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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Fé, emoções e imaginação

29.12.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 12.2013
Por Ricardo Barbosa de Sousa

 50 anos sem C. S. Lewis

Um dos escritores que mais influenciaram o cristianismo no século 20 não foi um teólogo, nem um pastor ou missionário, não ocupou grandes púlpitos, não viajou pelo mundo afora pregando em grandes catedrais. Foi um professor universitário de literatura, tímido e que, até a sua conversão, aos 31 anos, fora um ateu convicto. Clive Staples Lewis (1898–1963), conhecido como C. S. Lewis, tornou-se um dos maiores pensadores do cristianismo moderno.

Uma pesquisa realizada há alguns anos entre os leitores da revista americana “Christianity Today” mostrou que, depois da Bíblia, o livro que mais influenciou suas vidas foi “Cristianismo Puro e Simples”, de C. S. Lewis. Uma das razões para a influência contínua dos seus livros entre os cristãos, na minha opinião, é a forma como ele relaciona a razão com a emoção e a imaginação na experiência da fé.

Para Lewis, se a razão era o meio natural para se compreender a verdade, a “imaginação era o meio que dava o seu significado”. A melhor forma de dar significado a conceitos ou palavras é estabelecer uma imagem clara para nos conectar com a verdade. Ele acreditava que a aceitação das coisas como elas se apresentam ao nosso intelecto revela uma fraqueza e um empobrecimento da compreensão da realidade.

Esse tema é retratado em “Surpreendido pela Alegria”, no qual ele narra sua experiência de conversão e descreve o crescente conflito entre a razão e a imaginação em sua formação: “Assim, tal era o estado da minha vida imaginativa; em contraste com ela, erguia-se a vida do intelecto. Os dois hemisférios da minha mente formavam acutíssimo contraste. De um lado, o mar salpicado de ilhas da poesia e do mito; de outro, um ‘racionalismo’ volúvel e raso. 

Praticamente tudo o que eu amava, cria ser imaginário; praticamente tudo o que eu cria ser real, julgava desagradável e inexpressivo…”. De um lado, “o mar salpicado de ilhas da poesia e do mito”; de outro, “um racionalismo volúvel e raso”. Foi sua impressionante capacidade de reconhecer o valor de ambos que contribuiu para a riqueza de sua obra.

Em seu livro “Cristianismo Puro e Simples”, ao falar sobre a relação entre a fé e as emoções, ele aborda o tema criando o seguinte cenário: “Um homem tem provas concretas de que aquela moça bonita é uma mentirosa, não sabe guardar segredos e, portanto, é alguém em quem não se deve confiar. Entretanto, no momento em que se vê a sós com ela, sua mente perde a fé no conhecimento que possui e ele pensa: ‘Quem sabe desta vez ela seja diferente’, e mais uma vez faz papel de bobo com ela, contando-lhe segredos que deveria guardar para si. Seus sentidos e emoções destruíram-lhe a fé em algo que ele sabia ser verdadeiro”.

O problema da fé não está na razão como meio para se compreender a verdade, mas na forma como respondemos a essa verdade emocionalmente. Para que a fé seja consistente, ela precisa conectar a razão com as emoções, e isso se faz por meio da imaginação. Ele reconhece que “não é a razão que me faz perder a fé: pelo contrário, minha fé é baseada na razão… A batalha se dá entre a fé e a razão, de um lado, e as emoções e a imaginação, de outro”.

A fé como expressão lógica da razão atrofia a alma num cristianismo árido. Contudo, a fé como expressão de sentimentos e emoções envolve a alma numa espécie de balão, levado por qualquer vento, para qualquer lugar. O uso da imaginação integra a razão com os sentimentos e oferece à fé um significado real, para um mundo real.

• Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de, entre outros, “A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja”.

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/345/fe-emocoes-e-imaginacao

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Nossa contribuição para o equilíbrio cósmico

28.11.2013
Do portal ULTIMATO ONLINE
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por C.S.LEWIS

quinta-feira

Quando nós oramos pelo resultado de uma batalha ou de uma consulta médica, o pensamento que geralmente passa por nossa mente (se pelo menos nós soubéssemos) é de que a situação já está decidida de um jeito ou de outro.
Creio que isso não é razão para interrompermos nossas orações. A situação certamente está decidida — em certo sentido, ela foi decidida “antes de tudo existir”. Porém, uma das coisas levadas em conta para decidi-la e, portanto, uma das coisas que a ocasionou, pode ser a própria oração que estamos fazendo. Então, apesar de isso parecer chocante, concluo que podemos, ao meio-dia, fazer parte das causas de um acontecimento das 10 horas da manhã. (Alguns cientistas entenderiam isso com mais facilidade do que os leigos.) A imaginação, sem dúvida, tentará nos impor todos os tipos de truque nesse ponto. Ela questionará: “Então, se eu parar de orar, Deus pode voltar atrás e modificar o que já aconteceu?”.
Não. O evento já aconteceu e uma das causas foi o fato de você estar fazendo perguntas em vez de orar. Ou, pode perguntar: “Se eu começar a orar, Deus pode voltar atrás e modificar o que já aconteceu?”. Não. O evento já aconteceu e uma das causas foi sua presente oração. 
Assim, algo realmente depende das minhas escolhas. Meu livre-arbítrio contribui para o equilíbrio cósmico. Essa contribuição é feita na eternidade ou “antes de tudo existir”; mas a minha consciência de contribuição me alcança em um ponto específico do período de tempo.
>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.
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