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quarta-feira, 18 de março de 2015

Evangélicos se dividem entre protestos

18.03.2015
Do blog ULTIMATO ON LINE, 16.03.15


O país vive um alvoroço político que invadiu as ruas no último dia 13 e também neste domingo, dia 15. O primeiro mobilizou gente em 23 capitais e levantou bandeiras como: Petrobrás, manutenção do mandato da presidente Dilma e defesa de direitos trabalhistas. O segundo, ocorrido ontem em todos os Estados do país, defendeu o fim da corrupção e o impeachment de Dilma, entre outros assuntos. 

Ao contrário do que poderia ocorrer no passado, muitos evangélicos se envolveram diretamente no que ocorreu nestes últimos dias. Muitos foram às ruas ou declararam suas opiniões. Se o assunto ainda não tem cadeira cativa nos espaços das igrejas locais, não podemos dizer o mesmo nos ambientes das redes sociais. O debate tem sido intenso – para o bem ou para o mal. A julgar pelas “timelines” do Facebook e frases no Twitter, os evangélicos têm lado. Mas não se engane; não há consenso. É fácil achar frases duras contra o Governo e contra o PT, mas também não é difícil encontrar evangélicos defendendo o mesmo Governo.

Um grupo espontâneo de líderes cristãos pronunciou-se na carta Um Apelo Evangélico: O caminho é mais oração, mais democracia e mais ética. O texto chama este momento de “crise e polarização política”, defende a democracia e convoca outros a orarem pelo país e a “promover justiça e paz”. Até ontem, dia 15, quase 400 pessoas haviam assinado a carta, que diz ainda:

“O nosso apelo consiste na negação tanto do ódio a quem quer que seja como na cumplicidade com qualquer tipo de erro, como sentimentos e atitudes que aniquilam o testemunho cristão e comprometem a cidadania. E, neste momento, entendemos que o caminho é mais democracia, mais transparência, mais ética e... mais oração”.

No mesmo tom pastoral, a Aliança Evangélica Brasileira publicou ontem, dia 15, um texto que convoca os evangélicos a orarem pelo país:

“O convite que a Aliança Cristã Evangélica Brasileira faz à Igreja evangélica neste momento é para a oração, não como uma forma de escapismo e nem que nela se esgote a sua atuação ante à realidade. Mas, tão somente, comecemos pela oração a nossa ação como povo de Deus!”

O pastor Antonio Carlos Costa, fundador da ONG Rio da Paz, defendeu a manutenção da presidente Dilma no cargo, "por não ser, até agora, constitucional tirá-la". No entanto, a ONG quer que a governante apresente “metas, prazos e prestação de contas”.

Já outros evangélicos defendem uma postura mais dura contra o Governo. Com hashtags como #VemPraRua, muitos evangélicos postaram fotos de suas participações em passeatas de ontem. No dia 12, aRede Cristã pela Justiça Pública, proponente do movimento ‪#‎IgrejaNaRua‬, publicou uma carta na internet informando “que não apoiará de forma oficial as manifestações previstas para o próximo dia 15 de março de 2015 pelo 'impeachment' da presidente Dilma Roussef”. No entanto, pondera que reconhece “a importância desta manifestação no sentido de pressionar o poder público reivindicando alguns pontos que consideramos de extrema importância para a atual conjuntura política, dentre eles:

1) o uso responsável do dinheiro público; 
2) o fim da impunidade e tolerância zero à prática da corrupção; 
3) o fim do aparelhamento político das instituições e empresas públicas; 
4) a moralização e a reforma da democracia representativa e partidária; 
5) atenção diplomática em relação à perseguição global contra cristãos; 
6) o direito de vozes religiosas emitirem sua opinião sobre questões públicas, apesar da legítima laicidade do Estado”.

Outros segmentos evangélicos foram mais diretos. No fim de fevereiro, o polêmico pastor Silas Malafaia publicou uma mensagem em sua conta no Twitter, convocando os evangélicos a irem para as ruas no dia 15, com a bandeira “Fora, Dilma”.

Para o deputado estadual e médico evangélico Carlos Bezerra Jr., “as manifestações de ontem obrigam à reflexão quem teve a soberba de querer decidir que tipo de indignação é correta. Democracia não é assim”.

O mosaico de opiniões dos evangélicos é uma prova de que política não algo simples. Mas também mostra que definitivamente este assunto – e a situação do Brasil - não está mais tão distante das igrejas evangélicas brasileiras. Se não está nos púlpitos oficiais, certamente está nas plataformas que os próprios evangélicos escolheram para manifestarem-se.

Leia também


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Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/evangelicos-se-dividem-entre-protestos

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A cobiça – onde o adultério começa

22.09.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE
ESTUDOS BÍBLICOS

Instrução básica: Mateus 5.27-30
Roteiro da semana
Domingo – 2Sm 11.1-5
Segunda-feira – 2Sm 11.14-17
Terça-feira – 2Sm 11.26-27
Quarta-feira – Pv 4.23,27
Quinta-feira – Mt 15.19
Sexta-feira – Cl 3.5
Sábado – 1Ts 4.4-5

Mente e coração
“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” [1 Coríntios 10.13]
Não é errado achar atores, atrizes e outras pessoas bonitas, ou querer ter coisas da moda e de última geração. O problema está quando passamos a viver para isso e começamos a fazer de tudo para ter o que queremos.
Partida
Cobiçar vai além de querer – é não conseguir tirar os olhos e o pensamento do alvo do sentimento, é fazer de tudo para ter o que se quer. É esse sentimento que leva ao adultério e que destrói tantos lares e vidas. E ele, em si, já é pecado.
Primeiro, o que é o adultério?
Você sabe definir o que é adultério? A Bíblia define adultério como relação sexual de uma pessoa casada com outra, fora do casamento. Como a televisão tem tratado esse tema? De forma positiva ou negativa?
Por que Deus proíbe o adultério?
sexo dentro do casamento é abençoado e une dois indivíduos, preparando-os para formar uma família, que é a base do corpo de Cristo. Deus proíbe o adultério porque se preocupa com as pessoas e com a igreja, e sabe que o adultério só traz infelicidade. Leia Gênesis 2.18-25.
Onde o adultério começa?
O adultério começa muito antes da traição em si. Ele começa com a cobiça, com o olhar o outro e desejar. Muita gente diz: “Olhar não arranca pedaço.” Na verdade, o simples olhar de relance ou casualmente não arranca mesmo. Mas se você tem uma amiga (ou amigo, no caso dos garotos) que tem um namorado lindo (namorada linda) e:
– Você não consegue parar de olhar para ele (ela);
– Fica pensando nele (nela) o dia inteiro;
– Sempre dá um jeito de conversar com ele (ela).
– Quando você vê, está bolando um plano para roubar o (a) namorado (a) de sua amiga (o).
Não é adultério, porque eles não são casados. Então, não há problema. Será?
Jesus não disse que aquele que cobiçar já pecou? Eles podem não ser casados e você pode não estar destruindo uma família, mas você estará magoando um amigo e abrindo precedentes em sua vida.
E, se isso se tornar uma forte tendência ou hábito, como será no seu futuro?
A cobiça de bens materiais
Podemos cobiçar também as coisas dos outros: isso leva a outro mal – o furto, a inveja e/ou a ganância. Como já vimos, não é ruim querer ter coisas. Mas nunca podemos invejar o outro ou querer roubar.
Como evitar a cobiça  —  Leia Mateus 5.29-30.
Se você olhar para alguém com cobiça você deve ir ao médico e pedir a ele que arranque o seu olho? Não é bem isso. Arrancar o olho significa que devemos nos afastar daquilo que está despertando em nós a cobiça.
Como fazer isso?
– Primeiro: ore, ore, ore, ore – e ore mais um pouco;
– Encha a sua mente com pensamentos relacionados a Jesus (leia um livro, por exemplo, com algum tema sobre o assunto);
– Converse com seus pais ou professores da escola dominical sobre o sentimento de cobiça (com relação a alguém ou a alguma coisa);
– E, principalmente, afaste-se do que está lhe causando tal sentimento.
Pit stop
Quando Davi cobiçou Bate-Seba, ele já tinha pecado. Mas a história dele poderia ter sido diferente se ele não tivesse cedido a esse desejo. Deus perdoou o pecado de Davi, mas ele teve de aguentar as consequências.
Chegada
A família é muito importante para Deus. Tanto a terrena, como a família na fé. Devemos respeitar e amar os nossos pais terrenos e amar os nossos irmãos da igreja, que são parte da nossa família celestial. 
Bíblia e família
Nesta semana você terá dois desafios. O primeiro é ligar ou mandar um e-mail para uma pessoa da igreja diferente, todos os dias, que não seja do seu círculo de convivência. Sabe aquele irmão com quem você nunca conversa? Bem, que tal ligar para ele? Conheça melhor os seus irmãos. O outro é orar pelos membros de sua família que ainda não fazem parte de sua família na fé. Essa parte é muito importante. Quem não quer ver a sua família terrena inteira lá no céu?
Para você
A família é tema frequente em filmes, seriados, desenhos e novelas. Isso demonstra a sua importância. Você chegou a assistir a Sétimo céu – em inglês, Seventh Heaven? É um seriado que passou de 1996 a 2007 que retrata a vida de uma família de pastor. Vale a pena conferir, principalmente as primeiras temporadas.
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã. Usado com permissão.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/a-cobica-onde-o-adulterio-comeca/

domingo, 6 de abril de 2014

"Será que os fins justificam os meios?"

06.04.2014
Do portal GOT QUESTIONS


Resposta: A resposta a esta questão depende do que esses fins ou metas são e os meios que estão sendo utilizados para alcançá-los. Se os objetivos são bons e nobres e os meios que usamos para atingi-los também são bons e nobres, então sim, os fins justificam os meios. Entretanto, não é isso o que a maioria das pessoas quer dizer quando usa a expressão. A maioria usa isso como uma desculpa para alcançar seus objetivos através de quaisquer meios necessários, não importa quão imoral, ilegal ou desagradável esse meio seja. O que a expressão geralmente significa é algo assim: "Não importa como você alcance o que quer, contanto que você o alcance."

A expressão "o fim justifica os meios" normalmente envolve fazer algo errado para atingir um fim positivo e justificar esse erro ao apontar para um bom resultado. Um exemplo seria mentir no currículo para conseguir um bom emprego e justificar a mentira ao dizer que o maior salário permitirá que o mentiroso providencie de forma mais adequada para a sua família. Outra pessoa pode tentar justificar o aborto de um bebê para salvar a vida da mãe. Mentir e dar fim a uma vida inocente são moralmente errados, mas o sustento da família e salvar a vida de uma mulher são moralmente corretos. Onde, então, estabelecer um limite?

O dilema sobre os fins/meios é um cenário popular na discussão ética. Normalmente, a pergunta é algo assim: "Se você pudesse salvar o mundo matando alguém, você faria isso?" Se a resposta for "sim", então um resultado moralmente certo justifica o uso de meios imorais para ser alcançado. No entanto, há três coisas diferentes a considerar em tal situação: a moralidade da ação, a moralidade do resultado e a moralidade da pessoa que executa a ação. Nesta situação, a ação (assassinato) é claramente imoral e o assassino também o é, mas salvar o mundo é um resultado bom e moral. É mesmo? Que tipo de mundo está sendo salvo se os assassinos são autorizados a decidir quando e se o assassinato é justificado e ainda permanecem livres? Ou será que o assassino terá que encarar punição pelo seu crime no mundo que salvou? O mundo que foi salvo será justificado em tirar a vida de alguém que tinha acabado de salvá-lo?

Do ponto de vista bíblico, é claro, o que está faltando nessa discussão é o caráter de Deus, a lei de Deus e a providência de Deus. Porque sabemos que Deus é bom, santo, justo, misericordioso e reto, quem tem o Seu nome deve refletir o Seu caráter (1 Pedro 1:15-16). 

Assassinar, mentir, roubar e todos os tipos de comportamentos pecaminosos são a expressão da natureza pecaminosa do homem, não a natureza de Deus. Para o cristão cuja natureza tem sido transformada por Cristo (2 Coríntios 5:17), não deve haver a justificação do comportamento imoral, não importa a sua motivação ou resultado. Deste Deus santo e perfeito, temos uma lei que reflete os Seus atributos (Salmo 19:7; Romanos 7:12). Os Dez Mandamentos deixam claro que o assassinato, adultério, roubo, mentira e ganância são inaceitáveis aos olhos de Deus e Ele não tem uma "cláusula de escapamento" para a motivação ou racionalização. Observe que Ele não diz: "Não matarás a não ser que seja para salvar uma vida." Isso é chamado de "ética situacional" e não há espaço para isso na lei de Deus. Então, claramente, do ponto de vista de Deus, não há fins que justificam os meios de quebrar a Sua lei. Vale à pena salientar, no entanto, que muitas pessoas cometem o erro de dizer que o mandamento da Bíblia, “Não matarás”, aplica-se à guerra. No entanto, a Bíblia na verdade diz que não devemos assassinar. A palavra hebraica significa literalmente “o assassinato intencional, malicioso e premeditado de outra pessoa”. 

Também em falta na discussão sobre os fins/meios é uma compreensão da providência de Deus. Deus não se limitou a criar o mundo, preenchê-lo com pessoas e depois deixá-las para sobreviver por conta própria, sem nenhuma supervisão dEle. Pelo contrário, Deus tem realizado o Seu plano e propósito para a humanidade através dos séculos. Cada decisão tomada por cada pessoa na história tem sido sobrenaturalmente aplicada a esse plano. Ele afirma esta verdade de forma inequívoca: "que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei" (Isaías 46:10-11). Deus está intimamente envolvido e no controle de Sua criação. Além disso, Ele afirma que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam e são chamados segundo o Seu propósito (Romanos 8:28). Um cristão que mente em um currículo ou aborta um bebê estaria violando a lei de Deus e negando a Sua capacidade de sustentar uma família e preservar a vida de uma mãe se essa for a Sua vontade. Aqueles que não conhecem a Deus podem ser forçados a justificar os seus meios para um fim, mas aqueles que se dizem filhos de Deus não têm qualquer razão para quebrar um dos mandamentos de Deus, negar o Seu propósito soberano ou envergonhar o Seu nome.

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Fonte:http://www.gotquestions.org/Portugues/fins-justificam-meios.html

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Procrastinação — o resultado nada prático da ansiedade

17.10.2013
Do portal da REVISTA ULTIMATO, 


Texto básico: 2 Tessalonicenses 3.11
Leitura diária:

Domingo:  Gn 1.1-3 – A Palavra criadora
Segunda:  Hb 11.3 – Entendimento de fé
Terça:  Pv 15.23 – Sabedoria ao falar
Quarta:  Pv 25.11 – Dita a seu tempo
Quinta:  Pv 15.1-2 –Palavras abençoadoras
Sexta:  1Co 14.19 – Palavras de instrução
Sábado:  Tg 5.12-20 – A Língua abençoadora

Introdução
O tempo é implacável. Os ponteiros do relógio caminham sem que nada os impeça. A hora de terminar aquela tarefa necessária se aproxima. Ainda há tempo, mas nada é feito, pois outras coisas precisam ser feitas também. Quando nos damos conta, estamos atrasados. Se é possível resolver algo amanhã, é isso que costumamos fazer. Então, uma série de consequências desagradáveis podem ser experimentadas.
Quando essa é a rotina na vida de alguém, esse alguém tende a se tornar irritadiço. Seu convívio familiar pode ser abalado, pois a pessoa se sente ocupada o tempo todo. Não são estabelecidas prioridades; atividades sem importância ocupam o lugar das coisas importantes. Então a pessoa pensa: “Há tanto a fazer e tão pouco tempo”. Em casos mais graves, a pessoa passa a ter sérios problemas físicos decorrentes de crises de ansiedade. O que costuma levar a esse estado? A procrastinação. O que é isso? O que a Escritura diz a respeito e como devemos lidar com ela para que não fiquemos ansiosos e Deus se agrade de nós? Vamos em busca das respostas.
I. O que é procrastinação?
Além de atacarmos diretamente a ansiedade, é igualmente importante atacarmos seus agentes causadores. Dentre os mais importantes, encontramos a procrastinação. Mas o que é isso?
Em termos simples e diretos, procrastinação é adiamento, por exemplo, é deixar para fazer depois algo que poderia e até deveria ser feito com antecedência ou imediatamente. Logo, um procrastinador é um indivíduo que evita tarefas ou alguma coisa em particular. Observe que a procrastinação tem estreito relacionamento com a ansiedade. Dentre os efeitos da procrastinação mais comumente sentidos, podemos listar o estresse, a sensação de culpa, a perda de produtividade e a vergonha diante dos outros, pois não se cumpre as responsabilidades e os compromissos. Embora a procrastinação faça parte da experiência comum do dia a dia de muitas pessoas, ela passa à categoria de problema quando impede o bom andamento da vida. Alguns especialistas chegam a dizer que a procrastinação crônica pode ser sinal de alguma desordem psicológica ou fisiológica. Será?
Embora nenhum estudo conclusivo tenha sido publicado para confirmar essa tese, o procrastinador experimenta uma sensação angustiante de extrema ansiedade quando os prazos finais se aproximam. De fato, quando estudamos o assunto um pouco mais a fundo, descobrimos que muitos especialistas colocam a ansiedade como causa da procrastinação. Isto quer dizer que a ansiedade, além dos males bastante conhecidos, também é a força por trás da preguiça que procrastina, que adia o dever de realizar a tarefa que precisa ser cumprida.
A. A mecânica da procrastinação
Precisamos entender a procrastinação se pretendemos vencê-la. Se não declaramos guerra contra a procrastinação, a ansiedade manifesta-se. Esse é um problema sério, que afeta quase todas as áreas da vida de uma pessoa; mas pela bondade e graça de Deus ele pode ser combatido.
A primeira tarefa é entender nosso próprio sistema de “se/então” diante de decisões, assim perceberemos que a existência de ambos é mais sistemática do que imaginamos. “Se uma coisa não precisa ser feita para amanhã, então tenho muito tempo; Se estou atrasado, então negligenciarei as demais responsabilidades. Se terminei um grande e/ou difícil trabalho, então darei uma recompensa a mim mesmo”.
O procrastinador acredita que a máxima “pressões produzem diamantes” é uma realidade para ele. Outra forma de ver a situação é a chamada Lei de Parkinson: “O trabalho fica maior quando temos mais tempo disponível para executá-lo”. Seguindo esse raciocínio, o procrastinador pensa: “Por que vou gastar uma semana inteira para fazer uma tarefa se eu posso gastar apenas uma noite e alcançar o mesmo resultado?”. É aí que começa a se instalar um problema mais grave e profundo: a procrastinação não é uma questão de resultados, mas de glória e coração. Se a avaliação for pragmática, temos de reconhecer que o argumento é interessante. Mas a pergunta certa, que não foi feita, é: “Este é um comportamento que glorifica a Deus? Deus se agrada dessa motivação?”.
B. Procrastinar ou remir o tempo?
Em Efésios, Paulo diz que devemos “remir o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5.15-16). Não fazê-lo é, segundo o apóstolo, um sinal de que há algo presente e algo ausente. De fato, normalmente, para procrastinador o adiamento, a delonga, é entendido como ausência. A questão pode ser definida como, por exemplo, “falta de trabalho árduo”. Assim o procrastinador pode pensar que não tem se empenhado o suficiente. Ao olhar o texto de Paulo, porém, descobriremos que o que realmente falta é a sabedoria, que conduz a uma vida caracterizada pela prudência.
Mas não é somente o que não está presente que importa. Se há uma ausência, então, o que está presente? Em momentos em que não estou indo a lugar algum, o que exatamente estou fazendo? Um rápido olhar ao texto vai revelar a tolice da procrastinação. Mas essa é uma questão sutil, que requer um olhar mais profundo. Se meditarmos sobre como gastamos nosso tempo, principalmente o destinado ao trabalho, seja doméstico ou profissional, perceberemos que o tempo que deveria ser destinado à realização de nossos deveres costuma é gasto com coisas também importantes. Obviamente nem sempre é assim. Basta examinar mais de perto nossa rotina e vamos descobrir que nos ocupamos com algumas atividades menos nobres. O que normalmente ocorre é que certas atividades se tornam justificativas para a procrastinação, um mal necessário para alguém super ocupado. Mas procrastinar é um grande perigo para nossa vida espiritual, maculando nossa comunhão com Deus pela ansiedade.
II. O que a Escritura tem a dizer sobre isso?
A ansiedade nos impede de realizar qualquer coisa produtiva. A Bíblia trata diretamente do tema em 2Tessalonicenses 3.11. Existem muitos textos bíblicos que exortam o trabalho árduo. Este, entretanto, descreve um grupo de “ansiosos ociosos”, que não estava contribuindo como deveria com a igreja. Para defini-los, Paulo usou uma palavra intrigante. Ele os chamou de procrastinadores. O termo presente no texto é composto do verbo “trabalhar” e da preposição “ao redor”. Poderíamos entender o verso como segue: “essas pessoas não trabalham; antes, elas trabalham ao redor”.
Aí está uma descrição bíblica de um procrastinador: diligentemente ocupado com coisas ao seu redor, enquanto aquilo que precisa ser feito fica parado. A menos que esteja fazendo o que Deus o chamou para fazer, você estará procrastinando. Podemos recorrer a inúmeras justificativas e explicações, mas para enfrentar o problema é preciso começar a identificar toda estultícia, racionalização e autoengano, que possam ser usados para encobrir o pecado da procrastinação.
O maior problema da ansiedade que procrastina é a ansiedade pela vida. Vivemos em uma época em que as pessoas estão em pânico, querendo prolongar cada vez mais seu tempo de vida. Você não prolongará sua vida por causa da ansiedade e, provavelmente, acabará por encurtá-la. O interesse excessivo por vitaminas, spas, dietas e exercício físicos não fará muito por você. Deus já determinou previamente quanto tempo vamos viver (Jó 14.5). Quer dizer que devemos negligenciar o conselho sensato sobre dietas e exercícios? É claro que não. Eles melhoram a qualidade de vida, porém não garantem a quantidade. Quando faço exercícios e me alimento corretamente, meu corpo e cérebro funcionam melhor e, de modo geral, sinto-me bem, mas não quero me iludir com a ideia de que fazendo corridas frequentes pelo bairro e controlando a quantidade de carboidratos ingeridos vou forçar Deus a prolongar a minha vida. Preocupar-se com a longevidade e em como prolongar os anos de vida é como duvidar de Deus. Você experimentará vida abundante, se viver para a glória dele. A ansiedade paralisa sua vítima, tornando-a desestimulada para realizar algo produtivo. Ela faz isso conduzindo a pessoa sempre para o dia de amanhã.
III. O Deus que não procrastina
Deus nos é revelado como aquele que nunca se atrasa. Os salmistas encontraram várias formas de expressar o caráter pronto e presente do Deus de Israel. Ele é descrito como aquele que “não permitirá que os teus pés vacilem” porque “não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel” (Sl 121.3-4). Os servos do passado podiam dizer isso porque sabiam que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Sl 46.1).
Embora não seja dito com todas as letras que Deus não se atrasa ou não procrastina, é possível ver com clareza o caráter pronto e disposto de um Deus assim (p. ex., Is 58.9).
Entretanto, nenhum exemplo chama mais a atenção do que o do Senhor Jesus. Desde o passado, Isaías falava de um redentor que não procrastinaria diante de sua missão. Antes, profetizou sobre a satisfação advinda do trabalho completado: “Ele verá o fruto do penoso trabalho e sua alma e ficará satisfeito” (Is 53.11). Apenas alguém que não procrastina é capaz de se satisfazer do fruto de seu trabalho. Nos evangelhos lemos o relato desse acontecimento.
Jesus, agonizando na cruz, aponta o final de sua missão, em cumprimento às profecias que predisseram aquele momento. Charles Hummel, autor de A tirania do urgente, expressa sua admiração por Jesus ter dito na cruz “Está terminado”, ainda que muito da obra do reino estivesse incompleta. Ele explica que Jesus pôde falar assim porque havia feito “toda a obra que o Pai lhe dera a fazer”. Podemos ver que a missão de Jesus foi completada em um tempo razoavelmente curto – aproximadamente 3 anos. Considerando que houve resultado, o qual ele era condizente com o projeto original, então não houve procrastinação. Jesus não tinha o hábito de procrastinar. Essa não é apenas uma conclusão lógica. Os relatos dos evangelhos atestam que Jesus era alguém pronto e disposto a trabalhar incessantemente na obra que veio realizar (p. ex., Lc 9.51; Mt 8.6-8,13; Jo 5.30).
O exemplo mais agudo, porém, está na ressurreição. Tão logo raiou o dia, quando as mulheres já estariam autorizadas ao trabalho, elas se dirigiram ao sepulcro. Mas foi como que chegassem tarde, pois não tardou o redentor em reviver (Jo 20).
IV. Ajuda para quem procrastina
Há esperança para os procrastinadores. O ciclo de falha e atrasos pode ser quebrado. O caminho para se libertar desse ciclo passa pela ponderação das consequências terríveis que ele causa. Observe que isso é pecado e, como tal, necessita ser quebrado pelo martelo do arrependimento. Esse é um dom gracioso e um elemento básico da vida cristã, não devendo figurar somente no início de nossa carreira cristã. É uma característica da vida de fé.
Ao voltar para o texto de Tessalonicenses, descobrimos um texto anterior que explica por que Paulo tratou da questão com tanta seriedade: “de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar” (1Ts 4.12).
Em outras palavras, tanto o seu testemunho diante de descrentes como o meu amor pela Igreja, pela família e por Deus podem ser manchados pela procrastinação. Precisamos, portanto, nos arrepender de negligenciar nossas responsabilidades familiares e para com a igreja por causa de nossa desordem pessoal. Em vez de simplesmente nos arrepender de atosidentificados claramente como pecado, também precisamos nos arrepender das disposições do coração, que ocorrem antes do ato em si. Veja quantas oportunidades perdemos de amar e de servir a outros irmãos por causa de nossa indolência e nervosismo frente à procrastinação. Perceba que a cada compromisso adiado, a cada prazo final vencido, refletiremos pobremente o caráter de Deus, em um mundo que já desacredita de seu povo.
Se você pensa assim, perceberá também que as palavras de Jesus: “Seja porém a tua palavra: Sim, sim; não, não” são uma extensão direta da Grande Comissão (Mt 5.37; 28.18-20). Se você procrastina, seja sensível, aprecie quando um amigo o exorta a lutar contra esse pecado. Se você ajuda alguém nessa condição, seja compassivo e mostre a ele o erro, mas nunca se esqueça de tratá-lo biblicamente, em amor. Creia e confie na obra que Deus opera em você. Vencer a ansiedade que paralisa, causando procrastinação, não é fácil. Mas esteja confiante de que Deus concede forças para vencer, pelo simples fato de que ele prometeu. Embora isso possa levar algum tempo, tranquilize seu coração: Deus nunca procrastina!
Conclusão
Orientações simples tendem ao descrédito porque quem procrastina crê que, para mudar, é necessário um evento cataclísmico, avassalador e traumatizante. Mas nem sempre Deus age assim. Devemos nos lembrar de que, por vezes, a voz de Deus está no cicio suave da simplicidade (1Rs 19.12). Lembremo-nos também: “não é porque seja simples, que não seja profundo”. Aqui falamos de uma conhecida regra, a qual, para que surtiro efeito desejado, deve ser o alvo de nossas ações, e não apenas de nosso conhecimento. Definir prioridades e investir tempo e esforço nelas é o passo mais importante para vencer a procrastinação.
Aplicação
As prioridades de um cristão que não quer procrastinar são: oração, família, descanso adequado, trabalho e empenho no servido do reino de Deus. Busque ser diligente. Não desvie sua atenção de algo até que o tenha terminado. Descubra a satisfação do trabalho terminado. Arrependa-se e comece imediatamente. Se já identificou áreas em sua vida que devem ser mudadas, não procrastine: comece já. Vencer a procrastinação não é fácil, mas também não é impossível. Progredir nessa luta deve ser um hábito diário, dando um passo de cada vez.
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão – Vencendo a Ansiedade. Usado com permissão.
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