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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Desculpas indesculpáveis

02.01.2014
Do blog ESTUDOS DA BÍBLIA
Por Paul Earnhart

Pode-se sentir a angústia da rejeição que passa através da parábola da Grande Ceia (Lucas 14:16-24). As desculpas oferecidas polidamente na última hora por aqueles hóspedes, havia muito convidados, são cheias de indiferença. Eles não são somente despreocupados com o esforço e a despesa sem sentido que sua recusa tardia causou ao seu solícito anfitrião, mas são insultuosos. Foi de uma flagrante desconsideração social da mais impensável qualidade, o tipo de coisa que um homem jamais faria no mundo de obrigações práticas. 

E, provavelmente de propósito, as respostas dos convidados relutantes, nesta parábola, estavam em forte contraste com o júbilo que deveria ter saudado os convites para a festa na qual os ouvintes de Jesus agora estão assentados. Tais desculpas teriam sido impensáveis. Convidado para a casa de um chefe fariseu! Permitido ombrear com os ricos e poderosos! Privilegiado para partilhar de uma festa de comida maravilhosa! Deve ter havido uma correria. Que honra! Que oportunidade! Esqueça a terra. Esqueça os bois. Esqueça a esposa! Mas naturalmente a festa do fariseu era do tipo que agradava ao gosto deles: prestígio e prazer.

Há duas abordagens possíveis para estas desculpas, nenhuma das quais é lisonjeira. 

Poderiam ter sido invenções deslavadas. Como tem sido freqüentemente sugerido, que homem compraria uma propriedade sem primeiro examiná-la? E que homem compraria uma parelha de bois sem antes experimentá-los para ver-lhes a robustez? E que homem consideraria uma festa maravilhosa como uma violação onerosa de seu dever para com sua nova noiva (Deuteronômio 24:5)?

Mas há outra possibilidade igualmente condenável, que achamos ser mais provável. Os três homens pretendiam verdadeiramente estar disponíveis para fazer estas coisas pelas quais pediram desculpas. O novo proprietário de terras pode bem ter desejado olhar novamente para sua propriedade para assegurar-se de que seu primeiro julgamento era acurado e planejar melhor sua utilização; ou talvez, como Nabucodonosor, ele simplesmente queria saborear sua aquisição (Daniel 4:28-30). O comprador das cinco juntas de bois não era pobre e a compra pode ter sido feita por um servo cujo julgamento da matéria ele agora queria verificar pondo-os a trabalhar, acrescentando sua riqueza. Negócios são negócios. E o noivo pode ter simplesmente preferido insultar seu amigo em vez de passar uma noite longe de sua nova esposa.

Não havia nada de ilícito com estas preocupações, mas também nenhuma delas tinha qualquer urgência. Elas valeram para revelar de modo convincente o que para estes homens era mais importante do que aquele que os tinha convidado para sua festa.

“Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos” (Lucas 14:21). Não é de admirar que o anfitrião da festa ficasse enraivecido. Seus supostos amigos tinham simulado grande interesse pelo seu convite, quando foi inicialmente emitido, mas finalmente, quando todas as dispendiosas preparações estavam feitas, eles não tinham tempo para isso. Que falta de consideração egoísta e insensível!

Mas o investimento do anfitrião desapontado não seria desperdiçado. Ele fez rapidamente arranjos para encher sua casa com as pessoas pobres e aflitas da cidade que, pela sua humilde posição, achariam um tal convite quase tão maravilhoso para ser verdadeiro.

“Depois lhe disse o servo: feito está como mandaste, e ainda há lugar. Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa” (Lucas 14:22-23). Quando aqueles convidados das ruas da cidade não foram suficientes para encher todos os assentos, os servos foram enviados para os arredores para convidar urgentemente pessoas a distância ainda maior da casa do anfitrião. Ele queria ter sua casa cheia! A única compulsão sugerida aqui é a persuasão necessária para sobrepujar o ceticismo de tais pessoas, para que cressem que estavam realmente sendo convidadas.

Os convidados que se desculpavam representavam as próprias pessoas a quem Jesus dirigia esta parábola: os arrogantes líderes religiosos do templo e da sinagoga que falavam demais do reino do céu e realmente não tinham nenhum interesse nele (João 6). Eles não cessavam de ser religiosos, mas toda a sua postura religiosa era apenas um subterfúgio para o orgulho e para o mundanismo.

Os pobres e inválidos da cidade provavelmente representavam aquele grande número de judeus cujos pecados e fracassos tinham-nos humilhado, tornando-os desesperados e desprotegidos. Aqueles das estradas e dos atalhos podem sugerir os gentios, um povo aparentemente muito longe de Deus, mas que haveria de se mostrar mais pronto a recebê-lo do que os judeus.

Bem-aventurados, na verdade, são aqueles que comem pão no reino de Deus (Lucas 14:15), mas ai do homem que pensa que se sentará à mesa não tendo amado o reino de Deus acima de todas as coisas.
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