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quinta-feira, 4 de junho de 2015

LIÇÕES BÍBLICAS:As limitações dos discípulos

04.06.2015
Do blog BELVEREDE, 29.05.15
Por Eliseu Antonio Gomes
Minisserie A Bíblia (History) . O ator Diogo Morgado interpretou Jesus.

No decorrer de seu ministério, Jesus Cristo foi seguido por pessoas sem expressão social, cheias de problemas e limitadas, mas jamais os descartou por estas características.
Muitos crentes têm uma ideia errada sobre os apóstolos do Senhor, pessoas que foram inspiradas pelo Espírito para escreverem textos sagrados que hoje conhecemos como o Novo Testamento, norteiam a nossa vida e são tidos como única regra de fé e conduta. Assim como nós, os discípulos eram pessoas falíveis.

Os discípulos e a necessidade do perdão. "E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz" - Lucas 7.49,50.
Os cristãos precisam manter a disposição de perdoar uns aos outros quando necessário, porque Deus não perdoa e nem age misericordiosamente com quem não perdoa e nem é misericordioso com o próximo. conferir: Mateus 6.15; Tiago 2.13.

A narrativa da mulher pecadora, que ungiu os pés de Jesus, na casa de um israelita chamado Simão, na cidade de Naim, nos mostra as seguintes características do pecador arrependido:

a. O reconhecimento de culpa;
b. O exercício de fé e a necessidade de alívio para a consciência;
c. A certeza do perdão e a consciência que as lágrimas não lavam pecado, mas o amor e intercessão de Cristo;
d. A experiência da purificação, que acompanha o perdão;
e. A gratidão.
f. O serviço. A mulher usou seu precioso unguento para lavar os pés do Senhor;
g. Paz. Jesus disse para mulher: "vá em paz", e foi assim que desde então ela viveu.

A falta de fé dos discípulos mesmo depois de verem milagres. "E aconteceu, no dia seguinte, que, descendo eles do monte, lhes saiu ao encontro uma grande multidão; E eis que um homem da multidão clamou, dizendo: Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho" - Lucas 9.37,38.

A narrativa de Lucas contando o episódio em que o pai de um menino pede o socorro de Jesus em favor de seu filho, que sofria a possessão de um espírito maligno que o atirava ao chão, e o mantinha em convulsão e espumando pela boca, nos revela que muitas vezes os demônios atacam, de maneira visível, as pessoas. Porém, não necessariamente, todos os casos de convulsões tenham a mesma origem, sintomas parecidos podem ocorrer devido às causas físicas.
Diz o texto que os discípulos não tiveram autoridade de expelir o espírito, e Cristo ao saber do fracasso deles declarou que a causa de fracassarem era a perversidade (frisando: perversidade) e a incredulidade daquela geração. Então, pediu que lhe trouxessem o garoto e fez valer o seu poder e expulsou o demônio, deixando a todos que viram o exorcismo maravilhados com a sua presença e com a majestade de Deus.

O conhecimento da Palavra de Deus, aliado à oração, é a melhor maneira de encher-se de fé (Romanos 10.17).

Jesus não aceita a disputa dos discípulos. "E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, vendo o pensamento de seus corações, tomou um menino, pô-lo junto a si"  - Lucas 9:46,47.
Jesus responde à pergunta de quem é maior entre os discípulos, o episódio também está registrado em Mateus 18.1-5 e Marcos 9.33-40. Usa a figura de uma criança para ensinar que o maior no reino de Deus muitas vezes é considerado o mais insignificante pelos homens.

Jesus nos conclama à humildade. As pessoas muitas vezes desprezam os não-influentes e bajulam os que têm influência, aproximam-se dos grandes a fim de alimentar o ego e nutrir o status diante dos outros. Não precisamos nos importar nem um pouco com os símbolos de posição social neste mundo, porque o verdadeiro caminho para a grandeza é  a humildade, e o sinal de humildade mais aparente é incluir em nosso círculo de amizades as pessoas que o mundo considera os menos importantes.

Jesus repudia o exclusivismo dos discípulos. "E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco. E Jesus lhe disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós" -  Lucas 9.49,50.
O exclusivismo nada tem a ver com o ensinamento de Cristo.

Para João, não era suficiente realizar milagres em nome de Jesus; era necessário "seguir conosco" e Jesus ensina que não há neutralidade na luta contra o mal. Os que não são contra nós, são por nós, é uma prova que devemos aplicar a outros. E no capítulo 11 e versículo 23 de Lucas encontramos outro teste de Jesus, que devemos aplicar a nós mesmos: "quem não é por mim é contra mim".

Jesus é contra a avareza dos discípulos. "E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" - Lucas 12.13,14.
Possuir coração avarento é um grande perigo, a avareza produz muitas consequências ruins. A parábola do rico louco ensina-nos que Jesus não quis se ocupar demasiadamente com os interesses materiais de seus ouvintes; que a vida de alguém pouco tem a ver com a abundância dos seus bens; que a riqueza pode ser perdida em uma noite mas a verdadeira riqueza é o que temos diante de Deus.

O valor de uma vida não consiste naquilo que alguém tem mas naquilo que esse alguém é (Salmo 15.1-5).

Jesus ensina os discípulos quanto a solicitude da vida. "E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes" - Lucas 12.22,23.
O ensino de Jesus nesta passagem bíblica é mais um convite para descansarmos nos braços de um Pai amoroso do que propriamente um mandamento, se consiste em um princípio libertador ao peso da preocupação excessiva. Sempre que nos concentrarmos em nós mesmos e não em Deus violamos o princípio de Jesus. Como seres humanos, às vezes ultrapassamos os limites e nos afligimos, ao invés de confiarmos nos cuidados eficazes do Senhor, desnecessariamente, carregamos o fardo pesado imposto por este mundo.
É importante lançar sobre Deus as nossas ansiedades, confiantes que Ele tem cuidado de nós (1 Pedro 5.7).

Conclusão

Na prática do cristianismo não há lugar para fingirmos ter valores espirituais melhores que os irmãos com quem convivemos.
A vida cristã é composta de posturas espirituais, porém, também, humanas. Nós corremos o risco de falharmos por fraqueza. Em momentos de fragilidade, a nossa fé deve estar cravada no Evangelho para superarmos todos os erros e culpas e dissiparmos todas os ardis da vida e do inimigo de nossas almas.

Embaraços e atos equivocados não podem ser considerados erros sem perdão. Ao pecar, não podemos encobrir o pecado, mas confiantes na bondade do Senhor confessá-lo com a disposição de não mais cometê-lo, confiantes que Ele perdoa os nossos pecados e nos purifica de todas as injustiças. E assim será (Provérbios 28.13; 1 João 1.9). 

E.A.G.

Compilações em:
A Bíblia Explicada, páginas 357, 358, 361, edição 1997, Rio de Janeiro (CPAD);
Bíblia de Estudo de Genebra, página 1198, edição 1999,  Barueri (SBB);
Bíblia de Estudo Vida, páginas 1605, 1613, edição 1998, São Paulo (Editora Vida).
Lições Bíblicas - Professor, José Gonçalves, 2º trimestre 2015, páginas 63,65, Rio de Janeiro (CPAD). 
Lucas, Introdução e Comentário, Leon L. Morris, página 167, reimpressão 2011, São Paulo, (Vida Nova).
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Fonte:http://www.belverede.blogspot.com.br/2015/05/as-limitcoes-dos-discipulos-licoes-biblicas-cpad-licao-9-segundo-trimestre-2015-ebd.html

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