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sexta-feira, 4 de março de 2016

História da Igreja e a contribuição dos povos

04.03.2016
Do portal GOSPEL PRIME
Por Fernando Pereira

 “Mas, vindo à plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”.  

A partir de hoje darei inicio a uma série de artigos em cujos quais irei falar sobre a História da Igreja, e isto será feito de maneira bastante lacônica, pois não pretendo ser cansativo, apenas produzir materiais com o objetivo de trazer a lume partes importantes dos eventos que ajudaram, ao longo desses dois mil anos, a comporem nossa história – a historia da Igreja.
Antes de adentrarmos aos fatos propriamente ditos, precisamos rememorar o que disse o apostolo Paulo em Gálatas 4.4: “Mas, vindo à plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”.
Paulo estava querendo dizer que Deus tinha marcado um tempo ideal em “seu calendário” para que o advento da vinda de seu ao mundo. O que significa que haveria uma preparação até esse tempo ideal (pleno).
Jesus, como nos mostra a historia, nasceu exatamente numa época em que o mundo estava preparado para sua vinda. E isto pode ser visto por vários motivos, e essa preparação se deu por meio de três povos em especial, sendo eles os Romanos, os Gregos e os Judeus.

Os romanos

Na época em que Jesus nasceu o mundo, em sua maior parte, estava sendo regido pelo Império Romano. Com o advento do Império surgiu um novo paradigma na mente e no proceder das pessoas que o compunham, que era o de que todos são iguais, pois com o fim das guerras entre as nações que compunham o Império, as pessoas puderam a interagir umas com as outras sem trazer consigo ranços das diferenças de entendimento político de seu povo, pois o governo era um.
Foi instituída a chamada Pax Romana (Paz Romana). Esta época os ladrões desistiram de assaltar, pois para todo lado havia soldados romanos, os piratas pararam de atacar nos mares, pois foram perseguidos, presos ou mortos. Assim, as pessoas além de terem livre trânsito por todo o império, independente de onde haviam nascido, podiam fazê-lo, por terra ou mar, em segurança. Os historiadores dizem que foi uma época na qual as pessoas mais viajaram, pois foram construídas muitas estradas cujas rotas interligaram o império.
Jesus implantou o Cristianismo que, por meios de todos os privilégios citados acima, teve aceitação, pois é uma “religião” de cunho universal e precisava ser pregada ao mundo, como o foi, principalmente através das viagens missionárias de Paulo.

Os gregos

Os Gregos foram os que mais se desenvolveram culturalmente e intelectualmente falando. Seis séculos antes de Jesus vir ao mundo iniciou-se na Grécia uma verdadeira epopéia do “inquirimento” e reflexão à respeito do mundo, da existência das pessoas e suas razões, da morte, do pós-túmulo, da política. Os gregos além de bons pensadores eram também bons comerciantes e viajantes. Eles estavam presentes em todas as partes do mundo. A cultura grega era tão forte que acabou influenciando todo o Império Romano.
A língua universal no império, para se ter uma idéia, era o Koine, ou seja, um dialeto comum que foi sendo adaptado a cada região (pelos soldados romanos conquistadores) onde outrora se falava outro idioma. A partir da influencia da cultura grega, as pessoas do império passaram a se questionar sobre mais, a buscar uma verdade saciável e, sobretudo, a falar um idioma universal – o qual foi usado para escrever todo o Novo Testamento.
Os judeus
O povo Judeu nasce com a chamada de Abrão, e foi se desenvolvendo através dos descendentes do patriarca. Esse povo ganhou de Deus, de presente, uma terra chamada prometida. Neste lugar, eles cresceram desenvolveram-se numericamente. Só que este povo precisava viver no padrão que Deus havia determinado. Quando esse povo desobedecia, era castigado. Aconteciam muitas guerras. Eles eram levados escravos e, assim, foram se espelhando pelo mundo (diáspora). Na época do Império Romano, eles estavam presentes em diversas regiões, como descrito em Atos dos Apóstolos 2.8–11.
Aonde eles chegavam, ou estavam estabelecidos, construíam suas sinagogas (nas quais o apostolo Paulo veio a pregar quando de suas viagens). Nas sinagogas eles liam o Antigo Testamento (Rolo Sagrado) e celebravam todas as suas festas tradicionais, que apontavam para a vinda de um Messias, um Remidor. Além de serem fiéis às suas tradições e adorarem a um único Deus (Monoteísmo), também faziam proselitismo, ou seja, pregavam e ganhavam adeptos não-judeus. Com os Judeus, as pessoas aprenderam a esperar um salvador, a crer em um só Deus, ou pelo menos a terem uma idéia a respeito dessas questões tão importantes.
Ao estudarmos a Historia da Igreja, vamos descobrindo que Deus nunca perde o controle de seus planos, e que vai realizando sua vontade, mesmo que o homem não queira ou não perceba (Jó 42.2). Fique tranqüilo, se o que Deus te prometeu ainda não aconteceu, saiba que acontecerá, mas a seu tempo – no tempo certo (Gl 4.4).
No próximo artigo, iremos estudar um pouco sobre os primeiros séculos da História da Igreja.
Bibliografia:
Angus, “The Environmoment of Early Cristianaity”; W. Alker, “History of the Cristian Church”; Glover, “The Coflict of Religions ithe Early Romam Empire”; R. Hastings Nichollls, “A Hist´roa da Igreja Cristã”.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/historia-da-igreja-contribuicao-dos-povos/

sábado, 28 de fevereiro de 2015

ECLESIOLOGIA: Aulas sobre Governo de Igreja

28.02.2015
Do portal VOLTEMOS AO EVANGELHO
Por Vinícius Musselman Pimentel*

governo-igreja

Tive a alegria de ser convidado pela Escola Charles Spurgeon para lecionar em uma Semana Magna sobre Governo de Igreja: “Como se deve andar na Casa de Deus – Um Padrão Bíblico de Governo para a Igreja Local”.

Governo de Igreja é o ramo da eclesiologia (estudo da igreja) que trata da estrutura organizacional e da hierarquia da igreja.Infelizmente, este é um assunto pouco ensinado e discutido hoje em dia. Vários motivos podem ser dados para essa situação, como: (1) desinteresse pela igreja local ou uma visão consumista de igreja, (2) o extremo dos desigrejados, (3) o outro extremo do institucionalismo morto, (4) autoritarismo e abusos de autoridade eclesiástica, (5) modelos de crescimento de igreja desraigados da Escritura e por aí vai.

Mas por que tal tema é importante? Primeiro, precisamos entender que o evangelho não gera somente indivíduos salvos, mas um povo redimido. Cristo morreu por sua noiva, o Pai possui uma família e o Espírito habita na igreja. Então, o evangelho gera a igreja. Em segundo lugar, precisamos compreender que a igreja gerada pelo evangelho é responsável por ser “coluna e baluarte da verdade” (1 Tm 3.15), ou seja, a igreja gerada pelo evangelho deve ser a proclamadora e protetora desse evangelho. Uma das formas que isso se dá, e podemos ver isso no contexto de 1 Timóteo, é através do “governo de igreja” ou, nas palavras do texto bíblico, de “como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo”.

Tendo isso em vista, espero que estas aulas possam ser de ajuda introdutória sobre o assunto.
Sumário das aulas
Espero que essas aulas possam introduzi-lo no tema e instigá-lo a refletir no assunto. Na primeira aula, discuto a importância da igreja, através de um breve panorama na carta aos Efésios. Na segunda aula, mostro a importância de governo de igreja com exemplos reais. Na terceira e quarta aulas dou um rápido panorama nos principais modelos de governo de igreja (episcopal, presbiteriano, congregacionalista/batista e outros). Na quinta e sexta aulas aprofundo em modelos de governo de igreja, entrando em textos e conceitos bíblicos, principalmente naqueles em disputa entre presbiterianos e congregacionalistas, e exploro o padrão neotestamentário da liderança plural na igreja local (pluralidade de pastores ou presbíteros). 

Na sétima e oitava aula, leciono sobre membresia significativa e disciplina eclesiástica, sua base bíblica e importância para manter a pureza da igreja. Por fim, na nona aula e na sessão de perguntas e resposta, abordo a função de presbítero-pastor-epíscopo-bispo-líder, tratando de algumas questões mais práticas sobre pluralidade de presbíteros, da polêmica em torno de ministério pastoral feminino e das qualificações para o ministério, e, brevemente, a função dos diáconos.

Postaremos uma aula por semana, mas se você quiser encarar direto as sete horas e meia de aula, você pode acessar o site da Escola Charles Spurgeon.
  1. A Igreja: família do Pai, corpo do Filho e templo do Espírito
  2. Governo de igreja: importância e possibilidade [06/mar]
  3. Governo de igreja: panorama sobre os diferentes modelos [13/mar]
  4. Governo de Igreja: batistas vs. presbiterianos [20/mar]
  5. Governo de igreja: membresia e disciplina eclesiástica [27/mar]
  6. Governo de igreja: qualificações para o ministério pastoral [03/abr]

Livros Recomendados

Por fim, deixe-me recomendar alguns livros sobre o assunto:
O Que é uma Igreja Saudável?Se você nunca leu nada sobre igreja, recomendo começar baixando gratuitamente o e-book “O Que é uma Igreja Saudável?”. O livro é uma versão curta, introdutória e condensada sobre as nove marcas de uma igreja saudável. Se você está procurando uma boa igreja, recomendo fortemente que leia este livreto e procure pelas marcas citadas. Preste atenção naquilo que Dever coloca como uma marca essencial ou como uma importante e evite a todo custo uma “igreja” que não apresenta as marcas essenciais da pregação expositiva, uma boa teologia bíblica e um correto entendimento do evangelho.
Nove Marcas de uma Igreja SaudávelEm geral, todo livro do ministério 9Marks (9Marcas) dará uma boa e importante contribuição para uma eclesiologia saudável. Nove Marcas de uma Igreja Saudável, de Mark Dever (Editora Fiel), apresenta uma boa introdução sobre temas muitas vezes esquecidos hoje em dia. Esse foi o primeiro livro que começou a transformar meu entendimento de igreja, principalmente quando o observei sendo vivido na Capitol Hill Baptist Church. Lá percebi que as marcas trabalham junto e que, se alguém quer uma igreja saudável, não pode simplesmente focar em pregação expositiva, mas ignorar membresia e disciplina.
A Igreja e a Surpreendente Ofensa do Amor de Deus
 O que me leva ao segundo livro do ministério 9Marks: A Igreja e a Surpreendente Ofensa do Amor de Deus (Editora Fiel). Jonathan Leeman escreve de forma brilhante sobre membresia e disciplina eclesiástica e o relacionamento dessas duas doutrinas esquecidas com o amor de Deus. Os primeiros capítulos no qual ele discute a natureza do amor valem ouro. Leeman mostra que o amor não é contra “cercas”. No final do livro, ele ainda aplica o ensino a diferentes contextos.
Outros bons livros da série 9Marcas são Deliberadamente Igreja (uma livro prático de como a igreja de Mark Dever aplicou as nove marcas), Refletindo a Glória de Deus (um livro sobre congregacionalismo, membresia, pastores e diáconos) e O que é um Membro de Igreja Saudável? (as nove marcas na visão do membro de igreja – um livro que seria bom todo membro ler).
A Igreja de Cristo - James Bannerman
Se você quer conhecer mais o governo de igreja presbiteriano,a obra máxima sobre o assunto disponível em português é “A Igreja de Cristo” de James Bannerman. É uma obra extensa e abrangente, na qual o autor irá analisar desde os fundamentos da eclesiologia presbiteriana até contra-argumentar contra episcopais e congregacionais. Mesmo para quem não é presbiteriano de grande valia. Os capítulos sobre os limites do poder da igreja se faz muito necessário nos atuais dias de super-pastores e super-apóstolos. Você pode ler gratuitamente o capítulo no qual ele fala sobre os limites do poder da igreja quanto ao culto (princípio regulador) aqui.
Teologia Sistemática de Wayne GrudemTeologia Sistemática de Louis BerkhofQuase toda Teologia Sistemática terá um trecho sobre Eclesiologia, mas o grau de abordagem de Governo de Igreja irá variar. Para um panorama geral dos modelos de igreja com defesa do congregacionalismo recomendo a TS do Wayne Grudem e com defesa do presbiterianismo, do Louis Berkhof. Ferreira e Myatt abordam mais a eclesiologia de forma geral e McGrath, de forma histórica-polêmica.
Pastoreando a Igreja de DeusPastoreando a Igreja de Deus, do batista Phil Newton, é um excelente livro sobre pluralidade de presbíteros e ministério pastoral. O autor provê a base bíblica para ter uma liderança plural na igreja e conselhos para a transição de uma igreja liderada só por um pastor para uma igreja liderada por presbíteros. Newton afirma que “três elementos primários moveram-[no] em direção à pluralidade de presbíteros: as Escrituras, a história dos batistas e as questões práticas da vida eclesiástica.” A pluralidade de presbíteros é um antídoto importantíssimo à síndrome de pastor monarca em muitas igrejas.
Boa leitura!
*Vinícius Musselman Pimentel é formado em engenharia química pela UNICAMP e graduando em Teologia pelo Seminário Martin Bucer. Em 2008, fundou o blog Voltemos ao Evangelho ao conhecer a doutrina reformada e ser confrontado com a dura realidade teológica do Brasil. Atualmente, trabalha como Editor Online no Ministério Fiel. Vinícius é casado com Aline e vive em São José dos Campos/SP.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/02/aulas-sobre-governo-de-igreja/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+voltemosaoevangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29