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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A Queda – Como o ser humano foi cair no pecado?

29.02.2016
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 25.02.16
Por Michael Lawrence*

a-queda-como-o-ser-humano
Uma das maiores histórias já contadas é a história de um homem tentando voltar para casa. Ele esteve lutando na maior guerra da sua era, mas agora o seu maior desafio reside logo à sua frente: voltar para casa. O seu nome era Ulisses, e sua história é contada na grande obra de Homero, A Odisseia.

O problema de Ulisses não era que ele meramente não sabia o caminho. Era que de alguma forma, depois ter ido embora, o mundo havia se tornado maior. Os obstáculos haviam se tornado maiores (ele derrotaria Ciclope ou viraria o seu jantar?). As escolhas haviam se tornado mais agonizantes (ele perderia o seu navio inteiro para Caríbdis ou apenas alguns homens para Cila?). E as tentações haviam se tornado mais fortes (não apenas Sereias, mas a belíssima Calipso tentando-o a abandonar o seu lar de uma só vez). 

Em diversos momentos da história, você se pergunta se Ulisses irá mesmo voltar para casa. E não apenas isso: será que ele encontrará a sua esposa e seu filho, o seu lar e seu reino, como ele os deixou? Mais importante de tudo, irão eles encontrar o mesmo homem de vinte anos atrás?

2500 anos mais tarde, aquela história continua ecoando conosco. Apesar de todas os avanços da tecnologia, medicina e conhecimento que foram adicionados à nossa “qualidade de vida”, lá no fundo o sentimento de que vivemos em um lugar habitável, porém inquestionavelmente hostil, é tão inescapável para contemporâneos quanto para os gregos antigos. Assim como diz a famosa frase de Thomas Wolfe: “As coisas que ocorrem ao homem são trágicas. Isso é inegável no fim de tudo. Todavia, precisamos negá-lo ao longo do caminho. A humanidade foi moldada para a eternidade”. Designados para a eternidade e, no entanto, nós nos vemos aqui, em um mundo que – com toda a sua beleza – é ferozmente cruel e sem perdão. Sentimos que esse mundo não é do jeito que devia ser, e, no entanto, não conseguimos descobrir o que aconteceu ou como consertá-lo. Com o tempo tomamos conhecimento que a conclusão de Wolfe estava correta, que, ainda que com grande esforço, “você não consegue voltar para casa”. Nós não temos nem certeza de onde está o nosso lar.

Essa história sobre deixar a casa para trás e precisar voltar, mas sem saber como ecoa conosco porque é uma história bem mais antiga do que o épico poema de Homero e bem mais pessoal do que o romance de Wolfe. É mais antiga, pois é parte da Grande História ou Narrativa que Deus conta sobre os seus atos e pronunciamentos que vão do princípio ao fim da História. É mais pessoal, pois é a nossa história, sua e minha. É a história da falta de repouso, daquele vazio dentro de nós que simplesmente não vai embora, não importa quão agradável a vida se torne.

Ao contemplarmos esse problema, olhamos para o problema que reside no coração da história bíblica, aquilo que os teólogos cristãos se referem como Queda. Isso é uma questão de teologia bíblica. Buscaremos entender a Bíblia como uma narrativa singular divinamente inspirada, uma revelação do propósito e plano de Deus para a humanidade que se desdobra em tempo e espaço. Ao considerarmos a história inteira da Bíblia a partir dessa perspectiva, eu espero que entendamos melhor não somente a nossa própria condição – o que significa que todos nós verdadeiramente abandonamos nossa casa – mas como de fato também podemos voltar de novo.

A história da Queda

A história da Queda começa no Paraíso. Deus criou Adão e Eva e os colocou em mundo perfeito para que refletissem a sua glória. Ele providenciou que eles tivessem tudo o que precisavam. Ele lhes deu um trabalho significativo, prazeroso e gratificante. Ele os deu um ao outro. E ele os estabeleceu como subgovernantes sobre toda a criação. Entretanto, havia apenas um limite que ele colocou por cima da liberdade e autoridade deles. Havia uma árvore no Jardim do Éden, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, da qual eles não deveriam comer. Neste cenário, aparece Satanás ocupando o corpo de uma serpente. 

Satanás tenta Adão e Eva a fazerem a única coisa que não deveriam fazer: comer da árvore proibida. Incrivelmente, eles caíram no seu esquema e escolheram desobedecer a Deus. Ao consumarem o ato, eles passaram de um status de plena ausência de culpa diante de Deus e de si mesmos, para um status de desonra, vergonha e condenação moral.

Imediatamente tudo muda. Porque decidiram se rebelar, Deus julga Adão e Eva. A vida será cheia de dor, sofrimento e tristeza. E mais: eles foram expulsos do Paraíso e exilados do seu lar. Não sendo a expulsão temporária, um anjo empunhando uma espada flamejante foi posicionado na entrada do Jardim assegurando que eles nunca retornariam vivos. Todavia a sua expulsão física é somente o prelúdio de um exílio muito mais profundo que não somente os afetará, como todos os seus descendentes. Nós que fomos criados para viver para sempre – moldados para a eternidade, como disse Wolfe – somos sujeitos ao eterno exílio da morte.

Muitos em nossa cultura querem abafar esse ponto da história. Eles reagem contra a história porque parece apresentar uma imagem de um Deus perverso e petulante que reage exageradamente ao flagrar os seus filhos com a mão dentro do pote de biscoito. 

Homens chamados a pregar e ensinar essa história precisam estar preparados para tal reação e pedir às pessoas que retenham seus julgamentos. É somente quando a história se desdobra e a magnitude dessa rebelião se torna evidente que a maldição de Deus é vindicada.

Seguindo com a história, nós vemos que as consequências da rebelião de Adão e Eva são mais profundas do que pareciam no começo. Os filhos nascem, todavia não em inocência. 

O âmago da natureza de Adão e Eva foi corrompido e contorcido. Agostinho descreveu essa natureza como “voltando-se para si mesmo”, de modo que a natureza humana não reflete mais a glória de Deus, mas somente um senso abarrotado de si mesmo. E tal natureza, juntamente com a culpa que a acompanha, é repassada para seus filhos. Assim, as coisas não continuaram normais depois da Queda. Pelo contrário, ela continua e se aprofunda à medida que a criação termina em morte e decomposição. Como W. B. Yeats memoravelmente disse e Chinua Achebe ilustrou: “as coisas se despedaçam, o que é central não se mantém”. Satanás planejou exterminar as almas de Adão e Eva. Não demorou muito e Caim efetivamente assassina seu irmão Abel. Satanás planejou causar um obstáculo entre Adão e Eva quando um culpou o outro em função do causaram. 

Algumas gerações mais tarde, Lameque ignora qualquer ideia que se possa ter sobre união matrimonial e toma para si duas esposas. Caim comete assassinato por causa de uma intensa cobiça; Lameque comete homicídio simplesmente porque foi meramente ferido. E assim as coisas prosseguem, até que a perversidade da humanidade cresce a tal ponto que que “toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal” (Gn 6.5 NVI). Deus decide que deve finalmente julgar os próprios homens e mulheres que criou à sua própria imagem.

Deus envia o Dilúvio para destruir a humanidade, poupando somente Noé e sua família, e o mundo tem um novo começo. É como se Noé fosse um novo Adão que pode “tentar outra vez” num mundo novinho em folha. O único problema é que Noé e sua família ainda possuem a natureza caída que herdaram de Adão. Mais uma vez o pecado se desenvolve bem onde foi deixado para trás. Eventualmente, a humanidade volta exatamente onde estava nas vésperas do Dilúvio. Dessa vez. o alvo de suas más intenções não é tanto a violência de um contra o outro, mas, sim, contra Deus, à medida que procuram estabelecer a sua absoluta e completa independência, simbolizada na Torre de Babel. Mais uma vez, Deus julga a humanidade, dessa vez não a destruindo, mas frustrando-a. Em Gênesis 11, a linguagem da humanidade é confundida, separando-nos um do outro. Deus dispersa a humanidade pela face da terra e desse modo frustra os nossos intentos idólatras.

Nesse contexto de divisão, frustração, futilidade e morte, Deus chama para si um povo especial. Dando início com Abraão, Deus separa o seu próprio povo do restante da humanidade. Esse povo – um Adão coletivo – é chamado pelo nome de Deus. Eles devem obedecê-lo e conhecê-lo como o seu Deus. Todavia, até aqui, a Queda insiste em se fazer presente. Ló e sua família escolhem a perversidade de Sodoma e Gomorra ao invés da piedosa sociedade com Abraão. Esaú prefere os confortos desse mundo ao invés das promessas de Deus. Finalmente, ainda que Deus tenha resgatado a nação de Israel da escravidão do Egito e a trazido para a Edênica Terra Prometida, a nação de Israel escolhe adorar a Deus na forma de ídolos, e, em seguida, Deus é completamente abandonado em favor dos ídolos.

Aquilo que Israel fez coletivamente, os seus reis fizeram representativamente. Israel exigiu um rei para se parecer com as nações que não conheciam Deus, e o seu primeiro rei, Saul, era exatamente o que desejavam. Alguns reis mais tarde, Salomão começou bem, entretanto o seu coração se voltou aos ídolos em lealdade às suas esposas estrangeiras. Jeroboão, o primeiro rei do reino do norte, deliberadamente determinou o culto idólatra para enfraquecer a lealdade das dez tribos à Jerusalém. Acaz, rei do sul Judá, demonstrou em quem confiava ao construir uma cópia de um altar à Baal em Damasco e inserindo-o no Templo de Israel.

Em resposta, Deus consistentemente visitou o seu povo com julgamento. Repetindo Gênesis 11 e Gênesis 3, Deus primeiro os separa e finalmente os expele, exilando-os da Terra Prometida. Setenta anos mais tarde, o reino do sul de Judá retorna do exílio, mas é evidente que o seu exílio espiritual continua. 

Deus não volta a habitar no Templo reconstruído, e o Santo dos Santos é deixado vazio. Eventualmente, até mesmo os profetas caem no silêncio. No final do Velho Testamento, o povo visível de Deus está num estado tão arruinado quanto os gentios. Ambos estão diante da ameaça do eminente julgamento de Deus. Mais explicitamente, as palavras finais do Velho Testamento ecoam Gênesis 3, alertando que Deus virá e ferirá a terra com uma maldição.

À medida que o Novo Testamento inaugura um novo profeta, João Batista, ele aparece em cena e assume o legado de Malaquias, advertindo o povo de que o juízo está próximo. 

Porém, parece que ninguém está ouvindo. Deus envia o seu próprio filho, Jesus, o qual leva uma vida de perfeito amor e perfeita obediência, uma vida que não deveria ter ofendido ninguém. Contudo, a humanidade se tornou tão perversa que agora judeus e gentios tramam em conjunto para matar o único homem que nunca mereceu morrer. Em conjunto, eles o pregam no madeiro, na cruz, e declaram que o seu único rei era César.

Isso aconteceu há dois mil anos atrás. Desde lá, a corrupção e a maldade da humanidade se expandiu muito mais e com maior eficiência. No entanto, nada, de fato, mudou. Todas as guerras que hoje ocorrem, toda violência e morte, a escravidão, os genocídios que consistentemente marcaram os últimos cem anos, a exploração de mulheres e crianças desejando gratificação sexual, até mesmo a cruel indiferença entre o rico e o pobre, tudo isso têm sido apenas um comentário estendido daquela primeira declaração de independência contra Deus.

Qual será o fim da Queda? Qual será o final dessa história? Um outro profeta chamado João, o apóstolo João, nos conta. Em Apocalipse 18, nós vemos a Queda final, um dia no futuro, quando este mundo cairá debaixo do julgamento final de Deus, para nunca mais se levantar. Naquele dia, todos aqueles que por toda a história persistiram em sua rebelde declaração de independência, os quais escolheram o culto aos ídolos em oposição à Deus, serão deixados de fora do céu, e o tormento angustiante do seu exílio no inferno durará por toda a eternidade.

*Este artigo faz parte do 9Marks Journal.  Tradução: Paulo R. de A. Santos. Revisão: Vinicius Musselman Pimentel. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: A Queda da Humanidade: História (1/5).Por: Michael Lawrence
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Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/02/a-queda-como-o-ser-humano-foi-cair-no-pecado/

LEA T: Identidade de gênero? Modelo transexual se arrepende da mudança de sexo

29.02.2015
Do portal Consciência Cristão, 27.0216
Por Mariana Gouveia

Identidade de gênero? Modelo transexual se arrepende da mudança de sexoUma das grandes “conquistas” do movimento gay atual é a propagação da ideologia da identidade de gênero – de que uma pessoa pode identificar-se como sendo de um gênero oposto ao de seu nascimento, e isso ser absolutamente normal. 

Eles propõem como “solução” a mudança de sexo, que traria ao “transgênero” a paz de espírito tão almejada. Mas nem tudo são flores. Em muitos casos, os transgêneros continuam com seus conflitos de identidade mesmo após a cirurgia de mudança de sexo. Exemplo recente disso é Leandro Cerezo, mais conhecido como Lea T – top model internacional que se arrepende de ter feito a cirurgia.

Lea T. é filho do ex-jogador da Seleção Brasileira de futebol Toninho Cerezo e, em 2012, fez uma cirurgia para “se tornar” mulher. No entanto, desde antes do procedimento, ele atuava como modelo internacional, fazendo campanhas para marcas famosas, como a Givenchy – sempre vestido de mulher. A cirurgia seria a “chave” para a felicidade completa de Lea T.

Mas não foi isso que aconteceu. Em 2013, após um ano da mudança, Lea T. admitiu em entrevista ao Fantástico que a cirurgia não trouxe felicidade. “Eu não aconselho essa cirurgia para ninguém. Eu achava que minha felicidade era embasada na cirurgia. Mas, não foi. Não é isso”, disse ele, na época.

Quase três anos após a entrevista, os dilemas de Leandro só aumentaram. De acordo com o portal Tribuna da Bahia, ele passa a maior parte de seu tempo recluso em uma fazenda da família, em Minas Gerais. Lea T. ainda procura se esconder quando sai a público, usando peruca e óculos escuros. E mais: agora, “ela” só namora mulheres.

Os problemas de Lea T. não são exclusivos. Por mais que o movimento gay procure divulgar a mudança de sexo com a “solução” para o problema da identidade de gênero, a verdade é que a cirurgia, na maioria dos casos (para não dizer em todos) não trata do problema, mas o agrava. Segundo uma pesquisa realizada em 2011, 41% dos transgêneros afirmam que tentaram o suicídio pelo menos uma vez. 

O pior de tudo isso é que, ao disseminar a ideia de que a solução é a mudança de sexo, os ativistas do movimento gay impedem que as pessoas com problemas na sua identidade tenham o tratamento adequado. “Mesmo que suas intenções possam ser boas, muitos ativistas pela aceitação dos transgêneros impedem que essas pessoas consigam a ajuda que precisam. Porque os transtornos mentais que coexistem com o problema de identidade não são tratados adequadamente, é provável que os altos índices de suicídio entre a população transgênero continuem”, afirmou Walt Heyer, ativista que auxilia pessoas que se arrependem da mudança de sexo.

Heyer também fez a cirurgia no passado e, assim como Lea T., se arrepende da experiência. Segundo ele, os desejos de querer ser uma mulher foram a base dos seus conflitos internos, e a solução não foi a mudança de sexo – mas sim tratamento psicológico, que fez tais desejos desaparecerem. “Quando um diagnóstico correto do meu transtorno dissociativo foi feito, o primeiro tratamento eficiente pôde enfim começar. Levou muitos anos mas, à medida em que eu levei o tratamento adiante, meus desejos de ser uma mulher foram se dissolvendo, até que desapareceram completamente. Eu descobri que a cirurgia de mudança de sexo foi desnecessária, mas era tarde demais. Meu corpo havia sido mutilado de forma irreversível”, disse Walt, que concluiu: “Espero ansioso pelo dia em que a prática atual de recomendar a cirurgia de mudança de sexo para todos os que expressam insatisfação com seu gênero de nascimento seja encarada como uma barbárie.”

*Por Mariana Gouveia
Foto: redken.com.br

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Fonte: http://conscienciacrista.org.br/identidade-de-genero-modelo-transexual-se-arrepende-da-mudanca-de-sexo/

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A Grande Tribulação

15.02.2016
Do blog BELVEREDE, 14.02.16
Por Eliseu Antonio Gomes

A Grande Tribulação é uma época de perturbação e angústias espantosas que terá início após o Arrebatamento da Igreja. Será a fase em que Deus, o Justo Juiz, mandará seu juízo sobre o mundo. Será de âmbito mundial (Apocalipse 3.10); o pior tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Daniel 12.1; Mateus 24.21), tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jeremias 30.5-7), que será controlado pelo "homem do pecado" (que é o Anticristo, Daniel 9.27; Apocalipse 13.12).

Haverá um tempo de muita aflição na Terra. "Orai para que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado; porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá" - Mateus 24.20-21.

Jesus, ao falar sobre o final dos tempos, mencionou episódios que aconteceriam em um futuro próximo e em tempos distantes, exatamente como os profetas do Antigo Testamento. Muitas das perseguições preditas já ocorreram e muitas ainda estão por acontecer. Porém, Deus controla até mesmo a duração dessas perseguições e não se esquecerá de seu povo. Basta saber que as mãos de Deus controlam tudo para nos sentirmos motivados a viver corretamente no tempo presente.

O crente deve estar sempre em permanente oração e vigilância. "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" - Mateus 26.41.

Jesus usou a sonolência de Pedro para preveni-lo contra todas as espécies de tentação que o discípulo logo enfrentaria. A maneira de vencer a tentação é conservar-se alerta e orar. Manter-se atento significa estar conscientes das possibilidades de ser tentado, perceber a sutileza da tentação e estar espiritualmente equipado para vencê-la. Pelo fato de a tentação atingir-nos onde somos mais vulneráveis, não podemos resistir sozinhos. A oração é essencial porque o poder de Deus é capaz de fortalecer nossas defesas e derrotar o poder de Satanás.

Pedro aprendeu a lição e anos depois escreveu o seguinte: "Sabendo que tudo isso vai ser destruído assim, então que tipo de gente vocês precisam ser? A vida de vocês deve ser agradável a Deus e dedicada a ele. Esperem a vinda do Dia de Deus e façam o possível para que venha logo. Naquele dia os céus serão destruídos com fogo, e tudo o que há no Universo ficará derretido" - 2 Pedro 3.11-12 (NTLH).

Acima de tudo, para estarmos atentos e vigilantes, é preciso considerar a santidade de Cristo. É importante entender a justiça de Cristo e o fato de que esta justiça nos credita diante do Pai celestial. Em muitas ocasiões, as Escrituras testificam que durante o tempo em que Ele passou na terra, viveu uma vida perfeitamente santa. Tal santidade era muito mais do que a ausência do pecado, era também a perfeita conformidade com a vontade de Deus. É possível agir certo a partir de motivos errados, porém, agir assim não agrada a Deus. A santidade compõe-se muito mais do que meros atos. É necessário orar e vigiar, para que nossas ações sejam motivadas pelo simples fato de que elas são a vontade de Deus.

A Igreja de Cristo não passará pela Grande Tribulação. "... e esperardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura" - 1 Tessalonicenses 1.10.

A enorme expectação das pessoas convertidas é a Vinda de Cristo, que dará escape "da ira futura". Expectativa que compreende um estado contínuo de prontidão.

A verdadeira conversão a Cristo, segundo o Novo Testamento, envolve a atitude voluntária de desviar do pecado, e voltar-se para Deus com o objetivo de esperar o retorno de Cristo.

"A ira futura".  Alude-se à ira e juízo divinos que serão espalhados sobre o mundo no decurso da tribulação. Os crentes, entretanto, não precisam receá-la, porque Deus enviará Jesus para nos livrar. É uma realidade inconteste que a volta de Cristo precede essa ira (Apocalipse 3.10).

A besta que subiu do mar será um dos aliados de Satanás. "Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia" - Apocalipse 13.1.

O capítulo 13 de Apocalipse trata da atuação do Anticristo. Expõe o rigoroso embate entre o Anticristo e Deus e também o seu povo no período da Grande Tribulação. A besta que emerge do mar é o último grande governo mundial da história, e é composto de dez reinos sob o controle do Anticristo (Daniel 2.40-45; 7.24, 25; 11.36-45; Apocalipse 17.12). O mar representa muitas nações (Apocalipse 17.15).

A besta é descrita como semelhante ao leopardo, representa o governo gentílico mundial dos tempos do fim e também o governante daquele reino. Satanás dará seu poder a esse governo e o usará contra Deus e seu povo (Apocalipse 13.2).

O número da besta é número de homem: 666. "E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão' (...) 'Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis" - Apocalipse 13.11, 18.

A outra besta representa a figura do falso profeta, que ajudará o Anticristo a preparar o mundo para adorá-lo e enganará a humanidade mediante a realização de grandes milagres (Daniel 13.1-3; Apocalipse 13.12-14).

O que significa o número seiscentos e sessenta e seis? No Livro de Apocalipse, o Anticristo é chamado de "a Besta" e tem um número específico: 666. Muitos teólogos estão de acordo que, na Bíblia Sagrada, "seis" é o número do homem e "três" é o número de Deus. Sendo assim, a sequência do número seis três vezes significa uma pessoa que se apresenta como um deus, tal qual fizeram imperadores romanos do passado (2 Tessalonicenses 2.4).

Deus, o justo Juiz, visitará e julgará a maldade do mundo com poder e glória. "E visitarei sobre o mundo a sua maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos cruéis" - Isaías 13.11.

O profeta Isaías descreve a destruição de Babilônia tipificando a destruição de todos os inimigos de Deus no tempo do fim, e o juízo final sobre a terra durante o período da Grande Tribulação. Veja também: Ezequiel 32.7; Joel 2.10; 3.16; Ageu 2.6, 7, 21, 22; e Zacarias 14.6, 7).

Conclusão

Que tipo de cristãos devemos ser, sabendo que a Igreja não participará das angústias da Grande Tribulação?

A esperança de ser salvo no Arrebatamento da Igreja não implica licença para irresponsabilidade no presente. Aguardemos a volta de Cristo com paciência, sem a displicência. Se estamos satisfeitos com a vida que levamos agora, não nos esqueçamos de consultar a Deus e congregar no templo. Permitamos que o Espírito Santo interfira em nossos planos e guie os nossos passos.

E.A.G.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1268, 1275, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia de Estudo Devocional- Max Lucado, página 1212; edição 2005, Rio de Janeiro (CPAD). 
Bíblia de Estudo Pentecostal, páginas 1011, 1438, 1439, 1844, 1998, 2000, segunda impressão 1996, Rio de Janeiro (CPAD).
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Fonte:http://belverede.blogspot.com.br/2016/02/EBD-licao-8-a-grande-tribulacaoLicoes-Biblicas-CPAD.html

A teologia liberal e suas implicações para a fé bíblica

15.02.2016
Do blog SOLA SCRIPTURA
Por Danilo Raphael 

Do jeito que as coisas andam em nossos dias, precisamos urgentemente nos libertar da teologia liberal. É espantoso o crescente número de livros (inclusive publicados por editoras evangélicas) que esboçam os ensinamentos deste tipo de teologia ou tecem comentários favoráveis. Embora esta teologia tenha nascido com os protestantes, hoje, porém, seus maiores expoentes são os católicos romanos.

católica encontramos grande quantidade de obras defendendo e/ou propagando a teologia liberal. E não é só isso. A forma com que alguns seminários e igrejas vêm se comprometendo com os ensinos desta teologia também é de impressionar.


A libertação da teologia liberal não só é necessária como também é vital para a Igreja brasileira, ameaçada pelo secularismo e pelo liberalismo teológico corrosivo.

Apesar das motivações iniciais dos modernistas, suas idéias, no entanto, representaram grave ameaça à ortodoxia, fato já comprovado pela história. O movimento gerou ensinamentos que dividiram quase todas as denominações históricas na primeira metade deste século. Ao menosprezar a importância da doutrina, o modernismo abriu a porta para o liberalismo teológico, o relativismo moral e a incredulidade descarada. Atualmente, a maioria dos evangélicos tende a compreender a palavra “modernismo” como uma negação completa da fé. Por isso, com facilidade esquecemos que o objetivo dos primeiros modernistas era apenas tornar a igreja mais “moderna”, mais unificada, mais relevante e mais aceitável em uma era caracterizada pela modernidade.

Mas o que caracterizaria um teólogo liberal? O verbete sobre o “protestantismo liberal” do Novo Dicionário de Teologia, editado por Alan Richardson e John Bowden, nos traz uma boa noção do termo. Vejamos três destaques de elementos do liberalismo teológico: 


1- É receptivo à ciência, às artes e estudos humanos contemporâneos. Procura a verdade onde quer que se encontre. Para o liberalismo não existe a descontinuidade entre a verdade humana e a verdade do cristianismo, a disjunção entre a razão e a revelação. A verdade deve ser encontrada na experiência guiada mais pela razão do que pela tradição e autoridade e mostra mais abertura ao ecumenismo; 

2
- Tem-se mostrado simpatia para com o uso dos cânones da historiografia para interpretar os textos sagrados. A Bíblia é considerada documento humano, cuja validade principal está em registrar a experiência de pessoas abertas para a presença de Deus. Sua tarefa contínua é interpretar a Bíblia, à luz de uma cosmovisão contemporânea e da melhor pesquisa histórica, e, ao mesmo tempo, interpretar a sociedade, à luz da narrativa evangélica; 

3
 - Os liberais ressaltam as implicações éticas do cristianismo. O cristianismo não é um dogma a ser crido, mas um modo de viver e conviver, um caminho de vida. Mostraram-se inclinados a ter uma visão otimista da mudança e acreditar que o mal é mais uma ignorância. Por ter vários atributos até divergentes, o liberal causa alergia para uns e para outros é motivo de certa satisfação, por ser considerado portador de uma mente aberta para o diálogo com posições contrárias.

A
s grandes batalhas causadas pelo liberalismo foram travadas dentro das grandes denominações históricas. Muitos pastores que haviam saído dos EUA no intuito de se pós-graduarem nas grandes universidades teológicas da Europa, especificamente na Alemanha, em que a teologia liberal abraçava as teorias destrutivas da Alta Crítica produzida pelo racionalismo humanista, acabaram retornando para os EUA completamente descrentes nos fundamentos do cristianismo histórico. Os liberais, devido à tolerância inicial dos fiéis para com a sã doutrina, tiveram tempo de fermentar as grandes denominações e conseguiram tomar para si os grandes seminários, rádios e igrejas, de modo que não sobrou outra alternativa para grande parte dos fundamentalistas senão sair dessas denominações e se organizar em novas denominações. Daí surgiram os Batistas Regulares (que formaram a Associação Geral das Igrejas Batistas Regulares, em 1932), os Batistas Independentes, as Igrejas Bíblicas, as Igrejas Cristãs Evangélicas, a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (em 1936, que mudou seu nome para Igreja Presbiteriana Ortodoxa), a Igreja Presbiteriana Bíblica (em 1938), a Associação Batista Conservadora dos Estados Unidos (em 1947), as Igrejas Fundamentalistas Independentes dos Estados Unidos (em 1930) e muitas outras denominações que existem ainda hoje.

Podemos dizer que algumas das características do cristianismo ortodoxo se baseiam nos seguintes pontos:


• Manter fidelidade incondicional à Bíblia, que é inerrante, infalível e verbalmente inspirada;


• Acreditar que o que a Bíblia diz é verdade (verdade absoluta, ou seja, verdade sempre, em todo lugar e momento); 

• Julgar todas as coisas pela Bíblia e ser julgado unicamente por ela; 

• Afirmar as verdades fundamentais da fé cristã histórica: a doutrina da Trindade, a encarnação, o nascimento virginal, o sacrifício expiatório, a ressurreição física, a ascensão ao céu, a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo, o novo nascimento mediante a regeneração do Espírito Santo, a ressurreição dos santos para a vida eterna, a ressurreição dos ímpios para o juízo final e a morte eterna e a comunhão dos santos, que são o Corpo de Cristo. 

• Ser fiel à fé e procurar anunciá-la a toda criatura; 

• Denunciar e se separar de toda negativa eclesiástica dessa fé, de todo compromisso com o erro e de todo tipo de apostasia; • Batalhar firmemente pela fé que foi concedida aos santos. 

Contudo, o liberalismo, em sua apostasia, nega a validade de quase todos os fundamentos da fé, como, por exemplo, a inerrância das Escrituras, a divindade de Cristo, a necessidade da morte expiatória de Cristo, seu nascimento virginal e sua ressurreição. Chegam até mesmo a negar que existiu realmente o Jesus narrado nas Escrituras. A doutrina escatológica liberal se baseia no universalismo (todas as pessoas serão salvas um dia e Deus vai dar um jeito até na situação do diabo) e, conseqüentemente, para eles, não existe inferno e muito menos o conceito de pecado. O liberalismo é um sistema racionalista que só aceita o que pode ser “provado” cientificamente pelos próprios conhecimentos falíveis, fragmentados e limitados do homem.


Os primeiros estudiosos que aplicaram o método histórico-crítico sem critérios ao estudo das Escrituras negavam que a Bíblia fosse, de fato, a Palavra de Deus inspirada. Segundo eles, a Bíblia continha apenas a Palavra de Deus.

O liberalismo teológico tem procurado embutir no cristianismo uma roupagem moderna: pegam as últimas idéias seculares e, sorrateiramente, espalham no mundo cristão. J.G. Machem, em seu livroCristianismo e liberalismo, trata deste assunto com maestria. Na contracapa, podemos ver uma pequena comparação entre o cristianismo e o liberalismo: “O liberalismo representa a fé na humanidade, ao passo que o cristianismo representa a fé em Deus. O primeiro não é sobrenatural, o último é absolutamente sobrenatural. Um é a religião da moralidade pessoal e social, o outro, contudo, é a religião do socorro divino. Enquanto um tropeça sobre a ‘rocha de escândalo’, o outro defende a singularidade de Jesus Cristo. Um é inimigo da doutrina, ao passo que o outro se gloria nas verdades imutáveis que repousam no próprio caráter e autoridade de Deus”.


Muitos, por buscarem aceitação teológica acadêmica, têm-se comprometido fatalmente, pois, na prática, os liberais tentam remover do cristianismo todas as coisas que não podem ser autenticadas pela ciência. Sempre que a ciência contradiz a Bíblia, a ciência é preferida e a Bíblia, desacreditada.

Hoje, a animosidade que demonstram para com a Bíblia tem caracterizado aqueles que crêem que ela é literalmente a Palavra de Deus e inerrante (sem erros em seus originais) como “fundamentalistas”.

1  Ora, podemos por acaso negociar o inegociável?Os liberais acusam os evangélicos de transformar a Bíblia em um “papa de papel”, ou seja, em um ídolo. Com isso, culpam os evangélicos de bibliolatria.

2  Estamos cientes de que tem havido alguns exageros por parte de alguns fundamentalistas evangélicos, mas a verdade é que os “eruditos” liberais têm-se mostrado tão exagerados quanto muitos do que eles denominam de fundamentalistas. Teoricamente falando, a maioria dos liberais acredita em Deus, supondo que Ele pode intervir na história da humanidade, porém, na prática, e com freqüência, mostram-se muito mais deístas.

3  Normalmente, os liberais também favorecem o “relativismo”, ou seja, difundem que no campo da verdade não há absolutos. Segundo este raciocínio, se não há verdades absolutas, então, as verdades da Bíblia (que são absolutas) são relativas, logo, não podem ser a Palavra de Deus. Tendo rejeitado a Bíblia como a infalível Palavra de Deus e aceitado a idéia de que tudo está fluindo, o teólogo liberal afirma que não é segura qualquer idéia permanente a respeito de Deus e da verdade teológica.

Levando o pensamento existencialista às últimas conseqüências, conclui-se que: se quisermos que a Bíblia tenha algum valor para a modernidade e fale ao homem moderno, temos de criar uma teologia para cada cultura, para cada contexto, onde nenhum ensino é absoluto, mas relativo, variando conforme o contexto sociocultural. Obviamente, tal pensamento possui fundamento em alguns pontos, mas daí ao radicalismo de pregar que nada é absoluto, isso já extrapola e fere diversos princípios bíblicos.
 
Raízes

O liberalismo teológico começou a florescer de forma sistematizada devido à influência do racionalismo de Descartes e Spinoza, nos séculos 17 e 18, que redundou no iluminismo.4  O liberalismo opunha-se ao racionalismo extremado do iluminismo.

Na verdade, quando a igreja começa a flertar com o liberalismo e se render aos seus interesses, ela perde sua autoridade e deixa de ser embaixadora de Deus. A história tem provado que onde o liberalismo teológico chega a Igreja morre. Este é um aviso solene que deve estar sempre trombeteando em nossos ouvidos
A baixa crítica

Conforme Gleason L. Archer Jr, “a ‘baixa crítica’ ou crítica textual se preocupa com a tarefa de restaurar o texto original na base das cópias imperfeitas que chegaram até nós. Procura selecionar as evidências oferecidas pelas variações, ou leituras diferentes, quando há falta de acordo entre os manuscritos sobreviventes, e pela aplicação de um método científico chegar àquilo que era mais provavelmente a expressão exata empregada pelo autor original”.5   

 
A alta crítica

J. G. Eichhorn, um racionalista germânico dos fins do século 18, foi o primeiro a aplicar o termo “alta crítica” ao estudo da Bíblia. E, por esse motivo, ele tem sido chamado de “o pai da crítica do Antigo Testamento”. Segundo  R. N. Champlin, “a ‘alta crítica’ aponta para o exame crítico da Bíblia, envolvendo qualquer coisa que vá além do próprio texto bíblico, isto é, questões que digam respeito à autoria, à data, à forma de composição, à integridade, à proveniência, às idéias envolvidas, às doutrinas ensinadas, etc. A alta crítica pode ser positiva ou negativa em sua abordagem, ou pode misturar ambos os pontos de vista”.6  Mas o que temos visto na prática é que esta forma de crítica tem negado as doutrinas centrais da fé cristã, em nome da ciência, da modernidade e da razão. O que fica evidente é que alguns críticos partem com o intuito de desacreditar a Bíblia, devido a alguns pressupostos naturalistas, chegando ao cúmulo de dizer que a Igreja inventou Jesus. 


Conforme Norman Geisler “a alta crítica pode ser dividida em negativa (destrutiva) e positiva (construtiva). A crítica negativa, como o próprio nome sugere, nega a autenticidade de grande parte dos registros bíblicos. Essa abordagem, em geral, emprega uma pressuposição anti-sobrenatural”.7  

Métodos aplicados a qualquer tipo de literatura passaram a ser aplicados também à Bíblia, com grandes doses de ceticismo (no que diz respeito à validade histórica e à integridade de seus livros), com invenções de entusiastas que tinham pouca base nos fatos históricos. 

Assim, onde vemos nas narrativas da Bíblia fatos sobrenaturais esta teologia lhes confere interpretações naturais, retirando da Palavra de Deus todas as intervenções miraculosas. Claramente é impróprio, ou mesmo blasfematório, nos colocarmos como juízes sobre a Bíblia. 

Penosamente, a “alta crítica” tem empregado uma metodologia faltosa, caindo em alguns pressupostos questionáveis. E, devido aos seus resultados, ultimamente vem sendo descrita como “alta crítica destrutiva”.  (para melhor compreensão, veja o quadro comparativo acima)


C. S. Lewis, sem dúvida o apologista cristão mais influente do século 20, em seu artigo “A teologia moderna e a crítica da Bíblia”, tece os seguintes comentários:


“Em primeiro lugar, o que quer que esses homens possam ser como críticos da Bíblia, desconfio deles como críticos9  [...] Se tal homem chega e diz que alguma coisa, em um dos evangelhos, é lendária ou romântica, então quero saber quantas lendas e romances ele já leu, o quanto está desenvolvido o seu gosto literário para poder detectar lendas e romances, e não quantos anos ele já passou estudando aquele evangelho1 0 [...] os críticos falam apenas como homens; homens obviamente influenciados pelo espírito da época em que cresceram, espírito esse talvez insuficientemente crítico quanto às suas próprias conclusões1 1 [...] Os firmes resultados da erudição moderna, na sua tentativa de descobrir por quais motivos algum livro antigo foi escrito, segundo podemos facilmente concluir, só são ‘firmes’ porque as pessoas que sabiam dos fatos já faleceram, e não podem desdizer o que os críticos asseguram com tanta autoconfiança”.1 2 
 
Prove e veja

Na Universidade de Chicago, Divinity School, em cada ano eles têm o que chamam de “Dia Batista”, quando cada aluno deve trazer um prato de comida e ocorre um piquenique no gramado. Nesse dia, a escola sempre convida uma das grandes mentes da literatura no meio educacional teológico para palestrar sobre algum assunto relacionado ao ambiente acadêmico.


Certo ano, o convidado foi Paul Tillich,1 3 que discursou, durante duas horas e meia, no intuito de provar que a ressurreição de Jesus era falsa. Questionou estudiosos e livros e concluiu que, a partir do momento que não existiam provas históricas da ressurreição, a tradição religiosa da igreja caía por terra, porque estava baseada num relacionamento com um Jesus que, de fato, segundo ele, nunca havia ressurgido literalmente dos mortos.

Ao concluir sua teoria, Tillich perguntou à platéia se havia alguma pergunta, algum questionamento. Depois de uns trinta segundos, um senhor negro, de cabelos brancos, se levantou no fundo do auditório: “Dr Tillich, eu tenho uma pergunta, ele disse, enquanto todos os olhos se voltavam para ele. Colocou a mão na sua sacola, pegou uma maçã e começou a comer... Dr Tillich... crunch, munch... minha pergunta é muito simples... crunch, munch... Eu nunca li tantos livros como o senhor leu... crunch, munch... e também não posso recitar as Escrituras no original grego... crunch, munch... Não sei nada sobre Niebuhr e Heidegger... crunch, munch... [e ele acabou de comer a maçã] Mas tudo o que eu gostaria de saber é: Essa maçã que eu acabei de comer... estava doce ou azeda?

“Tillich parou por um momento e respondeu com todo o estilo de um estudioso: ‘Eu não tenho possibilidades de responder essa questão, pois não provei a sua maçã’.

“O senhor de cabelos brancos jogou o que restou da maçã dentro do saco de papel, olhou para o Dr. Tillich e disse calmamente: ‘O senhor também nunca provou do meu Jesus,  e como ousa afirmar o que está dizendo?”. Nesse momento, mais de mil estudantes que estavam participando do evento não puderam se conter. O auditório se ergueu em aplausos. Dr. Tillich agradeceu a platéia e, rapidamente, deixou o palco”.


É essa a diferença! 

É fundamental considerar que tudo o que engloba a fé genuinamente cristã está amparado em um relacionamento experimental (prático) com Deus. Sem esse pré-requisito, ninguém pode seriamente afirmar ser um cristão. Seria muito bom se os críticos se atrevessem a experimentar este relacionamento antes de tecerem suas conjeturas. Se assim fosse, certamente se lhes abriria um novo horizonte para suas proposições e, quem sabe, entenderiam que o sobrenatural não é uma brecha da lei natural, mas, sim, uma revelação da lei espiritual.


Notas

O fundamentalismo foi um movimento surgido nos Estados Unidos durante e imediatamente após a 1ª Guerra Mundial, a fim de reafirmar o cristianismo protestante ortodoxo e defendê-lo contra os desafios da teologia liberal, da alta crítica alemã, do darwinismo e de outros pensamentos considerados danosos para o cristianismo.
2 Adoração à Bíblia.

3
 Segundo a comparação clássica entre Deus e o fabricante de um relógio, Deus, no princípio, deu corda ao relógio do mundo de uma vez para sempre, de modo que ele agora continua com a história mundial sem a necessidade de envolvimento da parte de Deus. 

4
 O Iluminismo enfatizava a razão e a independência e promovia uma desconfiança acentuada da autoridade. A verdade deveria ser obtida por meio da razão, observação e experiência. O movimento foi dominado pelo anti-sobrenaturalismo e pelo pluralismo religioso. 

5
 ARCHER, Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? Edições Vida Nova, p.54.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol 1. Candeia, p. 122.
GEISLER, Norman. Enciclopédia de Apologética. Editora Vida, p.113.
8 Ibid. p. 116.
9 MCDOWELL, Josh. Evidência que exige um veredicto. Vol 2. Editora Candeia, p.522.
10 Ibid., p.526.
11 Ibid., p.526.
12 Ibid., p.528.
13 Paul Tillich nasceu em 20 de agosto de 1886, em Starzeddel, na Prússia Oriental, perto de Guben. Foi um teólogo-filósofo e representante do existencialismo religioso.  


* matéria colhida na revista Defesa da Fé.
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Fonte:http://solascriptura-tt.org/SeparacaoEclesiastFundament/TeologiaLiberal-Liberalismo-DRaphael.htm

A Vida e o Ministério de Agostinho de Hipona

15.02.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 12.03.2014
Por Alderi Matos

Na mesma época em que se desenrolavam na igreja grega ou oriental as controvérsias cristológicas, viveu no Ocidente aquele que seria considerado o maior dos pais da igreja – Aurélio Agostinho. Por sua genialidade, produtividade e influência, ele é considerado o equivalente latino do brilhante Orígenes. Agostinho foi o último dos grandes escritores cristãos da antiguidade e o precursor da teologia medieval, tendo também influenciado profundamente a teologia protestante do século 16. Ele deu à teologia ocidental características que a destacaram da oriental e contribuíram para o rompimento final das duas tradições.
O famoso bispo introduziu no pensamento cristão o conceito de “monergismo” (de monos = “um só” e ergon = “obra”), ou seja, que tanto na história humana como na salvação a atuação de Deus é plenamente soberana, em contraste com a posição “sinergista” aceita por vários séculos, com sua ênfase na cooperação das agências humana e divina. Essa posição de Agostinho nunca foi totalmente aceita pela sua igreja e foi rejeitada pela igreja oriental. Ainda assim, ele foi declarado um dos quatro doutores da igreja latina, ao lado de Ambrósio, Jerônimo e Gregório I.
Por causa da sua autobiografia, as Confissões, a vida de Agostinho é a mais conhecida dentre todos os pais da igreja. Ele nasceu em 354 em Tagaste, no norte da África (a moderna Argélia), não longe da grande cidade de Cartago (na atual Tunísia), e recebeu o nome de Aurelius Augustinus. Seu pai, Patrício, um funcionário público de classe média, era um pagão que só se converteu pouco antes de morrer em 372. A mãe, Mônica, era uma cristã piedosa de forte personalidade.
O jovem estudou em sua cidade natal e depois em Madaura e Cartago. Destacou-se na retórica latina, mas não conseguiu dominar a língua grega. Embora fosse um catecúmeno desde a infância, tinha paixão pelo teatro e somente disciplinou a sua sexualidade através da união com uma concubina (372-385), que lhe deu um filho, Adeodato, falecido por volta de 390. Desiludido com a Bíblia e fascinado pela filosofia através da leitura de uma obra do orador romano Cícero (Hortênsio), Agostinho voltou-se para o maniqueísmo, uma seita gnóstica, e depois para o ceticismo. Tornou-se professor de retórica em Tagaste e Cartago, e foi então para Roma (383) e Milão (384), sendo logo seguido por sua mãe, que estava interessada em seu progresso profissional e em seu retorno à igreja.
Em Milão, o jovem retórico recebeu a influência da filosofia neoplatônica, que o convenceu da existência do Ser transcendente imaterial e lhe deu uma nova compreensão do problema do mal como corrupção ou ausência do bem. Impressionou-se com a eloquência erudita e com a pregação alegórica do grande bispo Ambrósio (c. 339-397), considerado o maior orador sacro da antiga igreja latina.
Sua peregrinação culminou em agosto de 386 com a célebre experiência do jardim, narrada com detalhes nas Confissões. Enquanto conversava com o amigo Alípio sobre a mensagem do apóstolo Paulo, Agostinho sentiu-se tomado de profunda emoção. Afastando-se, ouviu uma criança cantar repetidamente tolle lege(“toma e lê”). Abrindo ao acaso a carta aos Romanos, leu os versos 13 e 14 do capítulo 13, convertendo-se afinal. Abandonando a carreira pública, abraçou a vida monástica e foi batizado por Ambrósio na páscoa de 387.
Ao retornar a Tagaste, após a morte de Mônica em Óstia, perto de Roma, começou a escrever contra o maniqueísmo e formou uma comunidade contemplativa. Ao fazer uma visita a Hipona, hoje na Argélia, foi ordenado sacerdote quase à força (391). Tornou-se bispo coadjutor em 395 e no ano seguinte, bispo de Hipona, cargo que exerceu até sua morte em 430. Sendo agora um líder da igreja e defrontando-se com grandes desafios, sua perspectiva transformou-se de modo decisivo. Passou a ter uma visão mais radicalmente bíblica do ser humano e da história, em contraste com o seu anterior humanismo otimista neoplatônico.
A teologia de Agostinho foi forjada e amadureceu no contexto de três grandes controvérsias nas quais se envolveu, a começar da sua luta contra os maniqueístas. Estes eram seguidores do profeta persa Mani (c. 216-276), que foi martirizado pelos romanos. Criam em duas forças eternas e iguais, o bem e o mal, em luta perpétua. Assim como os gnósticos, atribuíam o mal à matéria, criada pelo princípio do mal, e o bem ao espírito, criado pelo Deus bom. A alma ou espírito do homem era uma centelha do poder benigno que havia sido roubada pelas forças malignas e aprisionada na matéria. Quando jovem, Agostinho se sentira atraído por essa filosofia religiosa, que parecia explicar melhor que o cristianismo algumas das questões mais importantes da existência. Mais tarde, decepcionou-se com o movimento, principalmente após uma conversa com Fausto, o filósofo maniqueu mais importante.
Em sua principal obra contra o maniqueísmo, Da natureza do bem (c. 405), Agostinho argumentou que não é preciso admitir duas forças iguais e opostas no universo (dualismo) para explicar o mal. Este não é uma natureza ou substância, mas a corrupção da natureza boa criada por Deus ou uma privatio boni (ausência do bem). Ele usou dois argumentos: metafísico (toda natureza criada é inferior a Deus e passível de corrupção) e moral (o mal moral decorre do uso impróprio do livre-arbítrio). Agostinho utilizou a filosofia (no caso o neoplatonismo) contra o maniqueísmo, adaptando-a à fé cristã, algo que vinha sendo feito desde a época de Clemente de Alexandria e Orígenes, por causa do entendimento de que toda verdade é verdade de Deus, venha de onde vier. Ao mesmo tempo, discordou do neoplatonismo quanto à natureza de Deus (pessoal em contraste com o Uno impessoal) e à criação do mundo (a partir do nada ou ex nihiloem contraste com a eternidade da matéria). Com a ajuda da filosofia, Agostinho demonstrou racionalmente a superioridade do cristianismo e forneceu padrões para o pensamento cristão sobre temas como Deus, a graça, a criação, o pecado, o livre arbítrio e o mal. Empregou argumentos já conhecidos, porém de forma nova e atraente.
A segunda grande controvérsia de que Agostinho participou foi contra os donatistas. Esse cisma na igreja católica do norte da África, que resultou na formação de uma poderosa igreja rival, havia surgido após a última perseguição contra os cristãos, no início do 4° século (303-311). Os líderes iniciais do movimento, entre os quais estava um bispo chamado Donato, afirmavam que os bispos que tinham cooperado com os perseguidores romanos não eram legítimos e que os homens que eles haviam ordenado não eram sacerdotes cristãos. Os donatistas eram herdeiros da tradição rigorista ou moralista de O Pastor de Hermas e Tertuliano, e agora, na época de Agostinho, argumentavam que os bispos e sacerdotes católicos eram corruptos ou heréticos, e por isso os sacramentos que ministravam não eram válidos. Nessas alegações, apelavam inclusive aos escritos de Cipriano.
Ao lutar contra os donatistas, em obras como Sobre o batismo, Agostinho salientou duas questões: a natureza da igreja e a validade dos sacramentos. A ênfase principal dos donatistas era a pureza da igreja: esta era considerada a congregação dos santos, tanto na terra como no céu, sendo sempre um pequeno remanescente fiel. Rejeitando essa eclesiologia, Agostinho argumentou que os donatistas é que eram impuros, por destruírem a unidade da igreja e caírem no pecado do cisma. Para ele, a igreja inclui todos os tipos de pessoas, contendo em si tanto o bem como o mal (o trigo e o joio) até a separação definitiva no último dia.
Quanto aos sacramentos, ele insistiu que o batismo e a Eucaristia transmitem a graça de Deus ex opere operato, ou seja, “em virtude do próprio ato”, independentemente da condição moral e espiritual do oficiante. Os sacramentos provêm de Cristo e o seu poder e eficácia baseiam-se na santidade de Cristo, que não pode ser corrompida por ministros indignos “assim como a luz do sol não é corrompida ao brilhar através de um esgoto”. Portanto, um sacramento é válido mesmo quando ministrado por um sacerdote imoral ou herético, contanto que tenha uma ordenação válida e esteja em comunhão com a igreja. Ele é mero instrumento da graça de Cristo.
Sem dúvida, a controvérsia mais importante na qual se envolveu Agostinho, e aquela que trouxe consequências mais profundas para sua teologia, foi a que ele manteve contra o pelagianismo. Pelágio era um monge britânico que nasceu em meados do século 4°. Por volta de 405 ele foi para Roma e depois seguiu para o norte de África, mas não chegou a se encontrar com Agostinho. Foi então para a Palestina e escreveu dois livros sobre o pecado, o livre-arbítrio e a graça: Da natureza e Do livre-arbítrio. Embora criticado fortemente por Agostinho e seu amigo Jerônimo (†420), comentarista bíblico e tradutor daVulgata Latina, ele foi inocentado por um sínodo reunido na Palestina em 415. Todavia, foi condenado como herege pelo bispo de Roma (417-418) e pelo Concílio de Éfeso (431). Pelágio era um cristão moralista que achava que a crença numa tendência natural para o pecado era um desestímulo para que os cristãos vivessem vidas virtuosas.
Pelágio foi acusado de três heresias. Primeiro, negou o pecado original no sentido de culpa herdada, no que era acompanhado por muitos cristãos orientais. Dizia que as pessoas pecam porque nascem num mundo corrompido e são influenciadas pelos maus exemplos ao seu redor, mas que elas não têm uma tendência natural para pecar. Se elas pecam é porque decidem fazê-lo deliberadamente. Em segundo lugar, ele negou que a graça sobrenatural de Deus seja essencial para a salvação. Tudo de que os cristãos precisam é a iluminação dada pela Palavra de Deus e por sua própria consciência. Finalmente, afirmou a possibilidade, pelo menos teórica, de se viver uma vida sem pecado mediante o uso correto do livre-arbítrio. Todo ser humano se encontra na situação de Adão antes da queda, podendo optar por viver em perfeita obediência à lei de Deus.
Reagindo contra os ensinos de Pelágio, Agostinho desenvolveu a sua própria soteriologia, que parte de duas convicções centrais: a total corrupção dos seres humanos após a queda e a absoluta soberania de Deus. Suas principais obras antipelagianas foram: Do Espírito e da letra (412), Da natureza e da graça (415), Da graça de Cristo e do pecado original (418), Da graça e do livre arbítrio (427) e Da predestinação dos santos (429). Ele também tratou dessas questões em outras obras, tais como o Enchiridion (421) e A cidade de Deus (c. 413-427).
Apelando a ensinos do apóstolo Paulo, como Romanos 5.12-21, Agostinho afirmou que todos os seres humanos, inclusive os filhos dos cristãos, nascem culpados e totalmente corrompidos por causa do pecado de Adão e da natureza pecaminosa herdada dele, estando sujeitos à condenação eterna. Eles fazem parte de uma “massa de perdição”. Essa situação só é desfeita pelo batismo (o sacramento da regeneração), pelo arrependimento e pela graça sacramental. A vida cristã virtuosa é inteiramente uma obra da graça de Deus e de modo algum um produto do esforço humano ou do livre-arbítrio, sem a graça capacitadora. Por causa da corrupção herdada, o ser humano não tem liberdade para não pecar (non posse non peccare).
Para Agostinho, o livre-arbítrio era simplesmente fazer o que se deseja fazer, agir de acordo com a própria natureza, não incluindo a capacidade da escolha contrária, como era sustentado por Pelágio e seus seguidores. Assim, as pessoas são livres para pecar, mas não para não pecar: pecar é tudo o que elas querem fazer sem a graça interveniente de Deus.
Portanto, a graça soberana de Deus é absolutamente necessária para qualquer decisão ou ação positiva do ser humano caído. As criaturas humanas estão de tal modo corrompidas que, se Deus não lhes concedesse o dom da fé, nem sequer se voltariam para ele. Se fosse possível alcançar a retidão somente pela natureza e pelo livre-arbítrio, sem a graça sobrenatural, Cristo teria morrido em vão. Deus determina ou predestina de modo soberano tudo o que acontece.
Em sua última obra, Da predestinação dos santos, Agostinho afirmou que Deus escolhe alguns indivíduos do meio da massa humana de perdição para receberem a dádiva da fé, e deixa os outros em sua merecida perdição. É aquilo que mais tarde seria descrito como “eleição incondicional” e “graça irresistível”. Agostinho não explicou satisfatoriamente certas questões difíceis levantas pela sua soteriologia (Deus é o autor do mal? Como conciliar a soberania de Deus e a responsabilidade humana? Por que Deus não salva a todos?), deixando-as na esfera dos mistérios. Para ele, a verdade fundamental é o fato de que Deus é a causa suprema de todas as coisas e não há nada no universo que esteja fora do seu controle ou que possa frustrar a sua vontade.
Além da doutrina da igreja e dos sacramentos e da doutrina da graça, outra contribuição fundamental do bispo de Hipona foi sua exposição da doutrina trinitária no valioso tratado De Trinitate (Sobre a Trindade). Partindo do fundamento lançado pelos pais capadócios, cuja teologia conheceu por meio de Hilário de Poitiers, Agostinho deu mais ênfase à unidade da essência divina do que à diversidade de pessoas. Enquanto os capadócios partem da diversidade de pessoas para ir em direção à unidade, ele usa o processo inverso. Prefere falar em relações ao invés de pessoas (a unidade divina acima da diversidade). Ao explicar a procedência do Espírito Santo, diz que ele é o vínculo de amor entre o Pai e o Filho, o que deu origem ao debate medieval sobre a cláusula Filioque (“e do Filho”), presente no Credo Niceno.
Agostinho argumentou que todas as coisas, pelo fato de terem sido criadas pelo Deus triúno, levam a marca da Trindade. Assim sendo, deu uma contribuição inovadora ao introduzir o “modelo psicológico” da Trindade. Comparou a unidade de Deus com a unidade do ser humano e equiparou a Trindade a três faculdades internas da alma ou aspectos da personalidade humana: a memória, o entendimento e a vontade. Uma de suas últimas obras foi Retractationes ou Revisões(426-427), nas quais arrolou seus escritos, corrigindo-se e defendendo-se em alguns pontos. Outros temas da teologia de Agostinho foram o conhecimento como iluminação da mente pelo Verbo de Deus; a existência e o ser de Deus; a criação, a natureza do tempo e a escatologia. Curiosamente, ele nunca explorou a fundo o campo da cristologia.
Sua obra-prima foi A cidade de Deus, na qual fez uma grande síntese do pensamento cristão. Começou com uma apologia contra alegações de que, em última análise, o cristianismo havia sido responsável pelo saque de Roma pelos visigodos no ano 410. O livro acabou se tornando uma grande interpretação da história romana e cristã, analisada teológica e escatologicamente através dos complexos destinos terrenos de duas “cidades” criadas por amores conflitantes (amor próprio e amor a Deus). Segundo ele, o reino de Deus não se identificava com nenhuma civilização humana e não seria afetado pelo declínio do Império Romano. Ironicamente, Agostinho morreu quando a África romana sucumbia diante dos vândalos que cercavam Hipona. A civilização romana clássica estava desmoronando, mas havia surgido uma nova cultura cristã, que alcançaria seu maior esplendor na Idade Média.
Fonte: Revista Fé Para Hoje N.40 (Artigo 3)
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/653/A_Vida_e_o_Ministerio_de_Agostinho_de_Hipona

O Plano de Deus para a Agenda Gay

15.02.2016
Do portal MINISTÉRIO FIEL, 10.05.2007
Por John MacArthur

Se você tem visto os títulos de manchetes de jornais nos últimos anos, talvez tenha observado o incrível aumento do interesse por afirmar a homossexualidade. Quer esteja no âmago de um escândalo religioso, de corrupção política, de legislação radical e da redefinição do casamento, o interesse homossexual tem caracterizado a América. Isso é uma indicação do sucesso da agenda gay. Mas, infelizmente, quando as pessoas se recusam a reconhecer a pecaminosidade do homossexualismo — chamando o mal bem e o bem, mal (Is 5.20), elas o fazem em prejuízo de muitas almas e, talvez, de si mesmas.
Como você deve reagir ao sucesso da agenda gay? Deve aceitar a tendência recente em direção à tolerância? Ou ficar ao lado daqueles que excluem os homossexuais e condenam com veemência o pecado? A Bíblia nos exorta a um equilíbrio entre o que as pessoas consideram duas reações opostas — condenação e compaixão. De fato, essas duas atitudes juntas são elementos essenciais do amor bíblico, do qual os homossexuais necessitam desesperadamente. Os defensores do homossexualismo têm sido notavelmente eficazes em promover suas interpretações distorcidas de passagens da Bíblia. Quando você pergunta a um homossexual o que a Bíblia diz a respeito da homossexualidade — e muitos deles o sabem — percebe que eles absorveram um interpretação que não é somente distorcida, mas também completamente irracional. Os argumentos a favor dos homossexuais extraídos da Bíblia são nuvens de fumaça — à medida que nos aproximamos deles, vemos com clareza o que está por trás.
Deus condena a homossexualidade, e isto é muito evidente. Ele se opõe à homossexualidade em todas as épocas. Na época dos patriarcas (Gn 19.1-28) Na época da Lei de Moisés (Lv 18.22; 20.13) Na época dos Profetas (Ez 16.46-50) Na época do Novo Testamento (Rm 1.18-27; 1 Co 6.9-10; Jd 70-8) Por que Deus condena a homossexualidade? Porque ela transtorna o plano fundamental de Deus para as relações humanas — um plano que retrata o relacionamento entre um homem e uma mulher (Gn 2.18-25; Mt 19.4-6; Ef 5.22-33). Então, por que as interpretações homossexuais das Escrituras têm sido tão bem-sucedidas em persuadir inúmeras pessoas? A resposta é simples: as pessoas se deixam convencer. Visto que a Bíblia é tão clara a respeito deste assunto, os pecadores têm resistido à razão e aceitado o erro, a fim de acalmarem a consciência que os acusa (Rm 2.14-16). Conforme disse Jesus: “Os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19-20). Se você é um crente, não deve comprometer o que a Bíblia diz a respeito da homossexualidade — jamais.
Não importa o quanto você deseja ser compassivo para os homossexuais, o seu primeiro amor é ao Senhor e à exaltação da justiça dEle. Os homossexuais se mantêm em rebeldia desafiante contra a vontade de seu Criador, que, desde o princípio, “os fez homem e mulher” (Mt 19.4). Não se deixe intimidar pelos defensores do homossexualismo e por sua argumentação fútil — os argumentos deles não têm conteúdo. Os homossexuais e os que defendem esse pecado estão comprometidos fundamentalmente em transtornar a soberania de Cristo neste mundo. Mas a rebelião deles é inútil, visto que o Espírito Santo afirma: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Co 6.9-10; cf. Gl 5.19-21). Então, qual a resposta de Deus à agenda homossexual? O julgamento certo e final. Afirmar qualquer outra coisa, além disso, é adulterar a verdade de Deus e enganar aqueles que estão em perigo. Quando você interage com homossexuais e seus simpatizantes, tem de afirmar a condenação bíblica.
Você não está procurando lançar condenação sobre os homossexuais, está tentando trazer convicção, de modo que eles se convertam do pecado e recebam a esperança da salvação para todos nós, pecadores. E isso acontece por meio da fé no Senhor Jesus Cristo. Os homossexuais precisam de salvação. Não precisam de cura — o homossexualismo não é uma doença. Eles não carecem de terapia — o homossexualismo não é uma condição psicológica. Os homossexuais precisam de perdão, porque a homossexualidade é um pecado.
Não sei como aconteceu, mas algumas décadas atrás alguém rotulou os homossexuais com o incorreto vocábulo “gay”. Gay, no inglês, significava uma pessoa feliz, mas posso assegurar-lhe: os homossexuais não são pessoas felizes. Eles procuram felicidade seguindo prazeres destrutivos. Esta é a razão por que Romanos 1.26 chama o desejo homossexual de “paixão infame”. É uma concupiscência que destrói o corpo, corrompe os relacionamentos e traz sofrimento perpétuo à alma — e o seu fim é a morte (Rm 7.5). Os homossexuais estão experimentando o juízo de Deus (Rm 1.24, 26, 28) e, por isso, são infelizes — muito, muito infelizes. 1 Coríntios 6 é bem claro a respeito das conseqüências eternas que sobrevirão àqueles que praticam a homossexualidade — mas existem boas-novas. Não importa o tipo de pecado, quer seja homossexualidade, quer seja outra prática, Deus oferece perdão, salvação e esperança da vida eterna àqueles que se arrependem e aceitam o evangelho. Depois de identificar os homossexuais como pessoas que não “herdarão o reino de Deus”, Paulo disse: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.11). O plano de Deus para muitos homossexuais é a salvação. Nos dias de Paulo, havia ex-homossexuais na igreja de Corinto, assim como, em nossos dias, existem muitos ex-homossexuais em minha igreja e em igrejas fiéis ao redor do mundo. Eles ainda lutam contra a tentação homossexual? Com certeza. Que crente não luta contra os pecados de sua vida anterior? Até o grande apóstolo Paulo reconheceu essa luta (Rm 7.14- 25). No entanto, ex-homossexuais assentam-se nos bancos de igrejas bíblicas em todo o mundo e louvam o Senhor, ao lado de ex-fornicadores, ex-idólatras, ex-adúlteros, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-beberrões, ex-injuriadores e ex-defraudadores. Lembrem-se: alguns de vocês eram assim.
Qual deve ser a nossa resposta à agenda homossexual? Oferecer-lhe uma resposta bíblica — confrontála com a verdade das Escrituras, que condena a homossexualidade e promete castigo eterno para todos os que a praticam. Qual deve ser a nossa resposta ao homossexual? Oferecerlhe uma resposta bíblica — confrontá-lo com a verdade das Escrituras, que o condena como pecador e lhe mostra a esperança da salvação, por meio do arrependimento e da fé em Jesus Cristo. Permaneçam fiéis ao Senhor, quando reagirem à homossexualidade, honrando a Palavra de Deus e deixando com Ele os resultados.
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/296/O_Plano_de_Deus_para_a_Agenda_Gay