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sexta-feira, 22 de março de 2024

Origem e desenvolvimento do movimento de Crescimento da Igreja

22.03.2024
Do site MEDIUM, 10.06.2018
Por Orlando E. Costas*


A expressão “crescimento da Igreja” se refere a uma variedade de conceitos e fenômenos. Em um dos artigos prévios nos referimos a ela como um processo integral de expansão na vida e missão da igreja. Há muitos, não obstante, que a entendem num sentido técnico, isto é, como a designação de uma escola de pensamento missiológico que tem girado em torno das investigações e obras de Donald A. Mc Gavran, seus colegas e seus estudantes. Segundo C. Peter Wagner, o “Igrecrescimento” (como se chama a dita escola em alguns círculos evangélicos latino-americanos) é uma “ciência”. Uma descrição mais precisa, sem dúvida, seria a de uma teoria missional. No presente artigo nos referimos ao movimento de crescimento da Igreja neste sentido técnico.

A mera quantidade de produção literária de Mc Gravan, seus colegas e discípulos basta para justificar uma análise do seu trajeto histórico. Ele é ainda mais pertinente quando se considera a crescente influência de tal pensamento em setores significativos do protestantismo.

O movimento de crescimento de igreja não se originou nem na Europa e nem na América do Norte. Suas raízes se encontram no subcontinente da Índia. Contudo, a maioría de seus líderes tem sido estadunidenses e tem se tornado famoso em solo norte-americano.

A Índia e a obra de J. Waskom Pickett

O Igrecrescimento traz suas raízes e mais exitosas experiências do bispo metodista J. Waskom Pickett, com a conversão de grupos étnicos na Índia. Durante seus anos de trabalho missionário, Pickett observou que nas sociedades altamente estruturadas era mais fácil receber a fé cristã como grupo do que como indivíduo. No princípio chamou a conversão destes grupos “movimentos massivos”. Contra o crescente individualismo ocidental, defendeu a idéia de uma evangelização grupal como o modo mais natural para alcançar aos hindus e conduzi-los a Cristo.

O que o bispo Picket pode constatar a conversão progressiva de um segmento da sociedade dentro de um período relativamente curto. Assim, uma tribo inteira, casta ou grupo homogêno, ou pelo menos uma porção significativa de seus integrantes, recebia a fé cristã em um prazo de tempo determinado. Duas décadas mais tarde, Donald A. McGavran chamaria este fenônomeno de “os pontos de Deus”.

Durante as primeiras décadas do séc. XX, a obra missionária na Índia (e em outras partes do mundo) estava firmemente arraigada tanto na experiência da “modernidade” como da “cristandade”. Muitas das energias das sociedades missionárias protestantes históricas eram gastas em ministérios sociais. Concebia-se a missão como a grande contribuição da cristandade à “civilização” de povos primitivos, tecnologicamente atrasados e sociamente antiquados. O campo missionário havia sido invadido pela teologia do “evangelho social”, especialmente na obra realizada pelas sociedades missionárias do protestantismo liberal norteamericano. Daí que o mesmo McGravan, missionário da quarta geração da Igreja dos Discípulos de Cristo, havia se doutorado em educação e destacado como diretor de um asilo de leprosos durante seus primeiros anos de serviço missionário.

O denominador comum na Índia daquele tempo era o Império Britânico. A maioria das missões e dos missionários sentiam-se “em casa” sob a proteção das autoridades coloniais. Houve, sem dúvida algumas exceções. Uma das mais notáveis foi a de Stanley Jones, um apaixonado evangelista metodista norteamericano com uma sensível consciência social e uma grande amizade com Mahatma Ganddhi.

O método missionário por excelência era chamado de “estação missionária”. Todo o trabalho girava em torno de um complexo de residências de onde partiam os missionários para realizar sua obra entre os povos e aldeias limítrofes. A estação missionária permitia, por uma parte, a concentração de recursos em uma área geográfica, e por outra, separava o pessoal missionário das comunidades às quais servia.


A atitude prevalecente na comunidade missionária da Índia da época em questão era a de uma minoria complexada. Pensava-se que as raízes religiosas da vasta população do subcontinente eram demasiadamente profundas para esperar mudanças significativas na fé e prática religiosa de seus habitantes. Os cristãos eram (e continuam sendo) uma pequena minoria. Não havia muita esperança de que vastos setores da Índia chegassem à fé cristã.

Fica claro que o movimento de crescimento da igreja não somente tem suas raízes na Índia, sim também na obra de missionários protestantes de igrejas históricas e liberais. A história posterior do movimento mostra, sem dúvida, uma resistência da parte das estruturas missionárias históricas e uma crescente abertura dos setores missionários independentes e evangélicos conservadores, grande parte dos quais tem sido tradicionalmente reacionários e separatistas.

A Sociedade Missionária Cristã Unida e a obra de Donald A. Mc. Gavran

Donald A. Mc. Gavran foi por muitos anos, como se tem indicado, missionário da Sociedade Missionária Cristã Unida da Igreja dos Discípulos de Cristo. De 1954–55, durante seu ano de licença na América do Norte, se dedicou a organizar o pensamento missiológico desenvolvido como resultado de suas experiências na Índia. O resultado foi a publicação de sua monumental obra: Os pontos de Deus. Pode-se dizer que esta obra deu impulso inicial à escola de pensamento relacionada com a pessoa e obra literária de Mc. Gravan.

Como resultado imediato de sua obra, sua junta missionária lhe pediu que não regressasse à Índia e ficasse nos EE.UU para realizar estudos sobre o crescimento da Igreja. Levou à cabo projetos de investigação no México, Filipinas, Tailândia, Congo, Jamaica e Porto Rico. Tarefas que o mantiveram ocupado até o fim da década de 60. Um resultado desses estudos foi a universalização de sua teoria sobre a igreja e seu crescimento, o mesmo que foi divulgado em círculos ecumênicos e missionários. Como conseqüência recebeu numerosos convites para fazer apresentações diante de assembléias, consultas e conferências ecumênicas e denominacionais. Porém segundo McGravan, em nenhum desses lugares encontrou uma recepção entusiasta:

Meus ouvintes se perguntavam se o que eu dizia sobre o crecimento era o certo. Era legítima a preocupação sobre o crescimento da igreja, ou simplesmente um exagerado interesse nos números? Como quer que se explique, nada surgiu de meus discursos em todas as reuniões. Fui escutado e ouvido.

O Instituto de Crescimento da Igreja e o Seminario Teológico Fuller

Em 1960 McGravan decidiu ficar indenpendente da junta missionária dos Discípulos de Cristo. Havia se convencido que a única forma de mudar o rumo missionário do protestantismo era estabelecendo um instituto de investigação e formação missiológica que permitisse aos missionários e administradores de missões estudar a fundo as causas do crescimento e estancamento da igreja. Foi assim que fundou o Instituto de Crescimento da Igreja (ICI). Durante seus primeiros cinco anos o Instituto esteve filiado ao Colégio Cristão do Noroeste, uma pequena universidade dos Discípulos de Cristo em Eugene, Oregon.

O primeiro colaborador de McGravan foi Alan R. Tippet, um missionário metodista com várias décadas de serviço nas ilhas do Pacífico Sul. Tippet veio estudar com McGravan porém se converteu em sua mão direita. Por quase vinte anos se destacou na investigação e no ensino como seu principal companheiro de trabalho. Doutorou-se em Antropologia Cultural na Universidade de Oregon, o que deu ao instituto uma base teórica mais sólida do que a que McGravan podia prover. De fato, Tippet chegou a ser o complemento perfeito de McGravan. Este era o estrategista e promotor do movimento e o seu primeiro cientista social. Essa combinação fez possível uma formulação ideológica digerível ante o público evangélico-conservador norte-americano. A divulgação da mesma se facilitou quando em 1964 se fundou uma publicação mensal o “Boletim de Crescimento da Igreja”, sob a direção de McGravan e o auspício financeiro da “Cruzadas de Ultramar”, uma agência missionária independente com sede em Palo Alto, Califórnia.

Cinco anos depois de sua fundação, o instituto de Crescimento da Igreja se mudou para Pasadena, Califórnia, e se incorporou à nova Escola de Missões Mundiais do Seminário Teológico Fuller. McGavran foi indicado como o primeiro deão e professor de crescimento de Igreja, e Tippett como o primeiro professor de antropologia missionária. O casamento entre o Seminário Fuller e o ICI se realizou graças à influência do falecido diretor da Missão Latino-americana e fundador do Movimento de Evangelismo a Fundo, R. K. Strachan. Em 1964, um ano antes de sua morte, Strachan havia servido como professor visitante no Seminário Fuller. (Foi das conferências apresentadas no Seminário Fuller que surgiu sua obra póstuma, El llamado ineludible). De acordo com seus amigos da Missão Latinoamericana, Strachan foi convidado a ser o primeiro deão da nova faculdade, porém devido à sua saúde como ao seu compromisso com a América Latina ele declinou o convite e recomensou em seu lugar a Donald A. McGavran.

O fato de que Strachan tenha desempenhado um papel tão estratégico no casamento do ICI e o Seminário Fuller explica, em parte, a influência exercida pela América Latina nos primeiros anos de vida da Faculdade de Missões Mundiais- FMM. Daí, por exemplo, que o primeiro grande projeto de investigação tenha sido o estudo sobre o crescimento das igrejas protestantes na América Latina, levado à cabo por William R. Read, Víctor M. Monterroso y Harmon Johnson, três missionários em países latino-americanos, sob a direção de Mcgavran y Tippett. Assim mesmo, depois de Tippett y McGavran, as primeiras nomeações de professores foram de Ralph Winter, missionário presbiteriano na Guatemala, e C. Pedro Wagner, ex-diretor associado da Missão Evangélica Andina na Bolivia.

Pouco depois da integração do ICI com o Seminário Fuller, a casa editorial William B. Eerdmans (uma das editoras religiosas estadunidenses de mais prestígio no mundo evangélico) começou a publicar uma série de livros sobre o crescimento da igreja, sob a direção do “decano” dos missiólogos protestantes norte-americanos, R. Pierce Beaver, então professor de história das missões da Faculdade de Divindade da Universidade de Chicago. Ele não somente ajudou a criar interesse da comunidade missionária pelo problema e desafio do crescimento da igreja, sim também estimulou o debate em torno de postulados de igrecrescimento.

O êxito dos livros da Eerdmans e o crescente número de invstigações de campo realizadas por estudantes e professores da FMM, despertaram a imaginação empresarial de Ralph Winter, que devido ao seu doutorado em antropología (com especialidade em lingüística) havia chegado a ocupar a cátedra de história das missões. Winter viu o potencial comercial da literatura missiológica em geral, e de crescimento da igreja em particular. Quando não pode persuadir a administração do Seminário Fuller a lançar uma empresa editorial, Winter investiu seus recursos pessoais e criou sua própria editora sob o nome célebre de William Carey Library (Livraria Guillerme Carey). Começou a publicar a baixo custo, usando máquinas de escrever elétricas em vez de imprensas, pessoal mínimo e a motivação de um “clube de livros” integrados ao Boletim. Em poucos anos a editora experimentou um extraordinário incremento em vendas e títulos publicados. Assim mesmo estimulou a divulgação de crescente número de teses de graduação sobre temas missiológicos e demonstrou que a literatura missiológica tinha um potencial no público protestante estadounidense.

No princípio da década dos anos 70, muitas denominações históricas estadunidenses começaram a mostrar uma profunda preocupação sobre a perda de membros e a diminuição em apoio e contribuições. A década de 70 havia deixado as igrejas do país com uma grande crise de identidade por causa do êxodo juvenil, a polarização ideológica e racial, e o desequilíbrio teológico. Algumas denominações e certas congregações começaram a interessar-se por situações onde a igreja estava experimentando crescimento rápido. Em 1973 umas cem denominações protestantes (de corte tanto liberal como conservadora), em colaboração com várias dioceses católicas, auspiciaram um esforço concentrado de mobilização evangelítica com o nome de Key’73. Inspirado em movimentos como o Evangelismo a Fundo, Key’73 ajudou a criar um grande impacto psicológico em muitas igrejas.

Nesse mesmo tempo, alguns líderes ministeriais estadunidenses (pastores e administradores denominacionais) começaram a interessar-se pelo programa de estudos da FMM. Concluíram que muitos dos princípios da teoria de crescimento eclesial poderiam aplicar-se à suas próprias congregações nos Estados Unidos. Um deles foi Winfield C. Arn, que fundou o Instituto Norteamericano de Crescimento de Igreja como resultado direto de seus estudos missiológicos no Seminário Fuller.

À obra que Winfield realizou juntou-se C. Peter Wagner, que à parte de suas responsabilidades docentes assumiu a direção da Fuller Evangelistic Association (Asociacão Evangelística Fuller, AEF). Era uma fundação para a promoção da obra evangelística no terceiro mundo, criada pelo falecido evangelista Charles E. Fuller (pregador do famoso programa The Old Fashioned Recital Hour — A hora do avivamento tradicional). A AEF havia sido uma das três entidades fundadas por Fuller e seu ministério evangelístico (as outras duas haviam sido o programa de rádio e o seminário, que, seja dito de antemão, havia sido originalmente desenhado por Fuller como uma escola para a preparação de evangelistas e missionários, porém fora transformado em uma faculdade teológica na época de sua fundação (1947) por seu primeiro reitor, Harold Okenga). O único herdeiro de Charles E. Fuller foi seu filho, Daniel, ex-deão e professor do seminário. Reconhecendo que seus dons não eram os do seu pai, Daniel Fuller teve a grande visão de dedicar-se à docência e à investigação neotestamentária, deixando as instituições criadas por seu pai ao cuidado de pssoas mais idôneas. Foi assim que o seminário continuou sua boa marcha sob a direção de uma junta diretiva, pessoal administrativo e corpo docente. O programa de rádio experimentou uma mudança de nome The Joyful Sound (Uma Alegre Melodía) e ficou a cargo de David Hubbard, reitor do seminário e professor de Antigo Testamento. Finalmente a AEF foi colocada sob a direção de Peter Wagner.

Wagner havia se destacado como um hábil administrador e estrategista durante seus dezesseis anos de serviço missionário na Bolívia. Havia realizado seus estudos teológicos básicos no Seminário Fuller e havia voltado para fazer estudos de pós-graduação em missiologia sob a direção de McGavran, depois de haver realizado um programa de mestrado em história eclesiástica no Seminario Teológico Princeton. McGavran viu em Wagner a pessoa idônea para sucedê-lo na cátedra de crescimento da igreja e na promoção do movimento. Wagner, por outro lado, viu em McGavran um mentor competente e fez sua a causa missiológica dele. Como mostra de seu grande afeto e respeito pelo seu professor, lhe dedicou sua obra: Teologia Latino-americana, esquerdista ou evangélica? McGavran o nomeou diretor associado do O Boletim e depois de sua jubilação conseguiu fundos para a criação de uma cátedra permanente de crescimento da igreja (que foi honrada com seu próprio nome) para a qual foi eleito Peter Wagner.

Nos anos que se seguiram, como diretor da AEF, Wagner pois esta instituição à serviço do movimento, desconectando-a paulatinamente de seus próprios projetos. Foi interessando-se mais e mais pelos problemas missionários das igrejas norteamericanas até que se viu completamente envolvido com estudos sobre o crescimento e estancamento das igrejas estadunidenenses. Ainda criou um departamento de ministério hispanicoamericano, para cuja direção nomeou o argentino Juan Carlos Miranda. Juan Carlos Miranda, se ocupou do estímulo e promoção do movimento EE. UU., e da promoção de serviços de consulta à denominações e congregações dentro do país. Quando Wagner ocupou a cátedra de D.A. McGavran (uma função que requeria sua dedicação exclusiva), ele, David Hubbard e outros líderes do complexo de entidades Fuller decidiram converter a AEF no Charles E. Fuller of Evangelism and Church Growth (Instituto de Evangelização e Crescimento de Igreja Charles E. Fuller), dedicado ao serviço das igrejas nas Américas e afiliado à FMM.

É importante reconhecer que houve outros desenvolvimentos no movimento dentro da FMM como fora dela. Ao trabalho de Tippett, Winter y Wanger se juntou os serviços de Arthur Glasser como sucesor de McGavran na decanatura da Faculdade e professor de teologia da missão. Glasser chegou ao Fuller com uma larga experiência missionária na China e na direção da Overseas Missionary Fellowship (Companheirismo Missionário de Ultramar). Conhecido em círculos conservadores por sua rigidez teológica, Glasser ofereceu grande ajuda teológica à FMM. Como teólogo da Faculdade, procurou dar-lhe certa estabilidade teológica e dissipar as críticas que vinham levantando-se contra a perspectiva do movimento de crescimento de igreja, especialmente aquelas dirigidas à carência de uma sólida estrutura fundamentada em uma exegese bíblica séria.

A contribuição de Glassler foi muito oportuna, dada a rivalidade que havia surgido entre as Faculdades de Teologia e Missão no Seminário Fuller. Os esforços bíblico-teológicos de Glassler, sem dúvida, não conseguiram superar o estado de crítica entre os “teólogos” e os “missiólogos”. No geral, persistiram as suspeitas mútuas de falta de seiriedade bíblico-teológica, por uma parte, e carência de praticabilidade missional, por outra. Contudo, a era Glassler como deão da FMM (que concluiu em 1981, quando se jubilou da decanatura e se dedicou exclusivamente à docência como professor benemérito) conseguiu um módus vivendi entre ambas as faculdades, promovendo o espaço para que alguns professores começassem a colaborar em projetos afins. Outros, lamentavelmente, fizeram-se omissos, desconhecendo-se mutuamente.

Um professor que já tinha sustentado um frutífero diálogo com alguns membros da Faculdade de Teologia foi Charles H. Kraft, professor de antropologia e estudos africanos. Sua formação linguística, seu interesse na tradução da Bíblia às línguas vernáculas e seus estudos em hermenêutica e contextualização tinham possibilitado sustentar um interessante diálogo com teólogos e biblistas dentro e fora do Seminário Fuller. De fato, sua obra principal, Christianity in Culture (O cristianismo e a cultura) foi prefaciada pelo conhecido teólogo batista Bernard Ramm. Kraft mesmo reconhece no começo de seu livro sua dívida para com colegas como Jack Rogers e David Hubbard. Desde o ponto de vista do crescimento de igrejas, a obra de Kraft procura aprofundar a base antropológica do movimento e dar legitimidade teológica à meta de estabelecer igrejas culturalmente autóctones entre os povos da terra. Devido a isso, a obra de Kraft possui também implicações explosivas para o crescimento da igreja e se expõe à críticas de ordem sócio-teológicas, porém delas não nos ocuparemos nesse momento.

Outros colegas de McGavran durante seus anos de deão no Seminário Fuller foi Ralph Winter. Em seus anos de trabalho missionário na Guatemala, Winter se destacou por seu estímulo e promoção do movimento de educação teológica por extensão. Havia sido um dos pioneiros desse movimento, junto com Rosse Kinsler e James Emery, ainda que servisse ao corpo docente do Seminário Presbiteriano da Guatemala, logo passou a ser secretário executivo da Associação de Escolas Teológicas Latino-americanas, Região Norte (ALET) desde onde procurou globalizar a experiência “extensionista” do seminário guatemalteco. Foi assim que co-editou o primeiro livro sobre a educação teológica por extensão.

Em Pasadena, Winter começou a promover esse inovado enfoque educativo, porém poucos anos depois se envolveu de cheio com o ensino e investigação no campo da história das missões. Deu a esse ramo da missiologia um enfoque antropológico-cultural e logo conseguiu estabelecer sua própria linha dentro do crescimento de igreja. Esta consistiu no desenvolvimento de uma hermenêutica histórica baseada na observação do fenômeno de estruturas para-eclesiais (“tropas de choques”) dedicadas ao cumprimento da missão cristã no mundo. Segundo Winter a igreja cristã é um movimento composto de uma dupla estrutura: hierárquica ou vertical, e missional ou horizontal. A primeira se dedica ao fortalecimento interno e institucional da igreja. A segunda responde à necessidade da igreja extender-se por todos os povos. Para Winter essas estruturas não devem confundir-se: necessitam-se mutuamente. A primeira corresponde às denominações; a segunda às sociedades missionárias. Dada essa dualidade, as sociedades missionárias não somente devem ocupar-se de estabelecer igrejas sim também sociedades missionárias.

Outro estudo de Winter é sua tipologia da evangelização mundial, na que distingue quatro tipos de evangelização: EO — a evangelização entre cristãos nominais dentro da mesma cultura; E1 — a evangelização do vizinho não cirstão dentro da mesma cultura; E2 — a evangelização de pessoas em outras culturas relativamente próximas; E3 — a evangelização daqueles que se encontram em culturas que estão totalmente fora da órbita evangelística da igreja. Para Winter os tipos E2 e E3 constituem “a prioridade mais alta” na obra missionária. “Para alcançá-los com o evangelho são necessárias agências especializadas e apóstolos devidamente capacitados para a comunicação intercultural”.

Com essa perspectiva Winter retornou à linha que havia levado a McGavran a estabelecer o Instituto de Crescimento de Igreja em 1960. Winter quis que a FMM invidasse todas as suas energias na promoção do que ele passou a chamar “as missões fronteiriças” (E3). Porém, assim como a administração do Seminário Fuller não havia conseguido entusiasmar-se quando Winter propôs o projeto incial de uma casa editorial e ele se viu forçado a fazê-lo independentemente, tampouco encontrou muito entusiasmo em relação à sua nova proposta. Viu-se obrigado a criar seu próprio complexo de instituições.

Foi assim que Winter fundou o U.S. Center for World Mission (Centro Estadunidense de Missão Mundial) e a William Carey International University (Universidade Internacional William Carey) no antigo campus de uma universidade nazarena na mesma cidade de Pasadena. O Centro é um consórcio de agências missionárias e institutos de investigação missiológica à serviço de Ralph Winter “as missões fronteiriças”, e a universidade é um esforço combinado de capactiação missional dedicado a fomentar a visão dos povos escondidos e preparar pessoal idôneo à curto prazo para sua evangelização. A Universidade não pareceria estar diretamente em competição com a FMM, já que esta possui um programa de estudos formais e serve majoritariamente a missionários de carreira (Winter mesmo seguiu atuando como professor adjunto da FMM). Diferentemente os programas da Universidade são de curta duração e apelam a jóvens universitários e professionais, com carreiras seculares, que desejam colocar seus recursos ao serviço da obra missionária nas áreas onde o evangelho ainda não tem sido comunicado. Sem dúvida, o fato de que a Universidade tenha começado recentemente a oferecer graus acadêmicos indica que cedo ou tarde entrararia em competição com o Seminário Fuller.

A perspectiva “winteriana” já havia feito eco nos círculos evangélicos conservadores desde a celebração do Congresso de Lausanne em junho de 1974, quando Winter apresentou pela primeira vez sua tese sobre “a prioridade mais alta”. Posteriormente o Comitê de Lausanne para a Evangelização Mundial procurou incorporar dita perspectiva ao elaborar um enfoque evangelistico estratégico orientado rumo aos “povos não-alcançados”. A Conferência sobre Missões Fronteiriças celebradas em Edimburgo, Escócia, em 1980, refletiu uma relação ainda mais direta com o “projeto” de Winter ao concentrar-se somente em regiões com nenhum tipo de presença cristã.

A independência de Winter, sua ênfase na evangelização dos povos mais remotos da terra, e sua promoção das sociedades missionárias como componente fundamental da natureza da igreja tem dado uma dimensão nova ao movimento de crescimento de igrejas. Por uma parte, tem garantido a continuidade radical da ênfase original de McGavran no treinamento de pessoas para a evangelização dos povos, o estabelecimento de igrejas em sua própria situação e a mobilização das sociedades missionárias (tanto denominacionais como interdenominacionais) para o serviço à “a mais alta prioridade”. Por outro lado, o Seminário Fuller tem resistido em aceitar o “projeto” de Winter, ainda que tenha declarado que sua missão é a de servir, ao menos, a evangelização E1, E2 e E3.

Porém, Winter ia em uma direção, Wagner e os promotores do crescimento de igreja na América do Norte iam em outra. Certamente a ênfase na revitalização e expansão da Igreja norte-americana não se opunha necessariamente à ênfase nas “missões fronteiriças”. Porém, no princípio, McGavran o entendeu como uma ameaça. Para ele, nos EE.UU havia muita gente que poderia levar a cabo a obra evangelizadora. O movimento de crescimento de igreja não poderia dar-se ao luxo de investir energias nesse país, isso acabaria roubando pessoal e recursos da tarefa prioritária: evangelizar o mundo fora da América do Norte e Europa. Sem dúvida, Wagner, Arn e outros foram convencendo McGavran de que no EE.UU, havia um extraordinário desafio missionário intercultural (pela crescente presença de grupos étnicos). Além do mais, se não revitalizassem a base, não se poderia contar um uma sólida força missionária. Assim McGavran não somente deu sua benção à fase intranorte-americana do movimento, mas deu também seu apoio pessoal (Winter, sem dúvida, se mostrou indiferente).

A década de 70 viu, pois, o movimento de crescimento da igreja ampliar suas bases operacionais. Porém que no princípio estava limitado a uma entidade, para fins da década de 70 havia proliferado em várias instituições e movimentos. É um fato, sem dúvida, que pese à crescente literatura e estudos sobre o tema, pese ao incremento de instituições ao serviço do crescimento de igrejas, e pese a ampliação da agenda missiológica do movimento, suas principais vozes seguem aquelas que estão direta ou indiretamente associadas com a FMM do Seminário Fuller (professores titulares e adjuntos, alunos e ex-alunos, institutos afliados e entidades amigas)


Notas e referências

1. Veja a publicaão Church Growth Bulletin del Fuller Institute of Evangelism and Church Growth, Pasadena, California. Sobre a noção do crescimento de igreja como ciência veja a obra de C. Peter Wagner, You¿ Church Can Grow: Seven Vital Signs of a Healthy Church (Glendale, Calif.: Regal Books, 1976), pp. 40–41 (versión castellana por Editorial Vida, Miami, Fla.); idem, Church Growth and The Whole Gospel A Biblical Mandate (New York: Harper and Row, 1981), pp. 75–77.

2. Cf. J. Waskom Pickett, Christian Mass Movements (Lucknow, India: Lucknow Publishing House, 1933).

3. Entendemos por “modernizacão” o processo civilizatório experimentado no Ocidente e suas dependências coloniais através do mundo durante os últimos quatro séculos como resultado do surgimento da ciência moderna, a revolucão industrial e tecnológica e a expansão capitalista. (Para uma extensa discusão deste conceito no contexto da obra misionária, veja o ensaio de Stephen C. Knapp, “Mission and Modernization”, en American Missions in Bicentennial Perspective, editado por R. Pierce Beaver (So. Pasadena, Cal.: William Carey Library, 1977), pp. 146–198. Por “cristandade” entendemos o projeto (histórico) de uma sociedade “cristã” sustentada por princípios e valores religiosos, com a igreja como gerente ou mentor espiritual. Para uma discusão mais detalhada do problema da cristandade na missão cristã, veja a Orlando A. Costas, Christ Outside the Gate: Mission Beyond Christendom (Maryknoll, NY: Orbis Books), pp., xvii, 14, 35–36, 68, 123–24, 179–81, 189–90, 192–94.

4. Donald A. McGavran, Christian Missions in Mid India (Lucknow, India: Luck-now Publishing House, 1936). Esta obra foi posteriormente reimpressa em J. W. Pickett, A. L. Warnshuis, y Donald A. McGavran, Church Growth and Group Conversion (So. Pasadena, Ca: William Carey Library, 1962).

5. Donald A. McGavran, The Bridges of God (Londres: World Dominion; Nueva York: Friendship Press, 1955).

6. Cf. as seguintes obras de McGavran: “ A Study of The Life and Growth of the Disciples of Christ in Puerto Rico” , United Christian Missionary Society, Indianapolis, 1956 (mimeografiado); “ Church Growth in West Utkul, Orissa, India” , United Christian Missionary Society, Indianapolis, 1956 (mimeografiado); Multiplying Churches in the Philippines, United Church of Christ in the Philippines, Manila, 1958 (reimpreso por Overseas Crusade Ministries in the Philippines, Manila, 1980); Church Growth in Jamaica (Lucknow, India: Lucknow Publishing House, 1962); Church Growth in Mexico (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1963).

7. Donald A. McGavran y Winfield C. Arn, Ten Steps for Church Growth (San Francisco, Cal.: Harper and Row, 1977), p. 4.

8. Kenneth Strachan, El llamado ineludible (San José, Costa Rica: Editorial Caribe, 1968).

9. Cf. William R. Read, Víctor M. Monterroso y Harmon A. Johnson, Avance evangélico (El Paso, Texas: Casa Bautista de Publicaciones, 1970).

10. C. Pedro Wagner, Teología latinoamericana, ¿izquierdista o evangélica? (Miami: Editorial Vida, 1969).

11. Veja, por exemplo, as seguintes obras de Wagner: Your Church Can Grow (Glendale, Cal.: Regal Books, 1976; versão castelhana por Editorial Vida, Miami); Your Church Can Be Healthy (Nashville, Tenn.: Abingdon, 1979); Your Spiritual Gifts Can Help Your Church Grow (Regal, 1979; versão castelhana por Editorial Vida); Our Kind of People (Atlanta, Ga.: John Knox Press, 1979).

12. Charles H. Kraft, Christianity in Culture: A Study in Dynamic Theologizing in an Inter Cultural Perspective (Maryknoll, NY: Orbis Books, 1978).

13. Cf. James Emery, Ross Kinsler, Louise Walker y Ralph D. Winter, Seminario de extensión: un manual (So. Pasadena, Cal.: William Carey Library, 1970).

14. Cf. Ralph Winter, “The Two Structures of God’s Redemptive Mission”, en Perspectives on the World Christian Movement: A Reader, editado por Ralph D. Winter y Steven C. Hawthorne (So. Pasadena, Ca. William Carey Library, 1981), pp. 178–190; idem, “The Planting of Younger Missions”, en Church/Mission Tensions, compilado por C. Peter Wagner (Chicago: Moody Press, 1972).

15. Cf. Ralph D. Winter, “The New Macedonia: A Revolutionary New Era in Mission Begins”, en Perspectives on the World Christian Movement, pp. 293–311; idem “The Task Remaining: All Humanity in Mission Perspective”, en ibíd. pp. 312–328.

16. Sobre o desenvolvimento do conceito dos “povos não alcançados” (ou “povos fronteiriços”), de acordo com Winter, veja seu ensaio (inédito), “Unreached Peoples: The Development of the Concept”, Consulta Reformada sobre a misão, Filadelfia, Penn., 16 de marzo 1983 (mimeografiada), 28 pp.

17. A fundacão do Centro teve como finalidade dar solidez a um movimento dedicado exclusivamente a alcançar aos “povos escondidos”, aqueles em meio dos quais não há nenhuma igreja.

(Obs.: Tradução livre de Regina Fernandes Sanches)

Regina Fernandes Sanches

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Fonte:https://medium.com/sabercriativo-com-br/origem-e-desenvolvimento-do-movimento-de-crescimento-da-igreja-5072dbcabe92

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

24 de outubro, Dia Municipal da Assembleia de Deus


02.02.2021
Do canal do Vereador Luiz Eustáquio/Recife/PE, 11.11.2020


O Vereador Luiz Eustáquio é membro da Assembleia de Deus do Recife

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Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=CpqhX88hIvU

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Muçulmana morre e é ressuscitada por Jesus dois dias depois

11.10.2016
Do portal GOSPEL PRIME, 09.10.16
PorJarbas Aragão

Testemunho de impacto abriu as portas para a evangelização de muitas pessoas 

Muçulmana morre e é ressuscitada por Jesus dois dias depois
Muçulmana morre e é ressuscitada por Jesus dois dias depois

Uma mulher que passou dois dias em um necrotério, surpreendeu médicos e funcionários do hospital quando ressuscitou. Sabina, estava visitando seu filho na Rússia, quando ficou gravemente doente.

A família a internou, mas ela ficou em coma por dois dias antes de ter sua morte confirmada pelos médicos. Seguindo o procedimento, foi levada para o necrotério em anexo, onde seu corpo ficou junto com outros cadáveres durante mais dois dias.

Segundo Sabina, ela podia se ver no fundo de um poço, sem forças para escalar de volta até a borda. Foi então que ela notou uma árvore cujo galho maior cresceu até chegar onde ela estava. De repente, o galho da árvore se transformou em uma mão. Ela ouviu a voz de Jesus dizendo: “Se você agarrar minha mão, vou devolver a sua vida”.

Quando ela estendeu sua mão e tocou em Jesus, acordou no necrotério. Seu corpo estava totalmente coberto por um lençol branco. Ela ouvia as vozes das pessoas ao seu redor. Decidiu então se sentar, mas os funcionários do hospital saíram correndo para fora do local.

Mais tarde, quando voltaram, viram que ela continuava sentada. A mulher pediu que eles não se preocupassem, pois ela estava viva. Ninguém conseguia explicar o que aconteceu com ela, mas deram-lhe comida, água e roupas. Levaram-na para visitar seu filho em outro hospital.

Sabina voltou para casa, em um país na Ásia Central, surpreendendo toda a sua família. No primeiro domingo após sua volta, ela foi ao culto em uma igreja evangélica pentecostal e entregou sua vida a Cristo.

A maioria das pessoas em sua cidade era islâmica. Num primeiro momento sua família ficou perplexa com sua decisão de se tornar cristã. Contudo, ao ouvir seu testemunho, todos os seus filhos, sua mãe e uma sobrinha também entregaram as vidas a Cristo, deixando o islamismo. Alguns deles hoje são missionários em tempo integral.

Testemunho abre portas

Aisha, uma das filhas de Sabina, casou com um ocidental chamado Jamal. Ambos trabalham atualmente no Oriente Médio como missionários entre os muçulmanos em campos de refugiados sírios.

Jamal explica que o testemunho de sua sogra sendo ressuscitada por Jesus abriu muitas portas para eles falarem do evangelho. “Eu compartilhei a história da minha sogra e, por causa disso, foi mais fácil meus alunos ouvirem a mensagem. Dois dias depois, já estava reunindo cerca de 30 muçulmanos”, enfatizou.

O milagre que Deus fez na vida de Sabina continua abrindo portas para o evangelho até hoje. Com informações de Gospel Herald
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Fonte:https://noticias.gospelprime.com.br/muculmana-morre-ressuscitada-jesus-dois-dias/

domingo, 29 de novembro de 2015

Filme sobre oração é sucesso e surpreende Hollywood

30.11.2015
Do portal GOSPEL PRIME, 
Por Jarbas Aragão

 Maior arrecadação por sala de cinema em agosto é de filme dirigido por pastor

Filme sobre oração é sucesso e surpreende Hollywood
Há cerca de dez anos os filmes com temática cristã vêm crescendo em popularidade e mostrando para os grandes estúdios que podem ser lucrativos. Eles geralmente têm um orçamento modesto, nem de perto lembrando os milhões gastos na produção e, sobretudo, na divulgação dos grandes filmes.
The War Room [Quarto de Guerra] estrou nos Estados Unidos no último final de semana de agosto sem grande alarde. Embora exibido em apenas 1.135 salas, ficou em segundo lugar em arrecadação, com 11 milhões de dólares. Na média, ficou em primeiro lugar, já que “Straight Outta Compton” arrecadou 13,2 milhões, em 3.142 cinemas.
Produzido pelos cineastas Alex Kendrick e seu irmão Stephen, o título é uma menção ao poder da oração. O roteiro fala de fé e a mensagem é clara: Deus ouve seus filhos.
Alex é pastor, mas seu ministério tem sido o cinema, desde que emplacou sucessos como “Desafiando Gigantes”, “Prova de Fogo” e “Corajosos”. Para a crítica, esse é o melhor filme dos irmãos Kendrick.
Estrelado por TC Stallings, Priscilla Shirer e Karen Abercrombie, o drama mostra o poder que a oração tem na vida diária, tanto física quanto espiritualmente.
Rich Peluso, da Sony Pictures, responsável pela distribuição do longa, comemora. Ele explica que o sucesso não foi surpresa para a Sony, que acompanha os movimentos de igrejas de todo o país que foram em peso ao cinema.
“Além de entretenimento, o filme é uma ferramenta útil para mudar vidas e corações”, defende Peluso.
Para os irmãos Kendrick, “Deus fica com todo o crédito pelo que está acontecendo. Milhares de pessoas têm orado por este filme. Com toda a nossa insuficiência, Deus continua fazendo o que seria impossível para nós, isso é inegável. Estamos muito gratos”.
Assim como foi com “Prova de Fogo”, estão lançando um livro de meditações para estimular as pessoas em suas vidas de oração. “Há fome de oração nesta terra. Esperamos que este livro estimule o fogo da fé para que as pessoas orem mais. Ore de acordo com as Escrituras. Ore pelos nossos líderes, nosso governo, nossa cultura e nosso povo.” Com informações de Christian Post
Assista o trailer:

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Fonte:https://cinema.gospelprime.com.br/the-war-room-sucesso-hollywood/

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Para que serve a Escola Dominical?

27.11.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 25.11.15



“Quem examina cada questão com cuidado, prospera, e feliz é aquele que confia no Senhor” (Pv 16.20).

O avivamento não é uma coisa que a igreja possa agendar e realizar. Mas ela pode, sim, desejar que aconteça. Ela pode orar, suplicar, estudar o assunto, checar as Escrituras, conhecer a sua natureza, os seus resultados e quais transformações foram produzidas de modo duradouro. 

Também é possível constatar os enganos do inimigo se misturando à obra realizada e os exageros cometidos por lideranças quando o zelo cego deseja as experiências pelas experiências e não a apropriação de seus benefícios para a vida em permanente santificação.

No processo de desejo e preparo para que um avivamento aconteça, a Escola Dominical ocupa uma função importantíssima, eu diria chave. Um dos grandes desafios da Igreja no século 21 é exatamente a falta de informação bíblica com solidez e qualidade. É irônico que num tempo de tantas facilidades e de tantos recursos tecnológicos exista uma crescente ignorância bíblica no seio do povo de Deus. 

As Escrituras e tantos outros recursos como dicionários, comentários, sermões e ferramentas para exegese e hermenêutica estão disponíveis em todas as plataformas. Você pode ir para o culto hoje com dezenas de versões e traduções bíblicas, com uma volumosa biblioteca altamente especializada e com as obras dos autores mais badalados no momento no ‘tablet’ e no smartphone. Mesmo assim, a ignorância parece não ceder; antes, piora a cada dia. Muita informação e pouca profundidade. Muita informação e nem sempre acontece a formação. Por quê?

Porque a mente precisa ser treinada para poder usufruir com proveito tais recursos. Os textos em linguagem digital geralmente são curtos, sintéticos, sem grande desafio para o raciocínio, sem grandes dificuldades para a mente formar suas próprias conclusões. As respostas podem vir mesmo antes de a questão ser posta. A Escola Dominical pode ser um lugar da inteligência da fé, munida destes e outros recursos, pode ser o espaço ideal para o aprofundamento das questões mais relevantes e que mais desafiam a veracidade e a racionalidade da fé cristã. 

“Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pe 3.15). Fica claro por esta citação que o preparo, o treinamento da mente, a capacidade de argumentar com coerência fazem parte do amadurecimento, do discipulado e de uma vida operosa no Evangelho. 

Portanto, é um dever da liderança da igreja local investir na Escola Dominical e na formação dos professores. É um dever moral dos cristãos valorizarem esta escola para a edificação de suas almas e também para o equipamento espiritual e intelectual de corações e mentes capazes de testemunhar e de compartilhar o Evangelho. Quando as Escrituras são disseminadas, ensinadas e explicadas, quando as sublimes doutrinas da Graça e o estudo diligente de todas as doutrinas sobre a Trindade e as últimas coisas fazem parte do currículo básico da Escola Dominical será inevitável que haja um despertamento para uma adoração mais grata, mais vibrante, mais emocionante em face do encantamento que a verdade de Deus provoca na alma. Sem dúvidas numa atmosfera espiritual regida pela verdade e com uma adoração sustentada pela razão o caminho para o avivamento pode estar sendo aberto. 

A Escola Dominical tem um papel importante também na evangelização. Ela deve ser um centro de discipulado e envio. Como os apóstolos sentados aos pés do Mestre e, depois de ouvi-lo atentamente, foram enviados em missão. O mesmo deve acontecer na Escola Dominical. Assentamo-nos para ouvir sobre o Reino, o amor do Pai, as Bem-aventuranças, a prática da justiça e etc.; somos enviados a oferecer e dar de graça o que de graça e pela graça recebemos. Na Escola Dominical aprendemos a viver e a agir como discípulos, como quem apreende a consciência de ser enviado ao mundo como o seu Mestre. 

Sem uma Igreja bem treinada, com uma fé inteligente e articulada; sem um povo com bases bíblicas e doutrinárias sólidas e bem identificadas; sem uma adoração racional, vibrante e sem uma profunda identificação como discípulos de Jesus nem o avivamento e nem a evangelização serão possíveis. Graças sejam dadas a Deus pela Escola Dominical. Valorizemos, pois, esta maravilhosa “escola de vida”.


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Foto: Stasys EIDIEJUS/Freeimages.com


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/para-que-serve-a-escola-dominical

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Por que evangelizar?

04.06.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alessandro Brito*
Por que evangelizar?
Normalmente a criança realiza uma infinidade de tarefas sem saber por qual razão. Talvez é por isso que as vezes obedece ordens de forma quase que forçada.
Na minha infância, por exemplo, eu ia para a escola por obrigação. Não tinha um pingo de motivação para acordar cedo, prestar atenção nas aulas e realizar as tarefas de casa. 
Por que tenho que estudar? Fiz essa pergunta para minha mãe a fim de encontrar uma motivação. Ela respondeu: “Para você ter uma profissão no futuro”. Nem precisei pensar muito para chegar a uma conclusão. Já que esse era o motivo, bastava encontrar uma trabalho que não exigisse muito estudo. Um dia então disse para meus pais que não iria mais para a escola, pois tinha decidido trabalhar como mendigo.
Isso é o que acontece quando não entendemos corretamente quais são os propósitos ou  motivos que nos levam a agir.
Na igreja isso não é diferente. Um dos erros mais corretes nos treinamentos de evangelização é o de responder a pergunta certa, na hora errada. Normalmente os cursos começam com a pergunta: como evangelizar? Assim ensinam as pessoas a entregar folhetos, convidar pessoas para irem a igreja, entregar Bíblias de presente entre uma infinidade de outras coisas, mas sem explicar primeiro para que finalidade. A consequência é que muitos aprendem como evangelizar, mas não sabem por qual razão. Criam então a suas próprias motivações nem sempre bíblicas.
É comum encontrar, por exemplo, pessoas que evangelizam com o propósito de aumentar o número de membros de suas igrejas locais. Isso explica o grande número de igrejas cheias de pessoas vazias. Pessoas que foram “evangelizadas” por caçadores de membros. Porém a evangelização não é uma caça desenfreada em busca de membros, mas o anúncio das boas novas de Cristo.
Ainda que o evangelho seja uma boa notícia, muitos não sabem ao certo quais são os motivos pelos quais compartilham as boas novas. Quero então lhe apresentar três razões, com base na carta de 2 Timóteo 4.1-8, pelas quais devemos evangelizar de forma bíblica.
Para salvar as pessoas do inferno (vs. 1; 2)
Paulo ordena Timóteo, no verso 2,  a pregar com insistência em tempo e fora de tempo. Em outras palavras, ser até inoportuno, quando necessário for, para compartilhar o evangelho. Mas por que dar uma ordem desse tipo já que, na maioria das vezes, uma boa notícia nunca é inoportuna? 
A resposta está no verso um, onde Paulo diz que todos serão julgados, uns para condenação eterna e outros salvos da morte eterna. Ou seja, a mensagem do evangelho é as vezes inoportuna, por ser uma boa notícia precedida de uma da má notícia.
Paulo, por exemplo, deu uma má notícia, em Romanos 6.23, ao dizer: “Pois o salário do pecado é a morte…”. Essa é a pior notícia que alguém pode receber, pois se trata da morte, não física, mas espiritual. Algo que causa tristeza, não só terrena e limitada, mas eterna em um local chamado inferno.  O apostolo, porém, logo após dar a má notícia, dá uma boa notícia ao dizer: “…mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor”.3
A má notícia precisa ser dada ainda que não gostem dela e não importa o lugar ou à hora. Deve ser comunicada no hospital, escola, trabalho, barbeiro, supermercado ou em qualquer outro local onde existam pessoas correndo o risco de morte eterna, pois não sabemos se o pecador terá outra chace. Porém deve ser dada com muito cuidado e amor a fim de diminuir o choque e a dor do receptor.
Você crê que o inferno é real? Se acredita, tem compartilhado o evangelho com aqueles que estão, muitas vezes sem saber, caminhando em direção ao inferno? Anuncie o evangelho a fim de salvar pessoas do inferno.
Para cumprir com o nosso dever (vs. 3-7)
Nessa passagem, em específico, Paulo deixa claro, nos versos 3 e 4, que existiam muitas pessoas que se diziam  cristãos, quando, na verdade não eram.[1] Além disso, alertou quanto a um tempo vindouro, onde as pessoas procurariam cada vez mais ouvir só aquilo que as agradasse.
Esse tempo já chegou, e hoje as pessoas preferem acreditar em mentiras a fim de se sentirem contentes, do que deixar a Palavra de Deus ser o instrumento de satisfação. Mas se ninguém quer saber das verdades bíblicas, por que pregar o evangelho?
Paulo responde a essa pergunta no verso de número 5, ao dizer: “Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério”. Ou seja, independente dos resultados alcançados, obedeça a Deus, nem que para isso você tenha que sofrer muito.
Um pastor que admiro muito, Francis Chan, disse o seguinte sobre a ordem de Cristo a nós: “As palavras ditas sem ação, nunca foram aceitas por Jesus”. Ele ilustrou isso de forma fantástica ao comparar a ordem de Cristo com a de um pai que diz para a sua filha ir limpar o quarto. Esse pai, ao dar a ordem, não espera que a criança volte dizendo que memorizou a ordem. Assim como também não espera que ela se reúna com as suas amiguinhas para discutirem sobre a arte de arrumar o quarto. Ou que ela aprenda a dizer: “vá limpar o quarto” em grego. O que ele quer é que ela cumpra indo limpar o quarto.
Deus da mesma forma espera que venhamos a cumprir a ordem de “ir e pregar o evangelho”. Cristo olhava para as pessoas e dizia: “Por que vocês me chamam Senhor, e não fazem o que eu digo para você fazerem?”.[2] Você tem obedecido a ordem de Cristo?
Para demonstrar a nossa gratidão (v. 8)
Paulo conclui dizendo que receberia seu prêmio,  assim como acontece com atletas vencedores, por ter corrido por várias partes do mundo pregando o evangelho. Além disso, diz que não seria o único, mas que o prêmio seria distribuído entre todos os que esperam, com amor e fidelidade, a volta de Cristo. Mas que prêmio é esse?
Muitos chamam esse prêmio de galardão, uma recompensa que será concedida, por Cristo, aos crentes no dia do Juízo Final. Não sabemos ao certo o que exatamente é o galardão, mas podemos afirmar que nada tem haver com a recompensa da salvação, que é recebida por meio da fé no Senhor Jesus e graças à Sua obra consumada na Cruz. A salvação é uma presente entregue sem o merecimento. Isso gera um sentimento de gratidão que nos motiva.
Essa também foi a motivação de jovem pintor. Em sua primeira exposição, encantou a todos com belíssimos quadros de flores e paisagens. No entanto, entre seus quadros havia um em que ele retratava as mãos calejadas de um trabalhador. Alguém percebeu que este quadro não trazia o preço, e o artista lhe explicou: “Desculpe, senhor, este quadro não está à venda, por isso não tem etiqueta de preço. É da minha coleção particular”. O senhor então diz: “É um belo quadro, no entanto, um pouco deslocado entre os os demais, você não acha?”. O pintor respondeu: “Sim, é verdade! Mas, ele sempre estará em todas as exposições que eu vier a fazer em minha vida, pois, minha arte eu devo à estas mãos. São as mãos de meu pai, que se sacrificou duro toda a sua vida,  para que eu pudesse estudar e aperfeiçoar a minha arte”.
Não evangelizamos por interesse em busca de um prêmio. Mas por gratidão a Cristo, que teve as suas duas mãos perfuradas em sacrifício. Morreu em nosso lugar e nos concedeu de graça a salvação sem que merecêssemos.
Isso gera em você um sentimento de gratidão? Ou são as coisas deste mundo o prêmio pelo qual você luta? Se busca motivação nas coisas deste mundo, lembre-se do que Jesus disse: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perde-se”?[3]
Conclusão
A morte  tem se tornado algo comum em nossos dias. Mais de um milhão de pessoas, por exemplo, morrem em acidentes de trânsito por ano no mundo. Além disso, 56.000 pessoas morrem a cada ano vítimas de homicídio só no Brasil. O problema é que, por mais corriqueira  que a morte tenha se tornada, a notícia de que alguém próximo morreu, ainda nos incomoda muito. Quando, por exemplo, tomamos conhecimento de que um ente querido aumentou esses números estatísticos ficamos tristes ao ponto de choramos. Isso explica o motivo pelo qual a notícia da morte é uma má mensagem para quem recebe, quanto para quem a dá. Ninguém gosta de uma má notícia.
O evangelho, por outro lado, é uma boa notícia, poderosa para salvar muitas pessoas da morte eterna. Esse motivo por si só deveria nos mover a evangelizar nossos amigos, familiares e conhecidos. Porém as pessoas não evangelizam ou pregam com motivações tolas, por pura ignorância.
Disse na introdução que, por não entender a razão pela qual eu estudava, decidi ser um mendigo. Hoje, porém, penso de uma maneira diferente, pois tenho plena noção da importância de se estudar e não pretendo parar de estudar tão cedo. Você, por meio deste sermão, conheceu os motivos pelos quais devemos evangelizar. E por isso lhe pergunta: você se comportará, como uma criança que age por obrigação, ao evangelizar; ou como uma pessoa consciente da tamanhã importância que é anunciar o evangelho de Cristo?
*Alessandro Miranda Brito, casado, 33 anos de idade, bacharel em Teologia, plantador de igrejas da Co-Mission Church Planting Network.
Notas
[1] 2 Timóteo 3.1-9
[2] Lucas 6.46
[3] Lucas 9.25
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/evangelizar/