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sábado, 9 de novembro de 2013

A voz do povo não é a voz de Deus

09.11.2013
Do portal da REVISTA ULTIMATO, 10.10.13
Por Elben César

quinta-feira
Os fariseus e os saduceus começaram a discutir, e o Conselho se dividiu. (23.7)
São muitas as gritarias. Há gritos de dor (Is 26.17), gritos de angústia (Jr 48.3), gritos de lamento (Sl 144.14), gritos de socorro (Mc 10.47), gritos de alegria (Ed 3.11) e gritos que reclamam a morte de alguém. As gritarias mais ruidosas, mais frenéticas, mais ameaçadoras, mais contraditórias e mais estúpidas são as gritarias das multidões, sobretudo se tiverem fundo religioso.
A pregação de Paulo em Éfeso provocara uma gritaria enorme na multidão: Durante duas horas, engrandeceram a grande deusa Diana (19.28, 34). A presença de Paulo em Jerusalém provocou outra gritaria. Junto com os gritos, “a confusão se espalhou por toda a cidade e o povo veio correndo de todos os lados”. Não havia coisa com coisa (21.34, 36). Agora são os saduceus e fariseus que estão gritando na sala onde se reunia o Sinédrio (23.7-9).
Nunca se fez tanta gritaria como no dia em que Jesus foi crucificado. Nesse dia, a multidão pediu aos gritos que Pilatos crucificasse o Senhor. Como o governador romano hesitou, “eles gritaram ainda mais alto: Crucifique! Crucifique!” (Mc 15.14).
Essas atitudes coletivas contrariam o ditado latino “Vox populi, vox Dei” (Voz do povo, voz de Deus). A voz do povo muitas vezes é extravagante: prefere um assassino em vez do Deus feito homem, prefere um deus feito por mãos humanas em vez do Deus que não tem princípio nem fim, prefere a mitologia em vez da teologia, prefere a morte em vez da vida, prefere a casa feita na areia em vez da casa feita sobre a rocha, prefere o caminho largo que leva à morte em vez do caminho estreito que conduz à vida!
>> Retirado de Refeições Diárias: no Partir do Pão e na Oração. Editora Ultimato.
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