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terça-feira, 22 de março de 2022

Doreen Virtue: Maior escritora da Nova Era entrega a vida a Jesus após ler o Antigo Testamento

22.03.2022

Do portal GOSPEL MAIS, 16.03.22

Por  Tiago Chagas

https://noticias.gospelmais.com.br/files/2022/03/doreen-virtue.jpg 

A escritora Doreen Virtue relatou em um artigo seu testemunho de abandono à Nova Era e suas crenças demoníacas e a conversão à mensagem do Evangelho.

Autora best-seller, Doreen Virtue chegou a ser a escritora com mais livros vendidos em todo o mundo sobre o tema. Um dia, ouvindo um sermão expositivo em uma emissora de rádio, ela decidiu que precisava conhecer a verdadeira mensagem bíblica, e sua vida mudou desde então.

Confira o artigo escrito pela autora relatando seu testemunho de vida, e publicado pela revista Christianity Today:

Há cinco anos, eu era a autora de Nova Era mais vendida do mundo. Na época, eu desfrutava de um estilo de vida fenomenalmente lucrativo. Eu morava em um rancho de 50 acres no Havaí. Minha editora me tratou como uma estrela do rock, levando eu e meu marido de primeira classe para dar workshops esgotados em todo o mundo. Nós ficávamos em suítes de cobertura em hotéis chiques e nos acotovelávamos com celebridades.

No entanto, apesar desse sucesso mundano, eu não estava em paz. Para toda a minha busca da Nova Era, havia respostas que eu nunca poderia encontrar.

O engano do diabo

Cresci na falsa igreja da Ciência Cristã, embora minha mãe sempre dissesse que éramos cristãos. Fui ensinada a ignorar as partes “negativas” da Bíblia, como a queda da humanidade e a crucificação de Jesus. Na medida em que estudamos as Escrituras, apenas escolhemos versículos ou os lemos fora de contexto. Então eu estava pronta para o engano do Diabo.

Fui para a Chapman University, na Califórnia, onde me formei em psicologia e me tornei terapeuta profissional. A partir daí, encontrei um agente literário e comecei a escrever livros de autoajuda para grandes editoras. Isso trouxe convites para falar em conferências e aparecer no rádio e na televisão, onde preguei o evangelho da autoajuda.

Quando um editor da Nova Era se ofereceu para transformar minha dissertação de psicologia em um livro de autoajuda, concordei. Com essa editora, comecei a escrever outros livros de psicologia que incorporavam minhas crenças da Ciência Cristã. A popularidade deles me rendeu um trabalho como palestrante com um grupo de professores e vendedores da Nova Era que viajaram para centros de convenções na América do Norte.

Durante os intervalos das palestras, eu andava pelos andares da convenção e visitava os vários estandes da Nova Era. Fiquei intrigada com os cristais de cura e outras mercadorias exóticas que eles exibiam, bem como as técnicas de cura que eles promoviam, que envolviam som, energia, massagem e ioga. Com esses fornecedores, aprendi mais sobre as crenças e práticas da Nova Era.

Logo, eu estava ensinando esses métodos da Nova Era em meus workshops e incorporando-os em meus livros. Enquanto isso, mergulhei em ioga, meditação oriental, limpeza de chakras, astrologia, adivinhação e outras práticas da Nova Era. Os adeptos da Nova Era costumam ver o cristianismo como tendo regras dogmáticas, mas têm seus próprios padrões rígidos sobre o que uma “pessoa iluminada” deve e não deve fazer.

Durante meus 20 anos como professora de Nova Era, fiz turnês com outros autores best-sellers. Promoveríamos técnicas como “quadros de visão” e “afirmações positivas”, acreditando e ensinando que “suas palavras criam sua realidade”. Muitos de nós distorcemos as palavras de Jesus para sugerir que Deus lhe daria tudo o que você pedisse. E o tempo todo, mantínhamos nossa riqueza e fama como evidência de que nossos princípios eram verdadeiros e eficazes.

No entanto, apesar desse sucesso mundano, éramos pecadores impenitentes com vidas marcadas por divórcios e vícios. Ter palestras esgotadas, aplausos de pé, fãs adoráveis e amigos famosos nos deu egos inchados. Lembro-me de acreditar que cada pensamento meu era uma mensagem ou um sinal de Deus ou de seus anjos.

Todo o tempo, eu me convenci de que era realmente uma cristã, embora uma cristã de “mente aberta” que era superior a todos aqueles seguidores de mente estreita que só acreditavam em Jesus. Para mim, Jesus funcionou como um “guia espiritual” que, como um gênio mágico, me ajudou a realizar meus desejos. Eu era uma estudante de religiões do mundo e até tinha um colar com símbolos de todas as principais religiões. Eu acreditava que todos os caminhos levavam ao céu e todas as religiões adoravam o mesmo Deus.

Claro, nem eu, nem nenhum dos outros professores da Nova Era jamais apontaram para o verdadeiro Jesus Cristo. Certamente nunca dissemos a ninguém para ler suas Bíblias. Em vez disso, encorajamos as pessoas a buscarem seus desejos egoístas, tornando-as mais cobiçosas e materialistas.

Arrependimento

Como alguém com uma curiosidade intensa sobre as religiões do mundo, eu frequentemente ouvia rádios cristãs, bem como estações especializadas em budismo, hinduísmo, xamanismo, adoração de deusas celtas e vários outros tipos de espiritualidade. Faminta por respostas, procurei por toda parte.

Em janeiro de 2015, eu estava dirigindo por uma estrada havaiana enquanto ouvia o pastor escocês Alistair Begg na Christian Satellite Network. Begg estava dando um sermão expositivo chamado “Coceira nas Orelhas”. Foi por volta de 2 Timóteo 4, onde o apóstolo Paulo escreve que no fim dos tempos, as pessoas vão querer que seus ouvidos coceguem por falsos mestres que oferecem falsas esperanças (v. 3). Eu poderia dizer que ele estava descrevendo pessoas como eu.

Deus usou o sermão de Begg para me condenar pela primeira vez na vida. Suas palavras perfuraram meu coração de pedra, e eu me senti envergonhada de meus falsos ensinamentos. Quando cheguei em casa, disse ao meu marido, Michael, que queria começar a frequentar uma igreja cristã de verdade. Ele prontamente concordou.

Depois de uma vida inteira de envolvimento nas práticas da Ciência Cristã e da Nova Era, levou tempo para limpar as teias de aranha da falsa crença. Percebi que não confiava em Deus para suprir minhas necessidades. Então, em vez de orar e confiar no Senhor, continuei confiando em cartões de adivinhação, astrologia, leituras psíquicas, horóscopos e cristais.

Ler a Bíblia inteira mudou tudo. Quando cheguei a Deuteronômio 18:10–12, encontrei uma lista de atividades pecaminosas que incluíam várias que eu estava praticando, como adivinhação, interpretação de sinais e presságios e mediunidade. Esta passagem diz que as pessoas que usam esses métodos são “detestáveis”, uma abominação para Deus.

Eu estava quebrada, profundamente envergonhada e humilhada por essas palavras. Caí de joelhos de vergonha e tristeza. “Sinto muito, Deus!”. Continuei chorando em arrependimento. “Eu não sabia!”. Naquele mesmo dia entreguei minha vida a Jesus como Senhor e Salvador.

A decisão teve consequências de longo alcance. Meu marido e eu deixamos nossa casa chique no Havaí. Minha editora New Age encerrou nossa parceria profissional. E a Nova Era me tratou como objeto de desprezo e escândalo depois que comecei a renunciar publicamente às minhas velhas crenças. Eles me enviaram mensagens de ódio diariamente, acusando-me de traição. Também experimentei a guerra espiritual pela primeira vez, o que me aproximou ainda mais de Deus.

Para aprender melhor como dividir corretamente a Palavra de Deus, completei um mestrado em estudos bíblicos e teológicos no Western Seminary em Portland, Oregon. Foi incrível ver como Deus me deu a capacidade de entender o Evangelho depois de uma vida inteira acreditando em uma visão distorcida das Escrituras.

Ter que admitir que eu estava errada para o mundo inteiro – meus livros foram publicados em 38 idiomas – foi profundamente humilhante. Mesmo assim, eu precisava dessa humildade para aprender melhor a me apoiar em Deus. Ainda me sinto culpada por saber que as pessoas continuam a usar e vender meus produtos antigos, mesmo que eu tenha implorado para que parassem. Mas essas situações oferecem oportunidades para compartilhar o Evangelho. Eu oro continuamente para que Deus use meu testemunho para apontar Jesus para os Nova Era.

Depois de buscar, mas nunca encontrar a paz na Nova Era, finalmente a encontrei em Cristo. Apesar das tempestades em minha vida, minha esperança e confiança no Senhor me mantém firme.

Doreen Virtue é a autora de Deceived No More: How Jesus Led Me out of the New Age and into His Word (“Enganada Não Mais: Como Jesus Me Conduziu da Nova Era à Sua Palavra”, em tradução livre).

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Fonte: https://noticias.gospelmais.com.br/nova-era-escritora-jesus-antigo-testamento-152697.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email

terça-feira, 20 de março de 2018

10 falsos cristos pregados pelo cultura

20.03.2018
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por David Schrock*

10-falsos-cristos-pregados-pela-cultura1

Jesus fez a Pedro, em Mateus 16.13, a pergunta mais importante da Bíblia: “Quem os outros dizem que o Filho do homem é?”. A nossa reposta a essa pergunta é de importância eterna. Infelizmente, muitos “cristãos” hoje teriam problemas para definir quem Jesus é, pois muitos usam esse nome para promover diversas ideias.

De fato, como Stephen Nichols mostrou em seu fascinante estudo cultural, Jesus Made in America, Jesus se tornou um produto nos Estados Unidos, onde ele é utilizado para candidatos conquistarem eleitores e para Hollywod verder mais filmes.

Dessa forma, tão importante quanto apresentar uma visão positiva de Jesus quando pregamos a doutrina de quem é Cristo, é mostrar os falsos Cristos que têm conquistado a preferência em nossa sub-cultura cristã.

O que se segue são dez “Cristos culturais”, intencionalmente caricaturados para mostrar as falsas imagens de Cristo que tem sido reproduzidas. Certamente há outras. Adoraria ouvir o que vocês pensam sobre essa lista.

Aqui vamos nós…

1) O Jesus Terapêutico… é delicado e sutil, ele te ajuda a melhorar sua auto-estima através do pensamento positivo.

Seus seguidores minimizam o pecado e tratam a religião como um reforço para enfrentar a semana.

Lema: Você pode alcançar a sua melhor vida (grande sorriso).

2) O Jesus Treinador… vai te dar as dicas e as ferramentas para ser bem sucedido em qualquer coisa que você fizer.

Seus seguidores o procuram de acordo com o interesse pessoal – Jesus Gerente, Jesus Goleador, Jesus Casamenteiro.

Lema: Tudo posso naquele que me fortalece. (Filipenses 4.13)

3) O Jesus Ned Flanders… ama as crianças, a moralidade e te ajudar a fazer a coisa certa.
Seus seguidores vão à igreja, fazem o bem, votam baseados em valores e ajudam seus vizinhos.

Lema: Olá, vizinho!

4) O Jesus Guerreiro… é super macho e pode ser confundido com William Wallace ou Jack Bauer.

Seus seguidores (na maioria homens) se enfurecem contra as imagens feminilizadas de Jesus e confundem “masculinidade” com piedade.

Lema: Meu Jesus chuta o traseiro do seu Jesus.

5) O Jesus do Evangelho Social… melhora a sociedade através da justiça social e suprindo necessidades.

Silenciando o evangelho, esses seguidores constroem casas, alimentam os pobres e combatem a AIDS por Jesus.

Lema: Pregue o Evangelho e, se necessário, use palavras.

6) O Jesus Político… promove o ativismo idealístico e vem em duas variedades:

Cavalgando sobre um elefante1, luta contra o aumento dos impostos, clínicas de aborto e pelas orações nas escolas.

Cavalgando um jumentinho2, promove o cuidado com o meio ambiente e a igualdade de direitos.

Lema: Feliz a nação cujo Deus é o Senhor. (Salmo 33:12)

7) O Jesus Buginganga… se torna o talismã cristão. A presença dos produtos Jesus combate o pecado.

Seus seguidores se enfeitam com a parafernália cristã e focam em viver por Jesus.
Lema: OQJF? (O Que Jesus Faria?)

8) O Jesus Rock Band: baseia sua igreja nas atividades divertidas e música legal.
Seus seguidores vivem atrás de shows cristãos, acampamentos, retiros e outros eventos desse tipo.

Lema: Deus é fera!

9) O Jesus WordPressé hiper ortodoxo e luta contra o erro teológico.

Seus seguidores amam ler livros, debater teologia e publicar picuínhas na internet.

Lema: Ame o Senhor seu Deus com todo seu ENTENDIMENTO.

10) O Jesus Paz e Amor: rejeita religiosos intolerantes e apenas ama a todos como eles são.

Seus seguidores questionam autoridades, verdades objetivas, julgamentos e a religião institucional, mas amam mentes abertas.

Lema: Deus é amor; tudo é espiritual.

Em cada uma dessas caricaturas há resquícios da verdade, mas normalmente a verdade desproporcional ou carente de outros aspectos bíblicos. O mais importante é que cada um desses falsos cristos falha ao manter Jesus na narrativa bíblica. Eles sequestram Jesus em nome de alguma outra causa e o colocam em uma história que não é a história de Deus. Assim, para podermos entender corretamente quem Jesus é, o Cristo, o Filho do Deus Vivo, devemos buscar um retorno às Escrituras e buscar sua identidade de Gênesis ao Apocalipse. Essa é a tarefa do pastor, do professor da escola bíblica e de todos os cristãos que acreditam na Palavra.

Que Deus nos ilumine para vermos Cristo na Escritura, e que ele nos mostre como nossa cultura tem moldado nosso entendimento de Jesus, para que possamos buscar uma visão correta de quem ele é, pois, quando o vemos, nos tornamos mais como Ele (1 João 3.2).
1 O elefante é o símbolo do Partido Republicano, dos EUA, que geralmente defende valores mais tradicionais.
2 O burrinho, por outro lado, é o símbolo do Partido Democrata, rival do Republicano, em geral mais liberal.

*David Schrock é pastor sênior da Calvary Baptist Church em Seymour, Indiana.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/03/10-falsos-cristos-pregados-pelo-cultura/?utm_source=inf-resumo-diario-ve&utm_medium=inf-resumo-diario-ve&utm_campaign=inf-resumo-diario-ve

sábado, 6 de fevereiro de 2016

O Evangelho Terapêutico:Os 5 componentes do falso evangelho da autoestima

05.02.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 01.02.16
Por David Powlinson   

Aquele que talvez seja o capítulo mais famoso em toda a literatura ocidental retrata o apelo do “evangelho terapêutico”.

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Em seu capítulo intitulado “O Grande Inquisidor”, Fyodor Dostoevsky imagina Jesus retornando à Espanha do século XVI (Os Irmãos Karamazov, II:5:v). No entanto, Jesus não é bem-vindo pelas autoridades da igreja. O cardeal de Sevilha, como cabeça da Inquisição, detém e aprisiona Jesus, condenando-o à morte. Por quê? Por que a igreja mudou o seu curso. Ela decidiu satisfazer os instintos impulsivos humanos, ao invés de convocar homens ao arrependimento. Ela decidiu flexibilizar a sua mensagem em favor das suas demandas, ao invés de proclamar aquilo que é superior, santo e a dura liberdade da fé que opera através do amor. O exemplo bíblico e a mensagem de Jesus são considerados muito duros para almas frágeis, e a igreja decidiu facilitar as coisas.

O Grande Inquisitor, representando a voz de uma igreja desorientada, interroga Jesus em sua cela de prisão. Ele se junta ao lado do tentador e das três perguntas que este fez a Jesus no deserto séculos atrás. Ele diz que a igreja dará pão terreno ao invés de pão celestial. Ela oferecerá mágica e milagres religiosos ao invés de fé na Palavra de Deus. Ela exercerá poder e autoridade temporais ao invés de servir ao chamado à liberdade. “Nós corrigimos a sua obra”, diz o inquisitor para Jesus.

O evangelho do Inquisitor é um evangelho terapêutico. Ele é estruturado para dar às pessoas o que elas querem, e não a mudar o que querem. Ele é centrado exclusivamente em torno do bem-estar do homem e de felicidade temporal. Ele descarta a glória de Deus em Cristo. Ele confisca a estreita e difícil estrada que traz profunda prosperidade e eterna alegria. Esse evangelho terapêutico aceita e cobre as fraquezas humanas, buscando amenizar os mais óbvios sintomas de angústia. Ele faz as pessoas se sentirem melhores. 

Ele respeita a natureza humana do jeito como é, pois a natureza humana é muito difícil de mudar. Ele não quer que o Rei dos Céus venha até nós. Ele não tenta transformar as pessoas em apaixonados por Deus, considerando a verdade sobre quem é Jesus, como ele é, o que ele fez.

O evangelho terapêutico moderno

As óbvias demandas instintivas da classe-média do século 21 são diferentes das demandas registradas por Dostoevsky. Fazemos pouco caso dos suprimentos alimentícios e da estabilidade política. Nós subtituímos milagres pelas maravilhas da tecnologia. As demandas da classe médias são bem menos primitivas. Elas transparecem um certo senso ou interesse por mais luxo e refinamento:
  • Eu quero me sentir amado pelo que eu sou, que tenham pena pelo que já sofri, sentir-me intimamente compreendido, ser incondicionalmente aceito;
  • Eu quero experimentar um senso de significado pessoal e relevância, ser bem sucedido na minha carreira, saber o que me move, deixar minha marca no mundo;
  • Eu quero aumentar a minha auto-estima, afirmar que está tudo bem comigo, estar hábil a articular as minhas opiniões e desejos;
  • Eu quero ser entretido, sentir prazer na infinita enxurrada de performances que deleitam os meus olhos e encantam os meus ouvidos;
  • Eu quero sentir aventura, excitação, ação e paixão pois quero experimentar a vida alucinada e dinamicamente.
A versão moderna do evangelho terapêutico da classe-média se inspira particularmente nesse conjunto de vontades. Poderíamos dizer que o seu público alvo são as demandas psicológicas, bem diferente das necessidades físicas que tipicamente surgem em condições sociais mais difíceis. (A versão moderna do evangelho da “saúde e da prosperidade” e a obsessão por “milagres” expressa algo semelhante à versão antiga do evangelho terapêutico do Grande Inquisitor).
 
Nesse novo evangelho, os grandes “males” a serem corrigidos não apelam por nenhuma mudança fundamental de direção no coração humano. Pelo contrário, o problema reside em sentir-me rejeitado pelos outros; em minha corrosiva experiência da vaidade da vida; em minha nervosa sensação de auto-condenação e embaraço; na iminente ameaça de tédio caso a música desligue;  nas inquietas reclamações quando uma dura e longa estrada surge em minha frente. Essas são as principais demandas modernas que o evangelho é torcido para servir. Jesus e a igreja existem para que você se senta amado, relevante, validado, entretido e com as baterias recarregadas. Esse evangelho anestesia os sintomas de angústia. Faz com que você se senta melhor. A lógica desse evangelho terapêutico é um jesus-por-Mim que vai ao encontro dos meus desejos individuais e ameniza as minhas dores psicológicas.
A perspectiva terapêutica não é por si só maligna quando em seu lugar apropriado. Por definição, um olhar médico-terapêutico contempla sofrimentos desarranjos físicos. Em intervenções literalmente médicas, uma terapia trata de doenças, traumas ou deficiências. 

Você não liga para alguém para que ela se arrependa de um câncer de cólon, uma perna quebrada ou beribéri. Você busca curar. Até aí tudo bem.

Porém no evangelho terapêutico moderno, o modo médico de lidar com o mundo é metafóricamente extendido para essas demandas psicológicas. Elas são definidas tal qual uma questão médica. Você sente que está mal; a terapia faz você se sentir bem. A definição da enfermidade passa longe do coração pecador humano. Você não é o causador dos seus problemas mais íntimos, mas meramente uma vítima sofredora das suas vontades não atendidas. A sugestão de uma cura passa longe de um Salvador que levou sobre si os nossos pecados. Arrependimento de incredulidade, teimosia e iniquidades não entram em questão. Pecadores não são encorajados à se converterem a uma nova vida que é vida de verdade. Tal evangelho massageia o amor-próprio. Não há nada dentro dessa lógica que o faz amar a Deus e qualquer outra pessoa além de você mesmo. Esse evangelho terapêutico pode até mencionar a palavra “Jesus” com frequência, porém modificada para a idéia de Realizador-das-minhas-vontades, e não a do Salvador dos nossos pecados. Ele corrije a obra de Jesus. O evangelho terapêutico confunde o evangelho.

O evangelho que uma vez por todas foi entregue

O verdadeiro evangelho são as boas novas do Verbo que se fez carne, o Salvador que levou sobre si as nossas trangressões, o resurreto Senhor dos senhores: “Eu sou o que vive; fui morto, mas agora estou aqui, vivo para todo o sempre” (Apocalipse 1.18). Esse Cristo vira o mundo de cabeça para baixo. O Espírito Santo reprograma, como um dos efeitos primários de sua poderosa obra e presencia interna, o nosso senso de demandas. Porque o temor do Senhor é princípio da sabedoria, nós sentimos profundamente um conjunto diferente de necessidades quando consideramos a Deus e quando entendemos que nós nos levantamos ou caímos diante de seus olhos. Os meus impulsos instintivos são substituídos (muitas vezes rapidamente, sempre progressivamente) por um crescente senso de alerta a necessidades verdadeiras e de vida e morte:
  • Eu preciso de misericórdia acima de tudo: “Senhor, tem misericórida de mim”; “Por causa do teu nome, SENHOR, perdoa a minha iniquidade, que é grande”;
  • Eu quero aprender sabedoria, e desaprender a auto-preocupação teimosa: “tudo o que podes desejar não é comparável a ela”;
  • Eu preciso aprender a amar tanto à Deus quanto ao meu próximo: “o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia”;
  • Eu anseio pelo nome de Deus ser honrado, por seu reino chegar até nós, por sua vontade ser feita na terra;
  • Eu desejo que a glória, a bondade, a benignidade de Cristo sejam vistas aqui na terra, enchendo a terra assim como as águas cobrem os oceanos;
  • Eu preciso que Deus me mude de quem eu decidi ser por instinto, escolha e prática;
  • Eu desejo que ele me livre da minha autojustificação compulsiva, mortificando a minha atitude defensiva, de modo que eu possa perceber a minha necessidade das misericóridias de Cristo, para que eu aprenda a tratar os outros gentilmente;
  • Eu preciso da ajuda poderosa e íntima de Deus para desejar e realizar as coisas que duram para a vida eterna, ao invés de desperdiçar a minha vida com futilidades;
  • Eu quero aprender a passar por provações e sofrimentos em esperança, simplificando, purificando e aprofundando a minha fé;
  • Eu preciso aprender a adorar, deleitar-me, confiar, dar graças, clamar, refugiar-me, ter esperança;
  • Eu desejo a ressureição da vida eterna: “gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo”;
  • Eu preciso do próprio Deus: “Mostra-me a tua glória”; “Maranata. Vem, Senhor Jesus.”
Faça assim, ó Pai das misericóridas. Faça assim, Redentor de tudo que está quebrado e em trevas.
A oração expressa desejo. A oração expressa o seu senso de dependência. Senhor, tenha misericórdia de nós. Os cânticos expressam alegria e gratidão pelo desejo atendido. As canções expressam o seu senso de necessidade a respeito de quem Deus é e de tudo que ele nos dá. Preciosa graça, quão doce é o som. Porém não há orações na Bíblia inspiradas nas demandas do atual evangelho terapêutico. Imagine: “Pai Celestial, ajuda-me a me sentir bem desse mesmo jeito que eu sou. Proteja-me hoje de ter que fazer qualquer coisa entediante. Aleluia, eu sou indispensável, e o que eu estou fazendo realmente está impactando a vida dos outros, e com isso consigo me sentir bem com a minha vida”. Que Deus tenha misericórdia de nós! Em contraste, encontramos em nossas Bíblias o som de milhares de clamores necessitados e brados de gozo que nos orientam de volta às nossas reais necessidades e ao nosso verdadeiro Salvador.


Coisas boas, deuses ruins

Propriamente entendidas e cuidadosamente interpretadas, as demandas produzem bons presentes. Porém, elas produzem deuses fracos. Priorize o prioritário. Busque primeiro o reino do Pai e a sua justiça, e toda boa dádida lhe será dada.

Isso é fácil de ver no caso de três particulares dádivas oferecidas pelo evangelho terapêutico do Grande Inquisitor. É uma boa coisa ter um manancial estável de alimento, “pão de amanhã” (Mateus 6.11, literalmente). Todo mundo está em busca de comida, água e roupas (Mateus 6:32). O nosso Pai sabe o que precisamos. Mas busque antes o seu reino. Você não vive só de pão, mas de toda palavra que sai da sua boca. Se você cultuar as suas necessidades físicas, só restará a morte para você. Porém se cultuar a Deus, o doador de tudo o que há de bom, você será grato pelo que ele dá; você ainda terá esperança ao sofrer necessidades; e você irá certamente desfrutar do seu eterno Banquete.

Um senso de admiração e mistério também é algo bom. Contudo, os mesmos critérios e condições se aplicam. Deus não é o Mágico de Oz, criando experiências impressionantes só para você experimentar coisas novas. Jesus disse “não” sobre fazer de si mesmo um espetáculo em meio ao público no templo. É a sua fidelidade dia após dia que se mostra mais e mais impressionante. Priorize o prioritário. Daí você irá apreciar a glória de Deus em grandes e pequenas coisas. No final, você verá tudo como extraordinário, seja no presente (Apocalipse 4) ou no passado (Apocalipse 5). Você conhecerá o Deus incompreensível, criador e redentor, cujo nome é Maravilhoso.

De modo semelhante, ordem política é uma boa dádiva. Nós devemos orar para que as autoridades governem bem, de modo que possamos viver em paz (1 Timóteo 2.2). Todavia, se você vive por uma sociedade justa, você ficará desapontado. Novamente, busque o reino de Deus. Você se esforçará em direção a uma ordem justa social, desfrutará dela num nível razoável e terá razões para suportar injustiças. No final, você conhecerá uma alegria inimaginável no dia em que todas as pessoas se curvarem diante do reino do verdadeiro Rei.

Claro, Deus concede boas dádivas. Contudo, ele também dá o melhor presente, o inefável Presente dos presentes. O Grande Inquisitor queimou Jesus no tronco pois queria eliminar a Dádiva e o Doador. Ele escolheu dar às pessoas boas coisas, no entanto descartou o que era prioritário.

As coisas ofertadas pelo evangelho terapêutico moderno são um pouco complicadas de se interpretar. O odor do egocentrismo e da obsessão por si mesmo é próximo ao daquela lista de vontades: “Eu quero ______”. No entanto essas vontades, cuidadosamente reestruturadas e reinterpretadas, podem sim apontar na direção de uma boa dádiva. O pacote de “vontades” como um todo é sistematicamente desalinhado, no entanto as peças podem ser propriamente entendidas. Qualquer “evangelho diferente” (Gálatas 1.6) se faz plausível oferecendo peças de Lego da realidade ajuntadas em uma estrutura que contradiz a verdade revelada. A tentação de Satanás a Adão e Eva foi plausível somente porque incorporava muitos elementos da realidade, continuamente apontando na direção da verdade, ainda quando persistia apontando para longe da verdade: “Veja, que árvore bela e desejável. E Deus disse que ao prová-la serão revelados tanto o bem quanto o mal, com a possibilidade da vida e não da morte resultar da sua escolha. Assim como Deus é sábio, vocês como escolhedores podem se tornar como Deus em sabedoria. Venham agora e comam”. Tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. Quase lá, mas exatamente o oposto.
Considere os cinco componentes que identificamos como o evangelho terapêutico:

1. “Demanda por amor”? Certamente é algo bom saber que você é tanto conhecido quanto amado. O Deus que sonda os pensamentos e as intenções dos nossos corações também coloca o seu amor fiel sobre nós. Entretanto tudo isso é redicalmente diferente do instinto impulsivo de ser aceito por quem eu sou. O amor de Cristo vem precisamente e pessoalmente apesar de quem eu sou. Você é aceito por quem Cristo é, pelo que ele fez, faz e fará. Deus verdadeiramente o aceita, e se Deus é por você, quem será contra você? Mas ao fazer isso, ele não afirma nem endossa o que você é. Pelo contrário, ele determina a sua transformação em outro tipo de pessoa fundamentalmente diferente. No verdadeiro evangelho, você se sente profundamente reconhecido e amado, no entanto a sua insistente “demanda por amor” foi derrubada.

2. “Demanda for relevância”? Certamente é uma boa coisa que as obras das suas mãos durem para sempre, como ouro, prata e pedras preciosas, e não como madeira, feno e palha. É bom quando aquilo que você faz com a sua vida tenha realmente importância, e quando as suas obras seguem para a eternidade.  Vaidade, futilidade e insignificância apontam para a maldição que existe sobre nossa vida profissional – inclusive na meia-idade, não só ao aposentar ou morrer, ou no Dia do Julgamento. Entretanto, o verdadeiro evangelho inverte a ordem das coisas pressupostas pelo evangelho terapêutico.  
A ânsia por impacto e relevância – uma das típicas “paixões da juventude” que fervilha dentro de nós – é meramente idolatria quando isso opera como Diretor de Operações do coração humano. Deus não preenche a sua demanda por relevância; ele preenche a sua necessidade por misericórdia e libertação da sua obsessão por relevância pessoal. Quando você se volta da sua escravidão para Deus, então as suas obras começam a serem contadas como boas. O evangelho de Jesus e os frutos da fé não são desenhados para “satisfazer as suas vontades”. Ele liberta da tirania das demandas, refazendo você a temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Eclesiastes 12.13). Dentro da divina ironia da graça, ela por si só torna de valor eterno aquilo que você faz com a sua vida.

3. “Demanda por autoestima, autoconfiança, e autoafirmação”? Adquirir um senso de confiança em sua identidade é um grande bem. A carta aos Efésios está cheia de várias dúzias de “declarações de identidade”, pois nelas o Espírito nos motiva à uma vida corajosa de fé e amor. Você é de Deus – dentre os santos, eleitos, filhos adotivos, filhos amados, cidadãos, escravos, soldados; parte de suas feituras, esposa e habitação – cada um desses em Cristo. Nenhum aspecto da sua identidade é autoreferencial, alimentando a sua “autoestima”. A sua opinião sobre si mesmo é muito menos importante do que a opinião de Deus sobre você, e uma autoavaliação precisa é derivada da avaliação de Deus. Uma verdadeira identidade tem Deus como referência. Uma verdadeira percepção sobre quem você é o aponta para uma alta estima a respeito de Cristo. Uma maior confiança em Cristo corresponde a um voto de plena ausência de confiança em e sobre si mesmo. Deus nunca substitui a timidez e bajulação por autoafirmação. Na verdade, afirmar as suas opiniões e demandas, tal qual são, fazem de você apenas um tolo. Ao se libertar da tirania de opiniões e desejos, você estará livre para avaliá-las precisamente e, então, expressá-las apropriadamente.

4. “Demanda por prazer”? De fato, o verdadeiro evangelho promete a experiência de infinita alegria, bebendo do seus rios de delícias (Salmo 36). Isso descreve a presença de Deus. Porém, como temos visto em cada caso, isso é chave para a reversão dos nossos impulsos instintivos, e não para a nossa satisfação. O caminho para a alegria é o caminho do sofrimento, perseverança, obediência nas mínimas coisas, disposição a se identificar com a miséria humana, disposição a descartar os seus persuasivos instintos e desejos. Eu não preciso ser entretido. Mas eu absolutamente PRECISO aprender a cultuar com todo o meu coração.

5. “Demanda por empolgação e aventura”? Participar do reino de Cristo é fazer parte da Maior História de Ação e Aventura Já Contada. Porém o paradoxo da redenção volta a virar o mundo de cabeça para baixo. A aventura real assume o caminho da fraqueza, luta, sofrimento, paciência e gentileza bem executadas nas mínimas oportunidades. A estrada para excelência em sabedoria não é nada glamorosa. Outras pessoas talvez tirem melhores férias e tenham um casamento mais emocionante do que o seu. O caminho de Jesus na verdade recebe mais pedras do que excitação. O seu reino talvez não guie os seus impulsos a buscar novos desafios e altas emoções, mas a uma “sólida alegria e duráveis tesouros que ninguém além dos filhos de Sião conhececem” 1.

Nós dizemos “sim”e “amém” para toda boa dádiva. Porém, priorize o prioritário. O evangelho terapêutico moderno, em suas múltiplas formas, satisfaz nossas vontades como são. Ele dá aquilo que queremos. Ele anula o culto ao Doador, cuja maior dádiva é a misericórdia em nosso favor ao invés daquilo que queremos por instinto, escolha, inculturação, e hábito. Ele nos chama ao arrependimento radical. Bob Dylan descreveu a alternativa terapêutica em um frase memorável: “Você acha que Ele é só um garoto de recados designado a satisfazer os seus desejos voláteis” 2. Coisas de segunda ordem são exaltadas como sujeitas ao Número Um.

Priorize o prioritário. Entenda o evangelho da encarnação, crucificação, ressureição e glória. Viva o evangelho do arrependimento, fé e transformação na imagem do Filho. Proclame o evangelho do Dia que se aproxima quando a vida eterna e morte eterna serão reveladas, o eminente Dia de Cristo.

Qual evangelho?

Qual evangelho você vai viver? Qual evangelho você vai pregar? Quais necessidades você vai trazer à tona e apresentar às pessoas? Qual Cristo será o Cristo do seu povo? Ele vai ser um “cristozinho” que vai massagear as suas demandas? Ou o Cristo que vira o mundo de cabeça para baixo e faz novas todas as coisas?

O Grande Inquisitor tinha o coração mole com respeito às demandas humanas – bastante empático com as coisas que todas as pessoas em todos os lugares buscam de todo o coração, bastante sensível à dificuldade de mudar as pessoas. No entante ele provou ser um monstro no final. Há uma frase em ministérios de misericórdia que diz assim: “Se você não atender as necessidades físicas das pessoas, não há compaixão. Porém, se você não der às pessoas o Cristo crucificado, ressurreto e que irá retornar, não há esperança”. Jesus alimentou pessoas famintas com pão, e ofereceu o seu corpo partido como o pão da vida eterna. É definitivamente cruel abandonar as pessoas em seus pecados, cativas em seus desejos instintivos, em desespero, debaixo de uma maldição. A ideia atual do evangelho terapêutico soa compassivo no primeiro momento. Mostra-se extremamente sensível aos pontos nos quais a dor e a decepção são mais acentuadas. Porém, no fim, é cruel e desprovida de Cristo. Ele não adota um autoconhecimento real. Não reescreve o roteiro do mundo. Não gera orações ou canções.

Nós não precisamos ser menos sensíveis, mas sim mais perspicazes. Jesus vira as demandas humanas de cabeça para baixo, gerando orações. Ele é a inefável Dádiva das dádivas, gerando canções. E ele concede todas as boas dádivas, tanto hoje como sempre. Que todo joelho se dobre e que tudo tem fôlego louve ao Senhor.

Tradução: Paulo Santos
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel

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Fonte:http://ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/865/O_Evangelho_Terapeutico

terça-feira, 19 de maio de 2015

Cuidado com o sangue falso de um evangelho forjado

19.05.2015
Do portal GOSPEL PRIME, 
Por Sady Santana: Sobre crentes e lobos.

Por estes dias descobri a existência de um tal Falso O.  E aqui eu explico quem é este sujeito.
O mais provável acontecer na genética é que filhos nasçam com o mesmo tipo sanguíneo do pai ou da mãe. Mas existe um fenômeno raro que é também chamado Efeito Bombaim (leva este nome por ter sido descoberto inicialmente em Bombaim, na Índia) pelo qual a pessoa poderá possuir um tipo sanguíneo diferente dos de seus progenitores. Exemplo, pai A, mãe B, filho O. E o mais interessante ainda é que este aparente O pode não ser um O de verdade, entenderam? Pessoas portadoras dessa condição terão que fazer exames mais específicos para descobrir seu verdadeiro tipo sanguíneo.
Por isso esse fenômeno ficou conhecido como Falso O.
E pegando esse gancho de ser o que não é, Pedro, em sua segunda carta pastoral preocupou-se com o possível encontro entre duas partes, os crentes novatos com os falsos mestres, que naqueles dias já estavam tinindo no meio deles. E o pescador de almas temia muito que seus neófitos cruzassem nos corredores da fé com estes que se diziam mestres, mas não eram. O pior acabou acontecendo, e dois milênios depois podemos dizer que este encontro é constante.
Pedro advertiu a igreja sobre a necessidade de se manter distantes destes docentes enganadores. E como reconhecer o falso mestre? A­­ carta inteira responde a esta pergunta. Mas logo de cara ele assinala que estes podiam ser identificados pelo orgulho, pela obstinação e zombaria. E mais, eles sempre estavam muito à vontade com o sobrenatural e exibiam uma suposta fé inabalável. Você já não viu isso em algum lugar?
Entretanto, mesmo se preocupando com a vulnerabilidade do cristão novato, o apóstolo não os redimia da responsabilidade que cada um tinha com sua própria santificação. E, mesmo nessa condição inicial eles já teriam condições de identificarem o que é falso do que é verdadeiro. Bastasse seguir um trilho que os levaria para o mais longe possível desses lobos. E a rota certa traçada por Pedro era, desenvolverem virtude, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, amizade cristã e amor.
E esta era a pegada segura que os levariam para bem longe da matilha!
Ao longo da minha caminhada cristã uma coisa de vez em quando me surpreende; crentes de igrejas fieis às Escrituras, de repente buscarem outras comunidades alegando estarem vazios e sem direção. Vi a muitos ingressarem em igrejas que não tinham o ensino bíblico consistente. Mas tinham o culto “avivado”. E em conversa com um desses crentes ele nos confidenciou que de manhã ia com a família em nossa igreja receber ensino, e à noite frequentavam uma outra que se dizia “renascida em Cristo” para “adorar”, por causa da sofisticação do louvor.
Sim, Pedro tinha total razão ao priorizar este alerta. Há pessoas que estão sempre aprendendo, mas nunca chegam ao pleno conhecimento da verdade, como bem disse Paulo. (2 Tm.3.7). Tem muita coisa errada com gente que, mesmo depois de frequentar muitas Escolas Dominicais ainda busca “algo mais”. O milagre ainda vai acontecer, a prosperidade ainda vai chegar. É a fé do ainda não: ainda não sou feliz, ainda não possuo o que mereço.
Na verdade, leia-se: Estou na igreja, mas ainda não tenho Cristo, e por isso a virada de direção da minha vida ainda não ocorreu. E então procuro…
Vida que segue, satisfação que não chega.
E são essas pessoas que se arremessam em uma busca desenfreada por igrejas e pastores ideais, que sempre se deparam com os modernos produtores da fé. E estes “espertinhos espirituais” já tem um esquema preparado para recebê-los. E Pedro os denuncia, são eles:
O contar fábulas. E o que é uma fábula?  O próprio escritor responde quando diz que o evangelho da graça não era uma fábula, mas que homens seguiam habilidosamente contando mentiras sobre Deus, 2.1. Fábula é uma mentira enfeitada com caras e bocas.
O produzir “verdades” convenientemente encapsuladas, fora do contexto bíblico. “Esses mestres, em sua ganância dirão qualquer coisa para se apossarem do dinheiro de vocês” 2.3.
Entretanto, temos que registrar que essas práticas surgem do próprio desejo do crente imaturo em consumir essas fábulas e pílulas bem embaladas. Elas são práticas e rápidas para consumo, que satisfazem a necessidade da falta de tempo. “Não posso investigar na Bíblia, pois leio e não entendo”, “Não oro e não leio a Bíblia, mas preciso sentir algo”.
Preço pedido, preço pago. E isso era tudo o que Pedro temia.
Falando sobre crentes e lobos, pode-se afirmar que o pastoreio on line é a grande sacada do nosso tempo. A matéria de que são feitos os sonhos dos especialistas da fé é sem dúvida, a mídia. Os crentes são primeiramente mimados, depois seduzidos. Prometem edificação sem compromisso, comunhão sem riscos. O conforto da substituição do pastor pelo monitor, traz como beneficio a chateação zero do encontro na igreja. Esse é o “nada mais a pagar” do marketing cristão. Fique em casa e seja feliz.
Programas de TV são um meio legítimo de pregação do evangelho e devem ser utilizados, mas o que se vê em muitos casos são pastores tão perto e tão longe, que não mais se obrigam a cuidar de ovelhas de carne osso.
Mas, Pedro alerta, “Esses homens são tão inúteis quanto fontes de agua que secaram, prometendo muito e não dando nada” 2.17. E mais. Há uma retribuição tanto para os falsos mestres que serão destruídos pela sua própria injustiça, quanto para as ovelhas ingênuas descuidadas, pois correm sérios riscos.
Bem no final da carta ele diz, “Eu estou advertindo vocês de antemão, queridos irmãos, para que possam vigiar e não ser levados pelos erros desses homens maus, a fim de que vocês mesmos não sejam confundidos e caiam. Mas cresçam em força espiritual e conheçam melhor o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”  3.17. Em outras palavras, façam o teste, tirem a prova para ver se, de fato, vocês estão na fé verdadeira, e não entre lobos.
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Fonte;http://artigos.gospelprime.com.br/cuidado-com-o-sangue-falso-de-um-evangelho-forjado/