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terça-feira, 12 de abril de 2016

Como viver com Integridade em um Mundo de Corrupção?

12.04.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 07,04.16
Por Hermisten Maia*

Como-viver-com-integridade-mundo-de-corrupcao

“A prática do suborno confere ao homem a sensação de ser senhor da história. Na pressuposição de que todo homem tem seu preço, posso reger o meu destino. Deste modo, meus recursos se constituem em meu Deus, por meio do qual manipulo quaisquer situações adversas. O meu poder de persuasão, sedução, barganha e compra é a minha lei. A soberania de Deus é banida, o seu trono e cetro me pertencem. Desta forma, pensa poder dizer: “As minhas mãos dirigem meu destino”. Fútil e perigosa ilusão. Deus continua no controle. Vê todas as coisas, e não se agrada dessa prática.”

– Hermisten Maia

Somos tentados a buscar uma teologia que se enquadre às nossas próprias expectativas. Por isso, o que um povo crê diz muito acerca de seus valores éticos. Corações justificadas buscarão conhecer ao Deus da justiça, enquanto corações corruptos buscarão adorar a um deus corrupto. No seu lançamento, “Vivendo com Integridade: Um estudo do Salmo 15, o Rev. Hermisten Maia destaca:

O fato é que os princípios éticos de um povo nunca estarão em um nível superior ao da sua religião. A religião como produto cultural expressará sempre os limites subjetivos do real e, consequentemente, os anseios de um povo. Neste caso, a descrição de Feuerbach (1804-1872) é correta: “A religião é uma revelação solene das preciosidades ocultas do homem, a confissão dos seus mais íntimos pensamentos, a manifestação pública dos seus segredos de amor”.

As bem conhecidas críticas de Xenófanes (c. 570-c.460 a.C.), Heráclito (c. 540-480 a.C.) e Empédocles (c. 495-455 a.C.) à religiosidade grega são ilustrativas. Cito aqui apenas Xenófanes:

Homero e Hesíodo atribuíram aos deuses tudo o que para os homens é opróbrio e vergonha: roubo, adultério e fraudes recíprocas. Como contavam dos deuses muitíssimas ações contrárias às leis: roubo, adultério, e fraudes recíprocas. Mas os mortais imaginam que os deuses são engendrados, têm vestimentas, voz e forma semelhantes a eles. Tivessem os bois, os cavalos e os leões mãos, e pudessem, com elas, pintar e produzir obras como os homens, os cavalos pintariam figuras de deuses semelhantes a cavalos, e os bois semelhantes a bois, cada (espécie animal) reproduzindo a sua própria forma. Os etíopes dizem que os seus deuses são negros e de nariz chato, os trácios dizem que têm olhos azuis e cabelos vermelhos.

A fé cristã, no entanto, parte de um Deus transcendente, pessoal e que se revela. O Deus que fala e age, sendo o seu agir uma forma do seu falar. Este Deus é santo. Por meio de sua Palavra, ele exige de seu povo santidade. A justiça é uma das expressões da santidade. Por isso, Deus instruiu aos juízes a fim de que não fossem passionais e interesseiros na formulação de seus juízos, o que os impediriam de enxergar com clareza a causa proposta.

O suborno corrompe o que o homem tem de mais íntimo, sendo a sede de sua razão, emoção e vontade do seu coração: “Verdadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno (mattanah – dádiva, presente) corrompe o coração” (Ec 7.7).

Hermisten Maia. É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, integrando a Equipe de Pastores da IPB de São Bernardo do Campo, SP. Bacharel em Teologia, Licenciatura Plena em Filosofia e Pedagogia. É Mestre e Doutor em Ciências da Religião pela UMESP. Autor de vários livros publicados pelas principais editoras evangélicas do Brasil. Membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e Academia Paulista Evangélica de Letras. Coordenador do Departamento de Teologia Sistemática e professor de Teologia Sistemática, Teologia do Culto e Teologia Contemporânea no Seminário Presbiteriano (JMC); Diretor da Escola Superior de Teologia, Professor e Pesquisador do Programa e Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP). É Casado e tem dois filhos.
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/04/como-viver-com-integridade-em-um-mundo-de-corrupcao/?inf-Fiel

Doutrina é importante (a vida eterna depende dela!)

12.04.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 18.03.16
Por Kevin DeYoung

doutrina-e-importante-vida

O Cristianismo é muito mais do que acreditar na doutrina certa.
Mas não é menos que isso.
Você pode ter a doutrina certa e não ser um cristão. Você pode saber várias noções verdadeiras a respeito de Jesus e não ser salvo. O diabo não é ignorante quanto a quem Jesus realmente é. Nos Evangelhos, os demônios são os primeiros seres a reconhecer a verdadeira identidade de Cristo. Você pode saber coisas verdadeiras e não ser um cristão.
Mas você não pode ser um cristão sem saber coisas verdadeiras.
Algumas doutrinas são absolutamente essenciais. Você pode saber algumas verdades e ainda assim estar perdido, mas existem algumas verdades sem as quais você não será encontrado. O que acreditamos a respeito de Jesus é uma dessas verdades.
“Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna” (1Jo 2.24-25).
Se estiver interessado em permanecer em Jesus e no Pai, você se importará com a verdade que está permanecendo em você. Não conheceremos a Deus a menos que conheçamos a verdade – o que é outra forma de dizer: você não chega ao Céu sem teologia. A promessa de 1 João é que, se a verdade permanecer em você, você permanece em Deus e receberá o que lhe foi prometido: a vida eterna.
Então, se você se importa com a eternidade – se você se importa com seus amigos, filhos e pais que não conhecem a Jesus – você se importará em falar de Cristo para eles e em suplicar-lhes para que recebam a Cristo. Porque se eles não conhecem o Filho, também não conhecem o Pai – não importa o quão “espirituais” e gentis sejam, nem quantas coisas positivas digam sobre Deus.
Não enviemos pessoas ao mundo com uma noção meramente vaga de que Jesus salva sem ensiná-las os pormenores a respeito do Jesus que realmente salva. Jesus é um Salvador para todo o tipo de pessoas, mas nem todo tipo de Jesus salva.
Você conhece Jesus Cristo? Você conhece esse homem, esse Deus-Homem, esse Filho, esse Salvador, esse Rei, esse Cristo? Você buscará conhecer esse Jesus – aquele que encontramos na Palavra, aquele que habita em você através do Espírito Santo, aquele a quem você recebeu quando se tornou um cristão – e nunca mudar de opinião a respeito dele? Não é exagero dizer que o céu está em jogo. Sua felicidade eterna depende disso.

Kevin DeYoung é o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (Michigan). Obteve sua graduação pelo Hope College e seu mestrado em teologia pelo Gordon-Conwell Teological Seminary. É preletor em conferências teológicas e mantém um blog na página do ministério ­ The Gospel Coalition.

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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/03/doutrina-e-importante-vida-eterna-depende-dela/

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Jejum não é (apenas) deixar de comer

06.04.2016
Do portal ULTIMATO ON LINE
ESTUDOS BÍBLICOS
Por Paul Freston

Jejum não é (apenas) deixar de comer

SÉRIE REVISTA ULTIMATO
Artigo: Jejum não é (apenas) deixar de comer”, Paul Freston

Texto básico: Lucas 4. 1-13
Textos de apoio
– Deuteronômio 8. 1-5
– 1 Reis 19. 1-18
– Salmo 139
– Marcos 14. 32-38
– 1Coríntios 10. 12,13
– 1 Pedro 5. 6-11

Introdução

Jesus estava prestes a iniciar seu ministério público. No final do capítulo 3 de seu evangelho, Lucas nos fornece duas informações fundamentais sobre a identidade de Jesus. A voz divina e a presença do Espírito no seu batismo, confirmam sua divindade; e a genealogia lucana, começando com José e terminando em Adão, reitera sua verdadeira humanidade. Jesus é plenamente Deus e plenamente homem.
E como homem, ele precisava passar por uma espécie de “treinamento final de sobrevivência” – passar 40 dias sozinho, em silêncio e jejum, sendo tentado pelo Diabo! Precisamos notar também que este treinamento não representava a “coroação” de uma etapa bem realizada, com um teste final; mas, ao contrário, se tratava de um “teste inicial”, uma oportunidade para que Jesus definisse firmemente por onde seus pés trilhariam. Antes de começar a falar e a fazer o que era preciso, era necessário que ele se comprometesse convictamente com um estilo de vida e de ministério que estivessem de acordo com o caráter de seu Pai.
Embora os detalhes destas tentações digam respeito à situação específica de Jesus, o Cristo, sem dúvida alguma temos muito a aprender aqui. Se o próprio Cristo precisou enfrentar e resistir a tais tentações, quanto mais nós, que pretendemos seguir seus passos, devemos ficar atentos e cuidadosos quanto à estes desafios. Conseguimos discernir, em nossa caminhada, o lugar do “deserto” e da “tentação” como espaços de amadurecimento e conformação de nossa vida e ministério com o caráter de Deus?                            

Para entender o que a Bíblia fala

  1. Segundo Lucas, logo após ser batizado (3.21-22), Jesus voltou do Jordão “cheio do Espírito Santo” (4.1) e foi conduzido por este mesmo Espírito ao deserto, onde “foi tentado pelo diabo” (4.2). Pensando em nosso contexto eclesiástico hoje em dia, normalmente não esperamos que a ênfase muitas vezes dada às experiências com o Espírito Santo caminhe junto, ou pior ainda, nos conduza, a uma experiência de “deserto” e “tentação”. Você concorda com esta afirmativa? Porque essas experiência nos parecem tão irreconciliáveis?
  2. O texto dá a entender que as tentações de Jesus não foram instantâneas, pois ocorreram ao longo de 40 dias (v.2) e, aparentemente, em momentos de grande fragilidade (fome, cansaço, fraqueza, confusão mental). O grande risco da tentação é justamente sua sutileza, a possibilidade de se “misturar” com nossa vivência cotidiana. Refletindo sobre as respostas de Jesus (vv. 4, 8 e 12), o que você consegue perceber sobre a preparação de Jesus para um momento como este? Que critério ele utilizou para “desmascarar” as tentações que apareciam “embutidas” em suas necessidades?
  3. Podemos olhar para cada tentação, separadamente, tentando perceber o risco ou perigo sutil que cada sugestão do diabo representava para a identidade e a missão de Jesus. No primeiro caso, Jesus estava como fome, uma necessidade legítima. E ele tinha poder, dado por Deus. Por que não transformar uma pedrinha redonda num pãozinho de batata? Isso poderia afetar de alguma forma o estilo de vida e o estilo de missão de Jesus? Como?
  4. Nas três tentações, aceitar a sugestão do diabo significaria um desvio, um atalho, do caminho da cruz. Mas, nesta segunda tentação (vv. 9-12), parece que a proposta de atalho é ainda mais escancarada, pois a armadilha parece mais “detectável”. Se é assim, por que ela representava uma tentação REAL para Jesus? Receber, “de lambuja”, autoridade sobre todos os reinos do mundo não facilitaria seu trabalho de impor um reino de justiça e paz?
  5. Na última investida do diabo, por enquanto é claro (v.13), Jesus está no alto do templo e a sugestão tentadora surge com força, inclusive com “justificativa bíblica”! A segurança prometida ao Messias, Filho de Deus, não funcionaria? As pessoas não ficariam impressionadas ao ver Jesus pousar no chão segurado por anjos, o que ampliaria exponencialmente sua fama e “turbinaria” seu ministério? Por que então não se jogar?

Hora de Avançar

Jesus não só passa quarenta dias longe das pessoas, em silêncio; ele também jejua (Lc 4.2). […] Em geral, vivemos numa rotina impensada de satisfação dos nossos apetites. O jejum quebra essa rotina, interrompe o ciclo automático, e coloca uma espécie de muro à nossa frente pela interdição do impulso de comer. […] Desligamos as antenas ocupadas com os cuidados diários e tentamos sintonizá-las na voz de Deus. (Paul Freston)

Para pensar

Jesus Cristo, que viveu aproximadamente apenas 33 anos aqui na Terra, ainda passou 40 dias destes poucos anos sozinho e no deserto! Na nossa matemática isso parece um desperdício de tempo. Mas não na matemática de Deus. Esse tempo de solidão, silêncio e oração foi fundamental para o restante do ministério de Jesus. Para Deus, menos é mais!
Paul Freston, no seu excelente “Nem Monge, Nem Executivo” (Ed. Ultimato), nos ensina que as tentações de Jesus “têm a ver com a maneira como ele vai desenvolver seu ministério público. [As tentações] sugerem caminhos alternativos que, no fundo, reproduzem a tentação de Adão: a de trocar uma relação de dependência filial por um projeto autônomo” (p.46).
Sobre a expressão “Se és o Filho de Deus”, repetida em dois momentos (vv. 3, 9b), Freston assevera que é “importante entendermos que o diabo procura tentar Jesus no nível da sua obediência ao Pai, não no nível da sua consciência de ser o filho. Não está dizendo: ‘Será que você é filho de Deus mesmo? Duvido!’. Está dizendo: ‘Já que você é filho de Deus e tem todo esse poder, o que você vai fazer como filho de Deus?’”.

O que disseram

Na solidão, podemos, pouco a pouco, desvendar a nossa ilusão e descobrir, no centro de nosso próprio “eu”, que não somos o que podemos conquistar, mas aquilo que nos é dado… É nessa solidão que descobrimos que ser é mais importante do que ter, e que o nosso valor pessoal não está no resultado de nossos esforços. Na solidão descobrimos que nossa vida não é uma propriedade a ser preservada, mas uma dádiva a ser compartilhada. (Henri Nouwen)

Para responder

  1. Segundo o monge beneditino Anselm Grun, o deserto é um lugar onde “topamos com nossos limites, descobrimos que não podemos nos autoajudar, que precisamos da ajuda de Deus”. Ele não se refere, claro, a um lugar específico, mas a uma experiência que costuma produzir em nós uma sensação de privação, impotência e abandono. Você tem enxergado as experiências difíceis de sua vida como “desertos frutíferos”, como uma oportunidade para aprofundar sua dependência e amizade com Deus? O que pode melhorar a partir de hoje?
  2. Jesus jejuou por quarenta dias, provavelmente bebendo somente água. Como podemos ler no artigo da revista, o princípio do jejum pode (e deve) se estender a outras áreas, além da questão de comida e bebida. O autor cristão Richard Foster, citado no artigo, sugere seis áreas onde podemos praticar outros tipos de “jejum”: jejum de pessoas, jejum da mídia, jejum do telefone, jejum de conversas, jejum de anúncios comerciais e jejum do consumo. Encarando frente a frente esta lista, em que área (ou áreas) você necessita urgentemente de um “jejum”? Além destas seis sugestões, existe alguma outra em que você está pecaminosamente se “empanturrando”?

Eu e Deus

Vi todas as emboscadas do inimigo estendidas sobre a Terra, e disse gemendo: “Quem, pois, passa além dessas armadilhas?” E ouvi uma voz responder: “A humildade”. (Antão, o “pai dos monges”, século IV)
>> Autor do estudo: Reinaldo Percinoto Júnior
>> Este estudo bíblico foi desenvolvido a partir do artigo Jejum não é (apenas) deixar de comer, do sociólogo e colunista da revista Ultimato, Paul Freston, publicado na edição 359.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/jejum-nao-e-apenas-deixar-de-comer/