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quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Vontade de Deus

29.07.2015
Do portal do MINISTÉRIO FIEL, 24.06.13
 
Qual é a vontade de Deus e como a conhecemos?

Romanos 12:1-2

1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

O propósito de Romanos 12:1-2 é que tudo na vida deveria se tornar uma "adoração espiritual". O versículo 1: "Apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional". O propósito de toda a vida humana aos olhos de Deus é que Cristo seja tão precioso quanto ele é. A adoração significa usar nossas mentes, corações e corpos para expressar o valor de Deus e tudo o que ele representa para nós em Jesus. Há uma forma de viver - uma forma de amar - que realiza isso. Existe uma forma de executar seu trabalho que expressa o verdadeiro valor de Deus. Se você não pode encontrá-la, talvez, signifique que você precisa mudar de emprego. Ou pode ser que o versículo 2 não esteja se cumprindo na extensão que deveria.

O versículo 2 é a resposta de Paulo sobre como tornamos tudo em nossa vida uma adoração. Precisamos ser transformados.  Não apenas nosso comportamento externo, mas a forma que sentimos e pensamos - nossas mentes. O versículo 2: "Mas transformai-vos pela renovação da vossa mente".

Tornar-se o que você é

Aqueles que creem em Cristo Jesus já são novas criaturas compradas com sangue. "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura" (2 Coríntios 5:17). Porém, agora, precisamos nos tornar o que nós somos. "Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento" (1 Coríntios 5:7).

"E vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (Colossenses 3:10). Você foi criado novo em Cristo; e agora você é renovado dia a dia. É nisso que focamos na última semana.

Agora, focamos na última parte do versículo 2, o propósito da mente renovada: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, [agora, surge o propósito]  para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". Desse modo, este artigo terá como foco o sentido da expressão "vontade de Deus" e como podemos conhecê-la.

As duas vontades de Deus

Há dois sentidos claros e muito diferentes para a expressão "vontade de Deus" na Bíblia. Precisamos conhecê-los e definir qual deles é usado em Romanos 12:2. De fato, saber a diferença entre esses dois sentidos da "vontade de Deus" é crucial para entendermos um dos maiores e mais perplexos fatos em toda a Bíblia, que Deus é soberano sobre todas as coisas. Significa que Deus desaprova algumas coisas que ele ordena que aconteçam. Isto é, ele proíbe algumas das coisas em que ele é a causa. E ele ordena algumas das coisas em que causa obstáculo. Ou, para expressar isso de um modo paradoxal: Deus deseja que alguns eventos ocorram em um sentido que ele não deseja em outro sentido.

1. A vontade de decreto ou vontade soberana de Deus

Vamos examinar as passagens da Escritura que nos fazem pensar dessa forma. Primeiro, considere as que descrevem "a vontade de Deus" como seu controle soberano sobre tudo o que acontece. Uma das mais explícitas é o modo como Jesus falou da vontade de Deus no Getsê mani quando orou . Ele disse em Mateus 26,39: "Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres". A quê a vontade de Deus se refere nesse versículo? Ela se refere ao plano soberano de Deus que ocorrerá nas próximas horas. Você relembra como Atos 4:27- 28 declara isto; "Porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram". Portanto, a "vontade de Deus" era que Jesus morresse. Esse foi o seu plano, seu decreto. Não havia como mudá-lo e Jesus se curvou e disse: "Aqui está o meu pedido, mas faça o que for melhor". Essa é a vontade soberana de Deus.

E não deixe de entender um conceito bastante crucial aqui que inclui os pecados do homem. Herodes, Pilatos, os soldados, os líderes judeus - todos eles pecaram ao cumprirem a vontade de Deus, que seu Filho fosse crucificado (Isaías 53:10). Desse modo, entenda esse aspecto com muita clareza: Deus deseja que aconteçam algumas coisas que ele odeia.

Aqui há um exemplo de Pedro. Em 1 Pedro 3:17, ele escreve: "Porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal". Em outras palavras, talvez seja a vontade de Deus que cristãos sofram por fazer o bem. Ele tem em mente a perseguição. Mas a perseguição de cristãos que não merecem isso é pecado. Por conseguinte, Deus, às vezes, deseja que eventos aconteçam e que incluam o pecado. "É melhor sofrer por fazer o bem, se isso tiver que ser a vontade de Deus".

Paulo apresenta uma declaração sintética e abrangente dessa verdade em Efésios 1:11: 

"Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade". A vontade de Deus é o governo soberano dele em tudo o que acontece. E há muitas outras passagens na Bíblia ensina ndo que a providência de Deus sobre o universo se estende aos detalhes mais simples da natureza e decisões humanas. Nenhum pardal cairá por terra sem o consentimento de vosso Pai (Mateus 10:29). "A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão" (Provérbios 16:33). "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor" (Provérbios 16:1). "Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, inclina-o" (Provérbios 21:1).

Este é o primeiro sentido da vontade de Deus: o controle soberano de Deus sobre todas as coisas. Chamaremos isso de "vontade soberana" ou "vontade de decreto" de Deus. Ela não pode ser quebrada. Ela sempre acontece. "Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: 'O que fazes?'" (Daniel 4:35).

2. A vontade de preceito de Deus

Agora, o outro sentido da "vontade de Deus" na Bíblia é que podemos nos referir à "vontade de preceito". Sua vontade é o que ele nos manda fazer. Essa é a vontade de Deus que podemos desobedecer e podemos falhar em cumprir. A vontade de decreto de Deus, nós a cumpriremos ainda que creiamos nela ou não. Já a vontade de preceito, podemos falhar em cumpri-la. Por exemplo, Jesus disse: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mateus 7:21). Nem todos cumprem a vontade de seu Pai. Ele declara assim. "Nem todos entrarão no reino dos céus". Por quê? Porque nem todos fazem a vontade de Deus.

Paulo afirma em 1 Tessalonicenses 4:3: "Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição". Aqui, temos um exemplo muito específico sobre o que Deus preceitua para nós: santidade, santificação, pureza sexual. Essa é sua vontade de preceito. Mas, ó, muitos não a obedecem.

Então, Paulo declara em 1 Tessalonicenses 5:18: "Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco". Novamente, há um aspecto específico de sua vontade de preceito: em tudo, dai graças. No entanto, muitos não cumprem essa vontade de Deus.

Mais um exemplo: "Ora, o mundo passa, bem como a sua ganância; aquele, porém, que faz a vontade de Deus, permanece eternamente" (1 João 2:17). Nem todos permanecem para sempre. Alguns permanecem, outros não. A diferença? Alguns fazem a vontade de Deus, outros não. A vontade de Deus, nesse sentido, nem sempre acontece.

Assim, concluo dessas passagens e de muitas outras da Bíblia, que há duas formas de falar a respeito da vontade de Deus. Ambas são verdadeiras e importantes para se compreender e crer. Uma, podemos chamar vontade de decreto de Deus (ou sua vontade soberana) e a outra, podemos chamar vontade de preceito de Deus. Sua vontade de decreto sempre acontece independente se cremos nela ou não. Sua vontade de preceito pode ser quebrada.

A preciosidade dessas verdades

Antes de relacionarmos as duas formas da vontade de Deus à passagem de Romanos 12:2, permita-me comentar como são preciosas essas duas verdades. Ambas correspondem a uma profunda necessidade que todos temos quando somos profundamente machucados ou vivenciamos grande perda. Por um lado, precisamos ter a segurança de que Deus está no controle e, portanto, é capaz de fazer com que todo sofrimento e perda cooperem para o meu bem e o bem de todos os que o amam. Por outro lado, necessitamos saber que Deus é solidário conosco e não tem prazer no pecado ou sofrimento em si mesmo ou do que advém deles mesmos. Essas duas necessidades correspondem à vontade de decreto de Deus e à sua vontade de preceito.

Por exemplo, se você foi severamente violentado quando criança e alguém lhe pergunta: "Você considera que isso foi a vontade de Deus?" Você, agora, tem uma maneira de formular um sentido bíblico para es sa experiência e apresentar uma resposta que não contradiz a Bíblia. Você pode dizer: "Não, isso não foi a vontade de Deus, porquanto ele preceitua que os seres humanos não sejam violentos, mas que amem uns aos outros. A violência quebrou seu mandamento e, por conseguinte, moveu seu coração com ira e tristeza (Marcos 3:5). Mas, em outro sentido, sim, foi a vontade de Deus (sua vontade soberana), porque há centenas de modos como ele poderia ter impedido esse acontecimento. Todavia, por razões que não entendemos plenamente ainda, ele não o fez".

E correspondendo a essas duas vontades, há duas coisas de que o cristão precisa nessa situação: uma é um Deus que é forte, soberano o bastante para transformar isso para o bem; e a outra é um Deus que é capaz de ser solidário com você. Por um lado, Cristo é um soberano grande Rei e nada acontece além de sua vontade (Mateus 28:18). Por outro lado, Cristo é um Sumo Sacerdote e se solidariza com sua fraqueza e sofrimento (Hebreus 4:15). O Espírito Santo nos conquista e vence nossos pecados quando ele deseja (João 1:13; Romanos 9:15 -16), e permite a si mesmo ficar entristecido, ser apagado e sentir ira quando ele o quiser (Efésios 4:30; 1 Tessalonicenses 5:19). Sua vontade soberana é invencível e sua vontade de preceito pode ser deploravelmente quebrada.

Precisamos de ambas verdades - dessas duas compreensões da vontade de Deus - não apenas para conferir sentido à Bíblia, mas para nos apegarmos firmemente a Deus quando estivermos sofrendo.

Qual das duas vontades é referida em Romanos 12:2?

Agora, qual dessas verdades é referida em Romanos 12:2: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus"? A resposta é que Paulo se refere à vontade de preceito de Deus. Digo isso por, pelo menos, duas razões. Uma é que Deus não tem a intenção de que saibamos sua vontade soberana antecipadamente. "As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós" (Deuteronômio 29:29). Se você deseja saber os detalhes futuros da vontade de decreto de Deus, você não quer uma mente renovada, você quer uma bola de cristal. Isso não se chama transformação e obediência; chama-se adivinhação, vaticínio.

A outra razão para dizer que a vontade de Deus em Romanos 12:2 é a vontade de preceito e não sua vontade de decreto é que a frase "para que experimenteis qual seja a boa" implica que devemos aprovar a vontade de Deus e então, obedientemente, cumpri-la. Porém, de fato, não devemos aprovar o pecado ou praticá-lo, embora ele seja parte da vontade soberana de Deus. O sentido de Paulo em Romanos 12:2 é parafraseado em Hebreus 5:14: "Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal". (Veja outra paráfrase em Filipenses 1:9-11). Esse é o propósito do versículo: não se referir à secreta vontade de Deus que ele planeja realizar, mas ao discernimento da vontade revelada de Deus que deveríamos cumprir.

Três estágios do conhecimento e do cumprimento da vontade revelada de Deus

Há três estágios do conhecimento e cumprimento da vontade revelada de Deus, isto é, sua vontade de preceito; e toda ela requer a renovação da mente com o Espírito Santo concedendo o discernimento de que falamos anteriormente.

Primeiro estágio

Primeiro, a vontade de preceito de Deus é revelada com autoridade definitiva e decisiva somente na Bíblia. E precisamos da mente renovada para compreender e aceitar o que Deus preceitua na Escritura. Sem a mente renovada, distorceremos as Escrituras para evitar obedecer a seus mandamentos radicais de abnegação, amor, pureza e suprema satisfação em Cristo somente. A vontade de preceito autoritária de Deus é encontrada apenas na Bíblia. Paulo afirma que as Escrituras são inspiradas e tornam o cristão "perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Timóteo 3:17). Não apenas para algumas boas obras. "Toda boa obra". Ó, quanta energia, tempo  e devoção os cristãos deveriam dedicar meditando na Palavra de Deus escrita.

Segundo estágio

O segundo estágio da vontade de preceito de Deus é nossa aplicação da verdade bíblica às novas situações que talvez sejam tratadas explicitamente na Bíblia. A Bíblia não fala com qual pessoa se casar, ou qual carro dirigir, ou se  deve possuir uma casa, ou onde deve desfrutar suas férias, qual plano de telefone celular você deve comprar, qual a melhor marca de suco de laranja que deve consumir. Ou mil outras escolhas que você deve fazer.

É necessário que tenhamos uma mente renovada; que seja tão moldada e tão dirigida pela vontade revelada de Deus na Bíblia que percebamos e avaliemos todos os fatores relevantes com a mente de Cristo, e discirnamos o que Deus nos chama a realizar. É muito diferente de tentar constantemente ouvir a voz de Deus dizendo faça isso ou faça aquilo. As pessoas que tentam conduzir suas vidas ouvindo vozes não estão em harmonia com Romanos 12:2.

Há uma diferença imensa entre orar e trabalhar para uma mente renovada que discerne como aplicar a Palavra de Deus, por um lado, e o hábito de pedir a Deus para lhe dar uma nova revelação sobre o que fazer, por outro lado. Adivinhação não requer transformação. O propósito de Deus é uma nova mente, uma nova forma de pensar e julgar, não apenas nova informação. Seu propósito é que sejamos transformados, santificados, libertos pela verdade de sua Palavra revelada (João 8:32; 17:17). Assim, o segundo estágio da vontade de preceito de Deus é o discernimento da aplicação das Escrituras às novas situações da vida por meio de uma mente renovada.

Terceiro estágio

Finalmente, o terceiro estágio da vontade de preceito de Deus se refere à vasta maioria de nós, que não reflete antes de agir. Arrisco-me a dizer que em 95% do seu comportamento você não premedita. Isto é, a maioria de seus pensamentos, atitudes e ações são espontâneas. São apenas extravasamento do que está no interior. Jesus disse: "Porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau, do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo" (Mateus 12:34-36).

Por que chamo isso de parte da vontade de preceito de Deus? Por uma razão. Porque Deus preceitua coisas como: não se ire. Não seja orgulhoso. Não cobice. Não fique ansioso. Não seja ciumento. Não seja invejoso. E nenhuma des sas ações são premeditadas. Ira, orgulho, cobiça, ansiedade, ciúme, inveja - elas todas surgem no coração sem a reflexão ou intenção. E somos culpados por causa delas. Elas quebram o mandamento de Deus.

Portanto, não está claro que há uma grande tarefa na vida cristã? Ser transformado pela renovação de sua mente. Precisamos de novos corações e novas mentes. Faça com que a árvore seja boa e o fruto será bom (Mateus 12:33). Esse é o grande desafio. É o que Deus o desafia a fazer. Você não pode fazer isso com suas próprias forças. Você precisa de Cristo, que morreu por seus pecados. E você precisa do Espírito Santo para conduzi-lo à verdade que exalta a Cristo .

Entregue-se a isso. Mergulhe na Palavra de Deus; sature sua mente com ela. E ore para que o Espírito de Cristo faça você tão novo que o extravasamento seja bom, agradável e perfeito - a vontade de Deus.
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/535/A_Vontade_de_Deus

Discipulado: o que é, o que fazer e como começar

29.07.2015
Do portal do Ministério Fiel, 20.07.15
Por Bobby Jamieson    

 DiscipuladoEIgreja-ComoComecarE
Novos membros de igreja têm muitas perguntas. Uma muito comum é: Como eu me envolvo em um relacionamento de discipulado?

Que importante pergunta! Discipulado é crucial para o nosso crescimento cristão enquanto indivíduos, assim como para tornar o evangelho visível em nossa vida comunitária como igreja. Assim, nós fazemos todo o possível para cultivar uma cultura de discipulado em nossa igreja.

1. O que queremos dizer por “discipulado”?

Em certo sentido, quase tudo o que fazemos como igreja local é sobre ser e fazer discípulos. Os cânticos cantados, as orações oradas e, certamente, os sermões pregados todos almejam nos edificar para sermos discípulos que glorifiquem a Deus.

Mas, neste folheto, temos algo mais específico em mente ao usarmos a palavra “discipulado”. 

Estamos pensando particularmente em relacionamentos individuais. Mais formalmente, estamos falando sobre o encorajamento intencional e o treinamento de discípulos de Jesus com base em relacionamentos deliberadamente amorosos.

Jesus nos diz para acompanharmos uns aos outros deste modo: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (João 15.12). Como Jesus amou os seus discípulos de maneiras que possam ser imitadas? Ele os amou intencional, propositada, humilde, alegre e normalmente. Vamos pensar nessas descrições.

Intencional: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros [...]” (João 15.16a). Jesus não simplesmente esbarrou em seus discípulos; ele tomou uma amorosa iniciativa. Ele os escolheu. O amor semelhante ao de Cristo não é passivo; ele toma iniciativa. Amar outros cristãos como Cristo nos amou significa tomar a iniciativa.

Propositado: “e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15.16b). O amor de Cristo por seus discípulos é propositado. Ele os chamou a darem fruto para a glória de Deus. Em outras palavras, o seu amor não é meramente sentimental, mas tem o compromisso maravilhoso de glorificar a Deus. Se havemos de amar uns aos outros como Cristo nos amou, certamente iremos compartilhar os objetivos de Jesus para conosco, isto é, o bem espiritual dos nossos amigos e a glória de Deus por meio da alegria deles no evangelho.

Humilde: Jesus diz: “Como o Pai me amou, também eu vos amei” (João 15.9) e “Já não vos chamo servos, [...] mas tenho-vos chamado amigos” (João 15.15a). Jesus condescende em ser nosso amigo, muito embora esteja ele infinitamente acima e além de nós em majestade, santidade e honra. Certamente, então, nós devemos nos relacionar com toda a humildade com nossos irmãos e irmãs com quem compartilhamos a queda. Nós os tratamos como amigos a quem amamos, não como “projetos” ou “inferiores”. Nós não nos colocamos por cima, antes honramos e cuidamos.

Alegre: “Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós” (João 15.11, ARC). Jesus nos ordena a amarmos uns aos outros a fim de conhecermos a sua alegria. 

Cuidar de outros cristãos e encorajar o seu crescimento na graça pode ser trabalho árduo. Mas é um trabalho maravilhoso e Jesus diz que é um trabalho que traz alegria!

Normal: Jesus torna esse tipo de discipulado amoroso o seu mandamento básico para todo o seu povo e, assim, algo normal para todos os cristãos. Ouça novamente: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. Não é surpreendente que você encontre essa conversa sobre o discipulado cristão básico ao longo da Palavra de Deus:
  • “Exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hebreus 3.13).
  • “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12.10).
  • “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo” (1 Tessalonicenses 5.11).
O Novo Testamento está cheio de tais exortações. Jesus e os apóstolos não desejavam que o discipulado entre cristãos fosse excepcional, e sim normal.
Como um membro de nossa igreja, nós desejamos que você seja
  • intencional,
  • proposital,
  • humilde
  • e alegre
à medida que nós trabalhamos juntos para tornar normal esse tipo de relacionamento entre indivíduos.

Faça isso deixando que as pessoas o conheçam. Faça isso trabalhando para conhecê-las. De fato, todo o nosso trabalho consiste em cultivar uma cultura de discipulado neste lugar.

2. O que queremos dizer por uma “cultura de discipulado”?

Você provavelmente ouvirá bastante essa expressão entre nós. A maioria dos dicionários define “cultura” mais ou menos como “os valores, objetivos e práticas compartilhados que caracterizam um grupo”. É basicamente isso o que temos em mente no que se refere ao discipulado em nossa igreja. Nós não queremos apenas um programa, queremos que o amor e o encorajamento mútuos sejam um valor, um objetivo e uma prática que caracterizem cada um de nós de maneira crescente.

Programas formais não são necessariamente ruins, mas nós queremos ter certeza de que não nos desviamos do ideal bíblico. E o ideal bíblico, como dissemos, é nos tornarmos um lugar em que seja normal tomar a iniciativa de fazer o bem espiritual uns aos outros. Nós não precisamos nos inscrever em nada nem obter permissão alguma para começarmos a amar nossos companheiros de membresia dessa maneira. Tampouco você deseja uma igreja na qual o discipulado ocorre apenas quando sustentado pela liderança. Essa não é uma igreja saudável! Não, nós queremos que você ore e pense em como pode se envolver. E então converse com um presbítero ou algum outro membro sobre suas oportunidades e mordomias peculiares.

3. O que eu devo fazer em um relacionamento de discipulado?

O aspecto mais significativo de qualquer relacionamento de discipulado, com frequência, não é exatamente o que vocês fazem ao se encontrarem, mas o fato de vocês edificarem um relacionamento que tenha a verdade bíblica em seu âmago. Desse modo, não há um “programa estabelecido” para relacionamentos de discipulado em nossa igreja. Os membros fazem uma variedade de coisas:
  • Reúnem-se semanalmente para discutir o sermão de domingo, um livro cristão ou um livro da Bíblia.
  • Participam juntos de um Seminário Essencial[1] e discutem aplicações específicas para a vida uns dos outros.
  • Convidam membros solteiros para se ajuntarem às devoções familiares.
  • Acompanham mães com crianças pequenas em suas caminhadas.
  • Ajudam pais no trabalho de jardinagem e buscam conselhos.
  • Agendam “dias de jogos” para as crianças e conversam sobre o sermão dominical da noite.
Os exemplos abundam e os locais de encontro são flexíveis. O que é importante, de novo, é que você busque uma ocasião na qual tenha tempo para se relacionar com outro membro com o alvo intencional de encorajar e ser encorajado pela verdade da Palavra de Deus.

Então, seja criativo! Mas seja intencional com respeito a amar uns aos outros do melhor modo, o mais elevado e mais bíblico – almejando fazer o bem espiritual a outra pessoa.

Se você necessitar de ainda mais ajuda para pensar em relacionamentos de discipulado, nós temos um Seminário Essencial de treze semanas a respeito de discipulado. Participe dele na próxima vez que for oferecido, nas manhãs de domingo, às 9h30min. Ou baixe a apostila da aula sobre discipulado em www.capitolhillbaptist.org.[2]

4. Como eu posso entrar em um relacionamento de discipulado?

Há três maneiras de estabelecer um relacionamento de discipulado em nossa igreja. 

Primeiro, tome a iniciativa pessoal de tentar construir um relacionamento de discipulado com qualquer outro membro (do mesmo gênero seu, por favor). Não é preciso nenhuma permissão da liderança! Em vez disso, chegue cedo à igreja. Fique até tarde. Participe das refeições após os cultos nas noites de domingo. E comece a conhecer outras pessoas. Com o tempo, esperamos que você começará a construir o tipo de relacionamento no qual essas coisas acontecem naturalmente.

Segundo, peça ao líder do seu pequeno grupo sugestões e auxílio, se você participar de um pequeno grupo (o que não é obrigatório). Eles podem não estar livres para se encontrar com você regularmente, mas, à medida que o conhecerem melhor, possivelmente eles poderão ajudá-lo a se conectar com outro membro que possa fazê-lo.

Terceiro, se nenhum desses caminhos resultarem num relacionamento de discipulado regular, sinta-se livre para contatar um dos líderes da igreja para obter ajuda. Sempre há um número de membros que, por causa da agenda, da geografia ou de outras razões, têm dificuldade em se conectarem individualmente a outros membros. Nesses casos, a liderança da igreja tem o prazer de ajudar. Apenas ligue para o gabinete e agende com um dos pastores auxiliares.

Nós o encorajamos, de fato, a começar por sua própria iniciativa. Isso pode levá-lo a alongar, ou até mesmo desenvolver, os músculos da disciplina e do evangelismo que irão servir a você mesmo e a outros por anos a fio. Você pode descobrir que fazer isso é uma das experiências mais satisfatórias em sua vida como cristão. E você pode se ver compreendendo mais claramente o que Jesus pretendia ao dizer: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13.35).

Nota do editor: Este é um folheto que a liderança da Capitol Hill Baptist Church distribui a novos membros. Pensamos que pode ser útil também a outras igrejas, embora você precise alterar os detalhes necessários.

Notas:

[1] N.T.: Seminários Essenciais (Core Seminars) são classes de escola dominical para adultos, oferecidas na Capitol Hill Baptist Church, com o objetivo de ajudar os membros a compreenderem “as sutis complexidades e as abrangentes verdades do nosso Deus e da teologia, do ministério e da história que ele escreveu”.

[2] N.T.: Em inglês.

Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimente
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Fonte:http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/829/Discipulado_o_que_e_o_que_fazer_e_como_comecar

O dízimo não é uma invenção da teologia da prosperidade

29.07.2015
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 20.07.15

ODizimoNaoE
Como sabem, entendemos no VE que o dízimo é uma porcentagem exigida ao povo judeu que não se transfere como mandamento para a igreja. Cremos que é um bom padrão para guiar aquilo que o Novo Testamento enfatiza: contribuições voluntárias. Porém, é importante entendermos que dar ou não o dízimo, defender ou não os 10%, não é o pilar sobre o qual se sustenta a fé cristã e que o erro fundamental da teologia da prosperidade é a barganha com Deus através do dízimo (e não o dízimo em si).
 
Assim, cremos que as palavras de Paulo em Romanos 14.4-6 podem se aplicar a esta situação também: “Quem és tu que julgas o servo alheio? […] Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.” Isso significa, que alguns de vocês devem parar de condenar de herege todo pastor que fala sobre o dízimo ou de ludibriado todo dizimista. E outros, devem parar de julgar como infiel o que oferta generosamente, mas entende que o dízimo não é para os dias de hoje. Ambos o fazem para o Senhor e lhe dão graças.

Dito isto, há irmãos amados em Cristo, como o presbítero Solano Portela, que entendem a validade do dízimo para manter a proporcionalidade no que é dado. Leia abaixo:
Introdução – Mordomo e Mordomia.

Mordomo? Quando ouvimos esta palavra, vem à mente uma figura antiquada; uma pessoa de idade vestida com um fraque, servindo refeições em um castelo; ou, muitas vezes, o culpado dos crimes cometidos em histórias policiais. A palavra mordomo, entretanto, significa simplesmente administrador. Na Bíblia, no livro de Gênesis (39.4), lemos que José recebeu a confiança do alto oficial da corte de Faraó, “de modo que o fez mordomo da sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha”. Temos outros exemplos, também na Bíblia, entre esses o do Eunuco, o alto oficial etíope, (Atos 8.27), a quem Filipe pregou o evangelho. Ele é chamado de mordomo principal da rainha da Etiópia. Veja a extensão de suas responsabilidades no próprio verso: ele “era superintendente de todos os seus tesouros”. Ser mordomo, portanto, é algo muito importante. A palavra, no original grego, significa literalmente – “aquele que coloca a lei na casa”, ou o que administra a casa de acordo com a lei.

Mordomia é o exercício dessa capacidade de administração. Essa palavra é ouvida com freqüência em igrejas, normalmente referindo-se às obrigações sobre contribuições. O seu sentido, entretanto, é muito mais amplo. Da mesma forma como Potifar colocou nas mãos de José a administração de todos os seus bens, Deus, ao criar o homem, colocou em suas mãos toda a criação para ser administrada. Isso pode ser constatado. Você pode constatar isso, lendo Gênesis 1.28 – “Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”. Nesse sentido, somos mordomos de Deus sobre o tempo, que recebemos dele; sobre os bens que ele nos dá e sobre tudo mais que ele nos concede, em nossa vida.

Inserido, portanto, na definição de mordomia está o conceito de responsabilidade. Somos responsáveis pela utilização correta de tudo que provém de Deus e isso se inicia com o reconhecimento de sua pessoa e de que temos que glorificá-lo no todo de nossa vida (1 Coríntios 10.31). Somos bons mordomos se demonstramos responsabilidade no uso de nosso tempo, de nosso dinheiro e até nas escolhas de nossas amizades.

Esse é o estudo de mordomia, nesse sentido abrangente. Queremos focalizar nossa atenção apenas no reconhecimento de que somos mordomos; de que tudo o que temos pertence ao Senhor; e de como temos o privilégio de indicar o reconhecimento da bondade e misericórdia, através de nossas contribuições. Gostaríamos, portanto, de focalizar o aspecto tradicional do tema mordomia – o das contribuições, mas com uma abordagem um pouco diferente da tradicional.

As bases da contribuição decimal (Gênesis 14.18-20)

Registros antigos, na Palavra de Deus, que antecedem a Lei Cerimonial e Judicial do Povo Judeu, mostram que dar dez por cento das posses, ou seja, o dízimo, era uma prática religiosa abraçada pelas pessoas tementes a Deus, como forma de adoração e reconhecimento de que nossos bens procedem da boa vontade de Deus. Nesse sentido, Abraão, quando deu o dízimo ao sacerdote do Deus altíssimo – Melquizedeque (Gênesis 14.18-20), estava exatamente dando extensão à sua compreensão de mordomia, demonstrando reconhecimento a Deus pelas bênçãos recebidas nesta vida. Assim, simbolicamente, testemunhava que tudo era de Deus.

Essa foi também a compreensão de Jacó (Gn 28.20-22) quando faz um voto a Deus. Ali, lemos: “Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir, de modo que eu volte em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”. 

Dentre os muitos textos encontrados na Bíblia sobre contribuições e, mais especificamente sobre o dízimo, este entrelaça o conceito de bênçãos materiais advindas de Deus, com o reconhecimento da oferta proporcional como adoração e expressão da nossa mordomia. Jacó estava em uma jornada, comissionado por seu pai, Isaque, para encontrar uma esposa (28.1,2). Após haver sonhado (28.10-15) com a presença de Deus, no qual ele lhe promete proteção, acompanhamento e a formação de uma descendência, Jacó se atemoriza (28.16) e ergue um memorial a Deus (28.18-19).

A seguir, Jacó faz o seu voto. Deus já havia reafirmado: “eis que estou contigo” (28.15), Jacó indica (28.20,21) que, mediante as dádivas divinas da:

presença (“for comigo”),
proteção (“me guardar”),
pão (“me der pão”),
provisão (“roupa que me vista”) e
 paz (“que eu volte em paz”) – ele o adoraria
 declarativamente (“o Senhor será o meu Deus”),
 demonstrativamente (“pedra, que erigi por coluna, será a casa de Deus”) e
dizimalmente (“certamente eu te darei o dízimo”).

Com isso, Jacó, antes da Lei Cerimonial e Judicial de Israel, dava continuidade à prática já demonstrada por Abraão, de que, em reconhecimento à segurança, que vem de Deus; ao alimento, que vem de Deus; às vestimentas, que vêm de Deus e à paz, que vem de Deus, o dízimo será dado. Esses registros antecedem a dádiva das leis específicas aos Hebreus, no Antigo Testamento. A prática, portanto, não parece estar limitada aos aspectos formais da Nação de Israel. Estava presente na humanidade, como um todo.

Assim, nem a Lei Cerimonial, nem a Judicial, da teocracia de Israel, são a base para a prática do dízimo, pois as determinações dessas leis foram cumpridas em Cristo. A defesa do dízimo utilizando prescrições específicas da Lei Mosaica carece de uma base exegética mais sólida. A base antecede as leis de Israel, entretanto, o estudo dessas leis mostra, pelo menos, um grande e importante aspecto: a seriedade com a qual Deus apresentava e tratava essa questão do dízimo. Não somente ele entrelaçou, na Lei de Israel, a prática que a antecedia, mas castigos caíram sobre a nação exatamente pela quebra dessa determinações. Esquecê-las era a mesma coisa que “roubar a Deus” (Ml. 3.7-10).

No Novo Testamento também encontramos princípios que nos levam a deduzir a continuidade da contribuição decimal. Vamos analisar pelo menos dois desses.

Contribuir Planejadamente (2 Coríntios 9.7)

O primeiro princípio neo-testamentário, é que a Bíblia ensina que deve-se contribuir planejadamente. Escrevendo aos coríntios, Paulo diz: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento (Atualizada: “necessidade”); porque Deus ama ao que dá com alegria”.

Freqüentemente este trecho é estudado apenas em seu entendimento superficial, e sendo interpretado de que ele fala simplesmente da voluntariedade da contribuição. Mas o fato, é que ele ensina que a contribuição deve ser alvo de prévia meditação e entendimento. Isso indica, com muito mais força, que ela deve ser uma contribuição planejada, não aleatória, não dependente da emoção do momento (todos esses elementos são válidos, mas não são os únicos e principais determinantes).

Deus ensina que o “mover do coração” não significa a abdicação de responsabilidades. O alerta é para que não é possível que portas abertas, colocadas à frente, sejam esquecidas. 

No que diz respeito à contribuição, muitos ficam esperando o “mover do espírito”. Tudo isso soa muito piedoso e espiritual, mas propor no coração, significa que deve-se considerar com seriedade que a contribuição deve ser planejada. O próprio verso 5, neste capítulo, reforça esse entendimento, indicando que a contribuição deveria ser “preparada de antemão”, ou seja deveria haver planejamento.

Como será esse planejamento? Individualizado? Dependente da cabeça de cada um? Talvez seja possível se achar excelentes formas de planejar. Mas será que será encontrada melhor forma do que a estabelecida na Bíblia: que é a dádiva do dízimo, o reconhecimento simbólico de que tudo o que temos pertence a Deus?

O dízimo representa a essência da contribuição planejada e sistemática. Conseqüentemente, será que não deveríamos propor no nosso coração dar o dízimo? Vêem como isso muda a compreensão que tantos têm do verso? Alguns dizem: “o dízimo constrange”; “com obrigação não pode haver alegria na contribuição”. Mas o ensinamento é justamente o contrário: proponha no seu coração, sistematize sua contribuição e a dádiva fluirá de você sistematicamente, sem constrangimentos, com alegria. Não procure inventar: contribua na forma ensinada pelo próprio Deus.

Contribuir Proporcionalmente (1 Coríntios 16.2-3)

Um segundo princípio neo-testamentário, é que Deus espera que a contribuição seja proporcional aos ganhos, ou seja, deve-se contribuir proporcionalmente. O trecho bíblico, também de uma carta de Paulo, relacionado acima, diz: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar”.

O ensinamento é, mais uma vez muito claro. É óbvio que Paulo espera uma contribuição sistemática, pois ele diz que ela deveria ser realizada aos domingos (no primeiro dia da semana), que é quando os cristãos se reuniam. O trecho é muito rico em instrução, demonstrando até a propriedade de reunião e culto aos domingos, contra até alguns setores do neo-pentecostalismo contemporâneo, que insistem que deve-se continuar guardando o sábado, o sétimo dia da semana.

Mas o ponto que chama a nossa atenção, é o fato de que Paulo ensina que a contribuição deve ser conforme Deus permitir que se prospere, ou seja, conforme os ganhos de cada um. Essa é a grande forma eqüitativa apontada por Deus: as contribuições devem ser proporcionais, ou seja um percentual dos ganhos. Assim, todos contribuem igualmente, não em valor, mas em percentual.

Verificamos que é possível se inventar um percentual qualquer. Talvez isso fosse possível se nunca tivéssemos tido acesso ao restante da Bíblia, mas o percentual que o próprio Deus confirmou e registrou: dez por cento dos ganhos individuais, é por demais conhecido! Isso parece satisfatório e óbvio. Não é preciso se sair procurando por outro meio e forma de contribuição. Se isso for feito, pode-se até dizer, “eu contribuo sistematicamente com o percentual que eu escolhi”, mas nunca será possível dizer que isso é feito em paridade e justiça com as outras pessoas. Quem vai garantir que o percentual do outro é igual ao meu? Essa aleatoriedade destruiria o próprio ensinamento da proporcionalidade que Deus ensina através de Paulo. A grande pergunta que tem que ser respondida é essa: “Se Deus já estabeleceu, no passado, uma forma de porporcionalidade, por que não seguir a forma, o planejamento e a proporção determinada por Deus?”

Conclusão e Aplicação

As contribuições dizimais refletem apenas o reconhecimento de que tudo provém de Deus. Em paralelo, é preciso se estar alerta a dois pontos:

1. O exercício correto da mordomia é muito mais abrangente do que simplesmente contribuir. Envolve a responsabilidade total sobre todos os recursos que são recebidos como bênçãos de Deus nas nossas vidas.

2. A contribuição não é “ponto de barganha” com Deus. Por mais sistemática, proporcional e planejada que ela deva ser, permanece uma plataforma de adoração. Ela não tem eficácia para expiar pecados, nem para angariar “favores” de Deus. Deus condena aqueles que se esmeram no contribuir, mas se apresentam à adoração em pecado (Amós 4.4 – “… multiplicai as transgressões; e cada manhã trazei os vossos sacrifícios, e de três em três dias os vossos dízimos”).
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Fonte:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/07/o-dizimo-nao-e-uma-invencao-da-teologia-da-prosperidade/

“Evidências confirmam existência de Adão e Eva”, diz geneticista

29.07.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE
Por Jarbas Aragão

Especialista defende que os cristãos devem estudar as informações científicas, para defender a confiabilidade da Bíblia 

 

Uma conceituada geneticista molecular decidiu fazer um documentário para mostrar a historicidade de Adão e Eva. Para ela, as descobertas modernas no campo da genética confirmam os ensinamentos da Bíblia que todos os seres humanos descendem de um casal original.

A doutora Georgia Purdom possui Ph.D. em genética molecular pela Universidade Ohio State. Já publicou artigos em uma série de revistas científicas, incluindo Journal of Neuroscience e Journal of Bone and Mineral Research. Além de trabalhar como professor de biologia, tem se dedicado a apoiar o ministério de apologética cristã Answers in Genesis (AiG).

Já fez diferentes palestras sobre o assunto nos EUA e seu mais recente trabalho, disponível agora em DVD chama-se “A Genética de Adão & Eva”. Seguindo a perspectiva da genética, ela examina o relato de Gênesis sobre as origens da humanidade.

“Um dos maiores debates no cristianismo diz respeito às duas primeiras pessoas, Adão e Eva, se eram reais ou o produto de mitos”, escreveu Purdom em um artigo recente.

“Aqueles que afirmam que evoluímos ao longo de milhões de anos acreditam que Adão e Eva, conforme a Bíblia ensina sobre eles, não têm lugar na história da humanidade. Eles argumentam que a ciência da genética prova que não podemos ser descendentes de apenas duas pessoas. Muitos cristãos aceitaram esta posição e propõe que a sua existência histórica é irrelevante para o cristianismo e o evangelho”.

Porém, a doutora Purdom defende que aceitar a existência histórica de Adão e Eva é imprescindível para uma compreensão adequada do evangelho. “Entender que Adão e Eva eram pessoas reais ajuda as pessoas a perceberem a necessidade de um salvador, por que foram eles que trouxeram o pecado”, explica.

“Jesus é a solução para o problema do mal, que começou em Gênesis 3. Paulo fez essa conexão muito clara em Romanos 5 e 1 Coríntios 15″, defende.

Para a doutora, os cristãos devem estudar as informações científicas, para que possam defender a confiabilidade da Bíblia, começando por Gênesis. No documentário, ela estuda algumas descobertas recentes da genética, que colaboram para um entendimento maior do relato da criação na Bíblia.

Ela aponta para a pesquisa de DNA mitocondrial feito pelo geneticista Nathaniel Jeanson. “Ele mostra claramente que o ancestral humano comum de todos nós (Eva bíblica) viveu dentro do período bíblico de apenas milhares de anos atrás.”

Aos que pedem “provas” para contradizer as reivindicações dos evolucionistas, Purdom esclarece que “A genética mostra claramente que humanos e chimpanzés não compartilham um ancestral comum. Há muitas, muitas diferenças em seu DNA que minam completamente a possibilidade de ancestralidade compartilhada”. Com informações de Christian News
Assista (em inglês):
 
Video Player
 

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Fonte:http://noticias.gospelprime.com.br/evidencias-existencia-adao-e-eva/

É possível ser cristão e Maçom?

29.07.2015
Do portal ULTIMATO ON LINE,

Quantos são os que pensam estar na verdade mas estão no caminho do engano atrasando sua própria benção...... É muito importante dizer que ninguém pode servir a dois senhores e não existe nenhuma maneira que possibilita alguém ser maçom e cristão ao mesmo tempo. Um cristão que se preze obedece e segue a palavra de Deus e percebe como deve ser sua conduta e assim não erra na escolha.

Para os maçons a bíblia é simplesmente um símbolo da vontade de Deus, porém está escrito assim em João 17:17: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade”. Com isso se percebe a primeira incoerência: a bíblia é a vontade de Deus e não um símbolo. Também chamam Deus de Gadú. Onde está escrito isso? Deus é conhecido desde o antigo testamento como Jeová, pai de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo.

Não podemos advertir os irmãos da maçonaria de maneira á satanizá-los, mas devemos orientá-los que no dia em que Jesus voltar, muitos deles serão pegos de surpresa, por que é muito comum encontrarmos neste seguimento e também no kardecismo a afirmação de que a salvação vem pelas obras de caridade, mas não é esta a realidade. Na maçonaria infelizmente não se ensina a doutrina do juízo como em Romanos 14:2: “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”, portanto não adianta um indivíduo ajudar á muitos assistencialmente e não caminhar pautado na bíblia verdadeiramente.

Algo muito importante que deve ser ressaltado é que não se deve defender a tese da imortalidade da alma como ensinam; por que as pessoas só retomarão a consciência após a morte quando forem ressuscitadas por Cristo: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.” 1 Tessalonicenses 4:16. Você que lê este texto entenda Hebreus 9:27-28: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.”

Concluímos com os exemplos citados acima que não há harmonia em ser cristão e maçom ao mesmo tempo, pois o manual do cristão (bíblia) nos revela isto. Agora quer conhecer o Deus verdadeiro, o Senhor dos exércitos, procure-o em um lugar onde só adoram e reverenciam á Ele. Na igreja de Deus não é necessário indicação para ir. A palavra diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Mateus 11:28, e também não é necessário guardar informações sobre o que viu e deixou de ver lá dentro, pois não há o que esconder por que não é secreta, é aberta para adoração á Deus.
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Fonte:http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/e-possivel-ser-cristao-e-macom

O pentecostalismo não é um apêndice do Evangelho

29.07.2015
Do portal da CPADNEWS, 26.07.15
Por Valmir Nascimento

Valmir NascimentoNo ano passado o instituto Pew Research apresentou o resultado de uma pesquisa realizada na América Latina, apontando que a maioria dos protestantes nessa região identifica-se com o Pentecostalismo. Em 18 países e em Porto Rico, 65% de protestantes diz pertencer a uma igreja que é parte de uma denominação pentecostal, ou identifica-se pessoalmente como um cristão pentecostal, independentemente de sua denominação.
Esse fenômeno, chamado pelos especialistas de “pentecostalização”, também faz parte da realidade brasileira. Afinal, o crescimento da população evangélica no Brasil deve-se em grande parte ao desenvolvimento das igrejas de tradição pentecostal. Segundo o Censo/IBGE de 2010 seis de cada dez evangélicos são de igrejas pentecostais, representando o grupo que mais cresceu em relação ao Censo de 2000: passaram de 10,4% em 2000 para 13,3% em 2010.
Se por um lado esses dados nos trazem alegria, com a constatação do florescimento do pentecostalismo moderno -  a partir de 1900, nos Estados Unidos, por Charles Parham, prosseguindo para Los Angeles (na famosa Azusa Street, 312), em 1906, com Willian Joseph Seymour e, finalmente, Chicago, em 1907, com Willian Durham, e depois no Brasil, nos idos de 1910 - por outro, nos chamam também à responsabilidade para o resgate do pentecostalismo clássico, diante do surgimento de práticas, doutrinas e experiências que destoam dos seus postulados bíblicos originais.
Na obra Panorama do Pensamento Cristão Gregory J. Miller escreve que “acentuando a experiência de Deus na conversão e também uma dotação especial pelo Espírito Santo para o serviço e ministério cristãos (Atos 2.4; 1 Coríntios 12), os pentecostais trouxeram energia para o evangelismo e missões mundiais”[1]. Miller ainda diz que:
“devido à forte ênfase em missões, os movimentos pentecostais e carismáticos são agora numericamente maiores fora dos Estados Unidos que dentro. Isto não só tem ajudado a formar a cosmovisão cristã pela “desocidentalização” do cristianismo, mas também legou uma fé vibrante e sobrenatural ao cristianismo global nesta conjuntura importante da história do mundo”.[2]
De igual modo, Rick Nañes assevera que o movimento pentecostal-carismático é um fenômeno, e como corrente eclesiástica que nos dias de hoje acha-se entrelaçada no tecido de muitas nações. De acordo com Nañes, “sua influência tem ajudado a preencher o vazio espiritual frequente de centenas de milhares, trazendo esperança e provendo um escape pelo qual se torna fácil ter uma experiência direta com Deus”[3]. E mais: “Sem sombra de dúvida, o movimento pentecostal-carismático está cumprindo papel decisivo no resgate de multidões das águas congeladas da religião convencional, muitas vezes morta”.[4]
Todavia, o pentecostalismo não deve ser visto simplesmente como “movimento” ou “fenômeno” religioso, caracterizado tão somente pela vivacidade na pregação, pelo “poder no Espírito” ou por seu dinamismo missionário, estribado – apenas e tão somente – na experiência, sem fundamentos teológicos e interpretação bíblica consistente. Erroneamente, há quem afirme, como lembrou Gary McGee, que “o Pentecostalismo é um movimento à procura de uma teologia, como se não estivesse ele radicado à interpretação bíblica e à doutrina cristã”. Ciente dessa realidade, o pentecostalismo tem pegado o caminho do fortalecimento teológico, e por isso, como afirmam James H. Railey Jr e Benny C. Aker, em sua maior parte, a teologia pentecostal encaixa-se confortavelmente nos limites do sistema evangélico.
Somente por meio do fortalecimento bíblico-teológico o pentecostalismo poderá afastar dos seus arraiais as principais ameaças modernas à sua identidade, a saber: o misticismo como fuga da realidade sociocultural; a experiência hedonista e egocêntrica como busca do êxtase espiritual; a antiintelectualidade como aversão ao saber epistemológico; o legalismo e o esquecimento das bases da sua teologia da salvação.
Para tanto, é preciso entender que o pentecostalismo não é um apêndice ou uma versão diferenciada do Evangelho. Ele faz parte do Evangelho do Reino e, como tal, a ele se submete, extraindo os fundamentos e princípios básicos, em sintonia com a tradição cristã.
Logo, um pentecostalismo genuinamente bíblico é também um Pentecostalismo Cristocêntrico. Cristo é a primeira credencial do seu próprio Evangelho. Nem mesmo os mais importantes personagens bíblicos representam o fundamento do Cristianismo, a não ser o próprio Cristo. Ele é o fundamento, a viga-mestra, a pedra de esquina da fé cristã. Quando menosprezamos o senhorio e a soberania de Cristo sobre todas as coisas, desfazemos o cristianismo, transformando-o em uma religião comum (Cl 1.15-17; Fp. 2.9-11; Hb 1.1-2)
Em segundo lugar, o pentecostalismo é bíblico e ortodoxo. Segundo Railey e Aker, os pentecostais levam a sério a operação do Espírito Santo como comprovação da veracida­de das doutrinas da fé, e para outorgar poder à proclamação destas. Esse fato leva frequentemente à acusação de que os pentecostais se baseiam exclusivamente na experiência. Tal acusação não procede; o pentecostal considera que a experiência produzida pela operação do Espírito Santo acha-se abaixo da Bíblia no que tange à autoridade. A experiência corrobora, enfatiza e confirma as verdades da Bíblia, e essa função do Espírito é importante e crucial”[5].
Por essa razão, os autores citados dizem que é importante que o pentecostal tenha uma base e um ponto de referência realmente bíblicos e pentecos­tais[6]Primeiro, deve crer no mundo sobrenatural, especial­mente em Deus, que opera de forma poderosa e revela-se na história, na existência dos milagres e nos outros poderes no mundo sobrenatural, quer angelicais (bons), quer demoníacos (maus), penetram em nosso mundo e aqui operam[7]. “O pentecostal não é materialista nemracionalista, mas reconhece a reali­dade da dimensão sobrenatural”[8].
Desse modo, para superar a falsa compreensão do movimento pentecostal é necessário resgatar o ensino da Palavra e incentivar o ensino teológico de qualidade. Conforme o título do livro de Osiel Gomes, precisamos de “Mais palavra, menos emocionalismo”[9]. Há muito sentimentalismo, espetáculo e confissão positiva sendo propagado em alguns púlpitos e causando danos à igreja, sob o falso título de “mover do Espírito” e pentecostalismo.

Referências:


[1] PALMER, Michael D. (Org.). Panorama do Pensamento Cristão.1a.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 143.
[2] PALMER, Michael D. (Org.), 2001, p. 144.
[3] NAÑES, Rick, 2007, p. 101.
[4] NAÑES, Rick, 2007, p. 101.
[5] RAILEY JR.; AKER, Benny C. In: HORTON, Stanley M (Ed.), 1996, p. 55-56.
[6] RAILEY JR.; AKER, Benny C. In: HORTON, Stanley M (Ed.), 1996, p. 61.
[7] RAILEY JR.; AKER, Benny C. In: HORTON, Stanley M (Ed.), 1996, p. 61.
[8] RAILEY JR.; AKER, Benny C. In: HORTON, Stanley M (Ed.), 1996, p. 61.
[9] GOMES, Osiel. Mais palavra, menos emocionalismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
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Fonte:http://www.cpadnews.com.br/blog/valmirnascimento/enfoque-cristao/114/o-pentecostalismo-nao-e-um-apendice-do-evangelho.html