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quarta-feira, 23 de abril de 2014

VOTO DE SIMPLICIDADE

23.04.2014
Do portal ULTIMATO ON LINE
Por Pr. Luis Alberto Díaz Argüello

Texto Básico: Mateus 10.16
“Eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, por­tanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10.16)

Meditação Diária
Segunda: 2 Co 8.1-6
Terça: 2 Co 9.1-5
Quarta: Mt 26.6-13
Quinta: Mc 12.41-44
Sexta: At 4.32-37
Sábado: At 5.1-11
Domingo: At 9.36-42

Richard Foster afirma que todos os seguidores de Cristo são chamados a um voto de simplicidade. Não é uma opção que devamos aceitar ou rejeitar em função de nossas preferências pessoais. Todos os que chamam Cristo de Salvador e Senhor têm a obrigação de seguir o que Ele diz, e o apelo de Jesus para um discípulo na questão de dinheiro pode ser mais bem sintetizado em uma única palavra: simplicidade.
1. Qual o significado de simplicidade?
Richard Foster propõe as seguintes respostas a essa pergunta (DSP, p.81-83).
1.1 Unidade de coraçăo e singeleza de propósito 
Compreender claramente o sentido da nossa vida.
a. Ter um só desejo – obedecer a Cristo em todas as coisas.
b. Ter um só propósito – glorificar a Cristo em todas as coisas.
c. Ter uma só utilidade para o dinheiro – promover o reino de Jesus aqui na terra.

1.2 Alegria pela boa criaçăo de Deus 
Alguém disse certa vez que as pessoas não dão valor ao pôr do sol somente por não lhes custar nada. Uma vida de simplicidade dá valor a todas as dádivas graciosas da criação de Deus.

1.3 Contentamento e confiança 
a. “Não andeis ansiosos” (Fp 4.6).
b. “nada tendo, mas possuindo tudo” (2Co 6.10).
c. “porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11).

1.4 Libertaçăo das garras da cobiça 
A prisão da cobiça nos leva a amar as coisas e a usar as pessoas. Quem é prisioneiro da cobiça valoriza o ter e não o ser, por isso não se importa em usar as pessoas para ter o que ama. Somente por meio de uma vida de real simplicidade é que resgatamos o valor das pessoas e colocamos as coisas no seu devido lugar.

1.5 Modéstia e temperança 
Nossa vida deve ser marcada pela abstinência voluntária do luxo e da ostentação. O uso dos nossos recursos deve ser moderado pela necessidade humana e não pelo desejo de ostentação.

1.6 Recebimento da provisăo material com gratidăo 
A simplicidade não promove a privação, e sim a gratidão, seja no deserto ou na terra que mana leite e mel. Deus prometeu ao povo de Israel: “Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra” (Is 1.19 NVI). A completa privação pessoal não é uma coisa boa.

1.7 Uso do dinheiro sem abusar dele 
No poder do Espírito Santo, destronamos do nosso coração o dinheiro e o colocamos a ser­viço de Cristo. A vida abundante não é definida pela riqueza, e por isso não nos apegamos a coisa alguma deste mundo. Devemos usar as coisas sem apegar-nos a elas, administrar o dinheiro para a glória de Deus e para o bem das pessoas.

1.8 Disponibilidade 
Devemos ficar livres da compulsão de adquirir sempre algo maior e melhor, dispondo assim de dinheiro, tempo e energia para responder às necessidades humanas. “Aquele que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Ef 4.28).

1.9 Doaçăo com alegria e generosidade 
Quando entregamos o produto do trabalho pelo qual vivemos, reconhecemos que tudo per­tence a Deus, a começar pela nossa própria vida. “Deram-se a si mesmos primeiro” (2Co 8.5), disse Paulo acerca das igrejas da Macedônia.

Cristo deixou grande exemplo de simplicidade e humildade. Quais atitudes diárias demonstram que você tem seguido o exemplo de Cristo?
2. Aprendendo a doar
Se levarmos a sério o que a Bíblia ensina sobre o dinheiro, afirma Foster, perceberemos que uma das melhores coisas a fazer com o dinheiro é doá-lo. A doação é a principal arma contra Mamom, o deus-dinheiro. Por isso, quando ofertamos, escandalizamos o mundo do consumo e da competitividade. Devemos doar com coração alegre e generoso. Veja as principais atitudes que devemos desenvolver nessa área da vida.
2.1 Ofertar proporcionalmente, começando com um décimo de nossa renda 
O dízimo é um princípio do Antigo Testamento que deveria ser um padrão abaixo do qual não deveríamos cair. Nem Jesus, nem os apóstolos limitaram as ofertas ao dízimo; eles foram além. Em todos os ensinamentos, a generosidade e o sacrifício se evidenciam.
a. Marcos 12.41-44 – A viúva pobre ofertou duas pequenas moedas, tudo o que ela possuía.
b. Atos 4.36-37 – Barnabé vendeu um campo e ofertou todo o valor para a igreja.

Nos dois exemplos, vemos que o valor é relativo, mas o significado é absoluto.
2.2 Manter equilíbrio entre doaçăo racional e doaçăo de risco 
Existem dois perigos ao ofertar: quando exageramos ao calcular quanto daremos e a quem daremos, pode surgir dentro de nós um espírito de avareza, justificado em nome da doação pru­dente e responsável; e quando não nos preocupamos em saber as credenciais da organização ou pessoa que receberá a oferta.

Em Mateus 26.6-13, lemos a respeito de uma mulher que derramou seu tesouro sobre a cabeça de Cristo. Os discípulos reagiram, classificando o ato como desperdício, mas Cristo con­siderou essa atitude como uma oferta oportuna, racional e responsável.
2.3 Tentar encontrar os heróis anônimos de lugares desconhecidos que precisam de apoio e recursos 
George Müeller começou a apoiar Hudson Taylor muito antes de ele ter ficado famoso como missionário pioneiro. Não havia histórias importantes ou artigos de revistas cristãs sobre seu sonho de evangelizar a China. Mas Mueller viu naquele jovem uma alma buscando a Deus com todas as suas forças. Hoje, olhamos para trás e vemos Hudson Taylor como aquele que inau­gurou a segunda grande onda missionária no mundo.

2.4 Doar sem tentar obter poder 
De graça recebemos, de graça damos. Na igreja primitiva, o dinheiro nunca foi usado como instrumento de controle, mas de amor. E quando alguém tentou aplicar um golpe financeiro para obter poder, foi rapidamente revelado como pecador e julgado sem demora (At 5.1-11). Deve ser assim também entre nós.

2.5 Doar a própria vida assim como fazemos com nosso dinheiro 
Qualquer pessoa pode doar sem amar, mas ninguém consegue amar sem doar-se.
a. João 3.16 – Deus amou tanto ao mundo que deu Seu único Filho.
b. 2Coríntios 8.5 – Antes de ofertar, entregaram primeiramente a si mesmos.
c. Atos 9.36-43 – Tabita fazia túnicas e vestidos para as viúvas de sua cidade.

Talvez nós também sejamos capazes de descobrir maneiras de doar a própria vida, de forma que sejamos notáveis pelas boas obras que realizamos e pelas ofertas doadas.
2.6 Buscar conselheiros que nos ajudem a direcionar nossas doaçőes 
Lembrar continuamente que ajuntar tesouros no céu é um investimento de grande porte. Portanto, fatos e números não podem ter a última palavra sobre as nossas doações.

2.7 Fazer testamentos cheios de compaixăo, que expressem nosso cuidado para com o reino de Deus 
O testamento é um documento que evidencia o final da nossa vida e alista os recursos que conseguimos durante nossa peregrinação. Foster nos encoraja a fazer um testamento assim que terminar a aula, e a não usar como desculpa o fato que somos jovens demais para ser promovidos para o céu. Deixar de fazer um testamento é uma grande falha no exercício da mordomia, pois, sem ele, os recursos que deixarmos podem não ser usados para a obra de Deus. O testamento deve incluir nossos filhos, nossa igreja, organizações missionárias, instituições educativas e de caridade. Tarefa: ler seu testamento na próxima aula.

Doar é um ministério feliz e generoso para o qual todos são chamados. Em tempos de perseguição, os cristãos dão a própria vida, e em tempos de prosperidade os cristãos dão o fruto do trabalho de sua vida. Como vai sua vida de doador? O que você precisa fazer para doar segundo os princípios estudados no tópico 2?
Conclusăo
O dinheiro tem duas faces. A face sombria leva à cobiça, que leva à vingança, que leva à violência. A face luminosa leva à generosidade, que leva à benevolência, que leva à paz. A grande questão moral é como passar da cobiça à generosidade, da vingança à benevolência, e da violência à paz. O voto de simplicidade mostra o caminho. A simplicidade nos dá perspectiva e coragem para nos colocarmos contra a cobiça, a vingança e a violência. A simplicidade nos guiará a expe­rimentar generosidade, benevolência e paz.
Se o dinheiro não for nosso servo, será nosso mestre. Satanás tem atuado neste mundo para escravizar cristãos pelas garras de Mamom, usando com astúcia a sutileza do ter como evidência do ser. E o apego ao dinheiro é como erva daninha que tem artifícios para lançar novas raízes em nosso coração. Pensamos havê-lo destronado e o transformado num servo obediente, até que de repente, ele se levanta para tentar derrubar-nos. Por isso, somente um voto de simplicidade poderá conduzir-nos, nestes dias de consumismo desenfreado, a viver de maneira sábia, justa e piedosa. Devemos sempre ter em mente uma das máximas de John Wesley: “Ganhe o máximo que puder; economize o máximo que puder, e doe o máximo que puder”.
*Autor da lição: Pr. Luis Alberto Díaz Argüello
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista “Gente Que Fez”, da série Biografias. Usado com permissão.
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Fonte:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/voto-de-simplicidade/

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