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quinta-feira, 14 de maio de 2015

O que a sociedade espera dos crentes?

14.05.2015
Do portal GOSPEL PRIME
COSMOVISÃO
Por João Eduardo Cruz

Esses dias estive pensando no que realmente a sociedade espera de nós quando nos colocamos diante dela como seguidores de Jesus. Talvez pudéssemos entender isso melhor se parássemos pra analisar o que ela critica no comportamento de muitos de nós cristãos. Somos chamados de preconceituosos, hipócritas e retrógrados pela maioria, mas até onde isso pode ser verdade?
Os preceitos aos quais seguimos chocam uma sociedade que tem cada dia mais aprendido a não reconhecer verdades absolutas. Imaginem então o quanto podemos ser vistos como intolerantes por essa geração que mais do que todas as do passado resolveu relativizar tudo e se deparam com um grupo que acredita que há princípios inegociáveis ainda que pareçam ultrapassados.
Se nós cristãos cremos em uma verdade absoluta realmente sobra pouco espaço, em muitos casos, para atitudes politicamente corretas de nossa parte diante de determinadas opiniões por eles expressas. Mas mesmo não negociando nossas crenças por crermos que elas são indicadores de uma conduta que agrada a Deus e traz a nós uma vida mais plena, não foi nos dado o direito de tecermos julgamentos condenatórios sobre aqueles que não creem no que cremos (observe a atitude diferente de Jesus com os pecadores e a para com os Fariseus). Tal atitude condenatória não condiz com aquilo que nosso Mestre nos ensinou.
Em vários momentos do ensino de Jesus é possível percebermos que sua ideia acerca da propagação do Evangelho e natural expansão do Reino de Deus se daria de maneira silenciosa, humilde e sem grandes alardes (Mc 4.26-42), ainda que isso não impedisse que grandes transformações fossem realizadas na sociedade. Como sal e luz deveríamos trazer transformação da maneira sútil e isso não deixaria de ser relevante. Por isso a ordem de fazer discípulos envolve mais uma aproximação pessoal nossa de cada individuo que desejamos alcançar do que uma tentativa de convencer uma massa a seguir Jesus. Um falar ao pé do ouvido tem mais a ver com discipulado.
Cristãos como William Wilberforce que foi um político britânico, filantropo e líder do movimento abolicionista do tráfico negreiro. Ficou conhecido pelos seus discursos inflamados no parlamento inglês, cheios de paixão pelo ser humano e com o fervor espiritual que convém a um servo de Deus cheio do Espírito Santo. Ainda assim Wilberforce esperou anos para que a abolição da escravatura fosse aceita pelo parlamento, e durante esse tempo se comportou com humildade diante de seus adversários, nunca permitindo que seus aliados tomassem partido de sua causa de modo a criarem uma guerra interna dentro do parlamento, mesmo sendo esta tão justa. Sua ideia era a de que seus inimigos pudessem ser vencidos pelo convencimento, e isso quem traria a eles seria a própria sociedade que aos poucos iria absorver seu ponto de vista.
O mesmo pode-se dizer de Martin Luther King, pastor batista americano, que teve sua politica ativista baseada na “não violência”. Engajado na luta pelos direitos civis dos negros em seu país, King adotou um modelo baseado no Sermão do Monte para sua postura politica. Luther King acreditava que as armas do Evangelho postas em prática eram capazes de suplantar o ódio racial e trazer toda uma nação ao entendimento dessa abominável realidade.
E eu poderia citar centenas de servos de Deus espalhados por esse nosso país que não estão na mídia nem na grande rede, mas que, como uma semente jogada no solo, não chamam a atenção para si, mas fazem com que o Reino de Deus floresça nos lugares mais violentos, pobres e inóspitos desse país.
O que a sociedade espera de nós não poderemos dar como ela deseja. Não podemos abrir mão da nossa fé, nossas convicções, nossa verdade absoluta – ainda que esteja em tão descrédito o uso de verdades absolutas nessa geração em particular – apenas para nos tornarmos agradáveis a ela.
Mas o que podemos oferecer a essa sociedade brasileira é uma conduta que convém a verdadeiros seguidores de Jesus. Uma humildade, mansidão, honestidade, bondade, caridade e amor que não enfraquecem a defesa das nossas crenças, muito pelo contrário, às autenticam com muito mais força, pois quem crê não precisa convencer ninguém a crer. Crer e viver sinceramente a partir do que se crê, já é de grande valia para a transformação de uma nação. A sociedade necessita que nossos discursos, assim como os de Jesus, tornem-se reais por serem praticados por nós.
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/o-que-a-sociedade-espera-dos-crentes/