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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

4 dicas para revitalizar uma igreja

18.09.2019
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 02.08.19
Por Alexander Stahlhoefer*


Revitalizar uma igreja não é uma questão de estética, mas de coração. Há que pense que revitalizar é passar uma tinta nova na fachada ou arrumar algumas coisas quebradas no templo. Porém você não precisa do templo mais bonito, luxuoso, confortável, acessível, hi-tech ou cult, para que sua igreja seja revitalizada. Revitalizar também não significa mudar alguns aspectos estéticos do culto. De nada vai adiantar ter o louvor mais contemporâneo ou o melhor pianista clássico na sua Igreja se o louvor não for coerente com o ensino bíblico e não fluir do coração da congregação reunida.
Revitalizar é em sua essência obra do Espirito Santo trazendo vida nova para dentro de uma congregação espiritualmente estagnada ou decadente. E talvez aqui você vá discordar de mim e dizer: “mas minha igreja não está morta para ter que ser revitalizada!”. Espero que realmente ela não esteja morta e se este for o seu caso, as dicas terão valor mesmo assim. Agora o meu ponto é que cada vez mais igrejas estão estagnadas. Nos Estados Unidos as pesquisas mostram que 80% das Igrejas estão estagnadas no crescimento numérico de membros. Talvez a realidade brasileira não seja a mesma, não temos os dados assim precisos. Porém percebemos que a estagnação espiritual, que tolhe o crescimento numérico, também acomete igrejas por aqui. Não nos enganemos com falas do tipo “crescimento numérico não prova nada, importa é a qualidade teológica”. Algumas congregações correm o risco de deixar de existir se não tomarem consciência da necessidade de deixarem o verdadeiro Evangelho da graça do nosso Senhor Jesus Cristo ser o centro das suas congregações, de modo que vidas sejam acrescentadas ao seu rol de membros, como lemos dos relatos de Atos dos Apóstolos.
Novamente eu imagino que alguns balancem a cabeça em negação e digam “mas eu sou fiel ao ensino bíblico e o evangelho que prego é puro”. Eu acredito em você, mas talvez você preciso se questionar sobre o que está acontecendo com a saúde da sua igreja. Se a fé vem pelo ouvir da Palavra (Rm 10.13-15) e esta palavra precisa ser exposta de forma compreensível e clara, ela precisa endereçar os ídolos, pecados e vícios dos nossos dias e precisa falar para o coração das pessoas. Por isto, eu acredito que muito mais igrejas necessitem de revitalização, para que consigam pregar o evangelho genuíno para dentro das culturas e corações brasileiros produzindo a verdadeira transformação interior que só a Palavra de Deus produz.
Mas atenção! Não estou aqui advogando que há um modelo perfeito de  ser igreja. Acompanho amigos pastores cujas igrejas cantam à capela e usam liturgia clássica, mas que pregam para a mente e o coração do homem pós-moderno (sem se render ou se vender à esta cosmovisão específica), outros que usam vestes litúrgicas e muitos elementos tradicionais, mas transitam no universo da cultura pop, sem com isso se render à midiatização do evangelho. Outros pastoreiam igrejas pintadas de preto, com muitas luzes, mas cantam hinos da reforma e pregam expositivamente a Bíblia toda. Revitalizar, como eu disse no começo, não é mudar a forma de fazer cultos, é deixar Deus mudar o coração da sua igreja por meio da sua Palavra.
Por isso a revitalização começa de dentro pra fora. Deixo algumas dicas que aprendi na caminhada própria e também vendo outros amigos.
1. Ore! Ore pela igreja em primeiro lugar. Ore também por cada membro individualmente. Ore por cada atividade. Ore pela cidade, pelo bairro, pelas ruas. Ed Stetzer recomenda que você faça caminhadas de oração, para conhecer o bairro, as pessoas e os motivos de oração da sua vizinhança ao mesmo tempo em que já caminha orando por elas. Confesso que muitas vezes fui relutante quanto à oração. Como ativista que sou, via o tempo de oração como um tempo que poderia ser melhor empregado com atividades. Então orava menos para “fazer” mais. O resultado foi que eu fiz menos e orei menos. Ou seja, colhi frustração. E aqui cabe um testemunho pessoal. Não foi uma só vez em que eu orei nome por nome do rol de membros e surpreendentemente alguém me ligou para abrir o coração, seja para se dispor na obra, ou para pedir ajuda com algo. Se você for ativista, como eu, deixo a dica: ore ao Senhor da obra, a maioria das coisas que você quer fazer, só Deus pode!
2. Pregue a Palavra toda. Não são as tua ideias que farão a diferença. Há quem acredite que tudo se resolverá com boas ideias. Igreja não é startup, embora você possa aprender muito com elas, pois a graça comum também se manifesta neste ambiente de alta criatividade. Mas não é sua criatividade que fará a Igreja ser renovada. Também não é o seu estilo de liderança que fará a diferença. Aprender a não ser autoritário ou relapso é importante e ajuda você a não jogar tudo fora. Mas não é um questão de estilo ou de atitudes de líder. Não é tua capacidade de oratória. Tudo isso pode ser útil. Mas é o agir do Espírito por meio da Palavra que convence as pessoas do que Deus quer fazer! Em minha experiência todas as mudanças positivas que ocorreram na igreja foram resultado da exposição da Palavra. Pessoas que precisavam se reconciliar foram convencidas na Palavra desta necessidade. Lideranças que esqueceram da importância unidade da Igreja para que pudéssemos avançar no testemunho e na missão, entenderam na Palavra que precisavam deixar de lado seus projetos individuais em favor do que a Igreja como um todo estava decidida a fazer. A Palavra é um divisor de águas, alguns não concordaram com ela e deixarão a comunidade. Só podemos lamentar as perdas no caminho, mas Palavra de Deus permanece e faz a sua obra.
3. Tenha paciência. As coisas não serão fáceis. Um amigo meu que também está revitalizando uma igreja costuma comparar a igreja a um navio. Se ela tiver uma estrutura muito pesada, muitas tradições, muitas lideranças fortes, ela é como um navio transatlântico que levará muito tempo para mudar de curso. Agora se sua igreja for menor, mais flexível e mais aberta à mudanças, ela está mais para um bote, que pode mudar de direção rapidamente. Porém, geralmente as mudanças não ocorrem do dia pra noite. Você precisa de tempo. E vai precisar saber esperar. Thom Rainer diz que você precisa ter paciência estratégica. Implemente uma mudança de cada vez. Veja os resultados das mudanças. Talvez você tenha que dar um passo para trás antes de dar dois ou três para frente. Revitalizar não é algo para quem tem pressa.
4. Celebre as vitórias. Não espere até você ter uma igreja com 400 membros para celebrar, pois pode ser que isso nem aconteça! Celebre cada novo convertido, cada batismo, cada líder que assume uma tarefa. Celebre com a Igreja e mostre que Deus está agindo no meio dela e por meio dela! Celebre no culto principal, pois ali é o lugar da assembléia da congregação, onde juntos vocês adoram a Deus. Cada vitória é testemunho do agir do Senhor e precisa ser motivo de gratidão e louvor a Deus. Celebre também em grupos menores ou individualmente, quando alguém que passou por lutas interiores tem conseguido dar passos rumo à maturidade. Além de você ensinar às pessoas a darem graças a Deus em todo tempo, estará mostrando à Igreja que o Senhor não cessa de fazer sua obra.

*Alexander Stahlhoefer, pastor na Missão Evangélica União Cristã em Concórdia/SC desde 2018. Anteriormente pastoreou em Timbó/SC (2009-2012) e foi pregador em diversas igrejas na região de Nürnberg, Alemanha (2012-2017). Doutorando em Teologia pela Universidade de Erlangen, Alemanha.
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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Uma Defesa ao Estudo de Teologia

08.09.2015
Do portal da REVISTA REFORMADA, 10.01.2012

Este áudio é um estudo que fiz com a Mocidade da minha Igreja. Como não consegui gravar no mesmo dia, resolvi gravá-lo em casa. Nele eu procuro defender o estudo de teologia abordando três pontos:

1)      Todos nós já somos teólogos.
2)      O estudo mais importante que o homem pode realizar é o de Teologia.
3)      Uma abordagem bíblica nos textos de 2 Pedro 1:20 e Êxodo 20:12.

Para fazer este estudo eu tomei como base as aulas ministradas pelo pastor Frankin Ferreira na Escola Charles Spurgeon, bem como suas palestras na Conferência Fiel de 2011. Além deles também usei o livro “Teologia Sistemática” e “Questõs Últimas”, ambas do autor Vincent Cheung. Para saber mais clique nos links.



- Transcrição -

Teologia
A palavra Teologia é de origem grega e é formada por duas palavras:

Θεóς
Theos, que significa Deus ou Divindade.

E

Λóγος
Logos, ou Logia, que significa Estudo, Palavra ou Razão.

Então, em seu estado mais simples, Teologia significa o estudo de Deus.

Teologia Cristã
Tendo em vista o significado de teologia, ocorre-nos uma pergunta: “O que vem a ser teologia Cristã?”.
Teologia Cristã é o estudo de Deus segundo Ele se revela no livro máximo da religião Cristã que é a Sagrada Escritura.

Uma Defesa ao Estudo de Teologia
Acredito que esse é um ponto importante para nós pensarmos, pois há muitas pessoas que menosprezam o estudo de Teologia. Eles citam erroneamente 2 Coríntios 3:6 onde diz que “... a letra mata e o Espírito vivifica” para tentar justificar essa prática. Eles vão argumentar que não precisam estudar para aprende sobre Deus, pois o Espírito fala diretamente aos próprios corações através da Escritura. Que o tempo que se gasta no seminário poderia se gastar evangelizando e salvando vidas.
Porém, se Teologia é o Estudo de Deus, alguém que evangeliza já está fazendo Teologia. À medida que essa pessoa fala sobre Deus como Criador da Terra, ou quando ela fala do perdão dos pecados concedidos na Cruz, ou ainda algo bem mais simples como cantar um hino ou fazer uma oração, essa pessoa já está fazendo Teologia. Ainda que essa pessoa seja católica, islâmica, kardecista (ou seja, espírita), alguém ligado à umbanda ou ainda um ateu, se essa pessoa pensar em Deus, ela já está fazendo Teologia.
Então isto nos faz todos teólogos. Logo, o que está em questão aqui não é quem é teólogo ou quem não é teólogo, mas quem é um bom teólogo e quem é um mau teólogo.
Esse é o meu primeiro ponto de defesa ao estudo de Teologia. Todos já somos teólogos.

O meu segundo ponto é que o estudo mais importante que o homem pode realizar é o de Teologia. Esse ponto tem uma abordagem filosófica, então eu peço aos irmãos uma atenção mais acentuada. Pensemos.
Quais as questões últimas da vida? Primeiro, darei uma definição de questões últimas. As questões últimas são as questões de última importância, tal que, as suas respostas guiam a nossa forma de pensar, agir e ver o mundo. Ou seja, as questões últimas definem o que é a realidade última, que é a realidade verdadeira. Alguns exemplos de questões últimas são: Deus Existe? Se existe como nós podemos conhecê-lO? Há algum sentido para a vida? Há vida após a morte? O que é realidade? Nós podemos conhecer algo?
Visto que o Cristianismo se autoproclama a única religião verdadeira, e a ressureição de Cristo ao terceiro dia comprova essa veracidade, então podemos concluir que todas as outras religiões ou filosofias que tentam responder essas perguntas respondem de maneira errada. Ora, sendo o Cristianismo o único caminho para responder a essas perguntas de forma correta, então ele é o único sistema de pensamento que pode mostrar com veracidade a realidade última. Como é a Teologia Cristã que se preocupa em dá resposta a essas perguntas, isso faz o estudo de Teologia o estudo último que o homem pode realizar.
O Teólogo Vincent Cheung escreveu o seguinte em seu livro “Teologia Sistemática”: “A palavra TEOLOGIA refere-se ao estudo de Deus. Quando usada num sentido mais amplo, a palavra pode incluir todas as outras doutrinas reveladas na Escritura. Ora, Deus é o supremo ser que criou e até agora sustenta tudo o que existe, e a teologia procura entender e articular, de uma maneira sistemática, a informação por ele revelada a nós. Assim, a teologia se preocupa com a realidade última. Visto que é o estudo da realidade última, nada é mais importante. Porque contempla e discuta essa realidade, ela, consequentemente, define e governa cada área da vida e do pensamento. Portanto, assim como Deus é o ser ou realidade última, a reflexão teológica é a atividade humana última”.

E em terceiro lugar, uma abordagem Bíblica.
O texto de 2 Pedro 1:20 diz “... nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação”.
O que esse texto diz para nós? Ele diz que ninguém pode ter uma interpretação própria ou individual da Escritura. Mas se nós não podemos ter uma interpretação individual, nós temos que ter uma interpretação conjunta. Ou seja, a interpretação de um texto feito por nós tem que está de acordo em primeiro lugar, com a mensagem de toda a Escritura e em segundo lugar com a interpretação dada pela Igreja de Cristo como um todo. Mas como nós poderemos saber o que a Igreja de Cristo diz sobre determinado versículo se nós não estudarmos a teologia que a Igreja de Cristo desenvolveu e vem desenvolvendo há mais de dois mil anos de história? Nós não devemos mais olhar para a história da Igreja simplesmente como um conjunto de datas e de personagens, mas sim como esses grandes homens e mulheres do passado interpretaram as Escrituras.
O segundo texto que eu gostaria de fazer menção é o texto que se encontra em Êxodo 20:12. Esse texto é o Mandamento que Deus nos manda honrar nossos pais. Esse mandamento não é somente para os nossos pais de sangue, mas ele se estende aos nossos pais espirituais, aqueles homens e mulheres que nutriram a fé em nós.
Isso faz um paralelo direto com o Texto de 2 Pedro. Seguindo esse raciocínio, além dos nossos pais naturais, dos nossos irmãos, pastores e presbíteros que nos ajudaram e ainda ajudam a crescer na nossa fé, nós devemos honrar aqueles grandes homens do passado que ajudaram a toda a Igreja a interpretar passagens difíceis da Escritura. Homens como Agostinho, Irineu de Lion, Lutero, Calvino, John Owen, Jonathan Edwards, Spurgeon, e ainda aqueles homens que Deus levantou hoje para nos ajudar nessa caminhada, como John Piper, John MacArthur, R. C. Sproul, J. I. Packer. Estes são homens que merecem todo nosso respeito como pais espirituais que nos ajudaram e continuam nos ajudando a amadurecer espiritualmente. Os Pais da Igreja, os Reformadores, os Puritanos e tantos outros foram homens que contribuíram de uma maneira muito grandiosa para a Igreja Cristã.
Que Deus nos abençoe e nos guie no estudo de Teologia.

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Fonte:http://revistareformada.blogspot.com.br/search/label/Teologia

domingo, 6 de setembro de 2015

Qual Seu Ponto? Cinco Sugestões para Sermões Mais Claros

06.09.2015
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 31.08.15
Por  Robert Kinney

Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado; para que eu o manifeste claramente, como devo fazer. (Colossenses 4.3-4)
No que diz respeito ao seu modo de proclamar a palavra – ou o que os retóricos chamavam estilo na oratória –, parece que clareza era algo prioritário para Paulo.[1] E, quer ele pretendesse ou não que aquela frase fosse prescritiva para a nossa pregação, há algo a se aprender aqui.[2]
É algo que eu preciso aprender. Certamente, clareza é uma das coisas pelas quais mais tenho lutado na minha própria pregação. Mas também me parece ser algo que muitos pregadores consideram desafiador. Clareza é difícil. E é difícil por muitas razões. Contudo, um aspecto chave da pregação, do qual a clareza geralmente depende, é a articulação de uma única ideia ou proposição principal. É claro que apregação expositiva nem sempre precisa ser proposicional num sentido técnico. Todavia, a exposição sempre tentará localizar e comunicar o cerne da passagem bíblica.
É isso que você está tentando fazer em sua preparação para o sermão, a cada semana?
Ou será que a sua pregação não tem um ponto central?[3]
Uma preocupação prática com a clareza
Há uma séria falta de clareza resultante de não se apresentar a ideia mais ampla, o ponto central. E essa falta de clareza é comum. Essa pregação sem ponto central pode ser o resultado da influência da assim chamada Nova Homilética, ou do aparente sucesso de muitos pregadores com a pregação narrativa, ou do desejo dos pregadores de serem criativos ou de criarem suspense em seus sermões, ou de um desejo muito mais rasteiro de simplesmente entreter, ou da capacidade cada vez menor de concentração do nosso povo, ou de uma variedade de outras influências. É fácil deter-se numa boa história ou querer enfatizar a emoção de um texto ou a beleza de algum elemento secundário. Quaisquer que sejam as causas, alguns de nós parecem ter aderido a um tipo de pregação que deixa de lado o estabelecimento de uma ideia principal, seja dedutiva ou indutivamente. Muitas vezes, não há nenhuma coerência de pensamento que permita identificar um ponto central único e memorável. E, tristemente, nosso povo muitas vezes vai embora sem nenhuma ideia do que deveria ter aprendido.
É compreensível, em nossa era pós-moderna de abordagens voltadas para a reação do leitor e de compromissos inabaláveis com a auto-realização, que o sermão tenha se tornado um bufê de pensamentos da mente do pregador (três ou quatro observações sobre o texto, talvez uma ou duas tangentes, poucas aplicações vagamente relacionadas, algumas boas histórias ou citações, talvez uma referência à ilustração de abertura para envelopar tudo), no qual a congregação simplesmente põe no prato o que lhe parece bom e se alimenta daquilo.
Enquanto pregadores, nós pensamos que construir apenas umargumento único e então defendê-lo a partir do texto parece excessivamente rudimentar, formulaico ou, talvez, até mesmo legalista. Então, nós tentamos evitar dizer ao nosso povo o que pensamos ser o ponto central do texto. Evitamos estruturar nossos sermões como uma demonstração composta de várias partes. Evitamos o foco de uma ênfase única, porque temos medo de que estejamos errados, o que acidentalmente mostraria que não sabemos de tudo. Ou, o que é pior, temos medo de que a nossa pregação se pareça demais com uma pregação.
E, embora haja algum valor em evitar o formulaico (já que nosso povo sem dúvida acharia cansativo ter a mesma estrutura toda semana), essa abordagem aleatória e sem ponto central da pregação pode estar fazendo um desserviço ao nosso povo. Quando somos ocupados (ou preguiçosos?) demais para chegarmos a um ponto único, ou quando tentamos escondê-lo em retórica, ou quando falhamos em estabelecer uma estrutura clara para o nosso sermão, nosso povo – cansado, ocupado e distraído como é –, quase sempre irá perder o ponto central. Ou, o que é mais provável, eles podem simplesmente perceber que, na verdade, somos nós que não tínhamos um ponto principal.
Clareza: unidade e ponto central
A clareza que provém de formular um argumento bem fundamentado, culminando em uma proposição única, é uma característica chave da retórica antiga.[4] Essa premissa foi capturada nas preleções de Robert Lewis Dabney sobre A Retórica Sacra, publicadas no final do século XIX, as quais oferecem meditações sobre a relação entre a oratória antiga e a pregação. De modo relevante, dois dos seterequisitos cardinais do sermão apontados por Dabney enfatizam essa ideia de apresentar um ponto central único.
Primeiro, embora cuidadosamente rejeite o reducionismo, ele sugere que a unidade do sermão (seu segundo requisito) resulta da combinação de todas as suas diferentes partes, que conduz a uma impressão geral para o ouvinte. Assim, o pregador deve “ter um assunto principal de discussão, ao qual ele adere com supremo respeito do começo ao fim”, bem como deve apresentar “uma impressão definida à alma do ouvinte, para a qual tudo no sermão converge”.[5]
Essa segunda exigência, a apresentação de “uma impressão definida”, parece ser expandida no sexto requisito de Dabney: umponto central. “Com esse fim, deve haver, primeiro, uma verdade principal, prática e importante, distintamente capturada pelo pregador em sua relação com a ação da alma que ele deve estimular. E toda a questão do discurso deve se organizar de tal modo a pôr em destaque essa proposição”.[6] Dabney conjectura que sermões deficientes em um ponto central ou não contêm em si Verdades valiosas, ou essas Verdades “não são colocadas de modo a se sobressaírem à compreensão dos ouvintes”.[7]
O que fazer? Cinco sugestões para encontrar clareza
Se você também luta com a questão da clareza, há algumas coisas práticas a serem consideradas enquanto você prepara o sermão:
1. Tenha um ponto central
Pregação expositiva não é simplesmente um comentário sobre o texto. É a transmissão da Verdade do texto.[8] Como tal, é muito importante que você chegue, em sua própria mente, a uma proposição clara e curta que expresse a ideia geral do seu sermão (a qual, é claro, será derivada da ideia geral do texto) e, então, de fato, apresente essa proposição em algum momento do sermão. Como Bryan Chapell observa tão claramente em seu livro Pregação Cristocêntrica: “Os ouvintes rapidamente se cansam de caçar ideias e anedotas pela paisagem teológica no esforço de descobrirem aonde o seu pastor está indo”.[9]
2. Mostre como o ponto central está fundamentado no texto
Boa exegese e boa reflexão teológica lhe revelarão uma clara ênfase no texto. Se você tiver trabalhado duro, isso lhe dará a ideia geral para o seu sermão. Mas você deve mostrá-la claramente no texto. É claro que você deseja que o seu povo confie em você, mas, mais do que isso, você deseja que tenham confiança na Verdade daquilo que você está dizendo a partir da Palavra de Deus. Você não precisa ser um guru ou um mágico expositivo. Os melhores sermões são aqueles em que as pessoas sentem que você simplesmente lhes apontou o que está no texto e deixou que ele fizesse efeito em seus corações e mentes.
3. Contenha-se: edite para alcançar clareza
Não tenha medo de “aparar” o seu trabalho com liberalidade. Uma das maneiras mais rápidas de dar clareza ao seu tema central é cortar fora de sua apresentação tudo o que não sirva para apoiá-lo. Isso pode ser muito difícil se você tiver se dedicado bastante em sua exegese. Você terá aprendido bastante sobre o seu texto durante a última semana e ficado bem eloquente em questões secundárias. Não obstante, se você fez o trabalho de restringir-se a uma ideia principal, não confunda nem distraia as pessoas com outras coisas, não importa quão curiosas lhe pareçam.
4. Contenha-se: edite para alcançar simplicidade
Não leve seu povo em um caça-tesouros exegético. O instinto de apontar seu povo para o texto e desfrutar daquele momento em que todos voltam sua atenção para as Escrituras é bom. Contudo, maisnão é sempre melhor. Os editores de nossas Bíblias nos deram milhares de referencais cruzadas. O seu povo não precisar vê-las todas. Não confunda uma multidãoo de conexões com algo que pode dar um apoio real para seu argumento. Se há um texto chave, claro, leve a igreja até lá. Porém, é mais que provável que haja somente uma ou talvez duas passagens assim em um sermão. Abra mais passagens que isso e você possivelmente estará na esfera da teologia bíblica  (o que pode ser útil), porém isso poderá custar o ponto principal da sua passagem.
5. Contenha-se: edite para alcançar vigor
Pregue sermões mais curtos. Poucos são pregadores de 50 minutos. Ainda menos são pregadores de 60 minutos. Eu provavelmente nunca o conheci, mas me sinto relativamente confiante (pelo menos estatisticamente) em dizer que a duração média do seu sermão é, provavelmente, um pouco maior do que deveria ser. E, mesmo que eu esteja errado, estou bastante confiante em dizer que a duração média do seu sermão é maior do que a sua congregação gostaria que fosse. Leva tempo, destreza e uma incrível autodisciplina para edificar uma congregação que aprecie um discurso longo e bem articulado. Se você não herdou uma congregação assim nem dedicou anos (na verdade, décadas) para desenvolver uma, considere encurtar o seu sermão. No mínimo, o ato de encurtar seu sermão irá forçá-lo a uma maior clareza e, idealmente, a apresentar de modo simples e sucinto a sua ideia geral.
Notas:
[1] “Com respeito ao estilo, um dos seus principais méritos pode ser definido como perspicuidade. Isso se mostra no fato de que o discurso, se não tem o seu significado aclarado, não irá cumprir a função que lhe é própria”. Aristóteles, Retórica 1404b (LCL, Freese). Quando os retóricos antigos consideravam a clareza, ou perspicuidade, eles parecem estar primariamente focados na escolha das palavras e em se elas causariam confusão à audiência. Ver também Quintiliano, Institutio Oratoria 8.1.1-7. Isso poderia muito bem ser o que Paulo tinha em vista em 1 Coríntios 1.17: “Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo”. Para Cícero, a clareza também se estende à organização do material em favor de um argumento primário. “Uma organização dos assuntos a serem mencionados em um argumento, quando feita de modo adequado, torna toda a oração clara e inteligível”. Ver Cícero, De Inventione 1.22. Essa tradução vem de Cicero, The Orations of Marcus Tullius Cicero, Volume 4 (trans. C.D. Yonge; London: G. Bell & Sons, 1913), 241-306.

[2] Embora muito do argumento deste artigo não possa ser precisamente defendido como uma prescrição do Novo Testamento, é digno de nota que muito do que eu sugerirei sobre a clareza e a apresentação de um ponto central único e identificável, com uma clara estrutura retórica, é observável na pregação dos apóstolos em Atos e na “pregação” escrita de Paulo em suas epístolas.
[3] N.T.: O autor joga com a palavra inglesa pointless, que comumente significa “sem sentido”, mas, literalmente, significa “sem ponto”. A pregação sem ponto central (pointless preaching) não é necessariamente sem sentido, embora possa padecer da falta da clareza a qual alude o autor.
[4] Seria fácil começar com Aristóteles no século IV a.C. e a sua definição de retórica como “os meios reais e aparentes de persuasão” – Aristóteles, Retórica 1.1.14 (LCL, Freese). Poderíamos considerar os manuais de retórica de Cícero e Quintiliano, os quais parecem se fundamentar na presunção de que oratória é persuasão. Sendo assim, se assumirmos essa premissa básica da retórica para a nossa pregação, então o trabalho do pregador –  de fato, a sua responsabilidade –  é persuadir. A clareza que conduz à persuasão, por exemplo, exige um tipo particular de estrutura discursiva. E a estrutura básica da oratória sempre inclui a afirmação de uma proposição principal única, no princípio. Ver Cícero, Rhetorica ad Herennium 1.8.11-1.9.16 e Quintiliano, Institutio Oratoria 4.4. A estrutura da oratória também inclui, tipicamente, uma reafirmação do ponto principal como uma peroração ao final. Ver Cícero, De Inventione 1.52-56. “Que prazer pode um orador esperar produzir, ou que impressão até do mais moderado aprendizado, a menos que ele saiba como fixar um único ponto nas mentes da audiência pela repetição e outro, pela ênfase, como fazer uma digressão e retornar ao seu tema, como desviar a culpa de si mesmo e transferi-la a outro, ou decidir quais pontos omitir e quais ignorar como insignificantes? São qualidades como essas que dão vida e vigor à oratória; sem elas, ela jaz entorpecida como um corpo que carece de fôlego para mover seus membros” – Quintiliano, Institutio Oratoria 9.2.4 (LCL, Butler).
[5] Robert Lewis Dabney, Sacred Rhetoric (New York: Anson D.F. Randolph & Co., 1870), 109. Here, Dabney cites Cicero, De or. 2.114.
[6] Robert Lewis Dabney, Sacred Rhetoric (New York: Anson D.F. Randolph & Co., 1870), 126.
[7] Robert Lewis Dabney, Sacred Rhetoric (New York: Anson D.F. Randolph & Co., 1870), 127.
[8] Considere, por exemplo, as definições de pregação expositiva oferecidas por Mark Dever (“um sermão que toma o ponto central do texto como o ponto central do sermão”) ou Mike Bullmore (“pregação na qual o conteúdo e o propósito da passagem moldam o conteúdo e o propósito da mensagem”). Exposição, assim, não é simplesmente o conteúdo ou o tema central do texto (extraído pela exegese e reflexão teológica). Exposição também exige a simplicidade e a clareza de apresentar o ponto central do texto.
[9] Bryan Chapell, Christ-Centered Preaching, Second Edition (Grand Rapids: Baker Academic, 1994), 44 (Publicado em português com o título Pregação Cristocêntrica (Editora Cultura Cristã, 2002).
Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/840/Qual_Seu_Ponto_Cinco_Sugestoes_para_Sermoes_Mais_Claros

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Como Implantar Membresia a uma Igreja em Plantação?

16.04.2015
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO, 09.04.15

MembresiaDeIgreja-3BeneficiosDaMembresia
É difícil saber quando e como uma igreja em plantação deve estabelecer uma membresia formal.
Na sua origem, a maioria das igrejas em plantação não é capaz de atuar como congregações em pleno funcionamento. Na ausência de uma membresia formal, a igreja não pode praticar a disciplina eclesiástica ou administrar a Ceia do Senhor ou o batismo de um modo bíblico. Assim, os plantadores de igreja devem sentir um encargo de estabelecer uma membresia tão cedo quanto possível.
Mas como deve ser essa mudança de um ponto de pregação para uma congregação com membresia?
Os benefícios da membresia em uma igreja em plantação
Alguns estrategistas de plantação de igrejas ensinam que a membresia é um aspecto lateral no objetivo da plantação de igrejas. Afinal de contas, os plantadores devem estar chamando as pessoas a participarem da vida e da missão da igreja. Essa participação, eles sustentam, é melhor manifestada em ações, e não em pactos de membresia formais.
Mas estabelecer uma membresia formal acarreta ao menos três benefícios para uma nova igreja.
1. A membresia convoca os frequentadores a um compromisso mais firme.
Primeiro, estabelecer uma membresia de igreja convoca os frequentadores regulares a um compromisso mais firme.
Quando um plantador começa uma nova obra, um número de pessoas provavelmente começará a frequentar, a fim de conferir o que está acontecendo por ali. Mas pode ser difícil perceber se é possível contar com essas pessoas para participarem da vida da igreja.
Estabelecer uma membresia dá a essas pessoas um momento “pegar ou largar”. Isso remove a ambiguidade quanto ao seu relacionamento com a congregação e as convoca a se comprometerem plenamente com a obra da igreja.
2. A membresia aumenta a responsabilidade mútua
Segundo, estabelecer uma membresia de igreja aumenta a responsabilidade mútua entre a própria congregação e entre a congregação e a liderança.
Membresia requer comprometimento e isso esclarece, em termos bíblicos, o que significa ser parte da igreja. Quando alguém deixa de ser um visitante e se torna um membro, está se comprometendo a amar, cuidar e orar pelas outras pessoas da igreja.
A membresia também permite aos plantadores saberem de quem devem cuidar e a quem supervisionar; e permite aos plantadores cobrar as pessoas por seus compromissos.
3. A membresia permite à igreja cumprir suas responsabilidades bíblicas
Terceiro, estabelecer uma membresia de igreja permite à igreja cumprir todas as suas responsabilidades bíblicas.
Sem membresia de igreja, o batismo e a Ceia do Senhor perdem uma parte importante de seu significado (o batismo como meio de entrada na comunidade da aliança e a Ceia do Senhor como o sinal da contínua participação naquela comunidade). Além disso, mandamentos como Hebreus 13.17 (“obedecei aos vossos guias”) e 1 Coríntios 5.13 (“expulsai, pois, de entre vós o malfeitor”) somente podem ser obedecidos quando o “vós” da igreja está claramente definido.
Quando estabelecer a membresia da igreja
O momento certo para implantar uma membresia de igreja varia a depender de circunstâncias. Se a plantação começa a partir de uma igreja estabelecida e possui grupo nuclear identificável, pode ser sábio reconhecer imediatamente as pessoas daquela equipe inicial como a membresia da nova igreja. Se o plantador está trabalhando numa “plantação de paraquedas” (na qual ele chega sozinho a um lugar e cada membro é um novo convertido), pode ser necessário algum tempo até que ele possa constituir a igreja e formalizar a membresia.
Aqui estão quatro questões às quais o plantador deve estar atento à medida que busca estabelecer uma membresia, listadas em ordem decrescente de importância:
1. A habilidade de discernir a credibilidade da profissão de fé das pessoas.
Para ter uma igreja, você precisa de cristãos. Sendo assim, um plantador em busca de implantar uma membresia de igreja formal precisa estar apto a discernir que há pessoas nas reuniões que são genuinamente convertidas. Isso significa que os membros em potencial devem compreender o que significa ser um cristão, estar aptos a expressar a sua fé e ter tempo suficiente para que sua fé se evidencie em uma vida transformada.
2. Concordância em torno de uma declaração de fé.
Embora nenhuma igreja tenha concordância unânime em toda questão doutrinária, uma congregação deve ter um consenso básico quanto a questões essenciais como o evangelho, as Escrituras, a natureza da igreja e a natureza da vida cristã. É importante não esperar muito antes de estabelecer uma declaração de fé, porque você pode encontrar dificuldades em obter consenso uma vez que a igreja tenha crescido.
No mínimo, você deve tornar as suas convicções doutrinárias amplamente conhecidas desde o princípio da plantação. Por exemplo, se você for um batista e souber que, quando a igreja estiver constituída, será uma igreja batista, é bom deixar isso claro desde o início. Eu sugiro que você pegue o nome supermoderno que você tenha escolhido para a igreja e inclua nele a palavra “batista”, chegando a algo como “Igreja Batista Kairos”. De outro modo, você terminará numa espécie de situação de “propaganda enganosa”, na qual pessoas que se envolveram na vida da congregação não poderão se tornar membros por causa de diferenças doutrinárias.
Eu também recomendo usar uma declaração de fé que tenha passado pelo teste do tempo, em vez de escrever a sua própria do zero. Não deve ser difícil encontrar uma que se encaixe. Se você não consegue encontrar uma que sirva, provavelmente você é um herege ou “apenas uma daquelas pessoas” (se é que me entende). Provavelmente sua esposa pode lhe ajudar a determinar qual dos dois.
3. Concordância em torno de um pacto eclesiástico.
Um pacto eclesiástico é um contrato que define as responsabilidades e privilégios da membresia. Embora não seja absolutamente necessário ter um documento formal que delineie essas coisas, há uma razão pela qual as igrejas têm se beneficiado de detalhar essas responsabilidades por antecipação. Para dizer o mínimo, os novos membros da igreja precisarão saber o que se espera deles.
4. Constituição da igreja e documentos administrativos.
Embora poucas coisas sejam tão chatas quanto estatutos ou constituições, é útil tê-los à mão ao instituir a membresia em sua plantação de igreja. Desse modo, o meio de receber e remover membros fica claramente estabelecido. É também uma boa ideia estabelecer desde o princípio como líderes serão reconhecidos e como decisões serão tomadas pela membresia.
Como um plantador, você deverá decidir de quais dessas quatro coisas precisará antes de estar confortável em estabelecer a membresia da igreja. Uma vez que tenha essas coisas à disposição, você deve seguir em frente.
Conclusão
A membresia pode não parecer muito importante no início de uma plantação de igreja. Mas, em algum momento do processo, a congregação precisará saber quem “eles” são, a fim de poder cumprir os mandamentos bíblicos para a igreja.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/04/3-beneficios-da-membresia-em-uma-igreja-em-plantacao/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+voltemosaoevangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Adesão ou Conversão? Eis a questão

14.01.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Pb. Josiel Dias*


Hoje em dia está na moda ser evangélico. Celebridades, apresentadores, cantores, jogadores, políticos, muitos se declaram evangélicos, cristãos. Não estamos aqui para julgar ninguém nem temos tal autoridade pra isso, mas cristianismo sem cruz não é cristianismo; cristianismo sem renúncia não é cristianismo; cristianismo sem Jesus pode ser tudo menos cristianismo.

 Adesão ou Conversão? Eis a questãoQual a diferença da adesão para a conversão?

Adesão: É quando não há compromisso algum nem com a comunidade [Igreja] nem tão pouco com Deus. É quando pessoas agem com religiosidade, frequentam apenas por sentirem bem no ambiente. É quando essas pessoas optam por serem evangélicas por gostarem da música gospel, por exemplo. É quando frequentam por interesse, é quando seguem apenas porque seus pais o obrigam. Em toda igreja há frequentadores, por conversão e adesão. Mas é notório o crescimento de denominações que erguem seus mega templos onde grande parte de seus frequentadores são motivados por interesses.

 “O testemunho de vida mostra de fato quem é convertido”

É fácil identificar essa moda da adesão, basta ver o testemunho de vida dessas pessoas. Adesão pode ser entendida por uma opção de escolhas motivadas por necessidades pessoais imediatas, ou ainda, por outros interesses de ordem material, psicológica, social, religiosa, familiar e etc. Enquanto que na análise da conversão o fator de experiência interna, crise de sentido, mudança radical e reorganização de valores estão presentes como categorias determinantes, a prática da adesão, por si mesma, não exige necessariamente, estas categorias. Assim, adesão é simplesmente uma escolha. Não há necessariamente, uma evidência de arrependimento, que leva à uma mudança comportamental.

Conversão: É quando há mudança de vida, é quando há uma vida de renúncia, é quando Jesus é o Senhor de sua vida. Conversão é quando se nasce de novo, (II Co 5.17) é quando os frutos são visíveis e há um bom testemunho. Conversão é quando se morre pra si mesmo, é quando Jesus é dono de tudo. Conversão é viver uma vida totalmente submissa e dependente de Deus. Conversão é viver o que se prega.

“A conversão implica em uma ruptura com a idolatria, com o pecado e com os cultos pagãos, ou seja, o abandono radical das raízes religiosas atuais e aceitação de uma nova verdade de fé que, por sua vez, conduz a um novo estilo de vida, envolvendo crenças, moral, ética e costumes. Nesta nova revelação, a fé e o cotidiano são inseparáveis. Ou seja, a conversão está diretamente associada à uma mudança de caráter, que determinará uma alteração no comportamento do indivíduo.

Paulo, um personagem bíblico que experimentou a conversão genuína, confirma esta mudança radical: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas” (II Co 5.17). A conversão bíblica é algo muito profundo. Trata-se de uma experiência que vai muito além de uma simples escolha motivada por necessidade ou identificação.

É um ato de fé, uma decisão dirigida pelo Espírito Santo, marcada pelo abandono do pecado e, consequentemente, pela transformação de vida. Não é uma experiência exterior, mas interior, gerada de dentro para fora, motivada por uma única coisa: arrependimento.”
Para reflexão:  Conversão ou Adesão? O que você tem vivido?

SEID- Seminário Evangélico da Igreja de Deus- Verdadeira Conversão Oliveira (2004, p. 203), Brown (Ibidem, p. 417)

Deus te abençoe ricamente

Pb. Josiel Dias
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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Chamados para fora

30.12.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 
Por Claudio Santos

Ekklesia, a Cultura do Reino de Cristo
Se você é um discípulo de Jesus, então você é um missionário do Reino Dele. (Mt. 28:19; Mc. 16:15; Lc 7:22; Lc. 10:3; Atos 5:20)
“Respondendo, então, Jesus, disse-lhes: Ide, e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: que os cegos vêem, os
coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho.”  (Lc. 7:22).

Neste pequeno estudo iremos ver o verdadeiro conceito de igreja, do grego “ekklesia”, Ek= “para fora” e klesia = “chamados” – CHAMADOS PARA FORA. Mas, não será uma forma comum como os estudos “de sempre”, vamos sair um pouquinho da caixa para pensar fora dela. Não é aquele tipo de texto que todo mundo gosta, já que aqui vamos falar de mãos à obra, evangelismo, exercício de fé e, principalmente EVANGELISMO lá fora! É  um convite especial à reflexão. Pois informações não libertam, mas a revelação, sim. (João 8:32). Enquanto a ekklesia se tranca e se isola em “clubinhos de doutrinas”, há Projetos de lei em nosso país que, de diversas formas, e sem máscara alguma (ajudadas por novelinhas de TV, etc), ameaçam abalar a estrutura e a saúde emocional da família brasileira.
A Bíblia não manda que os pecadores procurem a igreja, mas ordena que a igreja saia em busca dos pecadores (Billy Graham)
Famílias em risco
Nossos filhos estão perdendo a noção de família, de sexo e de princípios biológicos naturais sobre a reprodução humana. Planos que estimulam as crianças e adolescentes às paixões e à prática sexual de forma precoce e libertina, sem responsabilidade; planos para as legalizações de pecados como prostituição, aborto e pedofilia; além de apologias ao uso de maconha e atentado ao pudor, etc. estão nas filas das pautas do plenário brasileiro. Há estratégias para corromper a mente das crianças nas escolas e dos jovens nas mídias sociais. Porém, pecado não é um paradigma, é um mal para qualquer sociedade e até o cheiro no ar é consequência da perversão da alma. Sodoma e Gomorra que o digam.
As coisas mudam, a sociedade muda, as leis mudam, a comunicação muda, famílias mudam, o pecado se multiplicou, e a ekklesia não pode ficar estancada no tempo e no espaço, alienada na sua religião egoísta com uma venda no rosto, fazendo de conta que nada está acontecendo. É necessário estar com um olhar bem aberto ao clamor das famílias. Elas estão em perigo! As nossas famílias estão correndo riscos e são bombardeadas por todos os meios e forma de comunicação e manipulação da mídia em todos os seus ramos; tanto na esfera moral, quanto na esfera espiritual as nossas famílias estão sendo violentadas. Brinquedos, livros, celulares, tablets e seus aplicativos são os mais novos produtos de contaminação das trevas para as crianças, adolescentes e jovens. Como ekklesia não podemos nos conformar e ficar só assistindo as coisas na TV para ver como é que fica… Podemos fazer a diferença em nosso meio, plantando a cultura do reino de Cristo. O povo tá cansado de corrupção, de omissão e de injustiça, mas também está cansado de religião, de prisão, de teorias que não fazem a menor diferença na vida. A melhor estratégia é a estratégia da Cruz e do Arrependimento. Isso não mudará! Nada poderá substituir o ato de compaixão de Cristo.
“E, não fiquem conformados com este mundo, mas transformem-se, renovem a mente de vocês” (Romanos 12:1).
O evangelho é o poder que transforma uma sociedade
A sociedade bate em nossa porta (porta da igreja), uns por humildade pedindo ajuda, outros com soberba “tacando pedra”, mas não deixa de ser um clamor de um povo pedindo socorro! Mas o que a ekklesia faz? Se esconde atrás de uma capa de preconceito religioso, econômico ou social? As portas estão fechadas? Não deveriam estar abertas ao povo? Qual é o verdadeiro sentido do evangelho da Cruz?
“Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. (Mt. 11:5)
O evangelho é a única vacina que pode descontaminar uma sociedade perdida e contaminada pelo vírus do pecado. Evangelho é mudança e transformação dos males e pecados de uma sociedade de mente culpada para uma qualidade de vida mental e espiritual sem mais os malefícios da culpa. Passar ou conviver com pessoas perdidas sem o mínimo de compaixão, há mesmo o que se repensar nos princípios, valores, gestos e Palavra da Cruz.
De cidade em cidade andou Jesus 
Jesus andava de cidade em cidade. Ele estava lá fora em busca de vidas para o reino de Deus. Uma reunião sistemática de 12, 15 ou 30 seguidores não eram o suficiente para a missão que o Pai lhe entregara. O reino dos céus não é tão pequeno assim, e o Pai deseja compartilhar esse reino com a sua criação. A congregação que seguia a Jesus estava lá fora! Não se vê Jesus fundando templos. Mas, ele não gostou nada quando a Casa de oração (Lucas 19:46) estava servindo de mercado (Templo é lugar de reunião de adoração e comunhão. Mas, os evangelhos narram Jesus investindo tempo lá fora, no meio do povo, influenciando as comunidades a sua volta. Na prática, Jesus pregava nas ruas, era lá que as pessoas estavam.
Nos dias de hoje, aliás, há muito tempo… a igreja de Cristo ainda não entendeu isto, uma vez que pareceu por bem a alguns entender como “chamados para dentro” ou um prédio, uma instituição religiosa apenas? Mas, diante de um contexto bíblico, o termo igreja designa reunião de pessoas, sem estar necessariamente associado a uma edificação ou a uma doutrina específica. Os prédios vão acabar, as instituições vão passar, mas a verdadeira igreja (você, nós) subiremos, entendeu, né? Há comunidades evangélicas que não conhecem, nem se relacionam com as famílias vizinhas. Isso é realmente uma pena! O que é uma igreja?
Não se deve fechar as portas para as famílias ou se trancar da vizinhança. Uma família mal construída e sem estruturas não poderá ter boas experiências com as coisas divinas e precisamos socorrê-las. Aqui na terra as coisas divinas se transformam em ações espirituais, morais ou sociais que aproximam (ou afastam pessoas). Mas, a cultura de Jesus é de aproximação. Não se faz necessário aqui escrever os vários versículos dos evangelhos que narram a trajetória de Jesus, ele ia às cidades, estava no meio do povo, nas praças, esquinas e sinagogas falando sobre o reino dos céus como uma missão. (base bíblica: reler os evangelhos).
“E aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e os doze iam com ele. (Lucas 8:1)
Os discípulos eram chamados para fora
Ao que lemos, o Mestre inspirava os seus discípulos a fazerem a mesma coisa que Ele fazia. E eles todos assim o fizeram. Vieram outros tempos, Jesus não mais se fazia fisicamente presente, mas, os apóstolos entenderam muito bem o recado:
Apóstolo Paulo pregava aos coríntios:
“Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; (II Cor. 11:26)
“Exerçam Ekklesia”. Ide, vão, sigam, saiam, marchem, anunciem o reino dos céus. Jesus está chamando para você SER uma igreja não uma caverna.
CONCLUSÃO:
Não somos um clube, somos ekklesia. A missão da ekklesia não acaba quando se avança na idade.  Há muitos idosos que ainda pregam nas praças, nos metrôs, nas feiras, nos mercados, hospitais, prisões, orfanatos, casas de viúvas, casas das famílias (ensinando e aconselhando fora dos templos também). Talvez alguns jovens líderes ainda não entenderam essa missão. A verdade é que não há outra missão que não seja alcançar vidas, semear e multiplicar o presente de Cristo para pessoas que ainda não tiveram este mesmo privilégio.
Pais, não há aposentadoria prevista para a nossa missão.
Filhos, esta é a missão da igreja de Cristo: a semeadura e o estabelecimento do reino de Deus na terra como é no céu.
Jesus reunia os seus discípulos para oração, comunhão e aprendizado, depois ele os chamava para fora para exercício pleno do chamado.
Quase todas as ações de Jesus como os milagres, as curas e a libertação das pessoas não foram realizadas em templos, Essas coisas aconteciam nas casas, nas ruas, nas praças… (lá fora).
No fim Ele disse IDE pois a todas as nações, anunciem o evangelho, batizem, ensinem… Esse é o cerne do evangelho, o centro da vontade de Deus, a Boas Novas de SalvaçãoCristo é a LUZ para os povos
Pais, filhos, famílias, ministérios podem avançar, o que Deus começou ele vai aperfeiçoar. (Fil. 1:6). O reino dos céus não é somente para a sua família, ou sua parentela ou para o seu prédio (que é passageiro). O reino dos céus deve ser compartilhado com vizinhos, comunidades, cidades, povos, línguas e nações.  Essa é a vontade de Deus! (IDE e pregai) com a ajuda do Espírito Santo.
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis TESTEMUNHAS, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1:8)
REFLEXÃO:
Você é uma igreja de Cristo ou frequenta um templo Cristão?
Até uma próxima amada igreja de Cristo.
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Fonte:http://estudos.gospelprime.com.br/chamados-fora/