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terça-feira, 23 de maio de 2017

A Reforma da Previdência e os princípios cristãos

23.05.2017
Do portal ULTIMATO ON LINE, 04.05.17
Por Cayo César Santos


No processo histórico, a espécie humana se organizou em comunidades para, a partir da soma de esforços, resolver questões básicas de sobrevivência: a segurança, o abrigo e o alimento. O sucesso nessa empreitada fez surgir, por sua vez, uma nova questão: o fenômeno do envelhecimento populacional. A Previdência Social é um mecanismo voltado a assegurar ao idoso, após contribuir com a força de sua juventude para a proteção e o sustento comunitário, o reconhecimento de seu valor para o conjunto social, mediante a viabilização de sua justa e digna sobrevivência na velhice. Este, em curtíssimas palavras, é o cerne da temática que ora agita a sociedade brasileira, a saber, a reforma da Previdência. 

3 princípios da Previdência

A Constituição Federal estabelece como sustentáculos de regência da Previdência Social três princípios: o da solidariedade, o da igualdade e o da dignidade da pessoa humana. O primeiro indica que o todo é responsável por cada uma de suas partes. Assim, cabe ao conjunto da sociedade contribuir para a manutenção da dignidade daqueles que já participaram do processo de produção de riquezas para o grupo. O segundo implica, vale frisar enfaticamente, em não considerar que todos são substancialmente iguais no contexto social, mas, ao contrário, reconhecer as diferenças e fragilidades de alguns para, a partir de normatização adequada, trazê-los ao mesmo patamar de dignidade dos que não sofrem semelhantes carências. O terceiro, por fim, sintetiza direitos outorgados à pessoa pelo mero fato de ser da espécie humana. Direitos inegáveis e essenciais que objetivam garantir uma existência livre e, tanto quanto possível, plena. Toda vez, então, que for necessário examinar uma situação concreta relativa à Previdência Social, será necessário considerar a relação destes princípios norteadores.

A influência do Cristianismo na Constituição

Ora, estes três princípios constitucionais, como de resto grande parte da principiologia que sustenta a legislação humanitária do mundo ocidental, sofrem grande influência e inspiração das tradições e dos fundamentos do Cristianismo. Ecoam estatutos sagrados presentes em textos bíblicos que, desde a antiguidade, são concernentes à justiça social – valor idealizado e profundamente desejado pelo próprio Deus. 

Dignidade humana é percepção universal que nasce, conforme a narrativa do Gênesis, da própria concepção e criação do homem e da mulher, eis que feitos à própria imagem e semelhança do Criador. Por sua vez, no contexto social, a solidariedade e a igualdade implicam, necessariamente, renúncia e sacrifício, realidades que espelham o exemplo de Cristo que, ao esvaziar-se, abrindo mão de seus direitos e de sua glória, se fez um com os homens, sofrendo suas dores e pagando o preço de sua outrora inevitável condenação. 

A realidade desigual e as motivações do nosso coração

A pergunta que surge, então, se refere a como levar a cabo a aplicação de tais princípios, mormente num cenário em que distorções e desvirtuamentos parecem torná-los letra morta, dada a atuação caída de gente que tudo pode em seus discursos, mas que nada faz em prol da justiça social. Como falar de solidariedade em uma sociedade que tem péssimos índices de distribuição de renda? Como igualar os desiguais se, na prática, muitas das ações políticas revelam igualar tão somente grupos de privilegiados à custa de grupos desassistidos? Como apregoar dignidade humana em meio a balas perdidas, falta de educação adequada, hospitais inundados de sangue e carentes de recursos, ausência de perspectiva, sequer, de emprego e ocupação? 

O exame destas questões não pode prescindir de uma corajosa e franca sondagem das próprias motivações. Como cristão e cidadão, cabe indagar, no ambiente de nossos corações, se a preocupação com o tema está relacionada a interesses pessoais, como a preservação de privilégios, ou se há um genuíno cuidado para com a parcela mais carente e vulnerável da sociedade. Cabe trazer para o espelho a nossa própria consciência, investigando como estes princípios bíblicos, que a história findou por reproduzir em legislação humana, estão contemplados em nossos argumentos e razões. Cabe inquirir, ainda, sobre o quanto anseia, a nossa alma cristã pela justiça social concebida por Deus. Tudo isto sem esquecer o modelo de Cristo, que recomenda simplicidade e prudência e, sobretudo, o amor, onde não há lugar para a enorme violência verbal que vez por outra toma conta de nossos debates. 

O que se espera dos cristãos?

Olhando para a história do cristianismo ao longo dos séculos, penso que somos chamados, como igreja, a conhecer, estudar e buscar respostas para este e para outros graves problemas enfrentados por nossa nação. Lutero, Wilbefort, Luther King e tantos outros nos legam a lembrança do elevado preço, hoje amenizado pela poesia do tempo, pago por cristãos que se envolveram com dilemas de seu próprio contexto social, engajando-se nas reformas necessárias para suas comunidades. 

Que disposição há em nossos corações ao sacrifício? Que disposição em seguir o exemplo de nosso Mestre, tendo o mesmo sentimento que nele habitou, conforme nos exorta o apóstolo Paulo na carta aos filipenses? Empatia e compaixão pelos desafortunados é o que se espera do cristão. Pois, ao cabo, o serviço sacrificial ao próximo é o único caminho para honrar, efetivamente, a dignidade intrínseca de cada ser humano e a igualdade outorgada pelo Criador. 

• Cayo César Santos é presbítero da Igreja Presbiteriana do Planalto, membro da diretoria do Centro Cristão de Estudos, em Brasília, DF, e analista e assessor jurídico no Ministério Público Federal. É autor de Século I - O Resgate.

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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-reforma-da-previdencia-e-os-principios-cristaos

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Infinitamente mais do que pedimos

19.01.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE
DEVOCIONAL DIÁRIA
Por Martinho Lutero

terça-feira
Os meninos se empurravam dentro dela, pelo que disse: “Por que está me acontecendo isso?” Foi então consultar o Senhor. — Gênesis 25.22
A oração de Rebeca era para a sua própria vida e a dos seus bebês. Mesmo assim, sua oração resultou no nascimento de dois grandes líderes e de todos os seus descendentes. Ela pediu a Deus apenas um centavo, mas obteve uma montanha de ouro – algo que ela não havia esperado nem ousado acreditar. Ela fez uma oração modesta e razoável, e estava disposta a ficar satisfeita com pequenos benefícios.
Nós também temos o hábito de orar por coisas triviais e insignificantes. Quando oramos, não levamos em consideração a grande majestade de Deus. Se Deus quisesse nos dar somente coisas mesquinhas e superficiais, ele não teria nos dado tal modelo magnificente de oração: “Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu reino”. Deus tem abundância de recursos e ele não é avarento. Ele nos oferece generosamente os melhores presentes disponíveis no céu e na terra. Ele espera que nós peçamos a ele muitas coisas e que acreditemos sinceramente que obteremos o que pedimos. Quando recebemos o que pedimos na oração do Pai-Nosso, estamos, na verdade, recebendo céu e terra, e tudo o que eles contêm. Pois, quando pedimos que o seu nome seja santificado, que o seu reino venha, e que sua vontade seja feita, estamos esmagando inúmeros demônios e envolvendo o mundo todo em uma única oração.
Por sermos tão limitados e termos uma fé tão fraca, devemos observar cuidadosamente como Deus respondeu à oração de Rebeca. Deus não fica contente em nos proporcionar uma pequena quantidade daquilo que pedimos, mesmo se pedimos somente um pouco. Ele prefere nos dar “infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos” (Ef 3.20).
>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/01/19/autor/martinho-lutero/infinitamente-mais-do-que-pedimos/

Sexo não é problema. Lascívia, sim

19.01.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE


Quem é assinante da revista Ultimato já pode ler todo o conteúdo da edição de janeiro/fevereiro no Portal. Basta acessar a página “edição atual” e navegar pelas seções e colunas da revista que, neste número, aborda um problema antigo e sério: a imoralidade sexual.

A Bíblia não esconde a questão. Desde Gênesis, não faltaram pessoas com dificuldades no controle de seus ímpetos sexuais. Alguns casos são absurdos, como o estupro de Diná.

Mas também há exemplos positivos, como o de José do Egito. Infelizmente, prega-se mais sobre o fracasso de Davi com Bate-Seba do que sobre a vitória de José diante da mulher de Potifar.

A imoralidade sexual também é um tema abordado por Paulo. Ele é direto quando aconselha os irmãos de Tessalônica: “abstenham-se da imoralidade sexual” (1 Ts 4.3).

E como disse Joshua Harris, “sexo não é problema (lascívia, sim)”, vale a pena separar as duas coisas.

Esta edição também traz artigos sobre temas atuais, como terrorismo. Além disso, você lê uma reportagem sobre a vida de travestis que se prostituem em Belo Horizonte (MG).

Tudo disponível a poucos cliques. Confira!


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/sexo-nao-e-problema-lascivia-sim

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A encarnação de Cristo, por C. S. Lewis

07.01.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE, 18.12.15
Por C.S.Lewis


Chegamos à época do Natal em que celebramos a encarnação de Deus em forma de homem. Mas será que em meio a tanta festa, temos consciência do significado mais profundo desse evento histórico, particularmente para a vida cristã?

C.S. Lewis sistematizou as implicações do fato de Deus ter nascido em forma de homem em seu capítulo de “Cristianismo Puro e Simples” que fala dos “obstinados” (tradução antiga que eu prefiro) ou “teimosos” (tradução atual) soldadinhos de chumbo. Para início de conversa, ele pede para lembrarmos de nossas fantasias de infância em que imaginamos nossos brinquedos ganharem vida, como no Toy Story. É essa a implicação da encarnação na vida do cristão: ela faz com que, de soldadinhos de chumbo, nos tornemos seres de carne e osso, mesmo à nossa revelia. A vida cristã é toda uma história de pinóquios, que sofrem das dores da encarnação ou mutação decorrente da vivificação.

Esse processo já foi iniciado em nosso favor. Não temos nada a fazer pela nossa salvação, ela é dada pela graça. Nosso papel é permitir o processo se dar, como no caso da transformação do Eustáquio- dragão de volta em menino (“A Viagem do Peregrino da Alvorada”).

A limitação da imagem do soldadinho de chumbo é a abrangência e alcance do evento único que ocorreu no nascimento virginal, que contagiou toda a massa da humanidade e do universo. Por meio da encarnação, da morte e da ressurreição veio a salvação para toda a humanidade. Ser cristão é deixar-se contagiar por esse processo de libertação e santificação.

Em “Perelandra”, a segunda obra da trilogia espacial de Lewis (que começa com “Longe do Planeta Silencioso” e termina com “Uma Força Medonha”), o nascimento de Maleldil em forma humana foi um evento que repercutiu em todo o universo e seus planetas.

Ou seja, um ser absoluto desceu ou se tornou em um ser inferior para lançar nele a centelha da vida divina, reacendendo o seu lado espiritual que estava morto desde a queda. E esse processo permitiu que nós, cristãos, nos tornássemos, por imitação, “pequenos cristos”, ou seja, que participássemos da natureza divina de Cristo, inclusive de sua missão redentora.

Não há lugar em que Lewis expressa essa ideia de forma mais clara do que nas “Crônicas de Nárnia”, em que usou do recurso da suposição para imaginar como seria a encarnação em um mundo como Nárnia. E inventou que ela se daria na forma de um leão, um ser ainda mais elementar do que o ser humano.

Não é por acaso que Aslam faz questão de se apresentar em toda a sua materialidade às crianças e personagens de Nárnia. Nós sentimos o seu bafo, seu pelo macio, suas patas - ora macias, ora ferozes - e a força de seu rugido. Não se trata de nenhum ser meramente espiritual, mas material e corpóreo.

Ele não é uma divindade distante que resolve tudo na base da “patada” e do rugido, embora tivesse o poder para isso e eventualmente também usasse a sua ferocidade, mas dá a sua vida voluntariamente para pagar a dívida da traição, vence a morte e decide fazer as crianças e os animais falantes participarem do seu plano de resgate de Nárnia.

Vale nesse sentido citar a fala do leão que foi convidado a liderar uma batalha ao lado de Aslam em “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”:

– Ouviu o que ele disse? Nós, os leões! Ele e eu! Nós, os leões! Por aí você vê por que eu gosto tanto de Aslam. Não se põe lá em cima, não é de bancar o importante. Nós, os leões! Ele e eu!

Esse é também o sentido da polêmica vinda do Papai Noel na terra onde é sempre inverno e nunca Natal desde a chegada da Feiticeira Branca, que coincide com a vinda de Aslam. Ele traz presentes, que são ferramentas e não brinquedos, que ajudarão as crianças a participarem das batalhas em defesa de Nárnia.

Desejo que esse seja o espírito que contagie as comemorações de Natal desse ano de 2015: o da imitação de Cristo e da participação, no sentido da comunhão amorosa que é a marca da igreja em meio a um mundo em que é cada vez mais inverno e menos Natal.


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-encarnacao-de-cristo-por-c-s-lewis