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quinta-feira, 29 de maio de 2014

EVANGELISMO: O QUE É E O QUE NÃO É

29.05.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE, 26.05.14
Por John Stott
 
Em poucas palavras, “euangelizomai” significa trazer ou anunciar o “euangelion”, as boas novas. A palavra é usada uma vez ou duas no Novo Testamento para dar notícias comuns, poderíamos dizer que quase “seculares”, como quando o anjo Gabriel disse a Zacarias as boas novas de que sua esposa, Isabel, teria um filho (Lc 1.19), e quando Timóteo trouxe a Paulo as boas novas da fé e amor dos tessalonicenses (1Ts 3.6). Entre­tanto, o uso regular do verbo relaciona-se às boas novas cristãs. É a propagação do evangelho que constitui evangelismo, e este fato nos capacita a iniciar de modo negativo, declarando o que o evangelismo não é.
 
1. Em primeiro lugar, o evangelismo não deve ser definido a partir dos receptores do evangelho, apesar, é claro, de entendermos que eles são suficientemente “não cristãos” para precisar ouvi-lo. Há alguns anos, estava em voga fazer distinção entre “missão” e “evangelismo”, sugerindo que a missão é direcionada àqueles que nunca ouviram o evangelho, enquanto o evangelismo diz respeito a pessoas da cristandade. Porém, todos os que não renasceram em Cristo, tenham eles ouvido o evangelho ou não, tenham até mesmo sido batizados ou não, necessitam ser “evangelizados”.
 
2. Em segundo lugar, o evangelismo não deve ser definido a partir dos resultados, pois esta não é a maneira como a palavra é usada no Novo Testamento. Normalmente, o verbo evangelizar está na voz reflexa. De vez em quando ele é usado de forma absoluta, como, por exemplo, “lá eles evangelizaram”, com o significado de “pregar o evangelho” (At 14.7; cf. Rm 15.20). Entretanto, normalmente algo é acrescentado. Algumas vezes é a mensagem que eles pregaram; por exemplo, eles “iam por toda parte pregando a palavra” (At 8.4, tradução do autor), enquanto Filipe, em Samaria, “evangelizava a respeito de Deus e do nome de Jesus Cristo” (At 8.12, tradução do autor). Contudo, algumas vezes o que é acrescentado são as pessoas a quem o evangelho era pregado ou os lugares onde estavam. Por exemplo, os apóstolos “evangelizaram muitas aldeias dos samaritanos” e Filipe “evange­lizou todas as cidades” ao longo da costa palestina (At 8.25, 40, tradução do autor). Nesses versículos, não existe menção de que a palavra que era “evangelizada” era crida, ou se os habitantes das cidades e aldeias “evangelizadas” foram convertidos. O uso da palavra “evangelizar” no Novo Testamento não significa ganhar convertidos, como normalmente usamos a palavra. Evangelização é o anúncio das boas novas, independente dos resultados.
 
3. Em terceiro lugar, o evangelismo não pode ser definido em termos de métodos. Evangelizar é anunciar as boas novas, inde­pendente de como esse anúncio é feito. É trazer as boas novas por meio de quaisquer meios. Em diferentes categorias, podemos evangelizar por meio de palavras pronunciadas (seja para indiví­duos, grupos ou multidões), por meio de impressos, desenhos ou telas, por meio do teatro (seja a peça fato ou ficção), por meio das boas obras de amor (Mt 5.16), por meio de um lar cristocêntrico, por meio de uma vida transformada e até mesmo por meio de uma empolgação quase inexprimível acerca de Jesus. Entretanto, porque o evangelismo é fundamentalmente um anúncio, alguma verbalização é necessária se quisermos que o conteúdo das boas novas seja comunicado com precisão.
 
Nota:

Trecho resumido do capítulo 02 “Evangelismo”, de
A Missão Cristã no Mundo Moderno, de John Stott.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/john-stott/2014/05/26/evangelismo-o-que-e-e-o-que-nao-e/