgaram suas roupas; jogaram pó e cinza na cabeça… Mas aí eles acharam que tinham de ensinar teologia para Jó. Que tinham que dar sentido ao sofrimento e ao momento confuso que ele vivia.
Não é assim.
Deus alimentou Elias.
Esse sustento foi também para Elias consolo. Foi isso que o fortaleceu para o deserto que ele ainda teria de enfrentar. Ele viu sua confiança revigorada, restaurada. Ele ouviu a voz de Deus e confiou nela. Ele passou a obedecer a Deus, depois de confortado e fortalecido.
Há muito que a história de Elias pode nos ensinar sobre episódios de incredulidade de crentes. Todos estamos sujeitos a viver episódios assim. Que Deus nos ajude a vermos nele a nossa força e consolo quando passarmos por águas turvas; que ele nos dê graça e sensibilidade para ajudar irmãos e irmãs queridos que passam por momentos assim.
*****
Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/03/incredulidade-dos-crentes/

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Conhecer a Deus transforma vidas

31.12.2013
Do blog TEOLOGANDO

Um estudo dos atributos de Deus é uma experiência transformadora. Ver Deus na Sua grandeza e glória  transforma vidas. Conhecer a Deus tanto quanto possível foi o objetivo de grandes homens e mulheres de Deus na Bíblia. Os grandes homens da Bíblia eram aqueles que tinham uma paixão para conhecer a Deus; eles eram homens que chegaram a “ver” Deus. Nesse post, vamos focar nossa atenção em dois homens cujas vidas foram transformadas por ganharem uma grande apreensão dos atributos de Deus.

A. Jó, o homem íntegro e reto

Jó, pela avaliação de Deus, era “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1:8). Deus permitiu uma série de desastres para afligir através da ação de Satanás. Jó era “aconselhado” por três amigos, os quais somente acrescentaram a ele mais sofrimento. Jó estava enfraquecendo debaixo do peso das suas aflições quando Deus pessoalmente o reprendeu. Deus não explicou porque Ele permitiu o sofrimento entrar em sua vida. Ele não informou Jó do envolvimento de Satanás ou do Seu próprio propósito para tudo aquilo que aconteceu. Deus simplesmente lembrou Jó que Ele era Deus e de alguns dos Seus atributos como Deus (Jó 38-41)
Ele lembrou Jó da sua natureza finita e sua falha. Jó se arrependeu. Ele não mais perguntou para saber por que Deus estava trabalhando assim como Ele estava em sua vida. Ele não mais precisava saber. Tudo o que ele precisava saber era que o que estava acontecendo era trabalho de Deus, e que Deus, como Deus, faria e poderia fazer o que era o melhor. Os atributos de Deus colocaram Jó de volta no caminho, espiritualmente falando, e lhe assegurou que se ele conhecia a Deus, ele sabia o suficiente. Seu sofrimento nunca foi explicado, porque ele por fim veio da mão de Deus.
Observe estas palavras no final do livro de Jó:
7 – Sucedeu que, acabando o SENHOR de falar a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. (Jó 42:7)
Estas palavras indicam algo muito importante, pois elas revelam que Deus distinguiu entre Jó e suas respostas à sua aflição e seus três amigos com suas respostas à sua aflição. Os amigos de Jó estavam errados! Eles deviam se arrepender. Seu erro? Eles não falaram o que era certo a respeito de Deus.
Jó falou corretamente a cerca de Deus, porém quando? Penso que Jó falou corretamente sobre Deus no início dos seus problemas (Jó 1:21-22) e então no final deles quando ele se arrependeu.
1 – ENTÃO respondeu Jó ao SENHOR, dizendo: 2 – Bem sei eu que tudo tu podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. 3 – Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. 4 – Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. 5 – Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. 6 – Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza. (Jó 42:1-6)
Jó está dizendo: “Antes do meu sofrimento, Eu sabia sobre Você. Porém, agora, após meu sofrimento e após suas palavras de repreensão (lembrando-me dos seus atributos), eu cheguei agora a conhecer Você” Jó “ouviu de Deus” pelo ouvir do ouvido, porém agora Jó “viu a Deus”. Jó veio a conhecer Deus mais completamente. O sofrimento de Jó serviu aos mais altos propósitos de Deus dos quais Jó ainda ignorava. Porém eles também serviram aos propósitos de Deus para Jó, o que lhe causou conhecer mais completamente e melhor apreciar os atributos de Deus, e, portanto, conhecer mais completamente Deus. Os atributos de Deus levaram Jó a pensar corretamente sobre Deus e então responder corretamente ao seu sofrimento.

B. Moisés

Moisés também foi radicalmente mudado como um resultado do seu conhecimento crescente dos atributos de Deus. Considere a sequência dos eventos da vida de Moisés os quais lhe revelaram os atributos de Deus que por sua vez trouxe intimidade aumentada com Deus.
O primeiro encontro de Moisés com Deus está descrito em Êxodo 3:
1 – E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe. 2 – E apareceu-lhe o anjo do SENHOR em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. 3 – E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima. 4 – E vendo o SENHOR que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui. 5 – E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. 6 – Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. (Êxodo 3:1-6) 11 – Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? 12 – E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte. 13 – Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? 14 – E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. 15 – E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, Ele me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração. (Êxodo 3:11-15)
O primeiro encontro de Moisés com Deus revelaram vários atributos importantes de Deus, mesmo que ele tenha falhado em perceber ou acreditar neles. Primeiro Moisés foi instruído que o Deus de Israel é um Deus eterno. A sarça ardente não se “consumia”, ela simplesmente “ardia”. A sarça ardente era uma manifestação simbólica de Deus, o qual é eterno. Ele, como o fogo, não termina. E também, neste mesmo encontro, Deus disse a Moisés um dos Seus nomes. Deus é o grande e eterno “Eu Sou” (verso 14). Moisés viria a apreciar a eternidade de Deus nos anos por vir. É de admirar que o único Salmo (90) que Moisés escreveu foi um Salmo refletindo a eternidade de Deus?
Segundo, Moisés estava seguro da contínua presença de Deus com ele quando ele foi para o Egito para cumprir sua tarefa dada divinamente. Esta presença sempre contínua é celebrada por Davi no Salmo 139 e é assegurada aos discípulos pelo nosso Senhor ao dar a Grande Comissão (Mateus 28:18-20); veja também (Hebreus 13:5) Moisés iria logo pedir a Deus para fazer o que Ele tinha prometido (veja Êxodo 33:12-16; 34:8-9)
Terceiro, no encontro de Moisés com Deus na sarça ardente, ele foi instruído sobre a santidade de Deus. Foi dito para Moisés não se aproximar da sarça e para tirar as suas sandálias, pois o lugar ao redor da sarça era sagrado (Êxodo 3:5-6). A santidade de Deus se tornaria um tema proeminente no ministério de Moisés.
Se Moisés foi mantido à distância de Deus em Êxodo 3, o restante do livro de Êxodo descreve o intenso desejo de Moisés de ficar próximo de Deus para conhecê-Lo mais completamente. Quando Deus libertou Israel do Egito, Ele apareceu na forma de uma nuvem, separando-os dos egípcios e orientando-os para a terra prometida (veja Êxodo 14:19-20). No Monte Sinai, quando Deus deu a Lei para os israelitas, Ele se manifestou para a nação pelo fogo, fumaça, um nuvem, trovão e relâmpagos, e tremor de terra (Êxodo 19:16-19). O povo e os sacerdotes eram mantidos à distância e não era permitido nem olhar para Deus (19:21-25)
Uma coisa pouco comum tem lugar em Êxodo 24. Para Moisés, com Arão e seus dois filhos, Nadab e Abiu, acompanhados por 70 dos anciãos do povo, é concedida uma manifestação especial da glória de Deus:
9 – E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. 10 – E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. 11- Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam. (Êxodo 24:9-11)
E mesmo após está surpreendente revelação de Deus para aqueles líderes da nação, na ausência de Moisés eles tomaram parte na confecção de um ídolo contra as enfáticas instruções de Deus em contrário.
2 – Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3 – Não terás outros deuses diante de mim. 4 – Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 – Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. 6 – E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos. (Êxodo 20:2-6)
1 – MAS vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. 2 – E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei para mim. 3 – Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. 4 – E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito. 5 – E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e apregoou Arão, e disse: Amanhã será festa ao SENHOR. 6 – E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois se levantou a folgar. (Êxodo 32:1-6)
Quão surpreendente! Estes israelitas tinham testemunhado o triunfo de Deus sobre os “deuses” do Egito no êxodo. Eles cantaram louvores a Ele após terem atravessado o Mar Vermelho (Êxodo 15:1-18) Eles viram as manifestações espetaculares da presença de Deus no monte. Arão e seus filhos e os 70 anciãos da nação foram privilegiados em comer uma refeição na presença de Deus. E mesmo assim, após a ausência de Moisés por um curto período de tempo, eles estavam desejosos de fazer um ídolo em direta desobediência àquilo que eles tinham sido ordenados.
Deus ameaçou consumir este povo rebelde. Ele ofereceu fazer um nova nação dos descendentes de Moisés. Moisés implorou a Deus para ter misericórdia do seu povo, e então cumprir Sua promessa à Abraão, e trazer glória para Ele mesmo entre as nações (veja Êxodo 32:11-13) Deus reteve a sua ira e prometeu ser com Moisés na condução do povo para a terra prometida. Porém Ele manteria distância deste obstinado povo.
1 – DISSE mais o SENHOR a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, à terra que jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: À tua descendência a darei. 2 – E enviarei um anjo adiante de ti, e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus, 3 – A uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo de dura cerviz, para que te não consuma eu no caminho. (Êxodo 33:1-3)
Enquanto Deus manteve Sua distância dos israelitas de dura cerviz, Ele permaneceu próximo de Moisés que gozou uma intimidade com Deus nunca vista desde o Jardim do Éden:
7 – E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação. E aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial. 8 – E acontecia que, saindo Moisés à tenda, todo o povo se levantava, e cada um ficava em pé à porta da sua tenda; e olhava para Moisés pelas costas, até ele entrar na tenda. 9 – E sucedia que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda; e o SENHOR falava com Moisés. 10 – E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, todo o povo se levantava e cada um, à porta da sua tenda, adorava.- E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda. (Êxodo 33:7-11)
Alguém poderia pensar que ele estaria satisfeito com tal intimidade com Deus, porém ele não estava. Ele queria mais, mais de Deus. Querendo conhecer a Deus mais intimamente, ele fez a seguinte petição.
12 – E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. 14 – Disse pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar. 15 – Então lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui. 16 – Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra? 17- Então disse o SENHOR a Moisés: Farei também isto, que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço por nome. 18 – Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. (Êxodo 33:12-18)
A resposta para o pedido de Moisés está registrada nos seguintes versos:
33:19 – Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. 20 – E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá. 21 – Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui te porás sobre a penha. 22 – E acontecerá que, quando a minha glória passar, por-te-ei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. 23 – E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá. 34:1- ENTÃO disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste. 2 – E prepara-te para amanhã, para que subas pela manhã ao monte Sinai, e ali te põe diante de mim no cume do monte. (3 – E ninguém suba contigo, e também ninguém apareça em todo o monte; nem ovelhas nem bois se apascentem defronte do monte. 4 – Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantando-se pela manhã de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe tinha ordenado; e levou as duas tábuas de pedra em suas mãos. 5 – E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do SENHOR. 6 – Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; 7 – Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. – E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, adorou, (Êxodo 33:19 34:8)
Este incidente na vida de Moisés deveria nos instruir certamente, porém ele também deveria nos motivar a seguir os seus passos. Nós podemos achar para nós várias lições neste texto:
(1) Viver próximo a Deus é perigoso para aqueles que abrigam pecados e injustiças. Deus deixou claro que os homens pecadores devem manter distância (Êxodo 19:21-24) Se Deus estiver presente entre o Seu povo e eles persistirem em seus pecados, Ele os destruiria (Êxodo 33:3)
(2) Deus deseja comunhão com os homens, e Ele provê os meios para a comunhão. Deus se revelou para os israelitas, para seus líderes, e especialmente para Moisés. Deus quer manifestar Sua glória para os homens. Ele se glorificou no Egito ao derrotar o Faraó e os Egípcios. Ele se glorificou libertando a nação de Israel e mantendo Suas promessas da aliança com Abraão e seus descendentes.
Deus manifesta a Sua glória para os Seus escolhidos assim eles podem louvá-Lo e servi-Lo. Os homens não podem ter comunhão com Deus por causa dos seus pecados. Moisés pediu a Deus para ir com eles a terra prometida e também para perdoá-los dos seus pecados. (Êxodo 34-9). Por causa do pecado do homem, Deus proveu para Seu povo ter comunhão com Ele. Primeiro Deus chamou Seu povo de lado assim eles poderiam adorá-Lo (veja Êxodo 4:22-23) Então Deus deu para o Seu povo a Lei, a qual distinguia o santo do profano. A Lei definia o que era desprezível e detestável na visão de Deus. Ela também provê barreiras as quais mantém certos limites entre Deus e os homens. O tabernáculo foi uma destas barreiras. Somente um homem entraria no santo dos santos uma vez ao ano. E finalmente Deus proveu sacrifícios de sangue assim os pecados dos homens poderiam ser perdoados e então entrar em comunhão com Ele. Quando o Senhor Jesus foi crucificado no Calvário, Ele era o sacrifício total e definitivo, tendo morrido pelos pecados uma vez por todos, assim que agora não há nenhuma barreira entre os homens e Deus para aqueles que estão perdoados e justificados em Cristo (veja Hebreus 9 e 10),
(3) Conhecer a Deus foi o incentivo para Moisés conhecê-Lo ainda mais intimamente. Quando Deus apareceu a primeira vez para Moisés, ele estava com medo de olhar para Ele, e assim ele escondeu sua face (Êxodo 3:6) Em Êxodo 33, Moisés suplica a Deus para contemplá-Lo em sua glória. O que pode produzir tal mudança em Moisés? Eu creio que foi o seu crescente conhecimento de Deus. Nenhum homem jamais foi privilegiado de ter companhia com Deus como teve Moisés. Deus encontrava regularmente com Moisés e falava com ele “face a face, como um homem fala com seu amigo” (32:11). Entretanto Moisés queria mais de Deus. Quanto mais nós venhamos conhecer a Deus, mais queremos conhecê-Lo. Conhecer a Deus produz a motivação e os meios para conhecê-Lo ainda mais.
(4) Não conhecer a Deus intimamente leva-nos a manter distância de Deus e finalmente resulta em idolatria – criando um “deus” feito por nós mesmos. Isto nós aprendemos da nação de Israel. Eles foram instruídos para manter sua distância de Deus, e eles quiseram desta forma. Deixe Moisés interceder com Deus. Deixe-o viver perigosamente por chegar em contato íntimo com Ele. Eles manteriam sua distância. E assim logo eles estavam ocupados fazendo e adorando um “deus” que eles mesmos fizeram um “deus” que poderia estar perto deles. Porém este não era o mesmo Deus que lhes deu Sua Lei, que proibiu idolatria e imoralidade. Este era um “deus” a quem eles poderiam adorar e servir enquanto pecavam. E assim eles fizeram, para sua própria destruição. Quando nós não procuramos conhecer a Deus, acabamos nos afastando dEle e eventualmente construindo um “deus” por nós mesmos.
(5) A motivação de Moisés era que Deus o conhecia totalmente, e, portanto, ele desejava conhecer a Deus mais plenamente.
12b – e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:12b-13)
Existe uma relação muito próxima entre sendo conhecido por Deus e procurar conhecer a Deus (veja 1 Coríntios 8:3; 13:12; Gálatas 4:9).
(6) Moisés queria conhecer a Deus mais plenamente a fim de servi-Lo melhor. O desejo de Moisés em conhecer a Deus mais plenamente não foi para ser servido. Ele procurou conhecer a Deus mais intimamente a fim de ser capaz de preencher o seu chamado para liderar a nação de Israel:
12 – E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. 13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:12-13)
Moisés foi mandado levar o povo de Israel para a terra prometida. Como ele poderia fazer isso se ele não conhecia Aquele que era para ir com ele. Para ver Deus mais completamente era ser mais bem preparado para servi-Lo.
(7) Moisés queria conhecer a Deus mais plenamente, não somente para seu próprio benefício, mas para o benefício dos outros. Moisés já tinha sido assegurado da presença de Deus com ele (Êxodo 3:12; 33:14). Moisés procura por uma grande revelação da glória de Deus e pela Sua presença com Seu povo, Israel (33:15-16; 34:9). Através de todo este texto em Êxodo 33 e 34, Moisés está intercedendo pela nação de Israel. Seu pedido pessoal para ver a glória de Deus está ligado ao seu pedido de Deus estar presente com o Seu povo.
(8) Conhecer a Deus é conhecer Seus “caminhos” para conhecer Seu caráter. Moisés rogou a Deus.
13 – Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. (Êxodo 33:13)
Não podemos conhecer a Deus intimamente e pessoalmente sem conhecer o caráter de Deus, Seus “caminhos”. Por isso Moisés rogou a Deus para conhecer os Seus caminhos, para poder conhecê-Lo.
(9) A graça de Deus é tanto a base como o objetivo de conhecer a Deus. Leia estas palavras de Moisés mais uma vez:
13a – “Agora, pois, se tenho achado graça aos Teus olhos, rogo-Te que me faças saber o Teu caminho, e conhecer-Te-ei, para que ache graça aos Teus olhos;” (Êxodo 33:13a)
Você percebe? A expressão, “se tenho achado graça (ou favor) aos Teus olhos” é repetida neste único verso. Tendo achado favor aos Teus olhos, Moisés pode pedir a Deus para conhecê-lo mais completamente. E vir conhecer a Deus mais completamente é procurar a fim de achar o favor de Deus.
(10) O caráter de Deus e a Sua glória. Finalmente, note que a revelação da glória de Deus é a revelação do caráter de Deus:
5 – E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do SENHOR. 6 – Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; 7 – Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. (Êxodo 34:5-7)
O que constitui a glória de Deus? A glória total de Deus não pode ser vista pelos homens, mesmo por um homem como Moisés. Seria algo como tentar olhar diretamente na luminosidade total do sol. Porém Deus revelou para Moisés alguns dos seus atributos. O esplendor e fulgor da manifestação física de Deus naquele monte foi porém um símbolo visual da glória da Sua pessoa, seu caráter. A graça de Deus e compaixão são Sua glória. Sua bondade amorosa é Sua glória. Sua fidelidade é Sua glória. Sua santidade e justiça são Sua glória.

Conclusão


Minha esperança sincera é que cada um de nós pudéssemos nos juntar com Moisés e dizer com ele, “Deixe-me ver Sua glória.” Não existe alegria e privilégio maior na vida do que contemplar a glória de Deus. Os céus estarão gozando da glória de Deus por toda a eternidade – e nós podemos começar agora. Porém se quisermos ver a glória de Deus, devemos estudar Seus atributos. E não devemos estudá-los como meras qualidades acadêmicas. Estas são características de Deus como uma Pessoa. E o resultado do nosso estudo deverá ser aquele de Moisés. Deveremos responder em adoração e em serviço o qual é sua expressão (veja Êxodo 34:8-9) Vamos não somente procurar ver a glória de Deus pessoalmente, porém procurar trazer outros em Sua presença também, para a Sua glória.
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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O desejo de agradar a Deus

05.12.2013
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Bob Waldron

Nossa época é uma de análise e descoberta. Os homens não se contentam em saber que alguma coisa acontece. Eles têm que saber por quê.

Por isso, muitos dos nossos problemas sociais estão recebendo explicações psicológicas. Conseqüentemente dizem que ficar bêbado, roubar e matar são doenças psicológicas. É apenas natural que o comportamento religioso também seja explicado com base sociológica e psicológica. Por isso, pode ser mostrado que os desvios na maioria dos períodos de inovação vêm das classes de pessoas mais ricas. A tendência é virem das classes superiores. A tentação é dizer que os ricos são maus e os pobres são bons. No entanto, uma suposição dessas seria altamente injustificada. Então o que estamos dizendo é que devemos tomar muito cuidado com a maneira que empregamos a psicologia e a sociologia na religião.

A fidelidade de Jó

Antropólogos sempre buscaram colocar o comportamento religioso exclusivamente em aspecto de necessidades sociológicas. Há uma necessidade psicológica e sociológica para a religião; no entanto estas explicações, ou apenas estas necessidades, não explicam comportamento religioso. Há muitas exceções às explicações sociológicas comuns para a religião. Por exemplo, como poderíamos justificar a piedade de Jó numa base sociológica ou psicológica? Ele não era justo porque era pobre visto que também era justo quando era rico. Sua posição social não fez nenhuma diferença na sua justiça. Pense sobre sua situação psicológica. 

Lá ele esteve, com tudo. Aí, de uma vez, tudo foi tirado dele. Psicologicamente Jó foi colocado numa situação muito difícil. Todas as explicações psicológicas para o comportamento de Jó e para sua confiança em Deus foram tiradas. Jó admitiu que ele não sabia porque Deus havia trazido tal infortúnio sobre ele. Mas ele permaneceu fiel a Deus. Por quê? Por que havia tantas personagens religiosas na Bíblia que eram fiéis a Deus? Porque amavam a Deus e desejavam servi-lo.

Razões para a justiça

Agora quando olhamos as divisões religiosas sobre o uso de música instrumental ou o sustento de instituições humanas pela igreja, vemos que muitas pessoas de classes mais altas e mais ricas se afastam e pessoas de classes mais baixas tendem a permanecer fiéis, Assim, pensarmos que seu comportamento respectivo era meramente devido a posições financeiras e sociais e deixamos de fora a parte mais importante – a justiça diante do Senhor: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14:15). Havia pessoas ricas que se opuseram aos instrumentos e outras inovações. Não muitas, mas algumas sim. Por quê? 

Porque amavam Deus e desejavam guardar seus mandamentos. Sem dúvida era mais fácil para a classe mais baixa, as pessoas mais pobres, resistir a estas inovações, simplesmente porque não tinham o dinheiro para adotá-las; e seus gostos costumavam ser mais simples, mais conservadores e mais rígidos. Mas justificar sua oposição deixaria de fora a parte mais importante da justiça: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”. É por isso que Abraão rico, Lázaro pobre, Jó rico, Jó pobre, Davi rico, Elias pobre, José de Arimatéia rico e João Batista pobre serviram a Deus. Eles tinham quase nada em comum sociológica ou psicologicamente, mas tinham uma coisa em comum – eles amavam Deus e desejavam servi-lo. Então é óbvio qual influência é a maior – o desejo de servir a Deus ultrapassa as barreiras sociológicas e psicológicas.

Necessidade pela religião

Isso nos leva a uma outra pergunta: E a necessidade pela religião? “Algumas pessoas precisam e outras não.” Esta afirmação deixa muito a desejar. Uma outra afirmação quase certa da idéia seria que algumas pessoas sentem a necessidade pela religião e outras não; mas todos os homens precisam da religião. Os homens, reconhecendo ou não, precisam da Bíblia; e, reconhecendo ou não, precisam tomar muito cuidado para obedecerem a Deus. Devemos lembrar que, muitas vezes, há uma grande diferença entre o que precisamos e o que achamos que precisamos.

“Pregue o evangelho a toda criatura”

É verdade que as pessoas têm tipos diferentes de mentes. Estas diferenças são devidas à herança e ao ambiente. Estas mentes desejam tipos diferentes de religiões, tipos diferentes de atividades mentais. Dizem que não é a missão do evangelista atormentar aqueles de mentes e necessidades diferentes a aceitarem algo que não querem. Isso é verdade. Já aconteceu antes, e o resultado tem sido membros meio-convertidos. No entanto, há uma tendência de levar esta idéia longe demais e usarmos como uma desculpa para não tentarmos converter interessados improváveis. Em outras palavras, apenas converter as almas que “caem do céu”. Mas lembre-se que em Mateus 13 havia tipos diferentes de corações (mentes) e apenas um tipo de mente deu frutos verdadeiros. Apesar disso, a semente foi semeada para todos os corações. O coração que precisava e sabia que precisava da palavra e que a aceitou era o coração que deu frutos. Os outros corações, no fim, foram rejeitados.

Esta é a maneira que devemos proclamar o evangelho hoje. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado”(Marcos 16:15-16). Também vamos tomar cuidado em falar sobre o tipo de mente que precisa da religião bíblica para não deixarmos a impressão de que não tem problema se precisarmos dela, assim como não tem problema se não precisarmos dela. Não devemos dar a impressão de que, se a pessoa, por acaso, não tenha a herança e o ambiente certo para criar o tipo certo de disposição mental, então a conversão é impossível. 

Atitudes podem mudar. Afinal, não é disso que a conversão trata?
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