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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

S. Lewis e Freud (muitas semelhanças e uma diferença enorme)

30.12.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE
Por Elben M. Lenz César 


Deus em Questão -- c.s. lewis e freud debatem deus, amor, sexo e o sentido da vidaHá algo mais importante do que a idéia de Deus, do amor, do sexo e do sentido da vida? Essas inquietações básicas é que fazem a diferença entre os animais e os seres humanos. Nós as temos, em todos os tempos e em todos os lugares; e o resto da criação de Deus nem sequer tem conhecimento delas. Essas palavras-chaves definem nossa existência e, conforme o valor que damos a elas, nos empurram gloriosamente para cima ou vergonhosamente para baixo. 

É, portanto, uma boa notícia para o público brasileiro o lançamento de Deus em Questão - C. S. Lewis e Freud debatem Deus, amor, sexo e o sentido da vida (Editora Ultimato, agosto/2005), originalmente publicado em inglês pela Simon & Schuster, nos Estados Unidos, há apenas três anos. Escrito pelo psiquiatra Armand M. Nicholi Jr., professor da Escola de Medicina de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, o livro foi traduzido pela professora Gabriele Greggersen, especialista em C. S. Lewis, da Faculdade Teológica Sul-Americana, em Londrina, PR. 

Sigmund Freud e C. S. Lewis - Freud nasceu na Áustria na metade do século 19 (1856) e Lewis nasceu na Irlanda no final do mesmo século (1898). Mas ambos morreram na Inglaterra e foram sepultados a noroeste de Londres, Freud aos 83 anos e Lewis aos 65. 

Freud é o fundador da psicanálise. Seu nome aparece em sexto lugar numa relação dos 100 cientistas mais influentes. C. S. Lewis foi o famoso crítico literário, escritor e professor de literatura medieval e renascentista de Oxford. Há quem se refira ao século 20 como o "século de Freud", e Nicholi considera Lewis "o mais popular defensor da fé no século 20". 

Os dois gigantes do século passado não eram tão gigantes assim. Tanto Freud como Lewis tiveram várias crises de depressão, algumas bem agudas. Os dois experimentaram problemas seríssimos com a morte de entes queridos. Três anos depois de perder a filha mais querida (Sophie), Freud viu morrer o neto de 4 anos de idade (filho de Sophie). Ele sonhava o tempo todo com a morte e sofria de ataques de pânico. Aconselhava: "Se você quer suportar a vida, prepare-se para a morte". Lewis, por sua vez, nunca se esqueceu da morte da mãe quando era um garoto de 9 anos nem da morte da esposa, com a qual se casou aos 58 anos, ambas vítimas de câncer. Afirmava que a morte é "o maior de todos os males". 

Os dois homens, especialmente o primeiro, tiveram uma vida muito sofrida. Numa carta escrita ao editor do jornal britânico Time and Tide, Freud se queixa amargamente do anti-semitismo (ele era judeu): "Eu vim para Viena, quando era uma criança de 4 anos. Depois de 78 anos de trabalho assíduo, tive de deixar o meu lar, vi a sociedade científica que fundei sendo dissolvida, nossas instituições destruídas, nossa imprensa tomada pelos invasores, os livros que eu havia publicado, confiscados ou reduzidos a uma pasta, meus filhos expulsos das suas profissões" (ele se refere ao nazismo). Vítima de câncer no céu da boca nos últimos 16 anos de vida, Freud se submeteu a cerca de 30 cirurgias, todas com anestesia local, além dos efeitos dos inúmeros tratamentos de radioterapia. Lewis também sofreu por longos anos as lembranças pessoais da Primeira Guerra Mundial, quando foi ferido por um estilhaço que matou amigos que estavam ao seu lado na linha de frente. Além de alguma discriminação em Oxford, que só lhe ofereceu uma cadeira quando ele estava com 50 anos. 

Freud e Lewis eram netos de religiosos - o primeiro, de um rabino e o segundo, de um pastor anglicano - e foram educados no temor de Deus e nas religiões da família. 

Outra semelhança notável entre os dois grandes expoentes foi o ateísmo confesso de ambos. Mas essa semelhança acabou, com a conversão de Lewis aos 31 anos. 

Surpresas e mais surpresas - Há 30 anos, o psiquiatra Armand Nicholi, professor da Universidade de Harvard, oferece um curso sobre Freud na Escola de Medicina de Harvard. Para dar essas aulas e escrever Deus em Questão, Nicholi pesquisou intensamente, visitou a biblioteca de Freud em Londres, esteve em Viena e outros lugares relacionados com a vida do médico austríaco e entrevistou várias pessoas, inclusive Anna Freud, a filha e sucessora de Freud. Depois de discorrer sobre as idéias filosóficas de Freud, Nicholi começa a fazer comparação entre Freud e C. S. Lewis, o que torna o curso fascinante. Em seu livro, Nicholi discorre sobre ambos ao mesmo tempo, tanto na parte um (Em quê acreditar?) como na parte dois (Como viver?). 


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/loja/produtos/deus-em-questao