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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Olhando firmemente para Jesus: o autor e consumador da fé

27.12.2023

Por pastor Irineu Messias


Introdução:

Em Hebreus 12:2, Paulina nos convida a refletir sobre Jesus como autor e consumador da fé. Este versículo estende um convite para contemplar o sacrifício de Jesus e a reconciliação com Deus, em meio à perseguição e rejeição enfrentadas pelos primeiros cristãos, tanto por parte de judeus como de romanos.

Perseguição e rejeição dos primeiros cristãos

Os primeiros cristãos enfrentaram rejeição e perseguição por parte dos judeus que rejeitaram Jesus como o Messias prometido e dos romanos. Este contexto histórico acrescenta profundidade à importância do sacrifício de Jesus e aos desafios enfrentados pelos primeiros crentes.

Fé distorcida e a necessidade de salvação através do sacrifício de Jesus

Alguns cristãos hebreus foram levados a misturar os rituais da antiga aliança com a nova aliança, distorcendo a verdadeira fé em Jesus. No entanto, o sacrifício de Jesus substituiu a necessidade de seguir a lei e de fazer sacrifícios de animais, estabelecendo-o como o único sacerdote necessário para a salvação.

Jesus como fundamento da fé

Os ensinamentos de Jesus servem como fundamento da nossa fé, enfatizando que esta fé não é a fé natural com a qual nascemos, mas uma fé salvadora iniciada por Jesus através do seu sacrifício e ressurreição.

Focando novamente em Jesus: evitando influências mundanas

É essencial voltar a centrar-nos em Jesus, autor e consumador da fé, para correr com perseverança a corrida preparada por Deus em Cristo. Isto envolve evitar ser influenciado por ideologias e rituais mundanos que podem nos afastar da verdadeira mensagem do evangelho.

Jesus como Salvador e Promessa de Salvação

Jesus salva os pecadores e dá a salvação, carregando a cruz pelos pecados de todos e agora sentado à direita de Deus. Olhar firmemente para o Senhor e Salvador Jesus Cristo é enfatizá-Lo como o Único caminho para a salvação e a verdadeira fé salvadora.

Conclusão:

Concluindo, Hebreus 12:2 nos lembra de olhar firmemente para Jesus, o autor e consumador da fé, que proporciona salvação e fé salvadora exclusivamente não apenas em palavras, mas também em comportamento. Isto serve como um lembrete para nos concentrarmos novamente nos ensinamentos de Jesus e permanece

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domingo, 23 de agosto de 2020

ESTUDOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS: A Eleição é Condicional e a Expiação é Universal qualificada

23.08.2020

Do portal CRISTÃO ALERTA, 05.2008

Por Pr Silas Daniel*

De vez em quando, alguns cristãos se deparam com antigos questionamentos teológicos que os levam a debater-se interiormente. Alguns dizem respeito ao livre arbítrio, à Predestinação, à Eleição e à Expiação. Portanto, vejamos uma exposição sintética sobre esses temas à luz das Escrituras.

Em primeiro lugar, é importante dizer que, à luz da Bíblia, o homem não regenerado é escravo do pecado e incapaz de servir a Deus com suas próprias forças (Rm 3.10-12), mas, por ainda ter em si resquícios da imagem de Deus, ele tem a capacidade (livre-arbítrio) de, mesmo no estado caído, corresponder com arrependimento e fé quando Deus o atrai a si. A iniciativa é sempre de Deus, já que o homem, em seu estado caído, não pode e não quer tomar a iniciativa. Ele precisa primeiro ser convencido para depois ser convertido, e quem convence o homem é o Espírito Santo (Jo 16.8-11).

É Deus, portanto, quem desperta o interesse de salvação no homem (Jo 6.44 e At 16.14). Tal desejo, porém, depois de despertado, pode ser resistido (Hb 3.7-19; 10.23-29; 10.39 e 12.25; At 7.51 e 13.46; Mt 23.37; 2Pd 2.1,2,20,21; 2Cr 15.2; 1 Tm 4.1; 2Tm 2.12 e Tg 4.8). Se o homem aceita a oferta de Salvação, Ele é salvo por Deus e o Espírito opera a regeneração.

Assim como a iniciativa para a salvação é sempre de Deus (Ef 2.4-9), a regeneração é operada tão somente por Deus. Não é pelas próprias forças do homem que ocorre a regeneração, mas pelo poder do Espírito (Tt 3.3-7). Ou seja, o livre-arbítrio é claro (Dt 30.19; Js 24.15; 1 Rs 18.21; Is 1.19,20; SI 119.30; At 10.43; Jo 1.12 e 6.51), mas não é ele que salva o homem. E Deus quem opera a Salvação no homem e o transforma pelo poder do Espírito Santo quando ele aceita a Salvação. E mesmo no livre-arbítrio há a soberania divina, pois foi Deus quem deu essa capacidade de escolher ao homem, capacidade esta que é resquício da imagem divina nele. Deus, em sua soberania, criou homens livres.

Em segundo 'lugar, à luz da Bíblia, a Eleição é condicional. A Eleição divina não é uma escolha arbitrária de Deus, mas fruto de sua presciência (Rm 8.29,30).

Deus quer que todos se salvem (At 10.34 e 17.30-31; 1Tm 2.4; 2Pd 3.9 e Rm 11.32), mas os eleitos de Deus são aqueles que o aceitaram (Jo 7.37-38 e Ap 22.17), cuja decisão já era conhecida por Deus por ser Ele onisciente e presciente, isto é, sabe de todas as coisas antes de todas as coisas acontecerem.

A Bíblia sempre fala de predestinação à vida eterna em Cristo. Efésios mostra isso. Aliás, os termos “em Cristo Jesus”, “no Senhor” e “Nele” ocorrem 160 vezes nos escritos de Paulo, sendo que 36 vezes só em Efésios, onde está o recorde. Ou seja, se queremos entender bem Efésios, devemos começar a atentar para a palavra-chave dessa epístola: “em Cristo”. Ora, mais de uma vez é dito em Efésios 1 que a predestinação ocorre em Cristo. Ou seja, a predestinação e a eleição não são para estarem Cristo. A predestinação e a eleição estão em Cristo.

Clarificando: para aqueles que estão em Cristo está destinado desde a fundação do mundo a Salvação; a quem não estiver Nele, a perdição. Enquanto você estiver Nele, seu destino é o Céu.\ Enquanto não estiver Nele, o Inferno. O critério é estar Nele./ Como afirma Paulo, Deus nos elegeu “para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele” (Ef 1.4), mas Cristo só vai “vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do Evangelho” (Cl 1.22,23). Está claro: a eleição é condicional. E qual a condição? Estar em Cristo: “...nos elegeu nele...” (Ef 1.4).

Finalmente, à luz da Bíblia, a Expiação de Cristo é universal qualificada.

Como assim?

Cristo morreu por todos (Jo 3.16; 6.51; 2Co 5.14; Hb 2.9 e 1Jo 2.2), mas sua obra salvífica só é levada a efeito naqueles que se arrependem e creem (Mc 16.15,16 e Jo 1.12). Ela é suficiente, mas só se torna eficiente na vida daqueles que sinceramente se arrependem de seus pecados e aceitam a Cristo como único e suficiente Salvador e Senhor de suas vidas.

A Expiação de Cristo foi feita para toda humanidade, mas só os que a aceitam usufruem de sua eficácia.

Conquanto existam passagens que afirmam que Cristo morreu pelas ovelhas (Jo 10.11,15), pela Igreja (At 20.28 e Ef 5.25) ou por “muitos” (Mc 10.45), o que sugeriria que a Expiação é limita da, a Bíblia afirma claramente em muitas outras passagens que a Expiação é universal em seu alcance (Jo 1.29; Hb 2.9 e 1Jo 4.14), o que deixa claro que as passagens que dão uma ideia de ela ter sido limitada nada mais são do que referências à eficácia da Expiação e não ao seu alcance. Quando a Bíblia associa natural e enfaticamente os que creem em Cristo à obra expiadora, está apenas frisando a eficácia da Expiação e não seu alcance (Jo 17.9; G11.4; 3.13; 2Tm 1.9; Tt 2.3 e 1Pd 2.24).

Porém, ainda há quem argumente que se a Expiação é universal, mas só crida e aceita por alguns e não por todos, isso significa que ela teria sua eficácia comprometida. Claro que não! O fato de muitos usufruírem dela já demonstra sua eficácia. Ela só não seria eficaz se ninguém se salvasse.

A salvação de todos não é a condição sine qua non para a eficácia da Expiação, mas o é, tão somente, a consecução da Salvação. Se muitos são os salvos por essa Expiação, esta já é eficiente. Não houve “desperdício” pelo fato de seu alcance ser universal, mas nem todos serem salvos. Além disso, se crermos que a Expiação de Cristo é limitada, o que seria um sacrifício que proporcionasse uma Expiação Ilimitada? Jesus sofreria um pouco mais na cruz?

Outro fato: uma Expiação Limitada é uma contradição ao ensino bíblico de que Deus não faz acepção de pessoas (Dt 10.17 e At 10.34). Deus é soberano, mas isso não significa que Ele fará alguma coisa que contradiga o seu caráter santo e amoroso.

Lembremos ainda que uma hermenêutica prudente interpreta uma passagem ou passagens observando o contexto geral sobre o assunto na Bíblia. A Bíblia se explica por meio dela mesma. Portanto, se ela afirma que Deus é santo, justo e amor, e não faz acepção de pessoas; e que Deus quer que todos se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2.3,4); e que a Expiação foi por “todos” (1 Tm 2.6 e Hb 2.9); logo, as passagens em que há alusão a “muitos” devem ser interpretadas à luz dessas outras. E quando o fazemos, percebemos que as passagens que aludem a “muitos” não se referem ao alcance da Expiação, que é universal, mas à eficácia dela para os “muitos” que a receberam por fé.

Além disso, como frisa o teólogo norte-americano Daniel Pecota, não se pode simplesmente desconsiderar o significado óbvio de alguns textos sem ir além da credibilidade exegética. Quando a Bíblia diz que “Deus amou o mundo” (Jo 3.16) ou que Cristo é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) ou que Ele é “o Salvador do mundo” (1 Jo 4.14), significa isso mesmo. Em texto algum do Novo Testamento, “mundo” se refere à Igreja ou aos eleitos. Escreve o apóstolo João, referindo-se a Cristo e à Expiação: “E Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.2).

Fonte: Jornal Mensageiro da Paz, Maio de 2008 – Artigo: Pr. Silas Daniel

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Fonte:https://cristao-alerta.alumy.com/posts/a-eleicao-e-condicional-e-a-expiacao-e-universal-qualificada

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Piper diz que ideia de ‘vida sem arrependimentos’ é enganosa: ‘Jesus veio salvar pecadores’

03.12.2019
Do portal GOSPEL MAIS, 02.12.19

A ideia de uma “vida sem arrependimentos” é uma cilada, declarou o pastor John Piper, pois vai frontalmente contra o conceito pregado no Evangelho e sugere que os erros não precisam ser abandonados ou corrigidos.

A abordagem surgiu em função de uma pergunta feita a Piper por um seguidor dos materiais publicados pelo ministério Desiring God. O homem, de 72 anos, falou sobre seu próprio arrependimento sobre situações que viveu e questionou se o resultado da jornada era algo sobre o qual não deveria existir nenhum sentimento reticente.

“Posso relembrar muitas oportunidades que perdi na vida: viagens de missões que não participei, missionários que não apoiei, até oportunidades profissionais que não aproveitei e provavelmente deveria ter aproveitado, maneiras de melhor investir e resgatar meu tempo em todas as etapas do processo nesse caminho. […] É possível que um homem mais velho revise sua vida e conclua que errou com relação a fazer a vontade de Deus ao longo dos anos? Ou quem eu sou agora tem a vontade de Deus manifesta perfeitamente em todas as minhas decisões e, portanto, não devo me arrepender?”, perguntou.

O assunto mereceu uma extensa resposta do pastor no podcast Ask Pastor John. O líder cristão enfatizou que há diferentes aspectos a se considerar quando o sentimento de arrependimento surge, declarando que “é bom lembrar de nossos pecados e sentir arrependimento”.

“Uma vida sem arrependimentos é construída sobre uma miragem. Se você não vê pecados quando olha para a sua vida e não se arrepende deles, não está vendo a realidade. Você não está sentindo a realidade. Você está vendo uma miragem”, pontuou.

“Houve muitas atitudes, palavras, ações que não eram para a glória de Deus, mas egoístas, não amorosas, mas indiferentes, não da fé, mas do medo. Houve muitas coisas que saíam da sua boca que não foram projetadas para a edificação e muitos bons caminhos tomados com motivos defeituosos”, ilustrou Piper, observando que como apontado em I Timóteo 1:15, há situações que “aprofundam e intensificam nossa gratidão pela graça”.

“[O apóstolo] Paulo nunca esqueceu seu passado arrependido. Escrevendo próximo ao fim de sua vida, ele disse ‘esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior’. Isso foi um arrependimento, e ele nunca esqueceu”, ponderou John Piper.

Contra-mão

Muito da propaganda progressista que dita padrões e comportamentos é baseada numa ideia de que a vida deve ser vivida sem arrependimentos, e um exemplo citado pelo portal The Christian Post é o da escritora e coach Grace Bluerock, que publicou um artigo no The Huffington Post em 2017 sugerindo “10 maneiras de viver a vida sem arrependimentos”.

“Como ex-assistente social em cuidados paliativos, aprendi muito sobre arrependimento. Foi chocante quantos pacientes do hospício onde trabalhei chegaram ao fim de suas vidas desejando ter vivido de maneira diferente”, escreveu Grace Bluerock. “Nunca sabemos quanto tempo viveremos, por isso devemos fazer escolhas conscientes todos os dias para viver plenamente e aproveitar ao máximo cada experiência que temos”.

A lista – basicamente um enumerado de autoajuda – sugeria que os leitores garantissem que “seus entes queridos saibam que você os ama”; “Siga seus sonhos”; “Confie em seus instintos”; “Mantenha seu trabalho no trabalho”; “Assuma riscos”; “Leve a vida menos a sério”; “Transforme falhas em trampolins”; “Pratique o perdão”; “Seja você mesmo” e “Pratique a bondade”.

“Nossas vidas devem ser vividas plena e completamente, sem arrependimentos. Nunca sabemos quanto tempo temos, então vamos começar a viver uma vida livre de arrependimentos hoje e todos os dias”, encorajou a influenciadora.

Apesar da embalagem positiva, a ideia de confiar em si mesmo vai contra a Palavra de Deus: “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo? Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras” –Jeremias 17:9,10.
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Fonte:https://noticias.gospelmais.com.br/john-piper-ideia-vida-sem-arrependimentos-enganosa-127190.html

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Se não confiamos no Cristo bíblico, temos um falso Salvador

15.02.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 
Por Dr. Sinclair B. Ferguson*

Quem-dizeis-que-eu-sou-se-nao-confiamos

Todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, perfeito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, […] duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, conseparáveis e indivisíveis […] as propriedades de cada natureza permanecem intactas…”

Assim escreveram os pais da Igreja na definição de Calcedônia, no ano 451 d.C.. Porém, mesmo tendo eles falado em unanimidade, a sua doutrina de Cristo soa muito complexa. Será que isso é realmente importante?

Tendo em conta os sacrifícios que eles fizeram para descrever a Cristo corretamente, pode-se imaginar que, se esses cristãos estivessem presentes em um grupo de estudo bíblico sobre Filipenses 2.5-11, eles poderiam muito bem dizer-nos: “Pelo que ouvimos, isso nunca foi mais importante”.

Imagine a discussão sobre o trecho “pois ele, subsistindo em forma de Deus […] a si mesmo se esvaziou” (Fp 2.6-7). Alguém diz: “Isso significa que Jesus se tornou homem por um tempo e, então, voltou a ser Deus depois”. “Não”, diz outro, “ele apenas se esvaziou de seus atributos divinos e depois os retomou.” “Certamente”, diz outro (sem parar para refletir sobre os milagres de Moisés, Elias, ou dos Apóstolos), “ele misturou a humanidade com sua divindade – não foi assim que ele foi capaz de fazer milagres?”

Será que realmente importa se essas visões são erradas, ou mesmo heréticas, desde que saibamos que Jesus salva e testemunhemos aos outros sobre ele? Afinal de contas, o importante é que nós preguemos o evangelho.

Porém, é justamente esse o ponto: o próprio Jesus Cristo é o Evangelho. Como fios soltos em uma tapeçaria, arranque qualquer um desses pontos de vista e todo o evangelho irá se descosturar. Se o Cristo em quem confiamos e pregamos não é qualificado para nos salvar, temos um falso Cristo.

Reflita por um momento sobre as descrições de Cristo acima. Se em algum momento ele deixasse de ser tudo o que ele é enquanto Deus, o cosmo se desintegraria; pois é ele quem sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1.3). Se ele fosse uma mistura de divindade e humanidade, então não seria verdadeiramente ou completamente humano e, portanto, não seria mais um de nós, nem capaz de agir como nosso representante e substituto. Ele não poderia salvar os pecadores, nem socorrer os santos. É por isso que Hebreus enfatiza que Cristo possui uma humanidade idêntica à nossa, com exceção do pecado. Não há mistura ou confusão aqui.

A maioria de nós faz questão de descrever claramente algo que amamos, seja ciência, computação, esportes, negócios ou vida familiar. Será que devemos ser indiferentes à forma como pensamos e falamos sobre o nosso Salvador e Senhor?

É por isso que os pais da igreja, e posteriormente os teólogos de Westminster, salientaram que o Filho de Deus sempre permaneceu “da mesma substância do Pai e igual a ele”, mas ainda assim, na encarnação, “tomou sobre si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo sem pecado […]. As duas naturezas inteiras, perfeitas e distintas – a Divindade e a Humanidade – foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão, composição ou confusão” (Confissão de Fé de Westminster, 8.2).

Esta declaração tão impressionante resguarda o mistério da encarnação enquanto cuidadosamente descreve a sua realidade. As duas naturezas do Filho não estão unidas uma à outra, mas estão unidas em sua única Pessoa. Assim, em tudo o que fez, ele agiu de forma apropriada em termos de sua divindade ou sua humanidade, uma Pessoa divina exercendo os poderes de cada natureza em sua esfera própria.

Isto, então, realça o valor dos credos da igreja. Eles foram escritos por homens que pensaram mais profundamente e, muitas vezes, sofreram mais gravemente do que nós. Eles falaram a partir de um profundo amor por Cristo e por seu povo, preocupados com um mundo perdido. O testemunho deles nos ajuda de três maneiras:

1. Ele nos protege ao estabelecer fronteiras para o nosso pensamento.
2. Ele nos instrui ao nos ajudar a ver a verdade bíblica expressa em sua forma mais breve.
3. Ele nos une, de modo que em todo o mundo, os cristãos podem compartilhar da mesma confissão clara de quem Cristo é e do que ele fez.

Será que isso é realmente importante? À luz dos sacrifícios que os nossos antepassados ​​fizeram a fim de articular a grandeza da pessoa de nosso Salvador e do que Cristo teria que ser para que pudesse nos salvar, pode apostar que sim.

*Dr. Sinclair B. Ferguson é professor de teologia sistemática no Seminário Redeemer em Dallas, TX, EUA. É reitor do curso de Doutorado em Ministério na Academia Ligonier, e professor no Ministério Ligonier.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/02/se-nao-confiamos-no-cristo-biblico-temos-um-falso-salvador/

sábado, 4 de abril de 2015

Creio no Filho: Jesus Cristo, o Único Salvador #páscoafiel

05.04.2015
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 04.04.15
Por Hermisten Maia*

CreioNoFilho

SALVADOR PROMETIDO PELO PRÓPRIO DEUS:

Após o pecado de nossos primeiros pais e, a sua decorrente punição, Deus faz uma promessa: “Porei inimizade entre ti (serpente = satanás. cf. Ap 12.9; 20.2) e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15; Gn 17.7). Como diz Law, “estas foram as primeiras palavras da graça a um mundo perdido”.[14] De fato, aqui temos o protoevangelium, o primeiro vislumbre histórico do Evangelho de Jesus Cristo (Mc 1.1), Aquele que viria em graça restaurar o seu povo à comunhão com Deus. Ele viria como de fato veio, da “semente” da mulher (Mt 1.18-25; Lc 1.35), se constituindo no segundo Adão. Caso Jesus Cristo não se constituísse em descendência do primeiro casal, a promessa de Deus teria falhado e também, Cristo não poderia ser o representante legítimo do seu povo. Por outro lado, se Jesus Cristo pecasse, o seu sacrifício não teria valor vicário pois Ele mesmo precisaria, nesta hipótese, ter seus pecados expiados. Entretanto, a Bíblia afirma que Jesus veio da semente da mulher, sendo verdadeiramente homem – não obstante ser verdadeiro Deus –, todavia sem pecado (Jo 8.46; 2Co 5.21; Hb 2.17-18; 7.22-28; 9.23-28).
Jesus Cristo cumpriu o propósito de Deus a despeito de todas as tentativas de Satanás para frustrá-lo e, apesar da gravidade do pecado humano e de suas conseqüências, Jesus venceu. A graça de Deus é mais forte do que a obra pecaminosa do homem: a vida é mais forte do que a morte (Rm 5.12-15; 1Co 15.20-28; 45-49; 67,58). Como, escreveu Calvino: “Cristo suplantou a Adão, o pecado deste é absorvido pela justiça de Cristo. A maldição de Adão é destruída pela graça de Cristo, e a vida que Cristo conquistou tragou a morte que procedeu de Adão.”[15]

A SALVAÇÃO PROPORCIONADA POR CRISTO:

“Por que é o Filho de Deus chamado JESUS, isto é, SALVADOR?” “Porque ele nos salva de nossos pecados e porque a salvação não pode ser buscada ou encontrada em nenhum outro”.[16]
A salvação é uma prerrogativa única e exclusiva de Deus: ele tem poder e total liberdade para salvar a quem ele quiser; a Palavra diz que a salvação pertence a Deus (Hb 2.10; 5.9; Tg 4.12; Ap 7.10; 19.1). Por isso, a nossa salvação repousa unicamente em Deus. A Bíblia nos diz que a Salvação:
1) É oferecida por Deus unicamente através de Cristo, mediante a pregação da Palavra: Jesus Cristo é o único salvador. A Igreja anuncia a Palavra porque é através da Palavra que Deus produz a fé salvadora em seus escolhidos. (At 2.47; 4.4,12; Rm 10.13-17; Hb 7.25; 1Jo 4.14; Jd 25; Tg 1.18; 1Pe 1.23).
2) É resultado da nossa eleição: Deus nos escolheu na eternidade para a salvação em Cristo Jesus. (Ef 1.4; 1Ts 5.8,9; 2Ts 2.13; 2Tm 2.10).
3) É obra da graça de Deus: A nossa salvação é decorrente do Pacto da Graça, através do qual Deus confiou o seu povo ao seu Filho para que este viesse entregar a sua vida pelos seus escolhidos. Cristo deu a sua vida em favor de todos aqueles que o Pai lhe confiara na eternidade. (Sl 89.2,3; Is 42.6; 2Tm 1.9; Jo 6.39; 17.1,6-26).[17] Assim, todos os homens que creram, tanto no Antigo como no Novo Testamento, foram salvos pela graça (At 15.11).
Mérito e graça são conceitos que se excluem (Rm 11.6). “A graça divina e o mérito das obras [humanas] são tão opostos entre si que, se estabelecermos um, destruiremos o outro”, conclui Calvino (1509-1564).[18] De fato, a graça tem sempre como pressuposto a indignidade daquele que a recebe.[19] A graça brilha nas trevas do pecado; desta forma, a idéia de merecimento está totalmente excluída da salvação por graça (Ef. 2,8,9; 2Tm 1.9). A Palavra de Deus nos ensina que a nossa salvação é por Deus, porque é Ele quem faz tudo; por isso, o homem não pode criar a graça, antes, ela lhe é outorgada, devendo ser recebida sem torná-la vã em sua vida (2Co 6.1; 8.1; 1Co 15.10).
4) É efetivada pelo poder soberano de Deus: A nossa salvação é decorrente primeiramente da vontade soberana de Deus (Mt 19.23-36; Hb 7.25; Tg 4.12). Deus age através da sua poderosa palavra (Rm 1.16; 9.16-18; 10.17; 1Co 1.18), conduzindo-nos a Cristo (Jo 6.44,65), confessando-o como nosso Senhor (1Co 12.3). Deus mesmo dá-nos a certeza de que fomos salvos pelo poder da sua graça (Jo 10.27-29); confirmando (Rm 16.25-27);[20] selando (Ef 1.13; 4.30), edificando (At 20.32), santificando (2Ts 2.13) e preservando-nos (Jd 24,25), até à conclusão do seu propósito em nós: A salvação eterna para a glória de Deus (Fp 1.6; 2Ts 1.11,12; 1Pe 1.3,5; 2Pe 1.3).
5) É segundo a sua misericórdia: A misericórdia de Deus é uma demonstração da sua bondade para com aqueles que estão em miséria e pecado: Misericórdia sempre pressupõe necessidade daquele em quem ela é exercitada. Este é o estado do homem até que Deus o salve (Ef 2.4-5; Tt 3.5).
6) É fruto da longanimidade de Deus: Deus é paciente na execução do seu juízo, oferecendo tempo para que o homem se arrependa dos seus pecados e seja salvo. (2Pe 3.9,15).

A EXTENSÃO DA SALVAÇÃO PROPORCIONADA POR JESUS CRISTO:

JESUS SALVARÁ TODO O SEU POVO:

Jesus veio morrer pelo seu povo, cumprindo as demandas da Lei, sofrendo em lugar daqueles que ele representava, conseguindo assim, de forma inexorável, a salvação de todos os eleitos, conforme o Pacto feito entre ele e o Pai na eternidade. (Is 53.10-11; Mt 1.21; Jo 6.37-40,44,65; 10.14,15; 24-29; 17.6-26; Rm 5.12-21; Ef 5.25-27).
Confissão de Westminster (1647) declara:
… Os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo, pelo seu Espírito que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder, por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.[21]

JESUS SALVA O HOMEM TODO:

A Bíblia declara que Jesus veio salvar o que estava perdido (Mt 18.11; Lc 19.10), os pecadores (Jo 3.16-17; 12.47; 1Tm 1.15). Jesus salva o seu povo por inteiro. A Bíblia não apresenta, como muitos imaginam, uma espiritualização da salvação, como se o corpo fosse mau e a alma (= espírito) fosse boa, conforme geralmente os filósofos gregos pensavam. A redenção de Cristo é para o homem inteiro pois todo ele está a carecer da libertação do poder do pecado.
Alguns elementos são fundamentais para a nossa compreensão desse ponto:
1) A Escritura usa indistintamente as palavras “salvação” e “cura”:
O verbo salvar (Σῴζω), o substantivo salvação (Σωτερία) e o adjetivo salvador (Σωτήρ) são usados de forma intercambiável para se referir à salvação eterna bem como ao livramento (= cura, libertação, segurança).
a) Salvar (Σῴζω): Mt 1.21; 9.21-22; Mc 6.56; 8.35; 10.26,52; At 4.9; 27.30; 1Co 1.18; Jd 5, etc.
b) Salvador (Σωτήρ) e Salvação (Σωτερία): Lc 1.47,69,71,77; 2.11; At 4.12; 27.34; Fp 1.19, etc.
2) A encarnação do Verbo de Deus: Sendo o corpo (matéria) mau – conforme os gnósticos criam –, o Verbo de Deus não poderia ter assumido uma forma humana (Jo 1.14).
3) A Ressurreição de Jesus bem como a sua ascensão: (Jo 20.26-29; At 1.9-11).
4) A Ressurreição final: Se o corpo é mau, não deveríamos ter um corpo na eternidade; entretanto, a Palavra nos ensina que quando Cristo retornar, os mortos ressuscitarão e, os que estiverem vivos terão os seus corpos transformados, adaptados à eternidade. (Rm 8.11; 1Co 15.20-23; 35-43; 50-58; Fp 3.21). O “corpo espiritual” [22] que teremos (1Co 15.44) não deve ser entendido como uma incorporeidade, mas, sim, “uma existência humana total, alma e corpo incluídos, que será criada, penetrada e controlada pelo Espírito de Cristo.”[23] Um corpo “totalmente pertencente à nova era, totalmente sob a direção do Espírito”.[24] Ou, nas palavras de Calvino (1509-1564), um corpo no qual “O Espírito será muito mais predominante (…). será muito mais pleno….”[25]
A salvação de Jesus Cristo é para o homem todo; Jesus se interessa com a inteireza do homem (corpo e alma).

JESUS SALVA O HOMEM ETERNAMENTE:

A salvação efetuada por Jesus começa aqui e agora e, jamais terá fim: é uma salvação eterna. (Jo 3.16; 3.36; 6.47; 1Tm 6.12; 2Tm 4.18; Hb 9.28; 1Pe 1.5).

[14] Henry Law, O Evangelho em Gênesis, São Paulo: Editora Leitor Cristão, 1969, p. 33. [15] João Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos, 1997, (5.17), p. 194-195.
[16] Catecismo de Heidelberg, perg. 29.
[17] Vd. John Gill, A Complete Body of Doctrinal and Practical Divinity, Arkansas, The Baptist Standadar Bearer, 1989 (Reprinted), I.13. p. 83. [John Gill, “A Complete Body of Doctrinal and Practical Divinity,” The Collected Writings of: John Gill, [CD-ROM], (Albany, OR: Ages Software, 2000), I.13].
[18] J. Calvino, Exposição de Romanos, (11.6), p. 388. À frente Calvino continua: “É preciso lembrar que sempre que atribuímos nossa salvação à graça divina, estamos confessando que não há mérito algum nas obras; ou, antes, devemos lembrar que sempre que fazemos menção da graça, estamos destruindo a justiça procedente das obras.” [Exposição de Romanos, (11.6), p. 389].
[19] Vd. A. Booth, Somente pela Graça, p. 13.
[20] Calvino (1509-1564), comentando o texto de Rm 16.25, diz que Paulo ensina aqui a perseverança final. “E para que descansem (os romanos) e se apoiem neste poder, indica que ele nos foi assegurado pelo evangelho. Por isso não só nos promete a graça presente, ou seja, atual, senão também nos dá a certeza de uma graça eterna. Pois Deus nos anuncia que não somente é nosso Pai agora, senão para sempre, e o que é mais ainda, sua adoção sobrepassa a morte porque nos conduz à herança eterna.” (J. Calvino, La Epistola Del Apostol Pablo A Los Romanos, Grand Rapids, Michigan: Subcomision Literatura Cristiana de la Iglesia Cristiana Reformada, 1977, p. 393).
[21] Confissão de Westminster, III.6. Vd. também os capítulos VII e VIII; Catecismo Maior de Westminster, Pergs. 30-36, 41; Catecismo Menor de Westminster, Pergs. 20-21.
[22] “Σω̑μα πνευματικόν”
[23] Hendrikus Berkhof, La Doctrina del Espíritu Santo, Buenos Aires: Junta de Publicaciones de las Iglesias Reformadas/ Editorial La Aurora, 1969, p. 120.
[24] J.D.G. Dunn, Espírito: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Vol. II, p. 144. De igual forma, interpretam: F. Baumgärtel, Πνευ̑μα: In: G. Friedrich; G. Kittel, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Vol. VI, p. 421; A.A. Hoekema, A Bíblia e o Futuro, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989, p. 88-90; Idem., Criados à Imagem de Deus, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999, p. 268; W. Hendriksen, A Vida Futura Segundo a Bíblia, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1988, p. 193; Ray Summers, A Vida no Além, 2ª ed. Rio de Janeiro: JUERP., 1979, p. 90-91; Wayne A. Grudem, Teologia Sistemática, p. 520. Charles Hodge, sem aludir ao texto, faz uma distinção entre o céu e o inferno, dizendo: “O céu é um lugar e estado em que o Espírito reina com absoluto controle. O inferno é um lugar ou estado em que o Espírito já não refreia nem controla. A presença ou ausência do Espírito estabelece toda a diferença entre céu e inferno” (Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Hagnos, 2001, p. 983-984).

[25] João Calvino, Exposição de 1Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1996, (1Co 15.44), p. 483-484.

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Baixe o e-book Creio no Filho, de Hermisten Maia, com excertos para Páscoa do livro Creio, e leia mais sobre a necessidade de salvação e as condições para nos apropriarmos dela.
LEIA MAIS:

Creio no Filho: O Ministério Terreno de Cristo #páscoafiel

Creio no Filho: Os Sofrimentos de Cristo #páscoafiel

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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/04/creio-no-filho-jesus-cristo-o-unico-salvador-pascoa/

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Apare as asas da sabedoria

14.02.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE, 12.02.15
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por Martinho Lutero

quinta-feira
Respondeu Jesus: Parem de me criticar. Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia. [João 6.43-44]
Quando Jesus disse: “Parem de me criticar”, ele desejava restringir a sabedoria ou razão humana. Nós também precisamos aparar as asas da razão humana quando ela vem para a doutrina cristã. A Palavra de Deus não é o tipo de ensino que você pode compreender com a razão. Ela não alcança o coração humano assim. Quanto mais educada e afiada for a habilidade de raciocínio das pessoas, menos elas entenderão.
 O ensino cristão não apela para a razão. É por isso que a nossa razão reclama sobre isso, como que dizendo: “Eu não quero tirar a minha salvação das minhas próprias mãos e lançar fora todas as minhas boas obras para alcançar a vida eterna. Eu não quero colocar as minhas mãos e firmar os meus pés em alguém que não seja eu mesmo, alguém que foi tolo e estúpido o suficiente para se deixar ser crucificado. Como alguém pode esperar que eu creia que esse Jesus é o meu Salvador?”. A razão não consegue entender isso. Precisamos levar todo pensamento cativo a Deus, de forma que ele seja obediente a Cristo (2Co 10.5).
Jesus está dizendo: “Parem de reclamar por eu afirmar que sou o pão do céu. Vocês querem entender isso por si mesmos. Vocês querem ser mais sábios do que eu quando perguntam: ‘não conhecemos sua mãe e seu pai?’. Mas quando eu digo a vocês como o Pai os tem atraído a mim, isso não pode ser compreendido pela razão. Quando vocês ouvem sobre como o Pai atrai vocês, a razão atrai vocês em uma direção oposta. 
Aqueles que querem entender essas palavras devem fechar os seus olhos, trancar os portões da razão e permitirem-se ser como uma pessoa cega”. Isso é o que Deus quer. Aqueles que se recusam a ser levados por Deus, mas, ao contrário, desejam ser levados pela razão, ficarão irritados com a mensagem de Jesus e reclamarão continuamente dela.
>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/02/12/autor/martinho-lutero/apare-as-asas-da-sabedoria/

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Por que devemos ser gratos a Deus?

17.12.2014
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alessandro Brito

Por que devemos ser gratos a Deus?
Você conhece alguém que sempre reconhece o bem oferecido ou a ajuda concedida? Se sim, então você conhece uma pessoa grata, pois a gratidão é o ato de reconhecer um beneficio recebido sem nada dar em troca.
Existe, por outro lado, pessoas ingratas, que chegam ao ponto de serem contrarias a comemoração até de aniversários. Dizem que a celebração do aniversário é uma especie de contagem regressiva. Como ser grato pela morte que se aproxima?
Charles Plumb era uma pessoal assim. Piloto de um bombardeiro na guerra do Vietnã teve seu avião derrubado por um míssil. Depois de saltar de paraquedas, foi capturado pelo inimigo, passando seis anos numa prisão sem motivo para celebrar a vida. Solto, retornou aos Estados Unidos, e passou a dar palestras relatando sua odisseia, mas continuava ingrato com a vida.
Certo dia, num restaurante, foi saudado por um homem: “Olá, você é Charles Plumb? Era piloto no Vietnã e foi derrubado, não é mesmo? Eu quem dobrava o seu paraquedas. Parece que funcionou bem, não é verdade?”. Plumb quase se afogou de surpresa e com muita gratidão respondeu: “Claro que funcionou, caso contrário eu não estaria aqui hoje. Muito obrigado!”.
Ao ficar sozinho naquela noite, Plumb não conseguia dormir, lembrando-se de quantas vezes havia passado por aquele homem no porta-aviões e nunca lhe disse nem um “bom dia”. Nunca agradeceu aquele que tinha em suas mãos a sua própria vida. Depois disso, Plumb passou a iniciar suas palestras perguntando à sua plateia: “Quem dobrou seu paraquedas?”.
O piloto entendeu que não podemos ser contrários a celebração da vida ou mesmo de aniversários, pois celebrar a vida é olhar para trás em gratidão e para frente com fé. Mas quais são os motivos que nos levam a olhar para frente com fé e para trás em gratidão? Os motivos se encontram na passagem de Lucas 17.11-19 que nos relata a cura de dez leprosos.
Deus atende aquele que clama (Vs. 11-13)
No texto de Lucas 9.22 Jesus anuncia a seus discípulos que morreria e ressuscitaria após três dias. No verso 44 ele volta a falar sobre sua morte a seus discípulos e já no verso 51 inicia uma longa jornada até Jerusalém. O texto de Lucas 17.11 nos diz que Jesus continuava a sua viagem até Jerusalém, local onde cumpriria a sua missão, ou seja morte na cruz (Lucas 20.46). Pelo meio do caminho, entre Samaria e Galiléia, Jesus entra em uma aldeia cujo o nome não é mencionado. Talvez porque o que realmente importa aqui são os moradores desta aldeia. Mas quem são estes moradores?
Tudo indica que era um grupo de pessoas que possuíam uma doença de pele conhecida hoje por hanseníase. Essas pessoas viviam em uma espécie de comunidade, pois segundo a lei[1] eram considerados impuros e assim deveriam ficar separadas da população em geral.[2]
A alimentação era regrada, a condições de higiene precárias, e a aparição de doenças e até depressão era algo presente nestes locais.
Davis, um comentarista, diz que: “O leproso não podia manter relações com as pessoas sãs…e devia gritar de longe: ‘imundo, sujo’, sempre que alguém se aproximava…”.[3] Este era um alerta ao desavisados que não podiam se aproximar da aldeia. Todo esse sofrimento e a humilhação constante alimentava somente a esperança de receber uma única visita, a da morte.[4]
Algo, porém, me chama atenção, pois no verso 13, os leprosos gritaram: “Jesus, Mestre, tem piedade de nós!” ao invés de gritar: “imundo, sujo”. Diferente do que era comumente realizado, os leprosos pediram por piedade, ou seja, por ajuda. Alguns dirão que eles quebraram os “protocolos” por estarem carentes ou desesperados por alimento. Mas não concordo, porque antes de pedirem por auxilio disseram: “Mestre”.
Isto deixa claro que reconheceram Jesus. Provavelmente já tinham ouvido falar sobre a sua grande compaixão pelos necessitados, por aqueles que sofrem e pelo enfermos. Sabiam que Jesus tinha poder para curar. Assim, se antes os leprosos depositavam a esperança na morte, para alivio da dor e sofrimento, agora tinha em Jesus a esperança.
Você está vivendo um momento difícil em sua vida? Está enfrentando problemas financeiros, familiares ou até mesmo de saúde como enfrentavam os leprosos? É a morte a sua esperança hoje? Se sua resposta foi sim, clame a Deus, pois ele atende aquele que o clama com humildade. A dor, vazio interior, doenças ou qualquer outro tipo de sofrimento faz com que deixemos de lado todo orgulho e soberba para clamarmos por ajuda a Deus. Reconheço a minha necessidade e já clamei por ajuda, mas ainda não fui auxiliado. Por que? Porque Deus atende aquele que obedece.
Deus atende aquele que obedece (Vs. 14-16)
Era procedimento normal, depois da cura de um leproso, a sua apresentação aos sacerdotes como observamos em Levítico 14.2-3: “Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote, E o sacerdote sairá fora do arraial, e o examinará…”. Porem estes homens foram ordenados da seguinte forma por Jesus: “Vão mostrar-se aos sacerdotes” e só foram curados no caminho. Não deveriam aguardar a cura antes de procurarem os sacerdotes? Será que eles não conheciam eles a lei?
Claro que conheciam a lei, os leprosos eram verdadeiros especialistas no assunto. Por que então se dirigiram ao encontro dos sacerdotes antes da cura? Simples, já tinham ouvido falar das curas realizadas por Jesus e sabiam que seriam atendidos, bastava obedecer. A questão é que um deles não obedece, e assim volta para a aldeia. No verso 16, Lucas diz que ele era um samaritano.
A fama que existia na época era a de que os samaritanos era considerados impuros, por não obedecerem a Deus como os judeus.[5] Nos parece que é verdade, pois os outros nove, provavelmente judeus, seguiram até o sacerdote a fim de obedecer a lei. Mas no verso seguintes observamos claramente que Jesus não o repreendeu, pelo contrário, perguntou porque os outros não fizeram o mesmo.
O samaritano não era judeu, mas diferente dos outros leprosos voltou para agradecer, não por ser desobediente. Ele deixou para ver os sacerdotes um pouco mais tarde, pois deveria cumprir o grande mandamento: “Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças” (Dt 6.5).
Sabemos que muitos judeus obedeciam a lei, mas de forma exterior, pois não entendiam que a lei foi criada para o homem e não o homem para a lei. Os judeus eram como aquela criança que come espinafre porque querem ser obediente aos seus pais, mas que na verdade detesta espinafre. Come resmungado e se queixando e no fim pensa, “fui obediente”.[6]
A obediência dos leprosos foi a chave para a cura, porém, Deus jamais considera as nossas boas ações como obediência, a não ser que isso seja realizada com alegria. A obediência nasce internamente, ou seja, procede do coração.
Muitos clamam no momento de precisão e dor clamam a Deus por ajuda, mas assim que atendidos deixam de obedecer a Deus. Você é obediente a Deus de todo coração? Na desobediência não é certo e nem mesmo didático agradar um filho desobediente. Se presenteamos os nossos filhos quando se comportam de forma incorreta ensinamos paralelamente que aquilo é o certo. Só presenteamos os nossos filhos quando merecem, mas esta obediência deve ser interior e não exterior, ou seja, deve ser espontânea e não religiosa. Existe outro motivo para a minha gratidão a Deus? Sim, pois Deus atende aquele que reconhece o seu filho como salvador.
Deus atende aquele que reconhece o seu filho como salvador (Vs. 17-19)
Observamos anteriormente que todos os leprosos estavam dispostos a implorar por ajuda, mas nem todos estavam dispostos agradecer. Isso não quer dizer que os outros não estivessem gratos pela cura recebida, pelo contrário, aquilo era o que mais queriam que acontecesse. A questão é que mesmo curados da doença de suas peles, ainda não estavam curados da cegueira espiritual.
Certo homem encontrou-se com um amigo, que era um grande e reconhecido poeta, e pediu-lhe: “Olá, meu amigo! Que bom encontrá-lo. Estava pensando justamente em você. Vou vender o meu sítio, que você conhece tão bem. Poderia redigir para mim o anúncio do jornal?”.
O poeta, prontamente, apanhou o papel e escreveu: “Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda”. O homem então disse: “Ficou ótimo, meu amigo. Eu sabia que ninguém poderia fazer um anúncio melhor que você. Obrigado!”.
Meses depois, os dois se reencontraram e o poeta perguntou ao homem se já havia conseguido vender o sítio. Ele então respondeu: “Nem pense mais nisso, meu amigo. Quando cheguei em casa e li o anúncio para a minha esposa, descobrimos que somos donos de um pequeno paraíso”.
Este homem só reconheceu que morava em um paraíso depois que seu olhos foram abertos pela poesia.
Assim também aconteceu com o samaritano que ao perceber que estava curado “Prostrou-se aos pés de Jesus”. Esta expressão quer dizer “encurvar-se com rosto em terra” e normalmente é associada à adoração a Deus. A atitude do samaritano expressa mais do que uma demonstração de amor, respeito ou gratidão por alguém, pois só agimos assim diante de Deus.
Amo minha esposa, mas nem por isso me curvo com o rosto no chão para demostrar isso. Tenho respeito pelo meu chefe, mas não me lanço no chão quando estou diante dele. Sou grato por tudo que meus pais fizeram por mim durante toda minha vida, mas nunca me prostrei diante deles.
Hendriksen diz que Jesus realizou perguntas retóricas então por estar: “…profundamente preocupado com o fato de que seu pai celestial não recebeu o louvor que lhe correspondia”.[7] Todos criam em Deus e na possibilidade de uma cura miraculosa, “…pois do contrário, não teriam atendido às instruções de Jesus”.[8]Porem “A fé precisa constar algo mais do que crença no poder de Deus, para operar milagres”.[9] O samaritano reconheceu Jesus como sendo algo maior do que um “mestre”. A sua ação significava reconhecer Jesus como senhor e salvador. Fui justamente por isso que Jesus disse: “Levante-se e vá; a sua fé o salvou”.
Por causa da compaixão de Deus, seu único filho nos foi enviado a este mundo para pagar a nossa dívida. Para nos limpar da lepra chamada pecado. A morte de Jesus Cristo na cruz é o motivo que leva a ser grato, pois não merecíamos este favor de Deus. Por isso devemos ser gratos a Deus, pois Ele nos dá tudo o que precisamos.
Você já reconheceu a sua necessidade de receber o perdão? Já clamou a Deus por salvação? Muitos reconhecem Jesus como Senhor de suas vidas. Reconhecem Jesus como o filho de Deus que veio ao mundo para resgatar os pecadores das mãos de Satanás. Mas esse reconhecimento deve ser mais do que palavras.
Observamos isso claramente em Isaías 29.13: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens”. Você tem vivido em gratidão e adoração? Tem demonstrado isso através de sua própria vida?
Conclusão
Devemos ser gratos a Deus, pois Ele nos deu o maior motivo de nossa fé e gratidão. Nada pior do que uma pessoa ingrata. Você talvez conheça alguém assim. Você talvez até seja uma pessoa ingrata. Mas observamos que temos muitos motivos para sermos gratos. Você pode ter entendido quais são os três maiores motivos que alimenta a nossa gratidão a Deus, mas se não reconhecê-los, não passará de uma pessoa ingrata. Para que isso aconteça siga três orientações simples.
Reconheça que esta doente: Muitos acham que não precisam de Deus por terem saúde plena, um família estruturada ou por ter muitos bens materiais. Mas na verdade todos nós somos como leprosos para Deus. Como assim, leprosos? Bem a Bíblia diz que que todos nós somos pecadores e para Deus o pecado é como uma doença que contamina todo a alma do individuo.
Reconheça que precisa de Deus: Os leprosos estavam afastados de todos e de tudo, vivendo como lixos humanos. Isso porque o leproso era considerado como morto. O homem anda afastado de Deus por conta do pecado vivendo uma vida pobre e miserável. Para Deus o pecador pode até estar vivo fisicamente, mas morto espiritualmente.
Reconheça que Jesus é a única ajuda: Somente o humilde pede por ajuda. Os leprosos clamaram por compaixão, pois tinham a plena noção de que precisavam de ajuda. Você já pediu a ajuda de Deus ou ainda acha que não precisa de auxilio? Tiago 4.10 nos dá a seguinte certeza sobre a humildade: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará”.
Notas
[1] Levítico 13.14
[2] “A lepra se tornou um tipo de pecado, asqueroso, propagador e incurável” Ver em: CHAMPLIN, R.N., O Novo Testamento Interpretado: Lucas & João. São Paulo, SP: Hagnos, 2002. p. 167
[3] DAVIS, John D., Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro, RJ: JUERP, 1980, p.358
[4] “A morte era a visitante e libertadora mais constante, pois ali havia doenças que seguiam seus cursos fatais”Ver em: CHAMPLIN, R.N., O Antigo Testamento Interpretado: Gênesis, Êxodo, Levíticos & Números. São Paulo, SP: Hagnos, 2002. p. 524
[5] Quando o Reino do Norte foi derrotado de vez pelos assírios, em 721 a.C., vários judeus foram levados ao exílio e vários estrangeiros trazidos a Samaria (2 Reis 17.24). Consequentemente estes estrangeiros se casaram com os israelitas dando origem aos samaritanos. Esta mistura ia além do âmbito físico, pois religiosamente estes samaritanos possuíam características semelhantes, mas não as mesmas dos judeus. Um bom exemplo disso era o templo que possuíam que não se situava em Jerusalém, pois o Monte Gerizim era para eles o verdadeiro local de adoração e não Jerusalém.
[6] Ryle diz que: “… quando somos obedientes, obtemos auxílio… Sempre faremos bem em obedecer, como dóceis crianças, ao preceitos de Cristo” diz Ryle em seu comentário. Ver em: Ibid, p. 260
[7] HENDRIKSEN, Willian. Comentário do Novo Testamento: Lucas. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 2001, p.356
[8] BROADMAN – Comentário Bíblico Broadman: Lucas, Volume 10. Rio de Janeiro: JUERP, 1987, p.166
[9]Ibid, p. 166
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/devo-ser-grato-deus/