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sábado, 24 de janeiro de 2015

Como evangelizar?

25.01.2015
Do portal GOSPEL PRIME
Por Alessandro Brito

Como evangelizar?Não sei qual foi a sua resposta, mas sempre que realizo essa pergunta me dizem que certamente tomariam o caminho mais curto.

Isso acontece, por conta da tendência natural que temos de escolher o que é aparentemente mais comodo.

Zé, por exemplo, era uma dessas pessoas que vivia escolhendo o caminho curto. Até mesmo depois de sua morte perguntou para o porteiro do Céu se existia um atalho para chegar no Paraíso. Para o seu desespero, o porteiro lhe disse que havia somente uma estrada. Além disso o informou que seria necessário carregar uma cruz de cinco metros durante todo o trajeto.

Após caminhar um quilômetro, Zé viu um serrote esquecido no chão. Olhou ao redor, não viu ninguém e não resistindo a tentação, cortou três metros da Cruz e continuou a caminhada. Foi então que aconteceu o inesperado. Para chegar até o Céu, seria necessário atravessar um precipício.

Ele desanimado, sentou. Foi então que apareceu um ajo e disse para Zé utilizar a ponte. “Que ponte?”, perguntou o Zé. O Anjo respondeu: “Aquela na forma de uma cruz que lhe entregaram na entrada. Ninguém entra no Paraíso sem a cruz de Cristo”.

É triste perceber que as pessoas ao invés de tomarem o caminho longo e certo, preferem escolher o mais curto ainda que errado. O pior é saber que várias pessoas tomam o atalho, não por terem assim escolhido, mas por este foi o único caminho apresentado.

Vários evangelistas pregam o evangelho fazendo o uso de atalhos, por ser mais rápido e comodo. O problema é que o caminho mais curto, ainda que seja uma alternativa mais fácil, pode conduzir a pessoa que está sendo evangelizada a um caminho que você não gostaria de vê-la chegar. O resultado disso é que elas chegam bem perto do Céu, mas não entram nele.

Mas como ganhar almas de forma bíblica?

Primeiro, nós ganhamos almas quando oramos a Deus em total dependência

Um dos maiores erros existentes nos métodos de evangelismo é o de achar que podemos converter um pecador por meio de técnicas humanas.

O “evangelismo da oração rapidinha” é um bom exemplo disso. Nesse método o evangelista pede para que o ímpio repita uma oração vazia, chamada de “oração do pecador”, a fim de que ele receba a salvação. Esse tipo de oração nada mais é do que a incorporação de técnicas de vendas e de manipulação psicológica, que jamais poderia garantir a conversão de uma pessoa.

É o Espírito Santo quem convence o ímpio de seus pecados e não nossas habilidades humanas.

Se não somos nós, mas Deus, devemos então nos colocar a Sua disposição para sermos usados como instrumentos, demonstrando total dependência e submissão. Mas como fazemos isso?

De nada adianta, para o impio, repetir a “oração do pecador” a fim de ser salvo, já que somos nós quem devemos orar a Deus, suplicando pela salvação do pecador.

Em 1 Tessalonicenses 5.17 Paulo diz para orarmos sem cessar. Isso não quer dizer que devemos passar o dia todo com os olhos fechados nos comunicando com Deus. O que ele quer dizer é que devemos ter uma atitude de dependência total, ao ponto de, não só interceder pelas pessoas que serão evangelizadas, mas nos rendermos a vontade exclusiva de Deus.

Um bom exemplo disso foi o pregador inglês Charles Spurgeon. Ele acima de qualquer atividade que tenha desempenhado, foi um ganhador de almas. Quando alguém perguntava a Spurgeon a explicação do poder na sua pregação, o Príncipe de Joelhos apontava para a loja que ficava sob o salão do Metropolitan Tabernacle e dizia: “Na sala que está embaixo, há trezentos crentes que sabem orar. Todas as vezes que prego, eles se reúnem ali para sustentar-me as mãos, orando e suplicando ininterruptamente. Na sala que está sob os nossos pés é que se encontra a explicação do mistério dessas bênçãos”.

Se quisermos ganhar almas precisamos orar a Deus a fim de depender, não em nós mesmo, mas em Seu Santo Espírito.

Segundo, nós ganhamos almas quando comunicamos o evangelho de Cristo

Um segundo erro sobre os métodos de evangelização é o de se achar que podemos converter um pecador de forma mecânica.

Alguns evangelistas, por exemplo, ao invés de pregar o evangelho preferem entregar algum tipo de literatura evangelística, já que essa é uma ação mais ágil. Além disso não exige um conhecimento profundo do evangelho.

O problema é que esse tipo de evangelização, por mais positivo que pareça, é falho e enganoso. De que adianta entregar uma literatura para um analfabeto ou cego? E se a pessoa souber ler, mas não conseguir entender o que leu?

É por meio da comunicação, daquilo que cremos como verdade, que o ímpio toma conhecimento de seus pecados. Paulo pontua isso em Romanos 10.12-17. Primeiro ele diz que, todos podem ser salvos. Segundo, todos podem ser salvos se invocarem o nome de Cristo. Terceiro, só invocarão o nome de Cristo se conhecerem a Bíblia, pois “…a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo”.

Em Atos 8.26-40 observamos isso claramente já que o eunuco da Etiópia estava lendo o livro do profeta Isaías, mas sem entender o que lia. Deus então envia Filipe para explicar que as profecias apontavam para Jesus, o salvador. Como consequência, ele não só compreendeu como reconheceu que Jesus é o Filho de Deus e logo foi batizado.

Quando o evangelista possui a certeza de que o evangelho é poder de Deus para a salvação ela não anuncia o evangelho pela metade ou de forma confusa. Pelo contrário, os ensinos da Bíblia são claramente explicados a fim de serem compreendidos.

Como evangelistas não pregamos o evangelho para torná-lo pertinente, mas para mostrar a pertinência do evangelho. Ou seja, devemos facilitar ao máximo a compreensão do evangelho sem comprometer a verdade da crença cristã.

Terceiro, nós ganhamos almas quando testemunhamos com as nossas ações

Um terceiro erro comum, entre os evangelistas, é o de se achar que a evangelização pode ser terceirizada a um evento de evangelização.

Você provavelmente já chamou alguém para ir a um culto de domingo em sua igreja, certo? Não há nada de errado nisso, porém não podemos terceirizar a nossa responsabilidade de anunciar o evangelho a um pastor ou missionário que pregarão durante um evento.

O evangelista não precisa esperar que os eventos convertam as pessoas, basta apenas viver o evangelho para que o seu próprio testemunho fala por si só.

Jonathan Dodson sabiamente disse o seguinte sobre isso: “Ser missional não é adicionar eventos a nossa vida corrida, mas entender que nossas vidas são eventos evangelísticos”.

O seu viver é uma forma de evangelizar. Digo que o bom evangelista é aquele que prega de boca fechada. Ou seja, é aquele que um dia ouviu o evangelho, acreditou que Jesus é o salvador e aplica os ensinos de cristo em sua vida.

Isso é melhor compreendido quando entendemos que fomos criados a imagem de Deus com o propósito de glorificá-Lo. Claro Deus é espírito, ou seja, não estamos tratando de uma imagem física, mas espiritual. Nosso proposito então é o de refletir os atributos de Deus, a isso damos o nome de glorificação.

Deus é amor e espera que nos evangelizemos com amor. Deus é misericórdia e quer que tenhamos a mesma misericórdia para com o pecador. Deus é santo é exige de nós santidade.

O cristão é um espelho de Cristo nesse mundo e é justamente o reflexo de nosso Senhor Jesus Cristo que atraia as pessoas a Ele.

Um dia eu estava na porta da igreja recebendo conselhos de como fazer a igreja crescer. Aprendi em 20 minutos um número de técnicas de evangelização tão alto, que que provavelmente eu levaria uns dez anos para aplicá-las em nossa igreja.

No final de nossa conversa eu disse a para o irmão conselheiro que não estávamos ali para crescer, mas para glorificar a Deus. O crescimento seria só uma consequência de nosso missão primária. Comecei a explicar para ele que ainda que o nosso número de membros fosse pequeno, tínhamos a missão de fazer Deus conhecido por meio de nossas ações.

Nesse momento algo inusitado aconteceu. Um senhor veio em nossa direção e disse que estava em um bar, mas algo o fez levantar e sair em busca de um destino. Nos contou que quando nos viu percebeu que aquele era o local que deveria estar. Então nos disse que mudaria naquele mesmo dia para uma outra cidade, mas não só isso mudaria de vida também. Seria um servo de Cristo. Oramos juntos e depois disso nunca mais o vi, assim como também nunca mais vi o irmão estrategista em nossa igreja. Mas creio que todos nós entendemos naquele dia que é Deus quem envia o pecador até a igreja.

Uma igreja só deve crescer se o objetivo for ter mais pessoas que queiram glorificar a Deus. Se essa não for a motivação é melhor ficar pequena ou até mesmo fechar.

Conclusão

Nossa sociedade, ainda que cristã, busca cada vez mais e mais o fácil e comodo ao ponto de cometer atos ilícitos como se fossem algo natural.

Em uma recente pesquisa do Ibope, foi constatado uma alta tolerância do cidadão brasileiro a corrupção dos políticos. Boa parte dos entrevistados, por exemplo, disseram que fariam o mesmo se tivessem a oportunidade. Além disso 69% dos eleitores, que tanto condenam os políticos brasileiros, admitiram ter cometido pelo menos um tipo de ato ilícito na vida, como furar a fila ou sinal de transito, colar na prova, falar ao celular enquanto dirige, mentir para o patrão, etc.

Essa é a nossa pátria. Local onde o número de evangélicos cresce, assim como cresce a iniquidade. Se queremos evangelizar as pessoas de nosso país de verdade devemos tomar o caminho que realmente leve o pecador a Cristo. Então lhe exorto a orar, pregar e testemunhar sobre Cristo.
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Fonte:http://artigos.gospelprime.com.br/evangelizar-3/

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