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segunda-feira, 5 de junho de 2023

AS ASSEMBLEIAS DE DEUS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

05.06.2023

Editado por Irineu Messias

As Assembléias de Deus EUA, oficialmente o Conselho Geral das Assembléias de Deus, são uma denominação cristã pentecostal nos Estados Unidos. As Assembléias de Deus são o ramo dos EUA da World Assemblies of God Fellowship, a maior pentecostal do mundo corpo.

As Assembléias de Deus foram fundadas em 1914 em Hot Springs, Arkansas, por um grupo de ministros que estavam insatisfeitos com o estado do cristianismo americano. Eles acreditavam que a igreja havia se tornado formal demais e que havia perdido o foco no Espírito Santo. As Assembléias de Deus foram fundadas nos princípios de autoridade bíblica, salvação pessoal e batismo no Espírito Santo, com a evidência de falar em línguas.

As Assembléias de Deus cresceram rapidamente desde a sua fundação. Hoje, é a maior denominação pentecostal dos Estados Unidos, com mais de 13.000 igrejas e 3 milhões de membros. As Assembléias de Deus também são a maior denominação protestante nos Estados Unidos, após a Convenção Batista do Sul.

As Assembléias de Deus são uma igreja não-denominacional. Isso significa que não é afiliado a nenhuma denominação ou tradição específica. As Assembléias de Deus também são uma igreja missionária. Isso significa que está comprometido em espalhar o evangelho pelo mundo. As Assembléias de Deus têm uma forte ênfase no evangelismo e nas missões.

As Assembléias de Deus são uma igreja conservadora. Isso significa que ele se apega às crenças cristãs tradicionais. As Assembléias de Deus também são uma igreja carismática. Isso significa que ele acredita nos dons do Espírito Santo, inclusive falando em línguas.

As Assembléias de Deus são uma igreja em crescimento. Está atraindo novos membros de todas as esferas da vida. As Assembléias de Deus também são uma igreja vibrante. É ativo no evangelismo, missões e ministério social.

Aqui estão algumas das crenças das Assembléias de Deus:

  • A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada.
  • Existe um Deus, eternamente existente em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
  • Jesus Cristo é o Filho de Deus, que foi concebido pelo Espírito Santo, nascido da Virgem Maria, viveu uma vida sem pecado, morreu na cruz por nossos pecados, ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e está voltando.
  • A salvação é pela graça através da fé em Jesus Cristo.
  • O batismo no Espírito Santo com a evidência de falar em línguas é um presente de Deus para todos os crentes.
  • A igreja é o corpo de Cristo, e sua missão é fazer discípulos de todas as nações.
  • Jesus Cristo retornará à terra para julgar os vivos e os mortos e estabelecer seu reino eterno.

As Assembléias de Deus são uma igreja crescente e vibrante que está fazendo a diferença no mundo. É uma igreja comprometida com a verdade da Bíblia, o poder do Espírito Santo e a missão de Cristo.

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domingo, 20 de março de 2022

O papel do policial cristão (ou não) em prol dos direitos humanos e contra o racismo

20.03.2022

Do portal ULTIMATO ONLINE, 20.02.22

Por Kiel, Alagoinha - BA

Na condição de agente público e cristão (ou não), o policial tem uma contribuição significativa a oferecer tanto para sua corporação quanto para o bem-estar da sociedade na luta contra a violência, racismo e direitos humanos.

Desde a repercussão internacional da morte de George Floyd (negro morto covardemente por um policial numa abordagem criminosa nos EUA) e registros como o caso de Jacob Blake (2020), as manifestações de repúdio e protestos contra violência policial atrelada ao racismo tem crescido cada vez mais em vários países.

O aumento dessa indignação social não é mero "barulho" de militantes do Black Lives Matter, mas representa todos os que não compactuam com excessos recorrentes de integrantes das forças policiais contra pessoas marginalizadas pela sua condição econômica ou cor da pele.

Abro parêntesis. Este texto não é um "tratado sociológico", óbvio. Nem de esquerda ou direita, progressista ou conservador - minhas preferências teóricas na "crítica social" ou pendor ideológico não estão em pauta, mas faço uma interpretação livre a partir de uma cosmovisão cristã e crivo de minha consciência.

Uma demonstração de indignação e engajamento pelo linchamento moral não prova virtude, mas pode apontar projeção e ocultação de deformidades de caráter de quem esbraveja contra o execrado. Um exemplo: a turba justiceira que depredou e queimou a casa da torcedora do Grêmio que chamou o goleiro do Santos (2015) de macaco. Em nome do "racistas não passarão", ameaçaram-na até de estupro e morte. Em prantos e demonstrando-se arrependida, a jovem suplicou perdão (tentou explicar seu erro como um infeliz momento passional), mas os antirracistas virtuais foram implacáveis – até o goleiro.

Não engrosso o coro dos que se sentem “voz das minorias ou excluídos”, com ostentação humanitarista e adotando a função de "fiscal dos preconceituosos" e "juiz" dos que perpetram injustiças. Creio que há um risco de se enquadrarem no grupo de sinceros funcionais úteis movidos por puro ideal ou de manipuladores beneficiários de poder. Fecho parêntesis.

Embora a ação ostensiva da atividade policial contra suspeitos de crime deva se respaldar nos princípios da isonomia, proporcionalmente não é o que ocorre quando se trata de abordagem contra estigmatizados socialmente.

No entanto, ainda que alguns estereótipos sejam tido por compreensíveis (mesmo que não justificáveis), comprova-se: muitas pessoas vistas como “suspeitas” pelo seu aspecto exterior (roupa, tatuagem, brinco, cabelo etc.), são indivíduos em dignidade com meros traços característicos de seu meio social.

A fim de evitar leviandade numa abordagem policial, cabe ao agente de segurança pública conceder, no contexto devido, legítima presunção da inocência e o benefício da dúvida - até que se prove ou se tenha indícios do contrário.

Fartas evidências e provas estatísticas confirmam que negros estão entre os mais vulneráveis socialmente: maiores taxas de analfabetismo, desemprego, menores salários, condições de sobrevivência e IDH precários. Além disso, estão entre os que mais morrem por violência policial ou envolvimento no crime – Tráfico, Facções etc.

Contudo, sabe-se também que a maioria dos negros das comunidades pobres são trabalhadores que não aderem à criminalidade. E os que estão entre os que mais morrem por violência policial, ao mesmo tempo, estão entre os que mais matam e cometem crimes, porém ninguém deve ser inocentado ou criminalizado pela cor da pele, mas com base nos seus atos diante da Lei.

Dessa forma, faz-se necessário aprimoramento não só técnico e tático na formação policial, mas também em inteligência emocional, pois seguindo hostilizados em muitas comunidades, não será tarefa fácil conquistar a confiança e respeito (perdidos por décadas) em razão de inúmeras ações truculentas, reflexos de certa ineficiência do Estado e disfuncionalidade na segurança pública.

Conquanto seja dever de ofício o combate ao crime e ação enérgica contra criminosos, urge inteligência emocional e proficiência operacional para que, em nome do combate ao crime, o Estado não cometa novos crimes contra inocentes.

Embora não se possa fragilizar as forças policiais na luta contra a criminalidade, é preciso rigor também frente aos crimes de colarinho-branco e brancos ricos que encontram brechas na lei através de advogados caros que os defendem, enquanto muitos negros pobres nem sabem o que é um Habeas-Corpus ou seus direitos básicos respaldados na Constituição ou Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A existência do pecado atesta: longa é a jornada na desconstrução da imagem da polícia como "vilã" ("assassina de negros"), mas tal como os esforços estratégicos na redução de erros operacionais e busca incessante pelo fim de mortes injustas são essenciais, um caminho mais curto a ser percorrido nesse objetivo são policiais rendendo-se a Cristo e tornando-se tanto uma muralha de guerra contra o crime quanto uma ponte que promove paz entre sociedade e policiais.

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Fonte: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/o-papel-do-policial-cristao-ou-nao-na-em-prol-dos-direitos-humanos-e-contra-o-racismo

quinta-feira, 10 de março de 2022

Por quê há sofrimento no mundo se Deus é soberano? Pastor John Piper responde

10.03.2022

Do portal GOSPEL MAIS,09.03.22

Por  Tiago Chagas 

John Piper: “O coronavírus é um alerta de Deus para nos preparar para a  volta de Cristo” - Guiame 

A guerra na Ucrânia e episódios de desastres e injustiça levam muitos cristãos a duvidarem da soberania de Deus, uma vez que o sofrimento humano é inerente a situações como essas. O pastor John Piper foi questionado sobre o tema e ofereceu algumas reflexões.

A pergunta enviada a Piper em seu podcast foi feita por um ouvinte que optou por não se identificar, e o pastor optou por chama-lo de “homem ferido”, já que os acontecimentos do mundo o deixaram triste.

Em seu e-mail ao podcast Desiring God, o “homem triste” desabafou com o pastor, expressando sua frustração também com as situações enfrentadas pelos Estados Unidos sob o governo de Joe Biden e o crescimento do aborto no país, que atualmente é endossado

“Para ser totalmente sincero e honesto, eu me esforço para acreditar que o Senhor está governando completamente seu mundo hoje. É impossível acreditar, simplesmente por tudo o que estamos vendo. […] Não apenas nossa nação entrou em um caminho escorregadio de autodestruição imoral, mas nossa economia está vacilando. A dívida nacional está subindo rapidamente. Os nascituros são massacrados diariamente. As taxas de homicídio na América estão aumentando”, comentou.

“Em Chicago, a taxa de criminalidade aumentou tanto que estou começando a acreditar que é mais seguro no Iraque ou no Afeganistão do que no South Side. A maioria das crianças dorme debaixo da cama com medo de se tornarem vítimas de violência armada”, acrescentou.

O “homem triste” também lamentou suas próprias mazelas: “As lutas também nos atingiram, uma família de quatro pessoas. Temos um filho nascido com TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade], e isso criou uma vida de pura frustração, dor, tristeza e às vezes até desespero”, escreveu.

“Uma noite, enquanto tentava fazer sua lição de casa, ele me disse: ‘Pai, eu odeio ir à escola. Até os professores zombam de mim. Eu odeio o TDAH e esse medicamento que me deixa doente do estômago’. Pastor John, se Deus está no comando, por que há tanto sofrimento ao redor?”, questionou.

A resposta

Em sua resposta, Piper observou uma “afirmação dolorosa” feita pelo autor da pergunta: “Ele disse que é impossível acreditar que Deus está governando completamente o mundo de hoje. E eu oro para que Deus torne essa crença possível novamente”, disse.

O pastor pontuou que já respondeu perguntas semelhantes, mas acredita ser realmente necessário abordar o tema novamente, e citou a série documental Pain, Pus, and Poison (“Dor, pus e veneno”, em tradução livre), que trata da descoberta da penicilina.

“No segundo episódio, fala sobre o surgimento dos antibióticos no século 20. Fiquei impressionado ao pensar que milhares de pessoas definharam com as doenças mais terríveis sem intervenção médica”, introduziu.

Piper relata que o documentário mostra fotos de pessoas morrendo de infecções horríveis e crianças pequenas cobertas de feridas, com varíola, enquanto mães abanavam as moscas delas, esperando a morte de seus filhos: “Eu pensei: ‘E se fosse comigo?’ E isso aconteceu milhões de vezes na história do mundo”, refletiu.

“A maioria de nós ocidentais foi poupada de qualquer contato imediato com as formas mais horríveis, medonhas e repugnantes de infecção, desfiguração e dor lancinante. Por isso, quando vemos as imagens, perguntamos: ‘o que o Senhor está fazendo? O que está dizendo? O que isso significa?’”, declarou.


“Eu entendo a pergunta desse homem. E entendo a mesma pergunta vinda de milhares de outras pessoas que sofrem com eventos inimagináveis que as levam até à incredulidade”, reconheceu.

A vida no mundo contemporâneo não tem sido fácil, admitiu o pastor, ponderando, no entanto, que tempos piores já foram enfrentados pela humanidade. Piper resgatou o dado histórico que aponta para 300 milhões de mortes entre 1900 e 1977 por causa da varíola: “E hoje as pessoas não morrem de varíola ou poliomielite”.

“O problema com o sofrimento não é que o mundo piorou. Sim, é muito ruim, mas por milhares de anos, o mundo viveu muito pior do que é hoje em termos de sofrimento”, comparou.

Franqueza

“Nesse pensamento, eu, John Piper, continuo crente diante do pequeno sofrimento ao qual fui exposto, direta e indiretamente, vendo imagens de um documentário que é de tirar o fôlego”, afirmou o pastor, adicionando observações bíblicas que apontam à origem do sofrimento humano.

“Fico surpreso ao ver como a Bíblia é franca, aberta, direta e chega até ser sangrenta quando relata os julgamentos de Deus sobre o mundo. A Bíblia não se esquiva de nenhum horror ou injustiça neste mundo”, adicionou o pastor.

“Só fará sentido se abraçarmos a realidade bíblica. O ser humano pecou contra Deus e é por isso que vivemos séculos de sofrimento global. Não tem a ver com os pecados de cada um, individualmente, estou falando sobre Romanos 8:20-23”, mencionou.

A derradeira observação do pastor foi o plano da Salvação: “Deus enviou Jesus. O Santo Filho de Deus desceu à degradação e tortura de uma crucificação romana. Esse sofrimento é suficiente para cobrir todo o ultraje de todos os pecados de todos os que creem”.

“Portanto, todos os que crerem terão a vida eterna; todos os que crerem terão alegria eterna. Deus mostra seu amor por nós em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores [Romanos 5:8]. Portanto, não afirmo que tal fé seja simples ou fácil. É um dom. Através desse dom estou testemunhando porque ainda sou um cristão”, encerrou.

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Fonte:https://noticias.gospelmais.com.br/sofrimento-mundo-soberania-deus-john-piper-152464.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Em pescaria, pastor salva mulher de afogamento após ouvir Deus orientá-lo a jogar a linha

29.08.2016
Do portal GOSPEL MAIS, 28.08.16
Por Tiago Chagas 

Uma manhã de pescaria que tinha tudo para ser igual a todos os outros dias terminou como uma oportunidade de salvar uma vida, de forma literal, para o pastor Andy Foor.
De férias, Andy aproveitava seu tempo livre praticando seu hobby quando viu duas mulheres caminhando à margem do rio, na cidade de Soldotna, no estado do Alaska (EUA). Em um instante, uma delas caiu na água e depois de algum tempo, ela voltou à superfície gritando que não sabia nadar e estava se afogando.
De acordo com declarações dadas pelo pastor ao jornal Peninsula Clarion, além de não estar usando um colete salva-vidas, a única coisa que era visível da mulher eram os cabelos.
O pastor – que mora na cidade de Everett, na Pensilvânia, estava posicionado próximo a uma ponte, e junto com seus amigos sentiu-se de “mãos atadas” por não ter uma forma rápida de ajudar, afinal ela havia caído em uma área com uma certa distância de onde ele estava.
Imediatamente, Andy decidiu falar com Deus pedindo orientação sobre como agir naquele momento: “Eu só fiz uma oração e uma voz me disse: ‘jogue sua linha na água’’, contou o pastor. “Eu gritei para a garota, chamando a atenção dela, e então eu joguei a linha”, acrescentou.
No momento em que ia jogar a linha, Andy considerou remover o anzol e o peso antes, mas a mesma voz que o ordenou que jogasse o artefato o tranquilizou a respeito do peso. A mulher conseguiu alcançar a linha e agarrou-a, permitindo que o pastor a puxasse.
Enquanto isso tudo acontecia, outro pescador desceu os degraus para a ajudar a moça a subir ao cais. A salvo, ela recebeu ajuda para se secar e aquecer. Andy ainda estava chegando ao local onde a mulher estava quando a ouviu repetir uma pergunta diversas vezes: “Onde está o homem que me jogou a linha?”. O pastor respondeu: “O Pai ama você, e aqui está o homem”.
Sem palavras, ela abraçou o pastor em gratidão pelo gesto heroico. Os pescadores locais disseram que a mulher poderia ter se afogado e arrastada para longe, pois o rio tem forte correnteza e águas geladas.
Ao final da entrevista ao jornal local, o pastor Andy Foor destacou que todo o crédito do resgate deve ser dado a Deus, que o orientou a jogar a linha no momento certo.
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Fonte:https://noticias.gospelmais.com.br/pastor-salva-mulher-afogamento-deus-orienta-jogar-linha-85265.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+gospelmais+%28Gospel%2B+%7C+Not%C3%ADcias%29

quarta-feira, 9 de março de 2016

Brevíssima história do reavivamento da Rua Azuza

09.03.2016
Do portal GOSPEL PRIME
Por Moisés C. Oliveira

“Se você controla a história, você controla o passado. Aquele que controla o passado controla o futuro.” George Orwell

Brevíssima história do reavivamento da Rua AzuzaNesse artigo, dividido em duas partes, há um esforço em descrever com certa atualidade, e de forma brevíssima – devido a limitação imposta pelo veículo – o evento que teve início em Los Angeles, EUA, que veio a repercutir no Brasil e no mundo, influenciando gerações ao longo dos últimos cem anos. A primeira parte, cobre de forma introdutória o período do surgimento do movimento pentecostal, com menção de três de seus principais nomes que deixaram um legado teológico, enquanto o segundo trata da biografia de William J. Seymour o pastor e líder da igreja que surgiu desse movimento.

A fim de dirimir qualquer confusão em torno de nomenclaturas é preciso estabelecer que a teologia pentecostal norte-americana nomeia por reavivamento, esses movimentos oriundos pela manifestação mais efusiva e marcante do Espírito Santo nas igrejas evangélicas. Sua interpretação é que há um só avivamento, a saber, aquele ocorrido em Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento. Enquanto os eventos posteriores, seriam um re-avivamento daquela primeira visitação provocada pelo Espírito Santo, conforme previsto por Jesus Cristo antes de ascender aos céus. Enquanto, no Brasil, comumente não se diferencia assim, e nomeia-se como avivamento toda a manifestação do Espírito Santo com maior abrangência e duração. A interpretação adotada aqui é a norte-americana.

Em 6 de abril de 1906, na casa de Richard e Ruth Asberry na Rua Bonnie Brae, 244 em Los Angeles – Califórnia – EUA, deu-se um evento que segundo Sidney Ahlstrom, historiador da Universidade de Yale, revelou o líder negro que exerceu influência direta sobre a História religiosa norte-americana, colocando-o a frente de figuras como W. E. B. 

Dubois e Martin Luther King, Jr. Após um mês de intensa oração e jejum, enquanto acontecia uma singela reunião entre poucos frequentadores cristãos, dirigida por William J. Seymour, houve a manifestação espontânea e marcante do Espírito Santo na qual todos os presentes foram impactados. Esse evento rapidamente desencadeou um movimento – conhecido por pentecostalismo – que veio a tomar proporções mundiais e que no Brasil, a igreja Assembleia de Deus é, talvez, seu mais destacado fruto e consequência direta do impacto daquela visitação.

A origem e a história do reavivamento que aconteceu na Rua Azuza é assunto pouco frequentado nas Assembleias de Deus, no Brasil. É de se lamentar, porque ao ignorar fatos importantes dessa natureza, a Igreja, muitas vezes se torna como uma criança que não atinge a maturidade por não superar problemas que surgiram do confronto de ideias e valores sucitados por gerações anteriores e que fazem parte mesmo da sua essência. 

Muitos desses problemas perduram de igual modo, outros já foram superados por gerações anteriores, outros eles deixaram apontada uma direção segura a ser tomada (Jr. 6:16). Se a Igreja contemporânea insistir em omitir tema essencial como esse dos seus debates, a consequência é que o senso histórico esvai-se, gerando um vácuo entre passado e futuro, restando a cada geração permanecer patinando sobre os mesmos problemas, consciente apenas do próprio umbigo, alheia ao propósito para o qual surgiu. O diálogo com o passado e as origens é necessário à medida que dá sentido ao presente e aponta para o futuro.

O reavivamento da Rua Azuza não foi um evento planejado, mas um caso complexo (Jacobsen, p.57), e ainda carece de muito estudo no Brasil. Foi uma surpreendente manifestação do Espírito Santo que provocou todo aquele fervor espiritual que incendiou Los Angeles e posteriormente o mundo. Líderes cristãos de igrejas já estabelecidas por lá, não tardaram em expressar sua desaprovação pela turba de “fanáticos” que acorriam de todos os lugares em busca de seu pentecoste.

Jornalistas e curiosos vinham de todos os lugares para observar ou zombar do que acontecia ali. Aproveitadores e oportunistas também foram atraídos para experimentar do que havia ali. Os cultos estrepitosos e a diversidade dos participantes também provocou toda sorte de interpretações por parte das outras igrejas.

Uma característica interessante do reavivamento da Rua Azuza, foi que por ser algo  espontâneo – não havia sido planejado – não dispunha de uma teologia necessária para dar sustentação racional e senso de direção a tudo aquilo, nem havia sido organizada ainda, pois a experiência vivida por todos e suas implicações eram fortes o suficiente para aquele momento. Esse movimento só foi ter formulada sua teologia de forma tardia – “a posteriori” – após o arrefecimento daquele fervor espiritual dos primeiros anos. Ainda não há consenso de como se conseguiu reunir sob o mesmo teto, cristãos com orientações teológicas tão divergentes que afluíam em torno daquele sentimento de piedade espiritual e poder. Caso é que o que aconteceu ali, surpreendeu a todos, pela novidade que se apresentava, devido a divergência com qualquer definição teológica vigente à época.

Charles Parhan que havia sido professor de William J. Seymour na Escola Bíblica no Texas, foi visitar o aluno a fim de avaliar seu desempenho e de outros a frente da enorme tarefa que se lhes apresentava, logo no início do movimento. Ocorre que o professor quis impor sua teologia – alienada a tudo o que ocorria ali – mas foi rapidamente rechassado por Seymour, que num entendimento espiritual, nutria um temor impetuoso quanto à interferência humana em tudo o que estava acontecendo diante de seus olhos.

Missão da Fé Apostólica, como ficou conhecida a igreja por eles aberta para abrigar a imensa aglomeração de pessoas atraídas pelo fervor espiritual desde a primeira reunião em casa dos Asberry na Rua Bonnie Brae, tinha Seymour como líder e pastor. Porém, vale lembrar que ele não desenvolveu tudo sozinho, antes, foi auxiliado por outros líderes de não menos importância. Merece menção especial  Clara Lum, que manteve circulando mensalmente o informativo interno da Missão e que teve papel fundamental na orientação e divulgação do trabalho ali desenvolvido.

Seymour entendeu desde o início, como parte do seu chamado pastoral, prover meios e oportunidade ali na Missão da Fé Apostólica, de modo que cada um que para ali acorresse, pudesse ter sua experiência pentecostal pessoal, dando sentido e ambasado em orientações teológicas para tal. Com o posterior arrefecimento do fervor espiritual da Azuza e com a Missão já inserida no contexto pentecostal da cidade, Seymour dedicou-se a escrever o livro “As doutrinas e a disciplina da Missão da Fé Apostólica de Los Angeles”, no qual foram compiladas sua teologia e práticas pastorais. Fica evidente, até pelo título do livro, que a teologia que surge dali, de início, era muito mais prescritiva e prática do que propriamente especulativa. Seu lema era: “não saia daqui falando sobre as linguas, fale de Jesus”. Outra façanha sua foi manter negros e brancos trabalhando juntos, harmoniosamente, numa época de intensa segregação racial.

Outro nome de destaque no auge do reavivamento da Azuza, foi o de George F. Taylor, da Carolina do Norte, influenciado por G. B. Cashwell, que chegou a atuar em cultos na Missão. Embora Taylor nunca tenha frequentado a Missão em Los Angeles, tornou-se um fervoroso pentecostal e “atento observador do movimento”, como afirmou Cashwell. Seu livro “O Espírito e a Noiva”, publicado em 1907, demonstra Taylor como um vigoroso e sistemático pensador cristão. Esse livro representou um salto na articulação e um avanço intelectual a respeito da teologia gerada pelo movimento pentecostal da Azuza. Taylor arguia que seu livro nada mais fazia que expor cuidadosamente a Bíblia; cujo reavivamento pentecostal o ajudou criativamente na sua tentativa de trazer velhas verdades bíblicas em novas revelações. E aqui vale o parêntese para que não se confunda A Revelação, enquanto Palavra de Deus, com essas “ideias”, por assim dizer, que suscitaram em Taylor a partir de seu contato com o movimento pentecostal.

David Wesley Myland, foi um pregador pentecostal itinerante, com participação no lançamento de outras denominações pentecostais e autor do livro “O pacto da Chuva Serôdia”, publicado em 1910, com sua interpretação tipológica e profética do Movimento de Reavivamento da Azuza à luz do Velho Testamento. Ao contrário do rigor sistemático de Taylor, Myland se utilizava muito mais de metáforas e símbolos para expor sua teologia. 

Entendia a caminhada de fé muito mais como um progresso constante que iria cessar apenas no encontro do fiel com Deus. Myland se preocupava muito mais em não separar a vida prática da caminhada de fé e tentar articular entre essas dimensões do que entendê-las como coisas distintas.

Esses três nomes aqui mencionados, não esgotam de maneira alguma a reflexão teológica produzida sobre o pentecostalismo na Azuza durante seu período de efervescência. Evidentemente que havia diferença nos pontos de vista e nas abordagens teológicas desenvolvidas por Seymour, Taylor e Myland, porém não eram visões antagônicas, mas tentativas individuais de preencher o vácuo criado por algo que surge com um impacto tremendo no ambiente cristão e que as teologias vigentes ainda não contemplavam, nem constava de seu cabedal de recursos interpretar ou dar sentido.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/brevissima-historia-do-reavivamento-da-rua-azuza/

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Em coma por 3 anos, jovem “ressuscita” após oração

28.05.2015
Do portal GOSPEL PRIME, 27.05.15
Por Jarbas Aragão

Oração milagrosa salva adolescente e é destaque na mídia

Em coma por 3 anos, jovem “ressuscita” após oraçãoEm coma por 3 anos, jovem "ressuscita" após oração
O caso da adolescente americana Taylor Hale ganhou destaque em vários meios de comunicação da mídia mundial na última semana. A jovem foi declarada pelos médicos “clinicamente morta” em setembro de 2011, depois de um terrível acidente.
Após passar mais de 3 anos em coma, os pais da menina que tinha 14 anos no dia do acidente não sabiam se ela voltaria a acordar. Ela escorregou do capô de um carro, bateu a cabeça na calçada e sofreu uma lesão cerebral irreversível.
Seus pais, Chuck Hale e Stacey Hennigsen, foram desenganados pelos médicos que cuidavam do caso. Por isso, ela foi colocada em coma induzido. Poucos dias depois, Taylor sofreu uma hemorragia cerebral.
O cérebro de Taylor teve um afundamento na região do canal vertebral. A partir daí os médicos resumiram-se a afirmar que “nada poderia ser feito” e “ninguém consegue se recuperar quando isso acontece”. A recomendação é que os pais desligassem os aparelhos, providenciassem a doação dos órgãos dela e preparassem o funeral.
Taylor Hale no hospital em coma.
Taylor Hale no hospital em coma.
Contudo, eles não seguiram esse conselho. Algumas semanas atrás, Jeff Stickel, um amigo da família que é cristão, esteve no hospital dizendo Deus o estava chamando para ajudar a curar Taylor. Primeiramente, os pais de Taylor disseram que a filha estava inconsciente e não havia nada que ele pudesse fazer por ela. Stickel insistiu que gostaria de orar por ela e eles aceitaram.
Uma oração seguida de imposição de mãos mudou a vida de Taylor.  Depois que Stickel saiu, os aparelhos foram desligados e surpreendentemente a jovem apresentou reações. Os médicos religaram tudo e nos próximos dias ela foi voltando sozinha do coma. Seu cérebro voltou aos poucos ao normal.
Prestes a completar 18 anos, a jovem saiu do coma e foi a convidada de honra na formatura de sua classe na Escola Waukee High School em De Moines, Iowa. Ela inclusive recebeu seu diploma com o restante dos colegas.
Contrariando o prognóstico dos médicos, aos poucos Taylor vai se recuperando e tem contado sobre seus planos para o futuro. Algumas semanas atrás, ela estava inconsciente e sequer conseguia respirar sem a ajuda dos aparelhos. “Serei sempre grata a todos os médicos e enfermeiros que ajudaram na minha recuperação, mas sei que Deus fez a maior parte”, disse ela ao Daily Mail.
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Fonte:http://noticias.gospelprime.com.br/coma-jovem-ressuscita-oracao/

sábado, 16 de agosto de 2014

Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélico

16.08.2014
Do portal GOSPEL PRIME, 14.08.14
Por Jarbas Aragão
 
“Não cai uma folha de uma árvore sem que seja vontade de Deus”, disse mãe do piloto
 
Geraldo Magela Barbosa da Cunha, 44, um dos pilotos que estava no acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos, tinha 20 anos de experiência. Com mais de 1500 horas de voo, foi piloto da TAM antes de assumir o cargo de piloto do candidato, há 3 meses.
 
A família afirma que ele estava feliz com a nova conquista profissional. De berço evangélico, era natural de Governador Valadares (MG), mas viajava constantemente para os EUA, onde reside seu cunhado.
 
Entrevistada pelo jornal Estado de Minas, a mãe do piloto, Odete Ferreira da Cunha, 73, soube da notícia da morte do filho caçula pela televisão. “Eu estava no médico quando vi a notícia”, lembra. Afirmou ainda que sua fé está ajudando a superar a perda. “Não cai uma folha de uma árvore sem que seja vontade de Deus. O Senhor está me confortando. É nosso refúgio e nossa fortaleza”.
geraldo e esposa Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélicoSua esposa, Joseline, está em New Jersey (EUA). Segundo o EM, ela viajou para fazer o enxoval do segundo filho do casal. A menina deverá nascer em Outubro e se chamará Ana. Rui Barbosa, irmão do piloto, conta que a mulher está em estado de choque. Assim que se recuperar voltará para Santa Luzia, zona urbana de Belo Horizonte, onde mora.
 
O pastor Renato Bernarde, da Comunidade Cristã Presbiteriana de Newark, onde Geraldo e Josiane congregavam nos EUA, deixou a seguinte nota em sua página do Facebook.
 
“Aos irmãos, congregados e amigos da CCP Newark. Um dos tripulantes do avião que caiu em Santos, São Paulo, onde faleceu o candidato Eduardo Campos, era o nosso Geraldo (Magela) Cunha. Ele está com o Senhor. Josiane, sua esposa, grávida de 7 meses, está aqui NJ, preparando o enxoval do bebê. Muitos irmãos e amigos estão juntos neste momento de dor com eles. A presença e conforto de Deus são claras. Cubra-os com suas orações e cuidado”.
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Fonte:http://noticias.gospelprime.com.br/piloto-aviao-eduardo-campos-evangelico/

sábado, 5 de abril de 2014

Filme Noé aumenta leitura da Bíblia em cerca de 300%

05.04.2014
Do portal GOSPEL PRIME
Por Jarbas Aragão

Aplicativo e site de leitura da Bíblia registram salto nos acessos de Gênesis

Filme Noé aumenta leitura da Bíblia em cerca de 300%Filme Noé aumenta leitura da Bíblia em cerca de 300%
A enxurrada de críticas de segmentos cristãos ao filme ‘Noé’, se devem principalmente por seu afastamento da narrativa bíblica. Mas enquanto os cristãos questionam a “falta de precisão”, parece que toda essa polêmica está fazendo as pessoas lerem mais a Bíblia.
Ao menos é o que indica o aplicativo de leitura da Bíblia mais popular do mundo, o YouVersion. No final de semana de estreia do longa, a leitura da história de Noé em Gênesis 6 aumentou cerca de 300% nos EUA e 245% no restante do planeta.
A equipe responsável pelo aplicativo divulgou essa estatísticas de leitores em sua conta no Twitter, afirmando que foi o maior crescimento na leitura de um trecho específico desde a criação do programa.
Segundo o site Charisma News, o aumento também foi percebido no portal Bible Gateway, bastante popular de leitura da Bíblia online, que registrou um acréscimo de 223% em seus leitores.
Obviamente o número de pessoas que leem a Bíblia em seus aparelhos eletrônicos e pela internet é apenas uma fração dos que leem da maneira convencional, mas essas duas fontes mostram que é inegável a curiosidade sobre a narrativa bíblica.
Benny Perez, pastor da Igreja em South Vegas, disse ao Charisma News, “A maioria dos membros de nossa igreja contam que primeira coisa que fizeram após ver o filme foi abrir suas Bíblias e reler a história.”
Embora muitos cristãos tenham acusado o filme de criar confusão e corromper a Bíblia, parece que pelo menos em parte, está instigando as pessoas a lerem mais a Palavra de Deus. Com informações Christian Today
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Fonte:http://noticias.gospelprime.com.br/filme-noe-leitura-biblia/

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

As sandices de John MacArthur

21.10.2013
Do portal CPAD NEWS, 23.10.13
Por Silas Daniel

Em uma época em que os cristãos sérios deveriam se unir para combater males reais e comuns, MacArthur dirige seus ataques para o foco errado
 
Como prometido, segue abaixo algumas reflexões sobe declarações do pastor John MacArthur ao site do The Christian Post, nos EUA, no domingo, 20 de outubro. Os trechos traduzidos da matéria com MacArthur vêm em itálico e minhas observações em texto normal.
 
Para aqueles que disseram que MacArthur está atacando seus irmãos em Cristo, MacArthur respondeu que ele “desejava que pudesse afirmar isso [chamá-los de irmãos]”. [Mas,] Em sua opinião, como ele e seus colegas oradores observaram durante a conferência, o movimento carismático é feito, em grande parte, por “não-cristãos”.

Eu, sinceramente, não me importo se John MacArthur escreve e prega o cessacionismo. E daí? Problema dele. Ele tem todo o direito de fazê-lo. E obviamente também nem me importo de ele fazer uma conferência para defender, entre outras coisas, o cessacionismo. E daí? A igreja dele é pastoreada por ele e ela apóia fielmente o seu líder. Aliás, todos os anos MacArthur faz conferências em sua igreja e o templo desta, com capacidade para 3 mil pessoas, sempre enche, não só de visitantes, mas principalmente com o seu próprio povo, como prova de apoio ao seu líder. Neste ano, não foi diferente.

Os três únicos problemas são que MacArthur fez questão de desafiar publicamente pentecostais tratando-os como hereges; distorceu o próprio ensino pentecostal para asseverar a questão entre continuísmo e cessacionismo como uma doutrina primária, essencial, de suma importância para a saúde da fé de qualquer cristão, e não como uma doutrina secundária; e ainda colocou, no mesmo saco, pentecostais clássicos e neopentecostais. Aí não dá. As críticas que MacArthur sofreu por essa conferência foram justamente relacionadas a esses radicalismos e injustiça.


Em primeiro lugar, pentecostais clássicos têm a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, e justamente por isso pregam constantemente contra “novas revelações” que se chocam com a Bíblia ou querem acrescentar algo a ela.


E em segundo lugar, pentecostais clássicos também pregam contra a Teologia da Prosperidade, contra a Confissão Positiva, contra o “cair no Espírito”, contra a “unção do riso” etc, que são desvios neopentecostais.


Como se não bastasse isso, ainda temos que ouvir MacArthur afirmar que acredita que a maioria dos cristãos no mundo que dizem crer na contemporaneidade dos dons espirituais é, na verdade, de “não-cristãos”.
 
“Se a questão [da continuidade ou não dos dons espirituais] não é clara – como alguns estão dizendo –, ela só se tornou clara sob a influência dos falsos mestres? Ficou clara para os apóstolos; ficou clara para os Pais da Igreja Primitiva; ficou clara para os reformadores; ficou clara para os puritanos; ficou clara nos credos, como a Confissão de Westminster; ficou clara para os teólogos reformados como B. B. Warfield; ficou clara para Spurgeon; ficou clara, nos tempos mais modernos, a R. C. Sproul. Terá agora se tornado clara por causa de Aimee Semple McPherson, Jimmy Swaggart, Jim Bakker e Kenneth Copeland? Essa é uma idéia ridícula”.

Não, MacArthur, a não descontinuidade dos dons espirituais se tornou clara para nós pelos próprios apóstolos, pela própria Bíblia Sagrada, a única regra de fé e prática para qualquer crente genuinamente pentecostal. Não há nenhum texto bíblico que diga que os dons espirituais não são mais para os nossos dias.

E a questão ficou clara também para Pais da Igreja e grandes nomes da Igreja dos primeiros séculos como Justino Mártir (100-165), Irineu (115-202), Teófilo de Antioquia (120-186), Tertuliano (160-220), Novaciano (200-258), Gregório Taumaturgo (213-270) e Hilário de Poitiers (300-368), mas, infelizmente, foi renegada pela maioria dos Pais da Igreja do terceiro século em diante como reação aos desvios Montanistas.


Apesar disso, há registros de contemporaneidade dos dons espirituais durante a Alta Idade Média e, depois, entre os valdenses, nos séculos 12 a 15, e com os anabatistas, no século 16; entre os quacres e pietistas, no século 17; na França, entre os Camisardes, chamados de “calvinistas das cavernas”, no século 18; na Finlândia, também no século 18, durante o avivamento que impactou os luteranos naquele país e que ficou conhecido como “Heränneet”; além de entre os Morávios, na República Tcheca, na mesma época. Nos séculos 18 e 19, há ainda registros na Inglaterra, Rússia, Estados Unidos, Indonésia, Escócia, Austrália, Brasil (sim, entre batistas no Rio Grande do Sul, 30 anos antes da chegada de Gunnar Vingren e Daniel Berg), Armênia, Alemanha, África e Noruega, dentre outros países.


A contemporaneidade de todos os dons espirituais, inclusive a glossolalia, foi clara para John Wesley (1703-1791), que a defendeu em carta ao pastor Conyers Middleton (
The Works of John Wesley, A Letter to the Rev. Dr. Conyers Middleton, volume 10, pp. 54 a 56). Essa carta pode ser lida clicando AQUI.

A contemporaneidade dos dons espirituais foi clara para o célebre batista inglês F. B. Meyer (1847-1929), sobre o qual o cessacionista Spurgeon disse certa vez: “Ele prega como um homem que viu Deus face a face”.

Ela foi clara para o reverendo R. B. Swan, sua esposa e alguns membros de sua igreja em Providence, Rhode Island, EUA, em 1875, que receberam todos, segundo depoimento do próprio Rev. Swan, a glossolalia. E o que dizer dos relatos e/ou experiências próprias de glossolalia registrados nos séculos 18 e 19 por Thomas Walsh, William Doughty, William Arthur, Horace Bushnell, V. P. Simmons, J. C. Aroolappen e tantos outros?

Em 1801, há 212 anos, nos Estados Unidos, na localidade de Cane Ridge, Kentucky, cerca de 3 mil pessoas, em um acampamento da Igreja Presbiteriana, entraram no que descreveram como “estado de júbilo”, com “centenas” delas “falando em línguas sobrenaturalmente” (
Dicionário do Movimento Pentecostal, CPAD, 2007, p. 235).

A contemporaneidade dos dons espirituais foi clara para o célebre evangelista congregacional Dwight Lyman Moody (1837-1899), contemporâneo de Spurgeon e que foi, segundo historiadores, o homem que mais ganhou vidas para Jesus no século 19.


Ela foi clara também para o célebre pregador calvinista congregacional David Martyn Lloyd-Jones (1899-1981) (Leia
AQUI excelente artigo de John Piper a respeito). E nos dias de hoje, a contemporaneidade dos dons espirituais é aceita por calvinistas como Wayne Grudem, J. I. Packer, John Piper, Craig Keener, D. A. Carson, Mark Driscoll, C. J. Mahaney, Tim Keller, Sam Storms, Matt Chandler, Vincent Cheung, James MacDonald, Matt Slick, James K. A. Smith, Johanes Lilik Susanto e Paul Walsher, só para citar os conhecidos. Porém, MacArthur ignora essa gente toda e cita ele e R. C. Sproul como referência sobre o assunto, como que querendo dizer que a teologia dele e de Sproul está acima da de todos estes outros colegas calvinistas. Com todo respeito que possamos ter por MacArthur e Sproul como ensinadores (eu mesmo gosto de muitos textos de Sproul), eles não são melhores teólogos do que muitos daqueles que acabei de mencionar.

E para piorar, MacArthur, ao final de sua fala, cita nomes do pentecostalismo que pregavam heresias ou que caíram em pecado, quando deveria lembrar de pentecostais como Stanley Horton, Anthony D. Palma, William Menzies, David Wilkerson, Roger Stronstad, Myer Pearlman, George Wood etc etc etc, todos seus compatriotas. Já imaginou se cometo o mesmo pecado de tomar todos os reformados por nomes dentre eles que os constrangem justamente por não representarem a maioria dos reformados ou o que pensa os reformados, seja pelo seu ensino ou comportamento? Não seria correto, seria? Seria profundamente desonesto, na verdade.
 
Outra acusação foi que MacArthur e os cessacionistas estão falando de algo que só é verdade para extremistas, lunáticos do movimento, e ele afirma que “obviamente não é verdade”, porque acredita que há erro no movimento carismático que varre todo o movimento. “Noventa por cento das pessoas em todo o mundo ligadas ao movimento carismático apropriam-se do evangelho da prosperidade”, disse ele. “24 a 25 milhões deles negam a trindade, 100 milhões deles são católicos romanos. Esta não é uma franja. Este é o movimento, e está crescendo a uma taxa rápida”, acrescentou.

Se juntarmos todos os católicos carismáticos, os unitaristas e os carismáticos e neopentecostais adeptos da Teologia da Prosperidade ou de outras heresias em todo o mundo, eles provavelmente não chegam sequer a 30% dos mais de 800 milhões de pentecostais no planeta. Colocar todos eles no mesmo saco é de uma irresponsabilidade e insensibilidade enormes. Nas igrejas pentecostais europeias, por exemplo, quase inexiste a Teologia da Prosperidade. E mesmo nos EUA, Brasil e África, onde a Teologia da Prosperidade é forte, há muitos pentecostais que pregam e ensinam contra ela, inclusive a maior denominação pentecostal do nosso país. 
 
“Se os líderes reformados que conhecem a verdade, o Evangelho e a Palavra de Deus não policiarem o movimento, os terroristas espirituais vão dominar”, disse ele.

A moda agora é chamar todo divergente de “terrorista”. Vide Obama, que chamou os parlamentares republicanos mês passado de “homens bomba”, “terroristas” e “incendiários”.

MacArthur já chamou carismáticos de “não-cristãos” e “terroristas”. O que falta agora? “Doentes mentais”? “Demoníacos”?
 
“O movimento carismático tem aberto mais amplamente a porta para o erro teológico do que qualquer outra aberração doutrinária nos dias de hoje”, acrescentou MacArthur, observando que no capítulo 12 de seu livro ele escreveu uma carta aberta a seus amigos continuístas.

O neopentecostalismo é que tem aberto. E mais uma vez ele coloca os males do mundo evangélico na conta dos continuístas de forma geral. É de uma desonestidade enorme. Será que ele não leu nenhum livro da profusão de livros apologéticos pentecostais nos EUA e no mundo combatendo os erros do neopentecostalismo?
 
“Se os dons praticados na igreja carismática de hoje são equivalentes aos descritos no Novo Testamento, então esses dons originais não tinham nada de especial”, disse ele, acrescentando que estes “degradam os verdadeiros dons que Deus deu à igreja do primeiro século”.
Ele acrescentou que o movimento “desonra o Espírito Santo, atraindo pessoas com falsificações, e faz as pessoas pensarem que elas não têm o que precisam, e que há algo lá fora que precisam perseguir”.

Esse foi o argumento mais tíbio de todos. Os dons só seriam extraordinários se ficassem circunscritos à Era Apostólica?

Quanto a eventuais falsificações, MacArthur esquece que falsas e distorcidas manifestações de dons espirituais ocorreram até nos tempos apostólicos, vide, só para citar um exemplo, as orientações de Paulo aos crentes em Corinto sobre desvios nessa área ali.


O que devemos fazer não é negar os dons porque há gente que os perverte, mas orientar em favor das manifestações sadias. Como diz um velho e sábio provérbio latino,
Abusus non tollit usum – “O abuso não tolhe o uso”.

Não se joga o bebê fora junto com a água suja da bacia. Não se toma a maioria pela minoria. Não se deve transformar exceção em regra e regra em exceção. Regra é regra, exceção é exceção.


Quanto às declarações de que a contemporaneidade dos dons espirituais “desonra o Espírito Santo” e “faz as pessoas pensarem que elas não têm o que precisam, e que há algo lá fora que precisam perseguir”, trata-se de uma tremenda distorção das coisas:


1) Quem aceitou Jesus como Senhor e Salvador tem tudo o que precisa em termos de Salvação, mas isso não significa que os dons espirituais, que acompanham a Salvação, que são acessórios dela, não são importantes. Os dons (inclusive os espirituais) não são essenciais para a salvação, mas eles são importantes, porque foram dados à Igreja para a sua edificação, para o enriquecimento da vida cristã.


2) Desprezar os dons espirituais é que é negativo, pois é apagar uma ação específica do Espírito Santo em nossas vidas a qual tem por objetivo enriquecer ainda mais o nosso serviço a Deus e à Sua Igreja (1Ts 5.19-21).


3) A Bíblia nos orienta a buscarmos, a perseguirmos, “os melhores dons”, e inclusive menciona o de profecia como um destes melhores (1Co 14.1).
 
MacArthur também apontou para aqueles que são continuístas, auxiliando o problema, porque eles querem dar lugar para o movimento carismático e “não estão ajudando a resolver os problemas de falsa doutrina”.

Pois é, para MacArthur, gente como Wayde Grudem, J. I. Packer, John Piper e o falecido D. Martyn Lloyd-Jones seriam calvinistas que atrapalham, dando oportunidade à expansão da falsa doutrina. E como ele já disse que a maioria dos crentes continuístas é de “não-cristãos”, logo o próximo passo deve ser o Céu só para os cessacionistas. Não sei se ele vai chegar a tanto, mas ele já beira a isso em alguns momentos ao afirmar que seu cessacionismo não é uma questão secundária, mas de suma importância para toda a fé cristã.

Que pena. Em uma época em que os cristãos sérios deveriam se unir para combater males reais e comuns no meio evangélico, alguns deles dirigem seus ataques para o foco errado.
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Fonte: http://www.cpadnews.com.br/blog/silasdaniel/?POST_1_84_AS+SANDICES+DE+JOHN+MACARTHUR.html